Looks escrita por Bugaboo


Capítulo 6
Obstáculos


Notas iniciais do capítulo

Cheguei, leitoras! Sentiram saudades? ❤
Não irei dizer muito, boa leitura e espero que gostem ❤



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Acordei cedo, bem cedo. Pelo menos antes do normal. Meu quarto já estava claro por causa da luz do sol que passava pela janela, acredito que hoje será mais um grande dia.

Olhei para os cantos do quarto, tudo estava normal, até mesmo aquela caixa que causou tanta confusão. Nesse momento, ouvi um barulho parecido como o de um suspiro vindo do chão. Era a Marinette, dormindo em um grande sono profundo.

Eu não tinha exatamente o que fazer, e não queria voltar a dormir, então me levantei, coloquei minhas pantufas de gatinho preto e abri a porta, saindo de fininho para não acordá-la.

Fiquei observando a entrada por alguns minutos de cima da escada, o motivo ainda é desconhecido.

Senti um cheirinho delicioso vindo de algum lugar da casa. Era difícil explicar o perfume maravilhoso que meu nariz respirava. De repente, em um piscar de olhos, eu já estava na cozinha.

— Então é daqui que está vindo este cheirinho. — Respirei isso novamente

— Acordou cedo, baixinho! — Um dos chefes notou minha presença, o nome dele é Jean e ele é muito simpático.

— Perdi o soninho. — Respondi, observando todo mundo. — O que vocês têm para mim?

— Por enquanto nada. Começamos a cozinhar agora.

— Tudo bem. Eu espero.

— Por acaso você já escovou seus dentinhos? — Cruzou os braços.

— Ainda não, acabei de me levantar.

— Está respondido. — Desta vez recebi um sorrisinho.

— Você sabe onde está minha mãe?

— Não sei. Desculpe-me. Ela ainda não apareceu por aqui. — Nossa, está tão cedo assim? Estava começando a acreditar que eu não estava tão adiantado, mas agora já não tenho mais certeza.

— Nossa.

— Já seu pai está no escritório.

Pronto, achei algo para fazer, ou melhor, um lugar para ir. Minha curiosidade se eleva a mil em missões como esta.

— Estou indo para lá, obrigado!

— De nada. Daqui a pouco sai algo para você comer.

— Pode ser croassaint? — Pedi.

— Vou ver se dá tempo. Qualquer coisa eu faço a tarde para você.

— Eba! — Abracei a perna dele, enquanto o mesmo batia de leve em minhas costas.

— Só não conta para seus pais.

— “Ok!”

Saí andando, com um enorme sorriso no rosto. O escritório de meu pai não é uma parte da casa que vou com muita frequência, pois não acho legal ficar atrapalhando o trabalho dele.

— Toc toc! — Bati na porta.

— Quem é? — Perguntou.

— Miau!

— Tem um gato na minha porta? Não vou deixar entrar não.

Mesmo que ele disse que não iria me deixar entrar, abri a porta e sentei em seu colo, já que mexia no computador.

— Bom dia, papai.

— Bom dia. Eu disse que não era para você entrar.

— Ah, pai! — Ele liberou um sorriso rápido.

— Acordou mais cedo hoje?

— Sim, perdi o sono.

— A menina continua dormindo? — Acho que ele se referiu a minha atual colega de quarto.

— Sim. — Respondi. — Onde está a mamãe?

— Acho que ela ainda está na cama.

— Ainda?

— Acho que sim. Vai lá descobrir. — Me desceu para o chão.

— Não posso ficar aqui com você? Prometo não atrapalhar.

— Não, seu pai está tentando trabalhar.

Resolvi não insistir, pela primeira vez.

— Está bem.

Passei pela porta e corri para o quarto deles. Abri a porta devagarzinho, realmente ela continuava dormindo. Fiquei a observando por alguns minutos antes de tomar uma decisão. A cama era um pouco alta, o que dificultaria uma subida sem fazer barulho.

— E se eu… — Pensei sozinho, uma idéia atravessou minha mente no momento.

Rodei o lugar com meus olhos, até encontrar a mala azul de viagens de meu pai encostada na parede, era isso que eu precisava. Comecei a arrastá-la até a beirada da cama, onde eu iria subir nela para subir de uma vez na cama, porém, enquanto eu já colocava meus pezinhos em cima do apoio, fui assustado com uma voz do céu.

— O que você está fazendo? — Olhei para os lados, na verdade era minha mãe que tinha acordado e me visto.

— Bom dia, Mamãe! — Subi.

— Bom dia, Docinho de Leite. Acordou cedo. — Quantas vezes já ouvi isso hoje?

— Acordei antes de você. — Deitei ao lado.

— Quero ver fazer isso todo dia, então.

— Não! — Fiz biquinho.

— Então vou jogar água gelada pra te acordar. Qual é melhor? — Que maldade comigo.

— Nenhum.

— Então vou te deixar sem comer croassaints por 16 anos. — Me lançou um sorriso doce que só ela tem.

— Ah, mãe!

— Por 30 anos nesse caso. E se reclamar, só daqui 80 anos.

— O Jean disse que iria ver se conseguia me fazer um hoje.

— Vocês dois estão de complô contra mim.

— O que é “cumplô”?

— Complô é quando uma ou mais pessoas se unem contra uma outra.

— Mas por que estamos contra você?

— Porque eu acabei de dizer que não ía te deixar comer. — Isso era verdade? — E porque você não pediu um para mim.

Nós dois abrimos um grande sorriso. Depois ela me agarrou e começou a tentar morder minha bochecha.

 

***

 

Algumas horas se passaram, até aí muitas poucas coisas já haviam acontecido, como o café da manhã com croassaints e a ida da Mari para a casa dela. Isso é triste, pois poderíamos ter brincado mais. Continuando, depois houve o almoço e agora estou aqui, assistindo televisão no meu sofá. Por mais chato que isso pareça, é um desenho legal que está passando, com várias pessoas coloridas e poderosas.

Estava tudo calmo até a campainha tocar, o que se tornou algo comum para meus ouvidos. Continuei assistindo, até algo vir correndo em minha direção.

— Oi Adrikins!

— Oi Chloé.

Chloé é uma menina da minha idade que eu conheço desde sempre. A mãe dela havia ido para o céu fazia dois meses, e até aí ela não voltou mais aqui. Minha mãe me contou que ela havia ido morar com o pai dela, que é dono do hotel aqui da frente. Ela é uma pessoa legal. Só esse nome que eu nunca tinha sido apresentado.

— Quanto tempo.

— É verdade. Por que você não veio mais aqui?

— Estou morando com meu pai.

— Mas seu pai mora aqui na frente.

— Sim.

— E por que não veio mais me ver?

— Quis te deixar com saudade. — Me abraçou.

— Está bem. — Considerei a resposta. — Sinto muito pela sua mãe.

— Por quê? Ela me abandonou.

Isso magoou muito.

— O que? Quem te disse isso?

— Meu pai, ele sempre esteve certo. Ela queria apenas o dinheiro dele.

— Isso não é verdade, ela era do bem. — Infelizmente eu não tinha como provar, mas eu acreditava no que meu coração me dizia.

— Não, Adrikins, ela sempre foi do mal. Ela nunca me amou. — Os olhos dela ficaram vermelhos, escorria água deles. Isso partiu meu coração.

— Ela já disse isso?

— Não.

— Então não precisa ficar assim. — Tentei abraçá-la, mas ela se afastou.

— Desculpa, não posso ficar mais. — Enxugou as lágrimas. — Você já me fez muito mal hoje.

— Chloé, me escuta. Nada que falou é real.

— É mentira! — Gritou. — Por favor, me deixa. E tenta nunca mais tocar nesse assunto. — Saiu correndo, enquanto eu fiquei parado no meio do quarto.

— Chloé… — Suspirei baixo.

“Na vida, existem muitos obstáculos que devemos combater. Se a gente não aproveitar cada pedacinho dela, estes vão nos destruir por dentro, sem dó. Cada sorriso vale à pena.” Estas palavras grudaram na minha cabecinha, afinal, é o que minha mãe sempre me diz quando estou triste.

 

***

 

Muito tempo, horas na verdade, se passaram após essa visita inesperada. Eu já estava em minha cama, tentando dormir, mas minha cabeça explodia com tanta coisa nela.

Eu virava para um lado.

Virava para o outro.

E nada do soninho chegar. Ele deve ter perdido o relógio para demorar tanto.

Enquanto isso, meus ouvidos encontraram vozes vindas do corredor, vozes altas que provavelmente deviam ser de meus pais. Algo não estava certo, uma magia negativa passava em meus pensamentos.

A curiosidade falou mais alto e me levantei da cama, abri a porta devagarinho e saí andando na pontinha dos pés até chegar no quarto de meus pais. Fiquei observando por uma pequena abertura na porta, minha mãe estava sentada na beirada da cama enquanto meu pai andava de um lado para o outro, pisando forte.

— Gabriel, é necessário!

— Não, você diz que é necessário. Você não é obrigada a ir!

— Posso não ser, mas é para o bem de vocês dois. Se eu tivesse outra opção, eu escolheria. Porém ela não existe.

— E o Adrien? Esqueceu dele?!

— Claro que não, eu tenho que ir por ele. Ele vai entender.

— Ele é só uma criança!

— E nós somos dois adultos tendo uma discussão de criança. — Ela se levantou e ficou frente a frente com ele. Meus olhos doíam em ouvir tudo.

— Amélie…

— Vocês dois são os únicos amores de minha vida. Eu vou por vocês. E quando deram conta, já estarei de volta. — Colocou as mãos no ombro dele.

— Promete que vai voltar logo?

— Prometo.


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Notas finais do capítulo

#❤partido
E então, o que acharam? Cabeça explodindo? Pois bem, deixem suas teorias :)
Como eu disse, não irei dizer muito :)
A gente se vê no próximo capítulo com mais emoções! Beijos da Super Bugaboo ❤