Duas semanas depois.

Felicity Smoak.

— Bom dia, flor do dia. – Oliver cantou ao meu ouvido.

— Bom dia, bebê. – Gemi ao travesseiro.

Na cama eu sempre vou ser uma mulher espaçosa, e ele que se acostumasse com isso ou coloque outra cama de casal em nosso quarto, porque eu gosto do centro, e quando digo centro me refiro ao meio da cama literalmente, ele pode ficar com a beirada.

— Hora de acordar, você tem visitas para cumprir com Cait hoje, e digamos que ela é um pouco rigorosa em cumprir horários. – Ele informou com uma risada. Bufei sem querer sair do meu humilde conforto. – Vamos lá, já são dez horas.

— Não. – Neguei.

— Felicity....

— Você me degastou essas duas semanas que estamos casados. – Gritei abafado pelo o travesseiro. – Somos como dois coelhos Oliver, eu sei que o herdeiro tem que vim, mas você está adorando tudo isso.

— Estar dentro de você é a melhor coisa que pode ter me acontecido, e você já pode estar gravida, por isso deixe de preguiça, e agora levante-se como uma boa menina. – Disse batendo uma palmada na minha bunda.

— Argh. – Atirei meu travesseiro na cara dele.

Fiquei de joelhos ainda nua e me olhei no espelho que estava do outro lado do quarto. Meus cabelos para todos as direções como um ninho de passarinho, meus lábios inchados de beijos e outras coisas, e a cara amassada. Que horror, esse não é um belo dia para ser Rainha.

— Pareço a visão do apocalipse agora. – Arranhei querendo me esconder de novo na cama.

Mas meu marido foi mais rápido e me ergueu nos braços, tampei minha boca com a mão para que ele não me beijasse nessas condições. Não com o bafo de dragão, somos íntimos mais a intimidade para por ai.

— Você é linda de todas as maneiras. – Piscou com todo seu charme me levando para o banheiro.

— Obrghdhs!— Disse eu com a boca ainda tapada.

Ele franziu o cenho mais eu revirei os olhos e fui até a pia, escovei os dentes e lavei o rosto, mais eu precisava urgente de um banho, o cheiro de sexo ainda estava na minha pele.

— Obrigado. – Sorri solenemente.

— Venha menina bonita. – Oliver me conduziu até o enorme chuveiro e ajustou a agua para uma temperatura agradável. Gemi em êxtase e isso foi como um convite para que Oliver me erguesse nos braços e me desse um beijo faminto. – A única forma de escutar seus gemidos sem enlouquecer é quando estou fazendo amor com você, agora me beije. – Ordenou com rosnado baixo. – Minha Rainha!

Sorri e o beijei lentamente, mordendo seu lábio inferior e sugando-o como um pedaço de doce, ele fechou os olhos e me imprensou contra a parede, seu membro grande ficou mais duro o que me deixou mais molhada, além da agua que caia sobre nossos corpos, Oliver deslizou sua cueca para longe e em um movimento fluente ele me penetrou ao limite, eu gritei e mordi seu ombro. Eu sempre gostei do sexo, mas com Oliver é como se tudo fosse novo, não tem como explicar, quando mais você tem, mais deseja repetir.

— Sim! Sim! Oh Deus! – Eu cantarolei enquanto construí meu clímax. Oliver murmurou no meu ouvido e aumentou seus golpes. – Oliver, eu preciso....

Ele sabia como me levar até as estrelas e foi o que ele fez, com dois golpes poderosos, nós chegamos ao clímax, um de encontro com o outro, eu gritei uma última vez e fechei os olhos sentindo meu corpo estremecer e aperta-lo como se minha vida dependesse disso. Eu amo esse homem, e quando amo, eu amo de todas as formas possíveis.

— Eu quero ficar na cama com você e transar pelo o resto de nossas vidas. – Ofeguei como uma gelatina mole em seus braços. Ele estava me transformando em uma viciada em sexo.

— Adoro quando você só fala sujo quando estamos sozinhos. – Sorriu na curva do meu pescoço.

— Eu também. – Admiti ousadamente ainda desmaiada nos seus braços.

Como um bom companheiro ele me colocou no chão e lavou todo o meu corpo com uma esponja rosa, assim como meus cabelos, ele sorria e piscava para mim. Eu fiz o mesmo com ele e depois de um tempo estávamos prontos para o mundo. O mesmo que eu tentava fugir diariamente, afinal meu agressor ainda estava lá fora. E eu não queria morrer. Saímos em direção a sala de estar, me sentei perto de Cait.

— Felicity, sairemos em cinco minutos. – Cait disse. Todos já tinham tomado café, o que fez Oliver me levar até a cozinha e comer um banquete pessoal. Agora eu estava lendo um livro no sofá esperando uma Cait mamãe terminar de amamentar a Kate.

— A onde vamos exatamente? – Questionei suavemente.

— Como a nova Rainha, você cumprirá tarefas, o que a Rainha Moira não fará mais, a não ser a reuniões de chá que ela terá com as anciãs da cidade. – Deu de ombros. Ela gemeu e fez uma careta voltando seu olhar para Kate, que discutia com seu peito.

— O que foi? – Eu era leiga para essa coisa de mãe, sempre que peguei algumas noites de babás pela a cidade, era criança maiores como de cinco a oito anos e não bebês.

— Ela está me mordendo, seus dentes estão saindo. – Respondeu com suspiro de dor.

— Oh! – Eu não estava gostando dessa conversa.

— Digamos que quando você se torna uma mamãe saberá como certas coisas são difíceis de se lidar. – Sorriu para mim. Revirei os olhos para ela.

— Como foi amamentar os gêmeos?

Estremeci ao pensar nos dois mordendo ao mesmo tempo. Eu sou fraca em relação a dor e isso era assustador para mim.

— Jax mamou até os dois anos, ele quase nunca me mordia e era sempre tão lindo tê-lo nos meus braços, já Max sempre foi o levado, foi aquele que andou primeiro, que falou primeiro, e que só mamou até os cinco meses, mesmo assim ele é como o pai, sempre me procura quando está dengoso. – Disse com outro suspiro afastando um pouco Kate.

— Como o Tommy pediu sua mão? – Pergunto um pouco curiosa sobre o casal.

— Eu tinha acabado de receber meu diploma, ele levantou-se e gritou se eu queria casar-me com ele, incialmente achei que fosse piada, mas quando encontrei seus olhos ele queria aquilo tanto quanto eu, então eu gritei sim. – Ela sorriu com a lembrança. – Dois meses depois eu estava casada com Tommy.

— Onde você sua lua de mel? – Questiono mais curiosa. Afinal minha lua de mel foi no palácio, porque Oliver tem receio que alguém nos ataque longe do castelo. Enquanto o assassino não for pego, não vamos a lugar algum. O que era uma merda, porque eu queria que ele me levasse para todos os lugares do mundo.

— A família Queen possui uma ilha no caribe, fomos para lá como presente de casamento, Tommy resolveu andar para todos os lados pelado, com a desculpa que ninguém veria nada. – Ela gargalhou fazendo Kate resmungar com as pernas agitadas. – Foi quando uma senhora com seu filho chegou de lancha com alguns suprimentos para nós dois, ela xingou e gritou Tommy até seu filho dar a curva com a lanche, para nunca mais voltar.

— Meu Deus! – Eu cai na risada até que lágrimas mancharam minha visão, eu poderia imaginar toda a cena na minha cabeça. Tommy as vezes aparentava ser meio louco.

— Era uma ilha, como eu iria imaginar que aquela senhora apareceria para dar de cara com uma bela visão do paraíso. – Tommy entrou na sala e se defendeu. Ele sorriu e fez uma reverencia formal a mim. – Rainha, espero que minha esposa esteja lhe agradando com nossa adolescência.

— Você não me chamou de velha, chamou? – Cait engasgou fuzilando-o marido com o olhar. – Eu estou na flor da idade ainda. – Passou as mãos sobre o cabelo.

— Querida, você deixa qualquer mulher no chinelo, desculpe por isso, minha Rainha. – Ele piscou para mim com charme e sentou-se ao lado de Cait.

Foi quando eu notei que ele não estava vestido com formalidades como seu terno de trabalho ou outros modelos, Tommy estava apenas com uma camisa polo preta, jeans surrado e um par de tênis comum. Ele parecia um menino virando homem. E não o conselheiro do palácio pai de família.

— Hoje eu estou de folga. – Ele respondeu meus pensamentos pegando Kate para si. – Hoje o papai é todo seu, borboleta.

Kate gritou. Sorriu. Falou palavras sem nexo em direção ao pai. Ela ainda estava de pijamas de bolinhas rosa, uma pantufa muito fofa de unicórnio com uma touca de lã também rosa caindo para um lado. Meu coração derreteu mais um pouco, ver uma família tão bonita assim, me fez desejar que meu próprio bebê estivesse a caminho.

Sem pensar coloquei minha mão sobre meu ventre e pedi a Deus que escutasse minha prece, eu gostaria de dar esse passo com Oliver.

— Lembre-se nada de chocolates para ela, seu estomago está um pouco agitado hoje. – Cait disse ficando de pé e ajeitando seu vestido florado. – E não deixei de buscar os gêmeos na escola.

— Mulher, eu criei gêmeos com você, somos campeões nisso já. – Tommy bufou, colocando Kate no seu quadril. Ele olhou para Cait como se ela fosse a única pessoa que amou no mundo, era algo muito bonito para ver.

— Eu te amo. – Ela sorriu beijando Kate na bochecha. – E você também. – Ela também beijou Tommy, inicialmente com um selinho até que ele a beijou com mais intensidade.

— Hum, chega vocês dois, eu e a Kate já vimos o bastante. – Chiei levando Cait para longe.

— Eu o amo tanto. – Ela suspirou feliz ao meu lado.

— Mulher eu posso ver isso, apenas me leve para o compromisso. – Bufei sendo arrastada por ela até o carro.

Sean, Shaw e Diggle, estavam nos esperando, eles seriam nossos guarda costas pelo o resto dos anos talvez, mesmo que eu não tivesse mais uma ameaça eminente, eu era a nova majestade, minha vida sempre estaria em risco, é triste eu sei, mas jamais deixaria de seguir Oliver pelo o mundo.

[.....]

Oliver Queen.

— Merda, então não temos nada. – Gritei batendo os papeis sobre a mesa. Tudo isso estava me tirando a paciência.

— Shiiiiiii, pare de gritar. – Sibilou Tommy balançando uma Kate sonolenta nos braços. – Ela está agitada hoje por causa dos dentes.

— Da...Da. – Choramingou Kate com olhinhos fechados e bochechas coradas, meu coração derreteu mais um pouco por ela. Assim como foi com os gêmeos quando eles tinham sua idade, hoje são dois pestinhas, no entanto.

— Estou aqui. – Tommy beijou sua testa e colocou uma chupeta em seus lábios, onde ela começou a morde-la e acalma-se.

Olhei para Tommy acalentando Kate em seus braços e suspirei. Eu quero ter meu bebê em meus braços em breve, meu pequeno herdeiro para educa-lo como que eu quiser, para que no dia de amanhã ele possa ser o melhor Rei como seu avô foi e que serei a partir de agora. 

— Alteza. – Um dos guardas entrou nervoso na sala. – Desculpe a interrupção, mas a Rainha Sophie exige sua presença, eu tentei impedi-la, mas....

— Saia, seu idiota, ou ordenarei que você seja jogado no calabouço. – Ela rosnou entrando na sala e empurrando meu pobre guarda para longe. Lancei um olhar mortal para ela que foi ignorado.

O guarda tropeçou e saiu com uma reverência desajeitada. Sophie ajeitou seu casaco de pele e cruzou os braços sobre o peito, levantando seu decote mais para cima. Hoje ela estava vestindo jeans e camiseta, sem coroa, antes a visão de seu corpo esculpido poderia ter me dado algum tipo de tesão, hoje tudo que sinto é tédio.

— Você é a Rainha do reino britânico e não do meu palácio, então sugiro que recolha suas garras e mantenha-se quieta, aqui eu sou o seu Rei e ordeno que você não maltrate meus soldados ou qualquer pessoa no meu reino. – Rosnei para ela.

Sophie se recusa a volta para casa agora, ela já está me incomodando bastante com suas merdas.

— Fiquei sabendo que sua querida esposa está sendo ameaçada. – Sorriu me alfinetando, com olhar entediado começou a andar pela a sala como se fosse dona do lugar. Olhei para Tommy que deu de ombros e puxou Kate contra seu peito, de maneira protetora, ele tinha receio que sua filha fosse envenenada pelo o olhar daquela mulher.

— Ela é a nova Rainha acima de tudo, e sim, tem alguém corajoso o bastante, que está ameaçando-a e pisando meu território. – Cerrei os dentes. 

— Bom.... Se essa ameaça está atrás da Rainha é porque ele quer algo dela e não de você. – Ela disse voltando-se para mim. – Se fosse por você seria apenas sequestro.

— Como você tem certeza disso? – Perguntei desconfiado.

— Porque eu sou ameaçada todos os dias pelo os rebeldes, é claro que sei do que estou falando. – Bufou jogando os cabelos para o lado. Suas ondas negras era como cobras prestes a dar o bote. – Sugiro que você comece sua investigação pelo o passado da Rainha. – Ela sorriu maldosamente.

— Você....

— O primeiro homem que tentou me matar foi um homenzinho jovem que pensou que eu seria dele para sempre, como eu me casei com outro, ele tentou me matar por vingança. Então quem quer seja que esteja a trás de sua "amada" – Fez aspas com os dedos e me olhou dentro dos olhos. – Não gostou dela ter sido tirada dele para se casar com você.

— Felicity teria me contando, se houvesse alguém assim na sua vida, eu sei que ela teve um namorado na faculdade, mas não era como se ele tivesse sido uma ameaça. – Rosnei porque a vida íntima da minha mulher não era da conta de ninguém.

— Oliver. Oliver. – Estalou a língua sorrindo. – Sempre tão ingênuo.

— Não escute essa mulher. Algo me diz que ela não está muito feliz em não entrar nas suas calças mais uma vez. – Tommy bufou, e ajeitou Kate que olhou para Sophie com medo. Ele sentiu o clima ficar mais tenso e se afastou com Kate para a porta. – Eu vou dar banho na minha filha, se me dão licença, majestade. – Ele reverenciou a mim. E revirou os olhos para Sophie antes de sair. Olhando para ela, vejo que não gostou muito de ser ignorada como Rainha e no fundo eu temia pelo o meu melhor amigo. 

— Eu tenho fontes. – Ela piscou e analisou suas unhas. – E um passarinho me contou que Felicity Smoak antes de casar com você teve uma vasta lista de namoradinhos malcriados.

— Cale-se, ou eu juro que cortarei sua língua. – Ameacei ficando na sua frente com dois passos. Eu podia sentir meu sangue fervendo nas veias e por pouco eu não a estrangularia agora mesmo.

— Qual é o medo, Oliver? – Desafiou sem perder a batida. –Sua esposa não é nenhuma Santa, ela teve sua cota de homens inúteis. – Sorriu contente me fazendo fechar as mãos em punhos. Pensar que outro homem tocou Felicity me deixava insano.

— Sophie você tem três horas para sair da minha cidade por vontade própria, caso não siga minha ordem, mandarei meus guardas escolta-las até seu reino. – Eu disse com o veneno sendo claro como o dia para ela que arregalou os olhos e deu passo atrás. – Sugiro que comece a correr antes que seja banida e declarada como inimiga. Sou o novo Rei agora, e meu primeiro mandado será esse, você sabe do que sou capaz.

— Você.... Não seria capaz. – Seu medo era palpável.

Nós temos um vínculo de produção pelo o país, por causa de nossos desenvolvimentos tecnológicos, e acabar com isso seria como ir à falência ao seu reino, o meu Reino suportaria a quebra de vinculo por ser o mais qualificado e exportador para qualquer outro lugar no mundo.

— Sou, então não me teste. Você não é ninguém aqui, então vá. – Apontei para saída. – Agora! – Lati fazendo-a vacilar. Ela me olhou com ódio e se afastou bufando e pisando duro. Mas antes de partir ela não poderia deixar de escapar um pouco mais de veneno.

— Ela teve um namorado meio psicopata, que a perseguiu depois que eles terminaram, seu nome é Billy Malone, detetive dessa sua cidadezinha medíocre. E também teve um namorado chamado Cooper, preso pelo o FBI acusado por alguma merda de hackers maligno, mais ele morreu muito tempo depois que terminaram. É acho que sua preciosa esposa não contou nada disso para você antes de se tornar a Rainha, até mais ver, idiota. – Rosnou batendo a porta com força.

Com raiva virei a mesa, deixando todos os papéis caírem no chão, assim como todas as outras coisas, eu queria matar alguém, mas antes eu precisava de respostas, peguei meu celular e fiz algumas ligações.

(........)

Felicity Queen.

O dia tinha sido produtivo, Cait me mostrou lugares que eu nem conheço, visitamos centro de tratamento contra do câncer, orfanatos e asilos. Ver aquelas pessoas me motivou a ser uma pessoa melhor para essa cidade, e sempre ajudá-los sem falhar. Vejo que ser Rainha não é só um título ou ser a esposa do Rei, mas sim ter um propósito, ser alguém melhor para que o futuro seja algo seguro e melhor para se viver.

— Majestade. – Jax e Max correram assim que entrei no palácio. Cait tinha ido direto para casa, contornando o jardim.

Sorri ao vê-los vestidos com pijamas de panda. Eles eram tão iguais que não tinha como diferencia-los naquele momento.

— Olá, pequenos pandas. – Sorri e o guarda real fechou a porta para mim com um pequeno estalo. Olhei para todos os lados, mas além dos gêmeos tudo estava realmente silencioso. – Onde está todo mundo?

— O antigo e Rei e Rainha já se recolheram. Papai está com a Kate em nossa casa. – Um deles respondeu virando-se para olhar o corredor. Foi então que notei o seu nome bordado nas costas do seu pijama. Jax. – Kate está incomodada por causa dos dentes, será uma longa noite hoje. – Refletiu com suspiro.

— Nem me fale, o quarto dela é ao nosso lado. – Max bufou.

— Tenham compaixão da sua pequena irmã. – Sorri acariciando a cabeça de ambos.

— Nós temos, até o momento que ela começa a gritar e acordar os mortos. – Max sorri mostrando suas covinhas. Seus olhos azuis brilham para mim e eu suspiro.

— Temos que ir, mamãe ficará louca se não estivermos em nossas camas. – Jax disse começando a puxar seu irmão pelo corredor.

— Tenha uma boa noite, Rainha. – Max gritou antes de desaparecer com seu irmão pelo o corredor que daria para o fundo do palácio. Balancei a cabeça e segui para as escadas subi apressadamente e caminhei até o final do corredor esquerdo que daria para meu quarto e de Oliver. Assim que cheguei notei que as luzes estavam apagadas. 

— Oliver. - Chamei ao entrar no quarto.

Uma luz acendeu e notei que era ao lado da sua cabeceira, mas ele estava sentado em uma cadeira de madeira. Seu cotovelo apoiado na mesinha ao lado, sua mão estava em seu queixo, sua camisa de botões tinha dois botões abertos e sua gravata estava toda desajeitada. Sem sapatos com jeans escuro. Mas não foi seu corpo despojado que atraiu, foi seus olhos azuis que pareciam.... Sombrios. Um vento soprou pela a janela aberta me causando arrepios.

— Como foi seu dia? – Perguntou bebericando um copo com algo.... Talvez uísque devido a cor âmbar.

— Bom. – Engoli em seco sem ter muito o que dizer. Ele não estava acolhedor como nos dias normais em que entro no quarto e ele vai logo me beijando ou sorrindo.

— Que bom, porque o meu foi uma merda. – Sorriu terminando sua bebida e esfregando os olhos como se algo o perturbasse.

— O que houve querido? – Questionei tentando me aproximar dele.

— Por que não me contou? – Retrucou bruscamente ficando de pé e se afastando. Recolhi minhas mãos estacando no lugar.

— Não me contou o quê? 

— Que tem um ex namorado louco, que tentou assedia-la várias vezes, e que tem uma maldita ordem de restrição para ficar longe de você. – Disse com raiva. Merda! Billy. – Eu liguei para sua mãe, eu perguntei e ela confirmou tudo, pensando que você tinha me dito a verdade!

— Oliver, eu iria te contar, por favor.... Só me escuta. – Pedi trêmula.

— Quando? No dia que pedi você em casamento? No dia em que nos conhecemos? No dia em que nos casamos? – Bufou irritado. – Eu vim limpo com você, eu disse a você tudo que precisava saber sobre mim, e todo esse palácio, você quase morreu a primeira vez, e nunca passou pela sua cabeça que poderia ser a porra do seu ex namorado LOUCO, que estivesse envolvido, antes de você casar comigo ele invadiu sua casa!

— Sua ex namorada também tentou me matar! – Gritei. 

— Mas ela está morta agora, e você sabia sobre ela todo o tempo, sabia que Helena era uma ameaça, todos nós proibimos sua entrada no palácio, e eu não dormi durante dias com medo que você fosse machucada, nunca deixei você no escuro. – Disse com pesar. – Eu não era nenhum santo, mas fiz tudo para proteger você, mesmo assim você me deixou no escuro. Isso me feriu duramente.

— Oliver, eu não contei sobre o Billy porque tive medo que seus sentimentos por mim mudassem. – Suspirei machucada. - Eu não queria que você me visse como qualquer mulher que você já teve, Billy me traiu e eu o coloquei no meu passado. – Esfreguei meus braços sentindo frio. – Por favor, não foi para proteger ele ou por outro motivo, eu só não queria ser comparada.

— Não, você não confiou em mim. Eu jamais veria você como qualquer mulher que já estive, porque eu nunca teria me casado com você se eu fosse esse tipo de bastado. Você é uma mulher linda e confiante, os homens antes de mim não eram importantes. Mas se sua segurança vem em primeiro lugar não só para mim como para o império eu merecia a verdade. – Balançou a cabeça em negação, um sorriso triste formou-se em seus lábios. – Foi o que me machucou malditamente profundo, Felicity. – Disse suave. Aquelas palavras me feriram. Doeu como um ferro marcando minha pele. – Nosso casamento nem começou direito, você não pode confiar. 

— Oliver, por favor. Eu confio em você com minha vida, eu não quis mentir para você. – Eu disse com lágrimas nos olhos. Meu coração acelerou loucamente. Ele é o único que pode me amar como pode me destruir. E isso era assustador.

— Eu preciso pensar. – Sussurrou passando por mim apressadamente para a porta.

— Você não poder pensar aqui? No nosso quarto, devemos conversar sobre tudo. – Eu preciso convence-lo de que errei, mas não foi por maldade. E que Billy era algo que eu precisava manter a distância. 

— Não, preciso fazer isso sozinho, e agora estou chateado com você, eu vou para o quarto de hóspedes. – Disse batendo a porta. 

Pressionei uma mão na boca e outra no peito. Minhas lágrimas desceram por meu rosto. Vê-lo me deixando sozinha, me deixou triste, eu fui ingênua em pensar que Billy não me traria mais infelicidade.