Emotional Context escrita por Raura


Capítulo 2
Flautista de Hamelin


Notas iniciais do capítulo

E vamos a mais um capítulo!

Façam uma boa leitura!



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Amará e odiará sem dar disso demonstração e olhará com impertinência o amor ou o ódio que receberá em troca” – Emily Bronte

 

Arrumar alguém para dividir o apartamento acabou sendo mais fácil e menos complicado do que imaginei. No mesmo dia em que fui até a rua Baker olhar o imóvel, conheci o ex-médico do exército: John Watson.

Não é como se existisse um botão onde eu podia ligar, e contrário a maioria das pessoas que não gostavam das minhas deduções certeiras, John ficou maravilhado – e na maioria das vezes verbalizava isso.

Claro que Mycroft se intrometeu na minha vida tentando subornar John para ser minha babá. Meu irmão era arrogante, invasivo, petulante, talvez por praticamente ser a personificação do governo britânico –  a única coisa que impedia seu ego de ser maior, era a falta de uma coroa na sua cabeça.

Pelo menos ele não interferia nas minhas investigações.

O detetive inspetor da incompetente Scotland Yard, Lestrade, sempre me procurava para ajuda-lo com os casos que polícia de Londres não dava conta de solucionar. Lestrade era o menos pior deles, bom, pelo menos ele sabiamente ouvia minha opinião, ao contrário dos seus dois irritantes colegas de departamento: Anderson e Donavan.

John passou a me acompanhar nas cenas dos crimes, volta e meia ele expressava seu horror diante de muitas de minhas atitudes – como quando ele descobriu sobre a morfina e cocaína. John fez um barulho desnecessário, eu sabia o que, como, quanto e quando usava, não era um viciado sem noção, apenas um eventual usuário.

Eu devia ter previsto que John também desaprovaria meu comportamento.

— Por que faz isso com ela? – John perguntou após Molly sair do laboratório.

— Isso o quê? – parei de misturar as coisas no tubo de ensaio e rapidamente o olhei. John olhou para cima inspirando o ar com uma força desnecessária.

— Não se faça de bobo.

— Está achando ruim porque fiz Molly buscar café? Devia ter aproveitado e pedido um para você.

— Sherlock!

— O que?!

— Você se aproveita que dela só porque ela está encantada com você. – disse por fim em tom de repreensão.

— E daí? – John e seus sermões... Coloquei o tubo no suporte e cruzei os braços o encarando.

— Oras, como assim ‘e daí?’

— Já que ela se dispõe a ir buscar, por que não me aproveitar disso?

— Você só se importa que façam o que você quer, mesmo se precisar usar de falsa simpatia, danem-se os sentimentos das pessoas, o importante no final é ter sua vontade feita.

— Muito bem resumido Watson.

— Céus! – achei que John tinha terminado com sessão ‘hora do sermão do sociopata’, pelo contrário, ele abriu a boca para continuar. — Sabe, agindo assim você me lembra daquela história do flautista que encantava ratos para livrar a cidade deles, no seu caso, você encantou a rata de laboratório para fazer suas vontades.

Não consegui impedir que um sorriso se formasse em meu rosto por John chegar a mesma comparação que meu irmão.

''Ganhou a lealdade de Molly Hooper rapidamente. Sempre soube que você gostava de animais de estimação, irmão meu, mas um ratinho de laboratório?" Mycroft dissera um dia em meu apartamento, provavelmente após interrogar pessoalmente a jovem legista sobre o tipo de ligação que ela tinha comigo.

Segundo meu irmão, se pegasse a essência da história, até que daria para aplicar a situação. Na época Molly ainda não tinha me ouvido tocando para o conceito ser literal, mas a ideia era válida, bastava alterar para o violinista que encantou a rata de laboratório.


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Notas finais do capítulo

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