50 Tons de Mentiras escrita por Carolina Muniz


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

oooi, vou responder os comentários logo logo, prometo ♥, segue mais um cap, espero que curtam



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♥ Capítulo 16 ♥

"Estou tentando, mas continuo caindo, eu grito, mas nada funciona, estou dando tudo de mim e eu sei que a paz chegará, eu nunca quis precisar de alguém, sim, eu queria bancar a durona, pensei que podia fazer tudo sozinha e se você me deixar ir eu vou flutuar até o Sol, eu sou mais forte porque você me enche, mas quando o medo vem e eu fico à deriva do chão... Tenho a sorte de ter você por perto."

— Helium - Sia 

➰➰➰

Ana deu uma pequena mordida na fruta em sua mão, mastigando devagar logo em seguida e então engolindo com certa dificuldade. Tudo sob o olhar atento de Christian sentado ao seu lado.

— Satisfeito? - ela questionou com desdém.

— Ainda não - ele respondeu seriamente.

Ana revirou os olhos.

— Odeio quando faz isso - ele bufou. - É falta de educação, sabia?

A morena deu outra mordida na fruta, dessa vez maior.

— O que? Revirar os olhos? - questionou enquanto mastigava.

— E falar enquanto mastiga também.

— Sabe que você não tem moral para falar sobre educação comigo, né? - ela rebateu.

Christian suspirou.

— Você nunca vai esquecer, não é? - ele perguntou retoricamente, num tom exausto e até arrependido.

— Você esqueceria? - ela devolveu, fazendo-o encará-la. - Se fosse ao contrário, você esqueceria?

— Eu não consigo imaginar algo assim - ele admitiu após um segundo ponderando.

Ana balançou a cabeça e outra mordida na maça, agora sem ao menos perceber.

— O tio Carrick é legal demais para ser tão cretino como a Elena - ela comentou. - Porque ela é uma cretina, você sabe, né? Ela é tipo a pior vadia do mundo com direito a psicopatia.

— Ana...

— Eu juro, Christian, se você defender ela, eu nunca mais olho na sua cara. Eu acho que eu desistiria do casamento da Mia só para não ter que olhar para você - ela vociferou.

Christian passou a mão pelo cabelo numa mania e a olhou de cima a baixo.

— Você se sente melhor? - questionou.

Ana semicerrou os olhos e deu a última mordida na maça, sendo surpreendida quando Christian a tirou de sua mão e se levantou para jogar no lixo.

— Sim - respondeu sem reação.

Ele voltou a se sentar ao seu lado logo depois.

— Sua amiga chega hoje? - questionou ele.

— Já deve estar chegando. Por que?

— Não vou deixar você sozinha - ele respondeu simplesmente.

Ana abriu a boca e então a fechou.

— Sério, por que está fazendo isso? Não é porque eu sou filha da Elena, né? Deus me livre você querer ficar cuidando de mim porque se sente na responsabilidade de ser meu pa...

— Para! - ele riu alto. - Você pensa cada coisa, garota. Seu pai, Deus, que horror - ele continuou rindo.

E Ana queria muito não gostar da risada dele. Ela queria muito odiar aquele som ou o jeito que os olhos dele brilhavam quando sorria.

— Para de rir - ela pediu. - Você é que está agindo estranho, quer que eu pense o que?

Christian a encarou e tirou uma mecha de seu cabelo dos olhos, colocando atrás de sua orelha, deixando Ana se sentir esquisita.

— Por que você não pode parar de me tocar? - ela se afastou e só de pirraça tirou o cabelo de onde ele tinha colocado, deixando cobrir seus olhos novamente. - Se vai ficar aqui até a Kate chegar, saiba que tem regras e a primeira e mais importante é não me tocar.

— Por que não?

Ana desviou o olhar por um segundo, pensando em sua resposta.

— Ué, porque não. Não preciso de um motivo, o corpo é meu, eu decido quem toca.

— Você é assim com todo mundo ou eu sou especial? - ele disparou.

— Você não é especial para mim nem na fila do ódio.

O que ela podia fazer? Estava nervosa, e sempre que ficava nervosa se tornava verbalmente agressiva.

Foram exatos três segundos de silêncio até que o barulho da chave na porta fizera os dois encararem a madeira, e logo Kate entrou no apartamento falando ao celular.

— Eu entendo que não seja tão importante, mas realmente acho que vale a pena, podia ser uma coisa livre... Ana - a loira parou quando viu a amiga no sofá com Christian ao seu lado. - Posso te ligar depois? - questionou ao celular e então encerrou a ligação.

Christian se levantou sob o olhar atento de Kate sobre Ana.

— Está tudo bem - a morena garantiu. - Christian só me trouxe... Hã, eu estava um pouco enjoada.

Kate balançou a cabeça.

— Obrigada, Christian - a loira agradeceu o outro como uma forma de responsabilidade sobre a amiga.

— Não foi nada. Eu tenho que ir - ele falou, logo indo em direção a porta. - Boa noite.

— Obrigada de novo - a morena falou pela primeira vez na noite sem nenhuma pitada amarga no tom de voz.

Assim que a porta de fechou, Kate se sentou ao lado de Ana.

— O que aconteceu? - disparou.

— O que eu disse: estava um pouco enjoada e ele me viu. Foi só isso, nada demais, já estou bem.

Kate franziu o cenho desconfiada.

— Eu vou tomar um banho, estou com sono - a morena salientou, levantando-se em seguida. - Boa noite, amo você.

— Também te amo - a loira devolveu, seguindo a amiga com o olhar.

Ana claramente havia tido uma crise, e Kate não sabia até onde aquilo iria levá-las.

A noite passou e mais um dia se foi, logo outro começou e já estava em seu fim novamente. Ana havia ido com Mia e Grace escolher o lugar da festa, a garota bateu o pé que não queria que fosse na mansão.

Bem, ela podia fazer uma festa onde quisesse, então Ana apenas se deixou levar para os tantos sítios e lugares enormes que foi obrigada a ir com a garota e Grace.

Kate estava indo bem em seu estágio, até mesmo havia assinado em uma matéria, mesmo que tivesse sido uma ajuda e não sozinha, já era algo grande pelo que Ana entendeu.

Tudo estava indo perfeitamente bem, Ana não via Elena com frequência mesmo que estivesse o tempo todo na Mansão Grey e até que não estava se sentindo desconfortável com Christian, já havia o visto duas vezes desde o noivado de Mia e as únicas palavras que trocaram sem ser por educação foi a pergunta dele se ela estava bem e sua resposta de concordância.

Tudo estava bem até aquela quinta, quando Ana passou o dia inteiro fora de casa e a tarde prometeu que ajudaria Mia com o vestido das madrinhas.

Então, após encerrar uma ligação rápida com Linc, a morena trocou de roupa e seguiu para a Mansão Grey, combinando de buscar Kate no trabalho mais tarde.

— Eu adoro salmão, mas admito que é clichê - Mia comentava enquanto folheava as páginas de mais uma revista.

As duas, junto de Grace e Megan - outra amiga de Mia - estavam na área da piscina, o sol dando seus sinais para deixar aproveitar o dia ao ar livre.

— Vermelho também é clichê, azul é perfeito. Um royal mas com vários tons - Meg falou.

— Acho que você não deve pensar nessas coisas, Mia, o que você gostar é o que tem que fazer, não importa se as outras já fizeram. Todo mundo já fiz tudo - Ana opinou para o desagrado de Megan.

— Ana está completamente certa, é o seu casamento, você é quem decide, amor, não importa se é repetido.

Mia sorriu para Ana.

— Ai, mas é tão difícil escolher uma cor, é muita coisa.

— Estamos aqui para te ajudar, amiga - Megan garantiu, pegando as mãos da garota, fazendo-a ficar de costas para Ana.

A morena franziu o cenho, mas apenas continuo folheando a revista em sua mão. Não estava se sentindo bem, então não tinha paciência alguma para ciúmes. Sentia novamente uma dor de cabeça terrível, do tipo que você se acostuma, mas que odeia. Precisava se deitar e dormir, esquecer o estômago que parecia um trator nos últimos dias e até havia a obrigado comer mais de uma fruta de manhã.

Era seu corpo que estava mudando, ela precisava de mais nutrientes do que antes, e mesmo que comesse calorias e depois gastasse energia, o mínimo não era mais o suficiente ultimamente.

Ana tirou os olhos da revista e mirou a água límpida da piscina, tentando se focar além da dor de cabeça que sentia. Mas estava difícil, até as palavras de Mia ao seu lado parecia fazer piorar.

Precisava beber alguma coisa.

A morena pediu licença e se levantou, seguindo para dentro da casa pelos fundos onde dava direto para a cozinha. Sua intenção era abrir a geladeira, porém, uma vertigem a fez se apoiar na parede, fechando os olhos automaticamente pelas pontadas na cabeça.

— Ana – Mia chamou quando percebeu a garota parada.

— Querida, está tudo bem? – Grace questionou, já se levantando e caminhando em direção a garota.

Ana queria se virar e dizer que sim, mas não conseguiu ao menos manter o própria corpo em pé quando tudo girou mesmo com os olhos fechados.

A morena abriu os olhos e mirou a brancura do teto acima de si. Não estava em seu quarto. Ela sentiu a cabeça latejar e um leve desconforto em seu braço, onde tinha um equipo de soro.

Lembrava de flashes em que ficou muito fraca e tudo se tornou escuro, de repente não tinha nenhum controle sobre seu corpo e sua mente, gritos ao longe vindo de Mia e Grace... e então tudo acabou.

Ela havia desmaiado?

A primeira e única vez que Ana havia desmaiado estava no internato na Inglaterra, e um dia depois de ver a Drª Vieras todos os dias durante um mês inteiro.

Ela aprendeu a controlar seu corpo e sua mente, ela sempre sabia quando iria desmaiar, mas daquela vez foi tão de repente que até aquele momento não sabia como aconteceu.

Ana se sentou na cama no momento em que uma batida na porta foi audível. Ela não responde, mas quem quer que fosse entrou do mesmo jeito.

Era Grace... e Elena.

As duas caminharam para a cama de Ana e um médico entrou logo atrás.

— Como se sente, querida? Nos deu um susto – Grace falou, amorosa como sempre.

— Não imagina como me senti quando Grace me ligou dizendo que você estava no hospital – Elena comentou.

Ana a encarou por um segundo e então se voltou para o médico que esperava pacientemente ao pé da cama.

— Eu me sinto melhor – falou.

— Srta. Lincoln, eu sou o Drº Hasting, o médico que te atendeu essa tarde – começou o homem.

— Pode me chamar de Ana – falou a morena.

O outro sorriu e assentiu com a cabeça.

— O que ela tem, Daniel? – Grace questionou o homem, mostrando conhece-lo.

O médico suspirou.

— O que Ana teve foi uma queda muito grande de glicose no sangue, nós aplicamos dez miligramas de glicose no soro já glicosado, o que a fez reagir instantaneamente.

— Mas por quê? – foi Elena quem questionou.

— Ana está com uma quantidade minimamente preocupante de nutrientes e açúcar no sangue para sua idade, o peso também não está ideal, mas o que mais deve ser focado agora é o seu sistema funcional, precisamos fazer alguns exames para ter um parâmetro do que está acontecendo com seu corpo, pois parece que existe um mal funcionamento, não sabemos se é algum órgão ou a sua própria alimentação...

Dizer que Ana simplesmente parou de ouvir a partir do momento em que o médico disse "o peso não está ideal" era um eufemismo. Ela sempre esteve no limite mínimo e nunca teve problemas com aquilo, aquele ali era só mais um médico querendo coloca-la no próprio padrão dele.

Já era bem tarde da noite quando Ana finalmente foi ouvida e a liberaram para ir embora, pois a garota alegava que com certeza preferiria passar a noite em sua cama e não em observação num hospital, já que ela estava bem.

E Kate estava ali, prometendo que cuidaria de tudo severamente quando o médico passou uma dúzia de vitaminas para Ana tomar. E já irritada com a insistência de Elena em querer leva-la para sua casa, ela seguiu para o carro a passos firmes, sendo obrigada a deixar a loira a leva-la para seu apartamento junto de Kate – que também não gostou daquela decisão.

As duas amigas se sentaram no banco de trás junto a mulher enquanto o motorista – que Ana não conhecia – dirigia pelas ruas de Seattle.

— Por que você veio aqui? – a morena questionou à mãe.

— Como por que? Sou sua mãe...

— Ah, não começa com isso! O que, achou que eu estava morrendo?

— Você só pensa mal de mim, não é?

— Você nunca me deu motivos para pensar bem.

As duas discutiam num tom baixo, mas Kate apertou a mão de Ana, fazendo-a levantar uma das sobrancelhas em questionamento e petulância.

— Quer saber? Faz o que você quiser – a loira vociferou de repente, soltando a mão da outra e mirando a estrada com a expressão mais do que cansada.

Ainda assim, Ana não respondeu mais sua mãe, e o caminho foi desconfortavelmente silencioso até seu apartamento, onde ela apenas saiu do carro sem se despedir.

— Faça ela tomar as vitaminas, por favor, o médico disse que é realmente importante – a loira disse à Kate antes da garota sair do carro.

A morena escutou o pedido, mas se manteve impassível.

Só o que faltava agora era Elena querer dar uma de mãe preocupada!

— Eu acho que de qualquer forma ela é sua mãe – Kate falou quando entravam no elevador e viu a expressão da amiga.

Ana bufou baixinho e não respondeu, extremamente cansada. Só queria dormir e esquecer que aquele dia existiu.

Kate entrou no apartamento lendo o rótulo de um dos tubos de vitamina enquanto Ana entrou atrás já trancando a porta.

— Você toma uma agora e então só 6h – a loira falou.

— Ah, não, valeu – Ana respondeu, escovando o cabelo com os dedos, preparando para amarrá-lo no rabo de cavalo.

— Como assim "não, valeu"? – Kate questionou, tirando os olhos do rótulo.

— Eu já tomei essas coisas antes, isso abre o apetite de um jeito horrível, sem contar que engorda para caralho, não vou tomar esses troços – ela sentenciou enquanto colocava o elástico no cabelo.

— Ana, não importa, é para te ajudar.

— Eu estou bem – a garota disse simples ao se abaixar para retirar os sapatos.

— Está bem? Você estava no hospital há meia hora por que está bem?

— Foi um exagero terem me levado – ela revirou os olhos.

— Seu açúcar baixou, você podia ter tido uma parada ou algo assim.

— Era só comer um docinho.

— Você estava inconsciente!

— Agora sabemos que é só injetar dez miligramas de glicose e tudo bem.

Kate abriu a boca, indignada.

— Você não existe... Não, você não está bem, ninguém... Ana, você precisa de ajuda, ta? – a loira se aproximou dela, segurando suas mãos nas próprias.

— Amiga, eu sei o que eu estou fazendo – a morena suspirou, contornando a garota e se sentando no sofá.

— Não, você não sabe! – Kate se irritou, virando-se para a morena. - Ana, você não tem mais controle, ainda não percebeu? Você não controla o seu corpo, você não controla nem a sua vida... – ela parou e respirou fundo. - Por favor. Eu estou te pedindo

Ana balançou a cabeça em descrença e cruzou as penas no sofá, ainda mirando Kate.

— Desculpa, não vai rolar.

— Você é tão egoísta! - a loira gritou.

— Kate...

— Cala a boca! Só cala a boca!

Ana arregalou os olhos.

— Você reclama da sua mãe, que a Elena é isso e aquilo, mas você é igualzinha a ela. Age como se só você importasse, você é o centro do mundo... Você nunca liga para ninguém, só os seus sentimentos são importantes, só a sua vida!

— Kate, eu não... – a morena se levantou, mas a loira apenas se afastou dela, limpando o rosto com as costas da mão onde já podia ver algumas lágrimas escorrendo.

O coração de Ana quebrou um pouco.

— Você sabe que eu só tenho você, e ainda assim destrói a própria vida como se só o que você sente é o que vale. Não importa se a vida é sua, se o corpo é seu, você é minha melhor amiga, minha família, não pode simplesmente me deixar. Você não pode...

— Kate, eu estou aqui – ela forçou a garota a parar quieta no lugar, segurando suas mãos e permanecendo bem perto.

— Por quanto tempo, Ana? Me diz. Você acha que vai conseguir ficar desse jeito até quando? Eu não quero ter que te ver num hospital, tendo que tomar soro na veia para se hidratar. Deus, você tem noção do quanto isso é fora dos limites? Você está acabando com tudo, está destruindo tudo. Você fica falando sobre o mundo, sobre eu ter que conhecê-lo, como se você não precisasse também – a loira balançou a cabeça e pressionou os lábios um no outro. - Eu sei porque você faz isso, eu entendo que foi difícil, tudo foi. Mas foda-se a Elena, você é uma mulher adulta agora, lide com isso! Supera, okay? Porque se você morrer, eu nunca vou te perdoar, entendeu? Nunca! – ela declarou e se afastou de Ana bruscamente, seguindo a passos pesados para o quarto.

A verdade é que momentos ruins são necessários, rupturas são necessárias. Nada do que acontece em nossa vida poderia ter sido de outra maneira, até mesmo os detalhes mais insignificantes. E situações ruins são, normalmente, uma porta para a liberdade. Se alguma coisa deu errado, alguma coisa machucou, vai ajudar para a nossa evolução, é inútil depositar energia em algo que você sabe que sempre vai dar certo e vai ser do jeito que você não importa o que faça.

Nós sempre precisamos perder para dar valor. Kate nunca andou naquela linha da vida, ela sempre soube que tudo era importante, aprendeu desde pequena que precisava amar além da conta todos os detalhes da vida pois eles não estariam lá para sempre. E Ana era um detalhe importante na sua. A loira estava cansada de ver alguém que era tudo para ela, se destruir aos poucos, e pior, por nada.

No outro dia, às 15h Ana usava uma calça jeans skinny, uma blusa de seda azul e botas louboutin, no centro de Seattle, mais especificamente num consultório.

A secretária no balcão do andar 17 sorriu para a morena e abriu a porta para que a garota entrasse. Ana mirou a mulher sentada atrás de uma mesa de escritório se levantar, ela usava saia lápis e regata, o cabelo castanho preso num coque por uma caneta, e enquanto andava em direção a Ana mostrava seu rosto bonito sem maquiagem, os olhos extremamente azuis e o sorriso com uma única covinha.

— Anastasia Lincoln? - a mulher questionou.

Ana balançou a cabeça em confirmação e cruzou os braços.

— Fique à vontade, querida, sente-se onde quiser - ela abriu caminho para a morena e se sentou na poltrona maior perto da janela.

Ana caminhou até o sofá, um pouco mais longe que o necessário. As duas ficaram em silêncio.

Para falar a verdade, Ana ainda tinha dúvidas sobre estar. Sabe, ela não era louca, mas pelo visto – por Kate – ela precisava de ajuda profissional... Daquela profissão.

— Que tal me falar um pouco de você? – a mulher começou.

— Tipo o quê? - Ana questionou.

— Bem, o que quiser, o que gosta de fazer, o que faz, sua família, como se sente...

— Começa você - Ana murmurou.

A mulher sorriu e cruzou as pernas.

— Estamos aqui para falar de você, querida, mas tudo bem, também acho que para me falar de você, precisa saber quem eu sou – ela pôs a prancheta em sua mão na mesinha de centro e olhou atentamente para Ana. - Bom, eu sou Carla Adams, psicóloga há dez anos, tenho um marido que é arquiteto e um filho de três anos que quer voar na lua - ela falou simpática.

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