If it happens escrita por Nanaho


Capítulo 2
Segunda Regra


Notas iniciais do capítulo

O capitulo saiu cedo? Ah, acho que não. Não é como se estivesse tendo dificuldades para escrever desta vez, as palavras estão simplesmente fluindo de mim. Eu gostaria que vocês mantivessem uma mente aberta e conseguissem captar a mensagem que quero passar. Não julguem mau o Natsu. Nem a Lucy.



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2

 

Segunda Regra: Se você acredita que é a mulher certa para mim, você não é

 

 

[Erza : estou no chão ]

[ Juvia : mas e agora? ]

[ Juvia: como estão as coisas entre vocês? ]

[ Lucy : normais  ué, nada mudou ]

[ Levy: como assim NORMAIS? ]

[ Levy: vocês praticamente transaram! ]

[ Eu : não transamos, nós ficamos... é diferente  ]

[Eu: olha só... não importa o que aconteceu, a nossa amizade vale mais do que qualquer coisa. O que aconteceu não vai acabar com isso. ]

[Kana: ele gosta de você!! ]

 

Uma sequência de concordâncias vieram  após a afirmação de Kana. Elas não entendiam. Por que ninguém entendia? Suspiro. Não era tão complicado assim. Digito a resposta: vocês não conhecem o Natsu.

 Natsu gosta de um número limitado de pessoas, e o número de pessoas que ele ama é ainda menor e se resume em uma ordem de importância: 1) os pais; 2) ele mesmo; 3) eu. Não tem espaço em seu coração para mais nada – o próprio me disse. Mesmo senão dissesse eu saberia. Pergunte-se: eu o amo menos por estar em terceiro lugar? Bom, não.

Eu deixo o telefone de lado disposta a ignorar as mensagens no grupo que fazem ele vibrar. Ninguém entende. Mesmo que eu tente explicar várias e várias vezes. Então, eu costumo resumir tudo em uma única palavra: AMIGOS.  Acredito que essa palavra tem o poder elucidar a mente mais obscura. Você pode encontrar um namorado, um ficante, um colega. Mas um amigo? Um amigo mesmo, de verdade. Isso é difícil, é um em um bilhão. Não é algo que você encontra na esquina. Estou com Natsu há 6 seis anos, quando fizermos 7 anos de amizade vai ser definitivo, sem voltar para trás (eu li isso em algum lugar). Depois de 7 anos as coisas são para sempre e nada e ninguém vai alterar isso. Eu não vou permitir. BAM. Sinto um chute em minhas costelas.

Arfo.

Wool. Isso doeu.

 Pode ser complicado para algumas pessoas entenderem, mas eu repito: somos amigos. Somos melhores amigos.

Desisto de tentar não olhar o telefone. 37 mensagens. Encontro um sofá onde posso ficar esperando e ficar de olho em quem está chegando. Uma vez no sofá eu começo a rolar as mensagens. Ok, eu penso, vocês entenderam tudo errado.

Nós ficamos? Sim.

Foi bom? Foi ótimo.

Isso vai mudar a relação de você? NÃO. Então parem de dizer essas coisas absurdas. Nada mudou. N-a-d-a.

Foi apenas desejo. Eu não era cega. Ao longo desses 6 anos eu havia visto Natsu amadurecer e cara: ele me atraia. Eu amo ele (é o meu melhor amigo como posso não ama-lo?!), mas ele me atraia como imã. Tudo nele me atraia. A boca, os olhos, o sorriso, o corpo. Menos o jeito o ogro, mas eu sabia lidar com isso. Tive que aprender a lidar com isso.

 

[você é a pessoa certa pra ele ]

 

BAM. BAM. BAM. BAM. BAM. Tem alguém esmurrando as minhas costelas. Que merda é essa?

Então, eu os vejo. Primeiro eu vejo o cabelo cor de rosa de Natsu, ele é vários centímetros mais alto que Lissana, mas logo eu a vejo também. Enfio o telefone no bolso de trás e caminho em direção a eles. Eu amo isso, penso olhando para Lissana e Natsu. As duas pessoas que eu mais amo no mundo estão aqui. Nos vamos comer, nos vamos ver um filme, vamos conversar, rir. Como alguém poderia querer estragar isso com algo tão inconstante como ******? Pense bem, ponha na balança; você começa a ****** e agora existem duas alternativas: a) vocês são felizes, se casam e vivem juntos ou b) vocês terminam e se odeiam para sempre até o fim dos tempos. Agora, avalie bem. Agora ponha na balança. Vale apena?

 Dentro disso o outro fator: Lissana. Eu gosto de pensar que somos um relógio onde todas as engrenagens se encaixam e funcionam com coesão como se para manter a homeostasia de um organismo e esse organismo somos nós. Se a alternativa b viesse acontecer... Não gosto nem de pensar. Seriamos os pedaços de algo que um dia foi bom e melhor e que não existe mais. Eu sei disso. Eu não quero isso.

— O que vamos fazer primeiro? — pergunto. — O cinema só abre 12h.

— Eu não sei vocês, mas eu estou com fome e quero comer — diz Lissana.

— Eu também — apoia Natsu.

Quando nossos lanches chegam, eu mastigo em silêncio e releio as mensagens no celular.

 

[você é a pessoa certa pra ele ]

 

Aqui vem uma revelação:  não existe pessoa certa para Natsu quanto mais cedo entender isso, melhor será. Pergunte “por que” eu irei contar uma história. Uma vez Natsu achou que estivesse gostando de alguém. Ela parecia ser uma menina legal. Despertava coisas legais nele. Mas, então, ele rejeitou ela. Ela de um passo para ele, e ele deu dois passos para longe. Como resulto: ela não tem os melhores sentimentos por ele. Fim. Não me entenda mal, nem o julgue mal. Ele é complicado. Eu vou contar uma verdade incontestável : se um dia ele vier a amar alguém. Essa pessoa vai ser muito feliz. Não duvide nem por um segundo de que o meu amigo seria um ótimo ********.

Saio da minha própria bolha de pensamentos e mergulho na conversa que flui entre Lissana e Natsu sobre o que aconteceu no ônibus.

Eu sorrio. — Eu não acredito que você fez isso. — e olho para Natsu.

Lissana ri também. — Sim, fizemos! Você tinha que ver a cara do homem!  

Natsu toma um gole de refrigerante. — É, mas eu não faria o mesmo por você — diz ele para mim.

BAM. Um novo chute em minhas costelas. Ok. Isso doeu. Preciso dizer como isso doeu?

Se existe uma coisa que eu me orgulho é de conseguir mascarar a dor. Mas quando  você tem melhores amigos é impossível esconder tudo, contudo. Lissana percebeu a dor, ela deu um sorriso sem graça e se virou para Natsu brigando com ele. “Não diz isso!”. Dei de ombros. Não importa (importa sim). Mordo o meu sanduiche. Por que mesmo que nós somos amigos? Você só me machuca e nem percebe.

O filme foi bom, eu o recomendaria para qualquer um sem pensar duas vezes. Eu diria: é ótimo! Vale muito apena ver! Você vai amar! Só que alguém continuava chutando minhas costelas. Um pouco mais fraco do que nas primeiras vezes, mas nem por isso doía menos. Eu quero ir pra casa. Eu só quero ficar longe de você se for pra me magoar, tipo, pra sempre. Ou pelo menos eu descobrir porque essa merda tá doendo tanto.

Acontece que não estava nos planos de Lissana irmos embora cedo e eu odiaria estragar esse dia par ela. Fomos fazer o que as mulheres fazem de melhor: andar atoa, indo de loja e loja. Natsu merece um ponto por isso. Ele o primeiro cara que eu conheço que não reclama por nos acompanhar e dá sua opinião sobre as roupas que escolhemos. Acontece que eu não estava afim de olhar roupas. Eu só queria ir para longe. Com isso em mente eu acompanhei Lissana de longe, ficando a uma distancia estratégia de onde eu poderia ouvir tudo o que ela falava e dar palpites sobre as roupas que ela pegava. Comecei a me sentir bem.

Estico o braço em direção a uma arara alta cheia de camisas masculinas. Por que os caras têm estampas tão legais e as roupas “femininas” não? Estamos no meio de uma conversa, mas eu me sinto realmente ali.

Natsu me envolve em seus braços. — Você sabe que eu amo você, né? — ele brinca.

— Ama nada! — resmungo. — Você só sabe me esculachar e me magoar!

Não foi até eu fosse bem tarde para que a pergunta surgisse. Parecia um monstro de 7 cabeças que eu sabia que estava debaixo da minha cama, mas que ainda não tinha se revelado. Ele estava a espreita. Uma regra entre nós era: não existe mentira entre nos e não precisa perguntar se for fazer uma pergunta. Por isso quando Natsu a tão fadada pergunta, eu senti que o meu sangue se converteu em gelo.

Posso fazer uma pergunta? Posso fazer uma pergunta? Posso fazer uma pergunta?  Posso fazer uma pergunta? Posso fazer uma pergunta? Posso fazer uma pergunta? Posso fazer uma pergunta?

Respondo.

Sim.

Então, espero. Espero. Espero. Parece uma eternidade. Foi menos de um minuto.

[Natsu : você acha que eu não amo você? ]

BAM. BAM. BAM. BAM. BAM.BAM.BAM.

Digito. Uma palavra. Duas vogais. Duas consoantes: acho.

BAM. BAM. BAM. BAM. BAM.BAM.BAM.

 A resposta demorou um pouco mais do que antes.  Pois eu amo. Amo você e  a Lissana de forma igual. Vocês duas são minhas melhores amigas. E da próxima vez que eu disser algo que te magoe: diga.

BAM. BAM. BAM. BAM. BAM.BAM.BAM.

Bem direito, não é? Eu dormi bem naquela noite. A dor que ameaçava fragmentar as minhas costelas diminui até se extinguir e o ritmo das batidas foi substituído. Agora era TU-TUM. TU-TUM. TU-TUM.


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Notas finais do capítulo

O próximo capitulo vai ser o último. Vai ser a terceira regra. Eu não sei como ele vai terminar ainda. Por que a história está acontecendo.



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