Conte Nossa História escrita por LilyMPHyuuga


Capítulo 3
Revelação


Notas iniciais do capítulo

Olá! xD
Antes de mais nada, gostaria de agradecer aos comentários que recebi. Pessoinhas, vocês sabem o quanto deixaram essa autora feliz? Hein, hein? Pois deixaram! *-* Obrigada pelo apoio, de verdade! Isso me incentiva a melhorar a cada capítulo! ♥
Amelina, Lerushe, Luh Rodrigues, Th Lima, shindou0 e MarySakura-chan... Fica aqui o meu "MUITO OBRIGADA"! Esse capítulo é pra vocês! ♥
(E para outros que chegarem também! Fiquem à vontade! xD)
Quero agradecer também aos novos favoritos! Espero que estejam gostando! ^^"

Bom, como diz o nome do capítulo, temos algumas "descobertas" hoje, e as cartas serão colocadas na mesa... Só algumas, rsrs. Espero que gostem! =D
Boa leitura! ♥



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— Você precisa comer alguma coisa – ele insistia. – Qualquer coisa.

— Eu já tomei café-da-manhã.

— E que horas foi isso?

Ela hesitou.

— Às oito.

Harry olhou para o relógio no pulso. Passava de duas da tarde. Hermione o olhou envergonhada.

— Por favor, – o moreno insistiu mais uma vez – coma um pouco! Você passou dez dias dormindo! Posso pedir para um elfo trazer uma sopa, ou algo leve...

— Harry, eu realmente não estou com fome.

Ele bufou.

— Prometo que assim que sentir uma mínima vontade, vou comer como um boi! – Falou docemente, segurando a mão dele. – Mas agora quero aproveitá-lo um pouco. Tem sido um tédio aqui.

— E o livro que comprei ontem?

— Por favor! – Indignou-se – Só tinha duzentas páginas. Eu o li hoje de manhã.

Harry riu. Sentou mais perto dela e acariciou sua face, ao que ela gentilmente aceitou com um sorriso bobo no rosto.

— É tão bom te ver acordada e reclamando de tudo! – Confessou. Hermione fingiu uma careta indignada. – Amanhã trago um livro novo, prometo.

Hermione só faltou soltar gritos de empolgação. Harry não a culpava: a última vez que estivera no hospital, tivera que passar uma semana acamado devido aos ferimentos da missão. Quase morrera de tédio! Mas pelo menos Hermione ia visitá-lo todos os dias, o que amenizava a falta do que fazer. Adorava conversar com ela... Sua melhor amiga, sua confidente, seu amor...

— Então? – Ele perguntou quando saiu de seus pensamentos – Como foi o seu dia além de ler um livro inteiro?

— Tomei café e tentei andar. – Harry a olhou surpreso – Minhas pernas ainda tremem um pouco, mas consegui dar alguns passos sozinha. Quando ameaçava cair, Madame Pomfrey me segurava. Foi uma bela fisioterapia...

Ela respirou fundo antes de continuar, não muito contente:

— Fiquei quase duas horas tentando andar na enfermaria. Minerva não me deixou sair. Disse que eu iria chamar muita atenção, e não queria que ninguém me incomodasse. O que é ridículo, pois não escuto uma vivalma nesse castelo! – Ela bufou novamente, e Harry sorriu – Estou louca para ver os jardins, respirar um ar puro! Depois que minha “sessão de fisioterapia” acabou, voltei para a cama e li até agora a pouco. E então você chegou. Fim.

Harry sorriu e sentou ainda mais próximo dela. Ela se surpreendeu com a aproximação, mas deixou que ele falasse em seu ouvido:

— Se quiser, posso trazer a Capa de Invisibilidade amanhã...

Ela o olhou surpresa, mas sorridente. Concordou com a cabeça.

— Será nosso segredo – Harry falou baixo.

— Só mais um! – Ela riu.

Harry deixou que ela conversasse sobre banalidades por um tempo antes de partir para assuntos ruins.

— Madame Pomfrey já fez exames em você?

Como esperado, Hermione murchou seu sorriso.

— Ainda não. Ela disse que preciso de pelo menos um dia de recuperação e de boa alimentação para fazer encantamentos em mim. Diz que podem ser muitos fortes, e que eu não aguentaria nesse estado.

Harry desviou o olhar do dela por um instante, respirando fundo. Hermione notou suas mãos tremerem levemente.

— Está com medo?

Hesitou.

— Estou.

— Por quê?

Ele voltou a olhá-la.

— Porque falei para Minerva que não acredito que você tenha sofrido um acidente.

Harry notou seus olhos ligeiramente assustados.

— Tentaram... – Gaguejou – Tentaram me matar? – Ele concordou – Não devia ser uma surpresa, não é? – Falou baixinho, tentando mostrar naturalidade.

Mas Harry notou seu semblante se amedrontar. Abraçou-a forte e a deixou se acalmar em seu peito.

— Eu pegarei o infeliz, Mione – falou firme. Afastou-se apenas um pouco e segurou o rosto dela com as mãos, para que ela o olhasse nos olhos. – Ninguém mexe com você e sai vivo para contar a história. Ou eu não me chamo Harry Potter!

Ela deu um sorriso pequeno, mas voltou a abraçá-lo. Sentia-se tão mais segura no colo dele...

 

~*~

 

“Ora, por que não?”, ela pensava. Uma pergunta não faria mal...

— Harry? – Ele levantou o rosto do jornal que lia, surpreso – Vem aqui.

Convidou-o a sentar na cama junto com ela. O moreno saiu de sua cadeira, abandonando o jornal e sentando ao seu lado, abraçando-a com carinho.

— Não consegue dormir?

— Também. – Respondeu nervosa – Posso te fazer uma pergunta?

— Claro.

Ela tirou o braço dele de seus ombros e o colocou à vista dos dois. Harry parecia confuso ao olhar dela para sua mão esquerda.

— O que foi?

— Por que se casou sem minha presença?

Ao contrário do que ela esperava, Harry caiu na gargalhada.

— Perdoe-me por não esperá-la, querida – ele falou rindo. – Mas eu estava perdidamente apaixonado!

Hermione se controlou para não ficar magoada...

— Não acredito que Gina fez isso comigo. Eu queria ter ido ao seu casamento.

— Gina? – Ele a olhava com um enorme sorriso, como se fosse tudo uma grande piada – O que achou que ela poderia fazer? Atrapalhar nosso casamento?

...Mas não conseguiu.

E Harry notou seu rosto decepcionado, parando de sorrir no mesmo instante.

— Ok, o que houve?

Ela voltou seu olhar para a mão esquerda do homem, segurando-a com as duas mãos e de vez em quando arriscando a tocar no anel de ouro que se destacava na pele branca dele.

— Mione, o que...?

— Por que me beijou? – Interrompeu – Por que me chamou de “meu amor”?

Ele a olhou confuso.

— Não estou imaginando coisas, Harry! – Desesperou-se – Lembro perfeitamente de você me beijando esses dias, e me chamando de seu amor!

— Não, não é isso – explicou, negando com a cabeça. – Não estou achando que é fruto de sua imaginação. Eu realmente a beijei, mas... – Ele a olhava confuso, e Hermione não conseguiu evitar o pânico que crescia dentro de si.

Os olhos verdes arregalaram-se por um instante, e ela notou que Harry assimilara algo rapidamente.

— Mione... – Falou receoso, passando a segurar as mãos dela com firmeza e a olhando seriamente – Responda-me umas coisas, sim?

— Já disse que não estava imaginando coisas, ok? – Falou rapidamente – Não perdi a memória, nem nada do gênero! E você mesmo confirmou que...

— Quem sou eu? – Ignorou-a.

Percebendo que Harry não ligaria para suas palavras enquanto não respondesse suas perguntas, Hermione respirou fundo e respondeu:

— Harry Potter – respondeu simplesmente.

— E o que mais?

Ela bufou.

— O menino-que-sobreviveu. O garoto que matou Voldemort. – Falava impaciente – Meu melhor amigo desde o primeiro ano aqui em Hogwarts.

Hermione notou que ele queria mais informações, mas pareceu mudar de ideia.

— E quem é você?

Ela estranhou sua voz baixa, mas respondeu mesmo assim:

— Hermione Granger. Sua amiga e de Rony Weasley, o ruivo guloso, sexto filho dos Weasley, sendo apenas mais velho que Gina, o que acredito ser sua esposa.

Harry permanecia com os olhos fixos nela, calado, sem demonstrar nada. “Em dez dias aprendeu a esconder os sentimentos de mim?!”, pensou indignada.

— Diga alguma coisa! Está me assustando!

Ele soltou suas mãos, trêmulo, evitando olhá-la.

— Você precisa dormir, Mione. – Ela notou sua voz rouca – O dia vai ser longo amanhã.

Harry se levantou e se encaminhou para a porta.

— Já vai? – Ela gritou.

Ele estancou na porta. Conseguiu ouvi-lo respirar fundo.

— Não, eu... – Hermione arregalou os olhos ao ouvir a voz controlada. Harry estava chorando? – Eu já volto.

E saiu.

Hermione não conseguiu dar dois passos atrás dele. Voltou para a cama, preocupada até o último fio de cabelo, decidida a esperá-lo acordada.

Harry não voltou naquela noite.

 

~*~

 

— Desculpe a demora – Gina falou rapidamente. Parecia que tinha corrido até ali. – Draco demorou a terminar de comer e não me deixou sair antes de comer um boi.

— E ele está certo.

Ambos sorriram e se abraçaram.

— Como você está?

— Um pouco enjoada, mas já estou bem melhor.

— Perdoe-me tirá-la de casa a essa hora...

— Não tem problema! – Falou rapidamente – Acredito que seu pedido para vir seja mais urgente que um enjoo de gravidez.

Harry sorriu pequeno.

— É Hermione – respondeu simplesmente.

— Ela piorou? – Perguntou preocupada.

— Mais ou menos...

Não conseguiu continuar. Apenas sinalizou para a enfermeira que só estavam esperando Rony antes de começarem os testes. O ruivo não demorou a chegar, pedindo desculpas pelo atraso, como a irmã.

— Trouxe o que eu pedi? – Perguntou Harry.

— Está sempre comigo – respondeu o outro. – Mas não entendo o porquê...

Harry sinalizou para que se calasse. Chamou Gina e os três entraram na enfermaria. Hermione estava sentada em sua cama habitual, lendo o livro que o moreno trouxera para ela há algumas horas.

— Não quero livros! – Ela protestara quando Harry entregou-lhe o pequeno objeto – Quero saber por que saiu chorando daqui e não voltou!

Ele não lhe respondera, dando um sorriso forçado e saindo dali imediatamente. Preferiu esperar Rony e Gina do lado de fora da enfermaria. Eles precisavam ver aquilo com os próprios olhos... Talvez fossem uma garantia para Hermione quando...

— Podemos começar? – A diretora McGonagall perguntou assim que chegou ao aposento. Harry e Madame Pomfrey concordaram – Ótimo. Papoula, vou ficar aqui atrás junto com os três.

A enfermeira concordou outra vez, se aproximando de Hermione e sentando na cama da mulher. A morena, que assistia tudo aquilo bastante quieta, parecia se controlar para não perguntar o que estava acontecendo.

“É o tal teste que Harry está com medo?”, ela se perguntava. “Por que precisava trazer Rony e Gina?”.

Gina, notando o nervosismo que tomou conta de Harry, segurou sua mão, e juntos assistiram o exame de Madame Pomfrey.

— Senhora...

— Senhorita – Hermione corrigiu imediatamente.

Rony e Gina imediatamente arregalaram os olhos, surpresos, voltando seus olhares para o moreno ao seu lado, que apenas indicou que continuassem escutando.

— Senhorita... – corrigiu a enfermeira, relutante – Antes de começarmos os encantamentos, preciso fazer algumas perguntas. Algumas relacionadas à sua infância, outras sobre a vida escolar, e terminarei com vida profissional e pessoal. Tudo certo?

— Vida profissional? Mas eu nem trabalho ainda!

Mais uma vez os irmãos olharam para Harry chocados, como se implorassem por explicações. Ele repetiu o gesto de silêncio.

— Certo... – Madame Pomfrey anotou algo em sua prancheta rapidamente e voltou-se para Hermione – Vamos começar pelo básico: qual é o seu nome?

Ela fez uma careta antes de levantar o olhar para Harry e perguntar:

— Vão fazer comigo o que você fez ontem? – Ele concordou – Mas agora é para valer, imagino.

— Sim.

— É tão sério assim?

Harry não respondeu. Desviou o olhar do dela por um instante, e Hermione entendeu rapidamente que não deveria fazer perguntas. Contrariada, respondeu:

— Hermione Jane Granger.

— Granger?

Gina não se controlara. Olhava de Hermione para Harry desesperadamente, e o moreno apertou forte sua mão.

— Por favor, deixe-a terminar o exame.

— Mas...

— Gina!

A ruiva calou-se, postando-se ao lado de Harry novamente.

— Fique quieta, por favor – Harry falou baixo para a amiga. – Há mais sustos por vir.

— Idade? – Retomou a enfermeira

— Dezoito anos.

— Nomes dos pais.

— John William Granger e Jane Elizabeth Carter Granger.

— E sua infância? Com quantos anos detectou a magia em você?

— Sete, mas não acreditava em mágicas até receber a carta de Hogwarts.

Madame Pomfrey olhou para Minerva.

— É o suficiente, Papoula.

— Muito bem. – Anotou algo rápido no papel e levantou o olhar para Hermione novamente – O que pode dizer sobre Hogwarts?

— Estudo aqui desde os onze anos. – Harry notou que ela se controlava para a voz não sair tediosa – Conheci Rony e Harry na primeira viagem de trem, pois procurava o sapo de Neville. Ficamos amigos somente depois que derrotamos um trasgo no banheiro feminino do quarto andar. Harry encarou Voldemort depois que passamos pelos desafios que os professores criaram para proteger a Pedra Filosofal. Tirei 120% nos exames finais. No segundo ano... – Ela se calou um instante – É uma história longa... – Falou receosa – Tenho que contar tudo?

— Que tal contar sobre seu último ano em Hogwarts então? – Sugeriu McGonagall.

— Não tive um último ano aqui. Ainda. Larguei a escola no sexto ano e fugi com Harry e Rony durante todo esse ano e o passado à procura das partes da alma de Voldemort. Lutamos contra os comensais, Harry “morreu”, matou Voldemort e cá estamos. Pretendo concluir meus estudos quando a escola ficar pronta.

A diretora, Rony e Gina não conseguiram disfarçar o enorme desconforto trazido pelas respostas de Hermione. Os três, e mais a enfermeira, trocavam olhares pesarosos entre si. Hermione, que notara tudo aquilo, mais uma vez suplicou a Harry:

— Por que não me diz logo o que está acontecendo? – Falou aflita – Porque é óbvio que está acontecendo alguma coisa muito grave, e você não quer me dizer!

Harry soltou a mão de Gina, andando até a cama ao lado de Hermione e sentando nela. Tinha a sensação que desabaria a qualquer instante.

— Por favor... Diga alguma coisa.

“Diga logo, Harry, mas não sofra na minha frente! Eu não aguento...”.

Então ela notara seus possíveis olhos vermelhos?

— Senhorita, – Madame Pomfrey chamara – precisamos continuar.

Ela insistia em manter aquela troca de olhares com Harry, mas em determinado momento ele não resistira:

— Responda à Madame Pomfrey, Mione – controlou a voz. – Está quase acabando.

Hermione voltou seu olhar para a mulher na sua cama, mas de vez em quando arriscava uns olhares para o moreno ao seu lado.

— Sabe que dia é hoje, senhorita?

— Não tenho ideia. Perdi completamente a noção de tempo enquanto viajava com os garotos. Harry apenas me disse que eu passei dez dias desacordada depois do meu acidente.

— E q...?

— Que por sinal... – interrompera – Ninguém ainda se deu ao trabalho de me dizer o que realmente aconteceu.

— Agora não, Hermione – Harry falou sério.

A mulher rapidamente olhara indignada para ele.

— Você me disse que não foi um acidente comum!

— E é por isso que estou fazendo todas essas perguntas – respondeu a enfermeira, calando Harry. – Não podemos nos demorar, senhorita. A diretora tem compromissos!

Hermione confirmou com a cabeça, mas Harry sabia que ela retornaria mais tarde com as infinitas perguntas.

— E o ano? Sabe me responder?

— 1998.

Uma anotação rápida na prancheta antes da última pergunta.

— Vida atual?

— Vida atual? – Perguntou descrente – Acho que acabei de dizer que passei mais de dez dias presa aqui!

— Oh meu Merlin! – Soltara Rony.

Gina lhe deu um cutucão.

— Fique quieto!

— Mas não está muito óbvio? – Teimou o ruivo – Para que continuar com isso? Todos já sabemos o que Hermione...

— Cale-se, Ronald!

— Não, não se cale – Hermione se intrometera. – Chega de mentiras. Conte o que eu tenho!

— Nem ouse... – Ameaçou Gina.

— E marido? – Madame Pomfrey falara alto, interrompendo a discussão e chamando completamente a atenção de Hermione – O que pode me dizer sobre seu marido?

— Marido? – Ela não conseguiu esconder a surpresa – Que marido?

Harry se levantara da cama no instante que Hermione terminou de falar, chamando a atenção de todos.

— É o suficiente para mim – decretou. Olhou para a diretora e para os amigos e acenou com a cabeça para eles antes de se encaminhar para a porta.

— Harry? – Hermione perguntou assustada, mas ele não parou – Harry! Aonde você vai?

Ele saíra da enfermaria com lágrimas nos olhos mais uma vez.

 

~*~

 

— Para onde ele vai? – Insistiu – Harry!

Seus gritos não adiantavam. Harry saiu magoado com ela mais uma vez, e Hermione teve vontade de se torturar por fazer o melhor amigo sofrer e nem saber o motivo.

— Senhora, precisamos continuar.

— Não sem Harry!

— Ele não vai voltar – Minerva falou severamente. – Termine de responder as perguntas. A senhora é prioridade no momento.

— É senhorita...

— É senhora! – Finalizou a velha diretora, ao que Hermione calou-se no mesmo instante.

— Pode me dizer alguma coisa sobre seu marido? – Voltara a enfermeira.

— Já disse que não sei do que está falando.

— Não notou sua aliança?

— Claro que notei, mas achei que fosse uma surpresa de Rony.

— Minha? – O ruivo perguntou surpreso.

— Sim. No anel – ela levantou a mão e mostrou o aro de ouro no dedo anelar – está escrito “Juntos para sempre”.

— Não fui eu que...

— Não interessa – cortou a mulher na cama de Hermione. – A senhora não é casada com o Sr. Weasley.

— Não? – Não pôde evitar a surpresa na voz.

— Não – respondera o ruivo. Ele respirou fundo antes de tirar algo do bolso e andar até sua cama. – Agora sei porque Harry quis que eu trouxesse isso...

Então lhe entregou uma pequena fotografia. Hermione a pegou e viu um garotinho ruivo acenando para ela, sorrindo abertamente e correndo para um lado e para outro antes de jogar um beijo e a cena toda se reiniciar.

— Que menino lindo! – Falou boba – Quem é?

— Meu filho – respondeu simples. Hermione o olhou rapidamente, os olhos arregalados. – Sou casado com Luna há quatro anos. Esse é Richard, nosso filho, de três.

Hermione, trêmula, devolveu a foto para o amigo. Se não era casada com Rony, então...

— Com quem sou casada afinal?

— Não é óbvio? – Intrometeu-se o ruivo de novo. Hermione notou que ele olhara de relance para a porta antes de Gina brigar novamente:

— Fique quieto!

— Harry? – Perguntou, dividida entre a surpresa e o pânico – Mas Harry não é casado com Gina?

— Não. – Dessa vez fora Gina que respondera, se aproximando da cama e ficando ao lado de Rony. – Sou casada com Draco há dois anos e... – Hesitou – Estamos esperando nosso primeiro filho.

A ruiva passou as mãos carinhosamente pela barriga levemente avantajada. Hermione não notara nada...

— Draco? Draco Malfoy?!

— O próprio.

— Mas... Mas isso não faz sentido! – Deixou escapar sem-querer, olhando para a enfermeira e gesticulando nervosa – Eu passei dez dias desacordada! Não há possibilidades de Gina e Rony terem casado, de eu ter casado, em dez dias!

— Não se passaram somente dez dias, senhora – o tom da mulher à sua frente ficara levemente triste. – Se passaram oito anos.

Hermione foi imediatamente tomada pelo choque.

— O... O quê?

— Papoula, chega de perguntas – Minerva falara. – Fale tudo o que ela precisa saber.

— Certo. Por onde começar? – Indagara a enfermeira enquanto olhava as próprias anotações – Senhora Potter...

— Potter? – Não conseguiu refrear a pergunta.

— Sim, Potter – a mulher falava com certo receio agora. – A senhora se casou com Harry Potter há quase oito anos, mas para todo o mundo bruxo vocês se casaram um ano após a Última Batalha aqui em Hogwarts.

— Não entendo...

— Vocês se casaram escondidos, no mesmo ano da guerra. Dezembro, se não me falhe a memória... – Olhou para Rony e Gina, que confirmaram com a cabeça – Estão juntos desde aquela época. O Sr. Potter se formou auror e hoje comanda o Quartel General dos Aurores, no Ministério da Magia. A senhora também trabalha lá, mas chefia todo o Departamento de Execução das Leis da Magia. O Sr. Potter gosta de espalhar por aí que a senhora é chefe dele...

Era uma brincadeira, Hermione notou. A enfermeira brincava (mas talvez fosse verdade), para aliviar a tensão, mas ela não conseguiu sorrir. Madame Pomfrey continuou:

— Estamos no dia primeiro de setembro de dois mil e seis, pouco mais de oito anos depois que Voldemort foi morto. A escola já foi reconstruída, e a senhora completou seus estudos em junho de 1999, junto com seus amigos e seu marido. Atualmente é tão famosa quanto ele, talvez até mais! O mundo inteiro conhece você, Sra. Potter... Não há uma pessoa que não reconheça seu nome... Você é um exemplo de coragem e superação para todos os bruxos. E de romance, para os apaixonados... A senhora e o Sr. Potter eram constantemente vistos juntos e sorridentes. Os maiores rumores são de que até hoje ainda são loucos um pelo outro!

Hermione sentiu seu mundo despencar, virar de cabeça para baixo, e despencar mais uma vez. Uma lágrima caiu em seu rosto quando tudo finalmente fizera sentido. E ela só conseguiu pronunciar uma palavra antes de cobrir o rosto e chorar em desespero:

— Harry...


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Notas finais do capítulo

Gostaram? ^^"
Como eu disse, apenas algumas cartas na mesa. xD No próximo capítulo veremos o lado de cada um (Harry e Hermione) depois dessa notícia bombástica! O que será que vai acontecer com nosso casalzinho? *-*
Até o próximo capítulo! ♥