Conte Nossa História escrita por LilyMPHyuuga


Capítulo 10
O Diário - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Bu!
Nem demorei, né? xD
Consegui terminar o capítulo antes dos quinze dias e pensei: por que não entregá-lo logo? Eu tenho uma mania horrível de deixar pelo menos outro capítulo pronto enquanto estou postando, como uma margem de segurança. Como não estou seguindo minha própria regra nos últimos três capítulos, estou ficando paranóica, rsrs. ^^"
Então quero logo deixar avisado: leiam as notas finais! Prefiro fazer textão lá do que aqui. ^^"
Agradecimentos a amanda gomes, pahf, sakurita1544 e Lerushe pelos comentários e apoio! Vocês são maravilhosos! ♥

Novamente, ponto de vista apenas de Hermione.
Boa leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/722371/chapter/10

Teve que fazer uma pausa antes de continuar. Previa algumas emoções a caminho, então tratou de fazer um chocolate quente e levar para o quarto, junto com um pote de biscoitos feitos especialmente para ela por Luna Weasley.

Eram melhores do que aparentavam.


“07/06/98.
Isso não pode estar acontecendo. Isso não pode estar acontecendo. Isso não pode estar acontecendo.
Como isso é possível?! É surreal! É inacreditável! Não há explicação! (Pelo menos ainda não a encontrei nos meus livros).
Mesmo estando tão próxima de Harry, eu ainda ansiava por mais, mesmo negando essa vontade ao meu coração. Mas não queria esse tipo de proximidade!
Harry e eu estamos ouvindo os pensamentos um do outro.
Não faço ideia de como ou do porquê, mas ele riu quando descobrimos. E eu, chocada e desesperada, só respondi que não o quero na minha cabeça, fuçando meus segredos! Corri daquele quarto e me abriguei numa das salas. Parece que ele não é capaz de me ouvir à distância, pois demorou a me encontrar. Mas foi somente ele encontrar meus olhos para os pensamentos voltarem.
Cada um deles...
Tive que forçar uma canção na mente antes de me afastar novamente e fugir daquela casa!
Céus, o que eu faço? Será que é algum feitiço ou maldição? Não me lembro de ter levado um feitiço desse porte na guerra, e não enfrentei nenhum bruxo (além de Harry) nos últimos dias... Como isso está acontecendo?!
Voltarei na Mansão Potter amanhã. Se esse pesadelo continuar, a biblioteca de Hogwarts me receberá mais cedo esse ano.”

 

Eles liam os pensamentos um do outro? Sem feitiço algum? Improvável, imaginou. Algo devia ter acontecido... Eles ainda eram muito jovens para se tornarem hábeis Legilimens sem treinamento algum.

Pegou outro biscoito.


“08/06/98.
Meu Merlin, que tormento! Voltei à casa de Harry para descobrir se o feitiço tinha desaparecido, e nada! Ainda somos capazes de ouvir os pensamentos um do outro! E pior: Ronald estava lá, anunciando que Hogwarts reabrirá no próximo outono, e que ele pretende voltar para terminar os estudos... Foi horrível passar horas ao lado daqueles garotos ouvindo tudo o que Harry achava sem falar nada! E ainda saber minhas opiniões de quebra...
Idiota! Ele está se divertindo com a situação! Sabe que conheço todos os segredos dele, por isso nem se preocupa... Mas e eu?! Como eu fico nessa história?
Não posso deixá-lo descobrir sobre esses sentimentos novos, não posso! O que ele vai pensar de mim?!
Mandei uma carta para a professora McGonagall, solicitando uma visita à biblioteca. Estou aguardando ansiosamente por uma resposta...
Até lá, nada de encontrar Harry Potter!”


“13/06/98.
Pior do que não encontrar nenhuma solução para esse pesadelo, é dar ouvidos à Sibila Trelawney!
Estou sem alternativas.
Irei agora mesmo visitar Harry. Já não aguento mais fingir que não sinto falta dele.”


“Mesmo dia.
Acho que devia ser selecionada para uma nova Casa em Hogwarts. O quanto estou fugindo ultimamente é assustador.
Mas estou envergonhada demais para ligar...
A ideia de Trelawney funcionou: dei outro beijo em Harry, para anular o que comecei. Segundo ela, o meu beijo secreto pode ter despertado uma magia antiga, que poderia se anular se eu o beijasse de novo, desde que houvesse consentimento dessa vez. Menti para meu amigo, e ele aceitou sem reclamar muito.
Foi um alívio descobrir que estou sozinha com meus pensamentos de novo, mesmo notando o desapontamento de Harry. Ele não pode nunca saber da confusão de sentimentos que passa dentro de mim.
Vai passar, eu sei que vai. Só preciso de um tempo...
Tempo para esquecer do beijo que dei nele há uma semana, para esquecer do beijo de hoje...
Tempo para esquecer das mãos dele me puxando para mais perto, ansiosas por maior contato, e do hálito quente no meu rosto, ofegante...
Sem contar os olhos, diferentes, mais escuros...
Céus, eu o conheço bem demais! Mesmo sem ouvir seus pensamentos, sei que ele queria continuar aquele beijo. Mas não posso fazer isso conosco, com Gina... Implorei para que ele nunca contasse a ninguém o que houve, e ele concordou, é claro.
Não estou me sentindo muito bem.”

 

Hermione fechou o diário por um minuto. Buscou na memória qualquer encantamento ou feitiço antigo que fizesse uma pessoa ler os pensamentos de outra, e nada lhe veio à mente.

Como pode dar ouvidos à Trelawney?!

Respirou fundo, imaginando quanto tempo faltaria até ler que o “contrafeitiço” sugerido pela professora falhara miseravelmente...

E ainda havia mais um detalhe que perturbou sua mente:

Como Gina reagira ao começo do relacionamento entre sua melhor amiga e o homem que amava?

Hermione largou o diário depressa, como se a queimasse. Mingau resmungou com o barulho, mas ela não ligou. Saiu correndo do quarto, decidida a mandar uma coruja para sua amiga. Encontrou um pergaminho sobre a mesa de Harry, no canto de sua biblioteca, escrevendo poucas linhas ali e marcando um passeio no fim de semana.

Não passaria outro dia com aquela dúvida...

A coruja-das-neves, tão parecida com Edwiges, recebeu a carta depois de um afago na cabeça, alçando voo para fora da janela e sumindo no horizonte.

 


“14/06/98.
Harry está aqui em casa. Apareceu de surpresa, contando aos meus pais que estava se sentindo culpado por me tirar de casa todos os dias. É claro que a desculpa funcionou. Meus pais são muito ingênuos... E Harry é muito esperto. Ele tinha certeza (e razão) que eu não iria visitá-lo hoje. Maldito! Como me conhece tão bem?!
Já são quase oito da noite. E ele está aqui há quase doze horas, ouvindo qualquer bobagem que meus pais falam e rindo junto com eles. Não para de comer as guloseimas que mamãe faz para ele, me provocando ao dizer que deveria ter mais aulas com ela. Maldito!
O que ele quer? Como pode agir normalmente depois de termos nos beijado? Por que me obriga a fingir normalidade também? Mal consegui dormir noite passada, de tanto pensar naqueles poucos minutos, talvez segundos, em que estive mais próxima dele como nunca antes... Não consigo esquecer aquele beijo, e temo não querer esquecê-lo.”

 

Hermione pulou algumas páginas de pouco texto e muita aflição. Encontrou o que procurava uma semana após o beijo.


“20/06/98.
O que está acontecendo conosco? Que sentimento é esse, tão inesperado e avassalador? Como não notei antes essa intensa ligação, antes só por leitura de olhares, mas agora muito mais forte e quase impossível de disfarçar? Que vontade é essa de me jogar em seus braços e achar que é ali onde eu pertenço?
Ele me beijou hoje... Não por causa dos pensamentos que voltamos a ouvir um do outro (com maior clareza e com algumas imagens de brinde), nem por duvidar dos “livros que eu consultei”, mas porque eu ouvi, com todas as letras, ele dizer que queria terminar o beijo que eu lhe dei. Disse que o beijo mexeu com ele também...
Céus, Harry Potter não tem ideia do estrago que está fazendo em mim!
Saí correndo da mansão, para não perder o costume.”

 

Como esperado: os poderes voltaram. Hermione ficou uns bons minutos com os olhos fixos naquela página, forçando a mente e quase entrando em pânico ao concluir que não tinha a menor ideia do que poderia ter ocasionado tal ligação. Deixou o diário de lado mais uma vez, decidida a não tocar mais nele enquanto não conversasse com Gina.

Parecia tão errado estar apaixonada pelo mesmo garoto que sua melhor amiga...

 

 

— Harry mandou um Patrono para Draco ontem à noite – Gina confessou enquanto se deliciava com seu sorvete. – Está preocupado com você – a ruiva deu uma boa olhada na amiga. – Confesso que eu também.

Hermione parou de tamborilar os dedos sobre a mesa, fechando a mão com força.

— Desculpe, eu... Eu não sei como começar.

— Que tal do começo?

A morena desistiu do sorvete, oferecendo para o gato que insistia em provar do doce. Pôs Mingau no colo novamente e trouxe a taça para mais perto dele, para que calasse o constante miado.

— Não lembro do começo – falou sincera. – E ele está me atormentando.

Gina respirou fundo, já sentindo o rumo da conversa.

— Quer me perguntar sobre eu e Harry.

A mais velha engoliu em seco, concordando em seguida.

— Eu nem sei por onde começar a lhe pedir desculpas...

— Desculpas? – Gina deu uma risadinha – Está me pedindo desculpas por ter encontrado o amor de sua vida, casado com ele e ser uma esposa feliz?

— Por favor... Estou falando sério.

— Eu também estou – o sorriso da Weasley sumiu. – Está arrependida de estar casada com Harry?

— Isso não tem nada a ver...

— Está ou não? – Insistiu – Apenas responda.

Hermione não evitou o olhar duro da mulher, mesmo sentindo as pernas tremerem.

— Não. Não estou.

— E acaso lhe parece que estou arrependida do meu casamento?

— Gina, por favor... Você sabe que não é isso que estou querendo saber.

— Se quer ouvir de mim como foi o começo de seu namoro com Harry, está perguntando para a pessoa errada.

— Por que está me enrolando? – Falou mais alto, calando-a.

Gina desviou o olhar, subitamente nervosa. Terminou o sorvete em colheradas lentas, sem pressa para responder.

— Não gosto de lembrar do passado. Nós duas nos magoamos demais.

Os lábios trêmulos e os olhos marejados não foram percebidos pela Malfoy.

— Ele tinha dito que não poderia ficar comigo. Disse que não era o certo... Mas eu fui tola e ingênua, Mione. Eu continuei alimentando esperanças, mesmo tendo recebido um não... E quando eu vi vocês dois juntos pela primeira vez... Doeu, é claro que doeu. Eu me senti traída. – Hermione levantou o olhar quando sentiu sua mão ser agarrada com carinho. Gina também tinha o semblante entristecido, mas falava seriamente. –  Até que chegou o dia em que você cansou das nossas brigas. Harry nos trancou numa sala vazia, a pedido seu. Você me obrigou a ouvir toda a história de vocês. Toda! – Ressaltou, um sorriso despontando – Demorou horas para que eu pudesse entender tudo o que tinha acontecido, mas aceitar foi bem mais rápido. Foi como um peso saindo de minhas costas! Eu estava livre para viver outro amor... Encontrar alguém que pudesse retribuir meus sentimentos com plenitude. Levou alguns anos, mas eu finalmente notei que ele estava mais perto do que esperava.

Ela fechou os olhos por um instante, mordendo os lábios num sorriso nostálgico.

— Ah, mas você me chateou de novo dias depois! – Fingiu seriedade – Não tinha passado uma semana e eu notei uma aliança em seu dedo! Você tinha se casado com Harry e não contou para ninguém! Ainda bem que ele quis outro casamento, senão eu nunca a perdoaria se não me chamasse para ser sua madrinha!

Gina pediu outro sorvete depois de olhar profundamente nos olhos da melhor amiga e confirmar que não havia ressentimento algum entre elas.

 

 

Hermione saiu do quarto infantil na ponta dos pés. Voltou à sala de estar e jogou-se entre Luna e Gina no espaçoso e confortável sofá. Fechou os olhos, exausta.

— Ele dormiu? – Andrômeda Tonks perguntou da cozinha.

— Sim – respondeu alto para que a mulher ouvisse, mas não o suficiente para acordar o garotinho a alguns cômodos de distância. – Como uma pedra.

— Graças a Merlin! Achei que ele ficaria a madrugada acordado!

A mulher sentiu uma mãozinha no seu braço, olhando docemente para Richard parcialmente adormecido no colo da mãe.

— Você ainda tem energia para outra corrida, não é?

O ruivinho sorriu bobamente, confirmando com a cabeça. Mal conseguia manter os olhos abertos, mas definitivamente brincaria mais se a madrinha chamasse.

— Outro dia, tá bom? Tia Mione está cansada.

Ele confirmou novamente, fechando os olhos de uma vez e se entregando ao sono. Hermione sentiu o peito encher-se com um sentimento bom.

Horas atrás, quando Gina a convidara para passar o resto do dia com as crianças, ela não imaginava qual seria a reação de Teddy ao revê-la depois de tanto tempo. Ficara nervosa e até pensou em mandar um presente ao menino, em vez de visitá-lo. Ainda bem que a amiga não permitiu tamanha loucura.

— Senti sua falta – o menino que quase chegava em seus ombros comentou choroso quando a viu, deixando-a aflita. – Vovó me contou que a senhora sofreu um acidente, mas não me deixaram visitar a senhora.

Hermione o abraçara no mesmo instante, tão apertado e carinhosa, que Ted se desfez em lágrimas. A mulher contou sem detalhes que teve que ficar no hospital por longos dias, e que ele acharia chato ter que visitar uma mulher que passava boa parte do tempo dormindo. Mostrou a pequena cicatriz na cabeça, onde o menino tocara timidamente, curioso.

— Tive que ficar em casa por mais alguns dias, para melhorar – odiou ter que mentir para acalmá-lo. – Não recebi visitas de quase ninguém, então não precisa ficar preocupado, ok? Agora já estou boa, e quero voltar a vir aqui todo final de semana. Posso?

Ele a abraçou de novo, acenando positivamente. Passou o resto da tarde e toda a noite grudado na tia, quase se esquecendo de perguntar por Harry. A morena avisou que “tio Harry” teve que fazer uma viagem às pressas, mas mandara um beijo e prometera trazer um presente para o afilhado da Alemanha.

— Onde fica a Alemanha?

Hermione mostrava um mapa quando Luna e Richard apareceram para completar a festa. Teddy não se cansava de cuidar e brincar com o pequeno Weasley, às vezes paparicando Gina também, perguntando quando chegaria o bebê novo. Foi com muito esforço que Andrômeda convencera o neto a dormir – desde que a madrinha lesse uma história para ele antes, negociou.

— Como está a memória, Hermione? – Andrômeda perguntou sem rodeios.

Apenas negou com a cabeça, sem querer falar sobre o assunto. Tivera uma tarde e noite maravilhosas. Não queria lembrar que não se recordava das crianças.

— Preciso ir – anunciou. – Posso voltar amanhã?

— Claro! Venha sempre que quiser!

Gina resolveu acompanhar Luna e Richard, enquanto a Potter desaparatou a poucos metros da residência dos Tonks.

 


“22/06/98.
Gostaria de não sentir tanto a falta dele. Gostaria que minha vergonha fosse maior que minha saudade...
Por sorte (ou não), ele não estava em casa quando cheguei. Fui recebida por Monstro, que deixou bem claro que avisaria o patrão da minha chegada, se eu permitisse. Neguei, é claro. Queria e não queria ficar ao lado de Harry... Isso é possível?
Não duvido que ele esteja com os Weasley’s, ou com o afilhado, e seria até fácil demais encontrá-lo no Beco Diagonal. Mas estou bem aqui, agarrada a um de seus travesseiros, jogada em sua cama e me perdendo entre seu cheiro...
Não devia, mas acho que estou me deixando levar por aquilo que prometi nunca pensar sobre...
Acho que estou apaixonada...”


“Mesmo dia.
Mamãe está me fazendo um chá para acalmar os nervos. Minha letra está saindo horrorosa como nunca antes, mas ainda acredito que esse diário seja uma boa válvula de escape. Antes para os pesadelos e pensamentos ruins, agora para esses sentimentos malucos que me atormentam!
Acabei dormindo na cama de Harry. Graças a Merlin guardei o diário na bolsa antes! Ele me encontrou adormecida e achou uma boa ideia me acordar com um selinho. O maldito ria de meu susto, argumentando que dessa vez tinha segredos que não poderia compartilhar comigo. Paramos de ouvir os pensamentos do outro novamente, mas não vou ser ingênua de acreditar que será para sempre. A última vez durou pouco mais de um dia, afinal.
Briguei com ele ao invés de fugir. Disse que temos que parar com essas brincadeiras fora de hora, e focar no verdadeiro problema: como fazer para quebrar essa ligação. Mais uma vez notei seus olhos desapontados, e me passou pela cabeça, apenas por um instante, que compartilhar pensamentos comigo devia ser mais agradável do que com Voldemort – por isso o constante sorriso com meu nervosismo.
Mas não importa! Não o quero na minha cabeça! E deixei bem claro que era a última vez que apelaríamos para um beijo para desfazer a conexão. Prometemos um ao outro (apesar de desconfiar que ele cruzou os dedos atrás das costas) procurar uma solução para o problema, mesmo ele confessando que não vai tocar em livros nas férias. Eu bufei e vim para casa, tremendo!
Ainda bem que ele não me ouviu pensar que estou apaixonada.”

 

Harry deixou mais uma anotação ao fim da página. Parecia ter gostado de comentar sobre os dias dela, porque as mensagens ficavam frequentes a partir daquela data.

“Definição de selinho: encostar de lábios, beijo rápido. O que tivemos naquela noite passou bem longe de um selinho, querida”.

 
“26/06/1998.
Eu devia aceitar que, enquanto não tiver a biblioteca de Hogwarts ao meu dispor, não há nada que eu possa fazer sobre nossa nova ligação...
Mas tudo seria mais simples e aceitável se aqueles beijos saíssem da minha cabeça! Harry aprendeu Oclumência para sobreviver, mas não parece disposto a me ensinar... Está achando divertido conhecer a melhor amiga mais a fundo. Céus, espero que falhe miseravelmente!
Se ele quer saber sobre mim, por que não pergunta? Por que prefere me deixar desprevenida e descobrir sozinho que gosto de sorvete de morango?!
Por enquanto só posso me obrigar a cantar músicas mentalmente – mesmo que Harry diga que sou uma péssima cantora – e aproveitar as caixas de sorvete de morango que ele comprou no mercado trouxa mais próximo...”

  

Harry escreveu abaixo – brincalhão ou entristecido, ela não soube identificar:

“Uma pena que você tenha parado de cantar. Eu gostava de ouvi-la, mesmo implicando.”


“04/07/1998.
Finalmente pude cumprir a promessa à Sra. Weasley! Trouxe meus pais para conhecer o Chalé das Conchas... Papai ainda está um pouco enjoado da aparatação, mas bastou mamãe ver o mar para se livrar do mal-estar e relembrar a segunda lua-de-mel! Arthur e Molly Weasley não param de conversar com eles, empolgadíssimos! Andrômeda também está aqui com o pequeno Teddy Lupin – Harry os trouxe. Está sendo uma agradável reunião familiar... Espero que seja assim para sempre: todos unidos, como se fôssemos uma família só.
Harry sentou na areia ao meu lado, segurando um adormecido bebê de cabelos vermelhos. Comentei que deve ser a influência de tantos Weasley’s ao redor, arrancando uma risada contida de meu melhor amigo.
Meu melhor amigo...
Ele me pergunta sobre o que tanto escrevo, e eu mais uma vez respondo que estou me organizando para o início das aulas. Ele sabe que é mentira. Eu sei que ele sabe que estou mentindo. Mas é mais seguro deixar assim.
Ao mesmo tempo que nossa amizade se fortaleceu nos últimos meses, sinto que estou pisando em ovos... Falar com ele é tão natural quanto respirar. E isso se tornou um grande problema...
Estou com medo de voltar a Hogwarts... Rony ainda não está falando direito comigo, e sei que Harry prefere a companhia dele do que a minha. Não estou enciumada, longe disso... Apenas temo que nossa aproximação nessas férias fique perdida no tempo...”

 

“Você é uma boba, minha Mione”.


“07/07/1998.
Fiquei mais tempo que o usual na Mansão Potter. Harry estava distraído com Rony e Gina no andar de baixo, e eu me escondi no quarto dele, olhando para o céu. Estava surpreendente calma quando ele me encontrou, e, pela primeira vez em semanas, o silêncio não foi incômodo. Se ele lia meus pensamentos, foi gentil o suficiente para não comentar a respeito. Segurou minha mão e me explicou o princípio da Oclumência: não sentir nada para não demonstrar nada. Ao menos funciona com ele... Não sei se o mesmo funcionará comigo, mas continuarei tentando.
Vou me esforçar para ter mais momentos como aquele...
Eu confessei que o amava. Ainda não tenho noção do tamanho desse sentimento, mas deixei claro que ele é e sempre vai ser meu melhor amigo, a pessoa que mais amo depois de meus pais!
Foi bom ouvir que ele me amava também...”

 

Hermione jogou-se de volta na cama. Mal tinha acabado de escovar os dentes quando o diário a tentara de novo. Colocou o café-da-manhã de Mingau na cozinha e voltou ao quarto. As palavras de Harry a encheram de saudade!

 

“Eu queria poder dizer que também já estava perdidamente apaixonado por você, mas sempre fui o menos esperto do trio, não é? Não adianta negar. Eu sempre fui bom em Defesa Contra as Artes das Trevas e quadribol. Só. Você e Rony me davam uma surra nas outras aulas!
E você vai ler, tenho certeza, que surgiu outro tópico em que eu também não fui muito bem: no amor. Fiz muitas, muitas, besteiras, e demorei séculos para perceber o óbvio: você, Hermione Jane Granger Potter, foi, é, e sempre será, a mulher da minha vida! Minha alma gêmea, minha outra metade, aquela a quem eu estava destinado... Você é tudo para mim!
A partir de agora as coisas ficarão menos bonitas, mas quero ressaltar que tudo o que você escreveu está no passado. E nem tudo está aí. Seu diário foi como uma Penseira, mas você não o usou todas as vezes. Nossa história aqui está incompleta. Não se esqueça disso.
Te amo para sempre!
Harry”.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E, como previsto, vou chegar até a parte 3 com esse diário... Quem pediu por ele que agora aguente! kkkk ^^"
Brincadeirinha. Me avisem se está bom, ou se está cansativo nesse ritmo, por favor. Ainda dá tempo de mudar o próximo, porque ele ainda não está pronto. ;)
E... Como o próximo capítulo não está pronto, vamos voltar ao acordo básico: se eu não postar em, no máximo, dois finais de semana, já sabem, não é? Vou deixar um aviso nos comentários do Spirit, com uma previsão de entrega. Vou começar a estagiar na próxima semana, então a minha vida vai ficar um pouco mais corrida que o habitual. Mas vou fazer o possível para não me atrasar tanto nas postagens! Prefiro escrever durante as madrugadas, mesmo quando preciso acordar cedo. Quando a inspiração bate, não é bom deixá-la de lado, não é? ^^"
Obrigada pelo apoio, pessoinhas! Espero que tenham gostado! ♥
Até o próximo! =*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Conte Nossa História" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.