O Garoto do Coturno Azul. escrita por JPoseidon


Capítulo 10
Chapter 10 - The End.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas, desculpe a demora, eu sei que falei que seria no domingo passado (foi isso, né?) e não pude cumprir isso, hoje eu também não poderia, mas decidi que se corresse poderia acabar todos meus trabalhos e tals. E cá chegamos, esse é o fim de mais uma história, e eu to planejando três (pra que facilitar, né?).

Mas então, The Vampire Diaries acabou e eu estou em choque com aquele capítulo maravilhoso e incrível. Agora falta Teen Wolf pra passar pelo sufoco. E eu to cheio de lição e trabalho para fazer, mas graças eu consegui acabar o de Filosofia e os fichamentos para Artes, agora falta o trabalho de Geografia e a lição de Matemática, se não formos contar os filmes que tenho que ver para lições. Não tá fácil? Nem um pouco. Porém, ao menos eu não estou tão atrasado nas séries, Arrow é a única que me falta atualizar, eu vou agora para o episódio 14. Ah! E tem The Magicians e Legion. Enfim, antes de me despedir de vez, eu quero lhes dizer: acompanhem o blog Conversa Cult ~pq ele é maravilhoso! ♥

Enfim, muito obrigado por tudo, obrigado por terem amado essa história, comentado e tudo. Eu irei responder vocês, mas nem tempo eu estou tendo direito, então desculpa se não responder pelas semanas seguintes. Essa foi minha primeira história de atualização rápida, que eu não levei meses para atualizar ou demorei para acabar. Porém, está vindo uma história nova minha que me baseio um pouco em Glee, tirando minha criatividade de lá, e essa vai demorar para ter postagem, mas o primeiro capítulo tá entrando em forma.

Obrigado por tudo, vocês são uns amores ♥



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No capítulo anterior: 

"—Não, Rebel, eu teria todos os motivos pessoais ou não para te expulsar da empresa. 

—Olha, eu já pedi desculpas milhões de vezes, mas eu sei que isso não repara minha cagada, mas não sequer dar a  chance de conversarmos você deu, você somente se explicou no dia da despedida de solteira da Lily, mas não pudemos conversar de verdade, sem o ressentimento falando mais alto. E aparentemente nem agora. - Cuspi a verdade e me virei para a saída, sentindo em seguida uma mão me puxar pelo pulso, chocando meu corpo ao outro. 

—Por favor, espera... Desculpa. - Ele disse e colou nossas testas, enquanto nossas respirações dançavam juntas. - Eu errei no modo como agi, me desculpe." 

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—Desculpa por não ter te contado sobre a dívida, ter mentido sobre o Derek e não ter te confiado esse segredo. - Soltei, vendo-o sorrir e me envolver com seus braços na minha cintura. 

—Desculpe por ter sido um imbecil e não ter deixado você se explicar propriamente e ficar bancando o durão. E desculpa por não insistir em ter uma conversa de verdade naquele dia, me desculpe por não buscar entender o seu lado. - Ele disse e eu sorri, levando meus braços para seus ombros. 

—Nós dois somos péssimos. - Eu falei e o vi rir. - Não, é sério, nós dois somos péssimos nisso de relacionamento. 

—Não tenho como discordar de você. - Luke disse, aproximando seu rosto do meu. - Mas talvez seja isso que nos torna tão atraídos um no outro. 

—É? - Perguntei retoricamente, vendo-o descer as mãos para minha bunda, e eu o impedi. - Estamos no seu escritório cujo as paredes são de vidro. 

—Ah, é verdade. - Ele sorriu sacana e se afastou com um selinho. 

—Pode tirar esse sorrisinho da cara. - Brinquei e ri, vendo-o ficar com o sorriso. - Enfim, agora tenho que cuidar de algumas coisas, como a questão do dinheiro que eu não quero ajuda de ninguém pra pagar, então nos vemos depois. De noite, quem sabe? - Já deixei a dica de que não queria dinheiro de ninguém e o vi rir. 

—Que tal um encontro apropriado, hoje às dez da noite? - Ele perguntou e eu sorri, assentindo. -Então, nos vemos mais tarde. 

Ele me deu um selinho e eu saí da sala, feliz como nunca, ainda surpreso por termos nos resolvido tão rápido. 

 

Coloquei meus fones, já fora do edifício, e a versão de Glee para Womanizer começou a tocar e eu me dirigi pelas ruas, indo a pé para casa mesmo, já que não morava muito longe e tinha ainda que dar uma ajudada nos últimos detalhes, se é que havia, do casamento de Lily. Aproveitei para aproveitar aquele clima maravilhoso de Nova York, que não vou negar, era o que eu amava, apesar de tudo. O coturno azul estava nos meus pés, e aproveitei para usá-lo pela última vez, já que hoje haveria o leilão e o coturno seria o pico da noite. O vento bateu e minhas madeixas foram para trás com força, me fazendo focar o olhar antes de atravessar uma das ruas e virar a esquina, 'descendo' a rua para minha casa. A música trocou e foi para Blame It On The Alcohol, ainda na versão de Glee, me fazendo 'dançar' inconscientemente enquanto andava. Sem perceber, já estava de frente ao meu prédio, então entrei e subi os lances de escada, parando em frente à porta e batendo, para evitar qualquer coisa que eu poderia ver. E então escutei o som de algo caindo e a porta se abriu, revelando minha amiga com um sorriso enorme, e então ela pulou em cima de mim, me abraçando. 

—Quem mandou você ser tão importante na minha vida?! - Ela brincou e eu ri, retornando o abraço. 

—Também estava com saudades. - Falei e juntos entramos no apartamento nada grande. - E então, me conte, quais as novidades? 

—O casamento está a todo vapor, mas tudo já está pronto. - Ela sorriu abertamente, como se o mundo dela brilhasse em arco-íris. - E tu? 

—Pelo que parece, eu e o Luke conversamos e voltamos ao patamar de ficantes barra algo mais. Fiquei com um amigo antigo meu lá na Pensilvânia, conheci algumas pessoas novas da minha família e ocupei minha cabeça. - Falei e ela me encarou perplexa. 

—Ficou com um amigo, resolveu-se com Luke. Isso pode ter um problema? - Ela perguntou. 

—Não, eu vou contar para ele, mas não tem possibilidade de problema. Foi uma noite, num dos dias que não nos falávamos. Vida que segue. - Falei e fui para a cozinha, tendo de pular um tecido que deveria ser para o vestido que ela usaria. Abri a geladeira, peguei o refrigerante e a bolacha recheada  e apoie no balcão que quase bloqueava toda a cozinha. Peguei um prato fundo e coloquei as doze bolachas. E sentei no banquinho que estava ali, comendo e vendo-a sorrir para mim com aquele sorriso típico de 'uhhhhn safado.'. - Não me olhe assim, eu vou rir e engasgar. 

—Mas você sabe que é safadenho. - Ela disse eu ri, tentando não engasgar. 

 

Levantei da cama e bati no despertador, olhando o horário, vendo que eu tinha uma hora para me arrumar e ir para o local onde iria rolar o bazar das minhas roupas. Tomei um banho rápido, e coloquei colete preto sobre uma camiseta estampada das poucas que eu escolhi manter, coloquei minha calça jeans preta não muito colada e pus minha touca cinza. Calcei um tênis vermelho, para dar uma cor à roupa e peguei minhas chaves e carteira, colocando ambos no bolso. Lily já tinha ido. 

Abri a porta e olhei sobre o ombro, constatando que não havia esquecido nada, saí e desci as escadas rapidamente, e abri o portão do prédio, saindo no tempo friozinho de Nova York. Olhei para a rua e sorri, afinal, Deus, como eu amava aquilo tudo. Deixei o fone na calça, e decidi que aquele dia era um dia para olhar para as pessoas, vendo-as e sorrir para desconhecidos e conhecidos. E foi o que fiz quando vi meu vizinho assexual (uma das melhores pessoas daquele prédio), que usava um coturno com calça jeans azul e camiseta branca, combinando com os cabelos de pontas verde-água. 

—Oi Hugh! - Falei e o vi sorrir e acenar. E comecei a andar, descendo a rua junto dos milhares de carros, olhando as Drag Queens rindo e felizes, olhando os Drag Kings e seus chapéus e sapatos lustrosos abraçando algumas das Queens. Era isso que eu amava em Nova York, havia ainda preconceito, mas ninguém ficava quieto, viviam a vida normalmente, pisando no ódio. 

Olhei para o outro lado da rua, onde um amigo meu comandava uma filmadora com salas para ver, se quisesse, os filmes; um cara magnífico, cujo gênero era bigênero e preferia ser chamado no masculino. Continuei minha caminhada, quando vi um casal de duas mulheres, uma negra de cabelos grandes e cacheados lindos, e outra loira de cabelos curtinhos e branca; andavam de mãos dadas, sorrindo para quem as encarava como aberrações. Sorri para elas e voltei a andar, vendo pessoas de diferenças corpos, sexualidades e gêneros com roupas dizendo que tinham orgulho de si mesmos. 

Um menino, gordo, sorridente, de cabelos lisos levemente ondulados e pintados, usava uma camiseta escrita 'eu tenho orgulho do meu corpo'. Às vezes, no meu quarto eu chorava de alegria lembrando de como Nova York era magnífica, e onde eu morava, anos atrás, na Pensilvânia, não era fácil não ser hétero e branco e cis. Eu só enfrentava um problema, mas e quem enfrentava dois? Três? 

Limpei uma lágrima feliz que escorreu e olhei para aquela rua, cheia de cor, de amor, de vida e alegria com seu próprio corpo. Havia muito para ser batalhado, mas ao menos, estávamos amadurecendo e evoluindo.  

 

Abri a porta do local e já vi que algumas pessoas se encontravam enchendo o local. E em seguida meus ouvidos reclamaram de tantas palmas direcionados à mim. Sorri em agradecimento e cumprimentei algumas pessoas, me dirigindo à minha mãe e meu pai, que se encontravam ao lado de Judith e Lily, separando minhas antigas roupas em várias sessões antes de deixar alguém atacar. 

—Cheguei. - Avisei e abracei meu pai, minha mãe e Judith, beijando em seguida a bochecha de Lily, que sorriu. 

—Falta pouco, três minutos e anunciamos o ataque, cada um fica responsável por uma parte e tenta convencer as pessoas para pagarem mais. - Lily disse e eu ri com a cara de arteira dela. - Preparar, e atacar! 

Ela falou para nós e juntamos as mãos de todos, levantando-as no 'atacar', estilo Os Três Mosqueteiros. Então cada um foi para uma parte das divisões e eu Cameron chegar, infelizmente no momento que anunciaram que havia começado a compra. Só vi ele girando e girando enquanto milhares de pessoas corriam de um lado por outro berrando e brigando por alguma peça de roupa. Eu fiquei responsável por manter em segurança o que nos renderia a maior parte, o coturno azul. 

Após Cameron conseguir andar, ele veio em minha direção com os olhos arregalados e sorriu em seguida. 

—Isso parece uma Revolução. - Ele brincou e eu ri, concordando. - Ei, o chefe não vai poder vir, mas ele enviou um bilhete. Literalmente. 

Ele me entregou um pedaço de papel, escrito em letras cursivas e em estilo itálico: 

Não pude ir, desculpe. Mas estou aí, em alma e corpo. 

Xx, Luke. 

Sorri e juro que pude visualizar ele sorrindo malicioso e me abraçando por trás.  

—Obrigado, Ron. - Agradeci e ele foi para uma das 'bancas' que comandaria, vendo as mulheres e os caras se matarem por uma peça de roupa. 

Não demorou nem um pouco aquele ataque, e quando vimos, já não havia mais nada para comprar, e abrimos a porta que dava para um salão onde realizaríamos o leilão. 

As pessoas entraram devagar e mais pacientemente para o salão, tentando respirar e se ajeitar depois de tanta briga, carregando sacolas e sacolas, tentando reparar suas roupas rasgadas e cabelos destruídos. 

—Olá, pessoas. Muito obrigado por terem comparecido e contribuído com isso tudo, vocês são incríveis! Agora, vamos para a parte que iniciará uma guerra. - Brinquei após os agradecimentos e vi todos rirem. - Eis aqui, o meu coturno azul. 

E tirei o pano branco que cobria o vidro, mostrando o coturno azul brilhante e lustroso (e sim, havia sido lavado). As pessoas pareceram gozar ali na hora, porque estavam tão felizes que eu fiquei chocado

—Vamos começar. Quem oferece R$100? - Perguntei e vi pelo menos mais de vinte placas serem levantadas. 

—EU OFEREÇO R$300! - Uma mulher berrou. 

—E EU R$500! - Um cara gritou e eu arregalei os olhos e sorri para Lily que tinha um sorriso diabólico do tipo: isso, cabritos, continuem... 

—Quem oferece R$700? - Ousei perguntar e pelo menos algumas quinze pessoas levantaram seus cartazes. Arregalei os olhos quando uma mulher ofereceu mil, em seguida um adolescente ofereceu mil e quinhentos, sendo seguido de um outro homem que ofereceu dois mil. 

—Jesus... Ahn, quem oferece três mil? - Perguntei, já que estava aumentando tanto. 

Três pessoas levantaram e então uma briga se iniciou entre elas, e quando uma desistiu, já em quatro mil e quinhentos, uma mulher levantou o preço para quatro e setecentos. 

—Eu ofereço seis mil. - Uma mulher falou no telefone, sorrindo para a outra que arregalou os olhos. 

—Não posso aumentar. - A outra desistiu. 

—Vendido. - Anunciei, ainda incrédulo, sabendo que agora eu poderia pagar minhas dívidas e ainda ter dinheiro de sobra para colocar na poupança que eu só poderia abrir com trinta anos. - Obrigado à todos que compareceram, foi um prazer. 

Após isso, a mulher veio e pagou e algumas outras pessoas pediram que eu assinasse suas roupas, ou algo. Eu estava dando autógrafos, iria pagar minha dívida e tinha resolvido as coisas com Luke, estava tudo alinhado de novo. Após todos irem embora e eu ver meu coturno ser guardado numa sacola e ir com aquela mulher que foi minha salvação, eu me despedi de meus pais e meus amigos, agradecendo-os por tudo, falando que os amava e fui na direção contrária deles. 

 

Após alguma caminhada, eu vi Luke do outro lado da rua, digitando no celular, sorrindo. 

"Ei, olha pro outro lado da rua

Xx, Luke 

"Olhei, vem aqui.

Xx, Rebel 

Ele atravessou assim que fechou o sinal e venho na minha direção, sorrindo. 

—Desculpe não aparecer. - Ele disse e eu dispensei, mostrando que não havia problema. 

—Não tem problema, mas e aí, vamos comer? - Perguntei e o vi assentir, segurando a mão esquerda atrás do corpo. - O que você está escondendo de mim? 

—Seu presente. - Ele disse e me entregou uma sacola, exatamente como a que a mulher do coturno havia colocado ambos. 

—Não... - Arregalei os olhos. 

—É algo para compensar minha infantilidade por não ter te respondido, ou ter sido meio imbecil desde que nos conhecemos, desculpe qualquer grosseria. - Ele falou e eu sorri. 

—Então era você no telefone com aquela moça. Obrigado, Luke, não era necessário, mas muito obrigado. - Falei e o sorrir e se aproximar, me abraçando, os braços na minha cintura. - Você gostaria de ir no casamento da Lily como meu acompanhante? 

Ele sorriu, mesmo ainda atônico com a pergunta. Me deu um selinho e mordiscou meu lábio inferior. 

—Claro. - Ele beijou minha bochecha e pegou minha mão, me levando de mãos dadas para o restaurante mais próximo. 

 

Partindo daí, é tudo história que vocês conhecem. Fomos ao casamento e eu peguei o buque, voltei para a empresa, fiquei amigo íntimo da dona da revista e eu e Luke nos casamos anos depois, após várias brigas, beijos e ciúmes bobos. Meus pais viajaram toda a América no trailer comprado deles, minha tia tocou a empresa de floricultura e meu primo viajou para a Suiça, onde mora atualmente. Lily e seu namorado tiveram um filho ruivo muito lindo e Judith se casou com um garoto sete anos mais novo que ela. Cameron se encontra viajando o mundo e tirando milhares de fotos que manda para nós. Meu amigo da Pensilvânia encontrou o amor e mora atualmente na Pensilvânia, apesar de viajar sempre para a Indonésia para umas aventuras mais quentes com o marido. 

Eu e Luke tivemos dois filhos e continuamos assumindo o blog e eu, posteriormente, a revista. Tivemos uma vida plena, enfrentando todos os problemas e aconselhando as pessoas que pediam ajuda no blog. Nossos filhos, um escritor e advogado, e outro, artista e engenheiro tecnológico; viajavam bastante, mas moram não muito longe de nós. E cá estamos, nas casas dos cinquenta e vivendo nossa vida ao máximo, afinal, com reencarnação ou não, só vivemos uma nesse corpo e temos que fazer ser a melhor. 

Esperamos que vocês que nos acompanharam façam de suas vidas, a melhor, sorrindo para aqueles ignorantes e preconceituosos que tentam te derrubar, afinal, vocês são mais que isso, vocês são mais que tudo, e eles não vão conseguir fazer algo contra vocês, vocês vão lutar e batalhar para mostrar que amor não é errado e que eles nunca poderão sequer ter a força de destruir quem vocês são, porque vocês são maravilhosos e ninguém pode dizer o contrário. Então, vamos juntos, batalhar contra isso e mostrar que somos seres humanos e eles tem que nos respeitar.

E obrigado por todo o apoio de todos vocês, e saibam, nós apoiamos vocês.


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Notas finais do capítulo

Esse é o Blog: http://www.conversacult.com.br/ ~eu não faço parte dele, mas um dia eu espero poder contribuir com ele.

Para quem ficou em dúvida: o final é do Rebel contando como aconteceu, para algumas pessoas que acompanham o blog da revista. E os encorajando à não desistir.

Nos vemos em breve, e novamente, agradeço vocês por terem acompanhado e se interessado e ter puxado conversa comigo. Vocês são incríveis, até! ♥



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