Momentos da Vida (Wolverine e Ohana) escrita por lslauri


Capítulo 31
Soluções, problemas e... mãos!




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texto em itálico são pensamentos

palavras em negrito são enfáticas na entonação

os nomes de quem fala estão antes de cada fala, em negrito apenas para que saibamos quem são

SOLUÇÕES, PROBLEMAS E... MÃOS?!

Enquanto isso, Ohana e Hank estavam ensaiando os cerimoniais do chá, entre outros. Tudo para que a ruiva não fizesse feio no país do Sol Nascente. Ela sempre achou insuportável quando pessoas de outros países vinham para América sem nem tentar entender os costumes. As culturas acabavam se chocando e o que é comum para certa nacionalidade, não passa de ato vil para a outra. Isso acontece até mesmo de estado para estado, que dirá de um continente para outro? Ela não tinha intenção de fazer justamente o que desprezava nos outros, então, aprendeu com afinco e, em pouco tempo, tinha tudo memorizado, com a ajuda do Professor e o companheirismo de Hank:

Prof. X: /Bem, Ohana-san, acho que não há mais nada que eu possa te ensinar. As demais coisas, aprenderá somente pela experiência pessoal./

Ohana: Domo arigato gozaimasu, sansei! (muito obrigada, professor) – e sorri, por saber q estava falando perfeitamente, sem sotaque e sem erros – Irei contar para o Logan!

O canadense estava terminando de pegar a mala de mão com os documentos dos dois, bem como uma vultosa quantia em cheques de viagem e vários cartões de crédito. Demora um pouco mais, vendo a mansão em toda sua magnitude e pensando em quando chegou ali, pela primeira vez. Como tudo parecia mais escuro, inclusive seu próprio interior; tudo parecia nublado por uma nuvem de raiva incontida, incompreensão e medo. Uma imagem passa rapidamente por sua mente: ele, deitado numa cama, apesar de saber que o nome do lugar é "Profecia", não faz ideia de onde seja, nem mesmo se realmente existe... Junto com essa imagem, um medo incrível da histeria mutante. Pelo reflexo de uma janela, ele pôde se ver, muito mais novo do que estava agora. Apesar de não sentir o característico peso de suas garras nas mãos, sabia que elas estavam lá, talvez ainda somente como osso... Sua boca se fecha num rictos, não importava o quanto aquilo era real ou não. Um amargor ficou em seu coração e ele, olhando novamente a mansão, a vê como é atualmente. Ao menos, para seus olhos: uma fonte de alegria vibrante, onde ele sabia ter refúgio em momentos de fuga e amigos quando a incerteza o apertasse. Acima de tudo isso, foi graças a ela que Logan conseguiu conhecer Ohana. Se não se tivesse deixado "abraçar" pelas pilastras em estilo romano, se não se tivesse permitido sonhar com algo além de si mesmo, jamais teria conhecido a ruiva, sua mulher. Mulher. Aquela palavra ainda soava distante, irreal. Não como o fato em si, mas como o ter alguém com seu sobrenome, mesmo não sabendo direito qual era. Isso não importava, o que importava era a possibilidade de poder continuar existindo e de passar seus genes adiante. Era uma felicidade instintiva, interior; que o faz sorrir, admirando a arquitetura da mansão.

Ouvindo várias vozes vindas da cozinha, Ohana se dirige para lá. Assim que entra, encontra quase todos lá, com exceção do casal Summers:

Ohana: Boa tarde para todos, alguém viu o Logan? – sorridente.

Se alguém ia proferir alguma palavra desiste, ante a corrida que Remy dá para beijar a mão de Ohana. A ruiva se assusta com a atitude e lança um olhar de "socorro" para Vampira que, soltando um alto som de enfado, pega Clarisse no colo e sai da cozinha. Ao passar pela porta, comenta:

Vampira: Não precisa se preocupar, Ohana. Eu confio em VOCÊ! – lançando um olhar para a ruiva. Foi o encontro de duas esmeraldas, uma cheia de esperança no futuro e outra cansada de vãs promessas.

O ato de Vampira fez Remy recuar, mas não dura muito tempo, quando o cajun via uma mulher atraente, não conseguia mais responder por si. Era como um vampiro vendo a presa, tudo ao redor parecia sumir e todo seu foco estava sobre a "caça":

Remy: Je se onde está Logan, Ohana. E devo dizer que ele teve muita sorte... – com um sorriso cafajeste que já começava a fazer a cabeça de Ohana latejar, levemente.

Ohana: Também posso dizer o mesmo do senhor, sr. LeBeau. Vampira é muito linda e Clarisse é uma das crianças mais lindas que já vi! – desconversa, tentando não olhar diretamente para ele. Não que isso adiantasse de alguma coisa...

Remy pigarreia. Como era possível uma mulher resistir ao charme dele? Ele pensava que a ruiva fosse como Vampira! A única que o rejeitou e a que ele mais desejou!

Segurando Ohana pelos ombros, o grandão a foi arrastando para a porta de saída. Ororo e Jubi falaram alguma coisa para que Ohana tivesse cuidado, mas já era difícil para ela tentar se manter longe daqueles lábios tão bem talhados, usando do pouco controle que ainda tinha sobre si mesma. Perto de Ohana, Remy era um gigante! Ela tinha quase a mesma altura de Logan, somente alguns centímetros mais alta e a levava para a lateral da mansão como se ela fosse uma bonequinha; não seria muito difícil levá-la a fazer o que ele quisesse e, o que ele queria não era nada permitido na "Sessão da tarde"!

Remy: Logan está lá na frente, terminando de levar as malas para a limusine... – comenta, enquanto a encosta na parede – Sabe, jamais imaginei que Wolverine fosse conseguir uma mulher tão bonita assim. Uma pergunta não para de me aborrecer: o que você vê nele, cherie? – seu rosto tão colado ao dela que era quase impossível resistir.

Ohana: Muitas coisas, e nenhuma delas eu vejo em você, Remy! – colocando as mãos no tórax dele e o empurrando – uma delas: ele jamais forçou uma mulher a fazer o que ela não queria...

Aquilo o fez voltar um pouco à realidade, afastando-se dela, ele fica com o semblante ofendido:

Remy: Remy jamais forçaria uma mulher, belle... Acima de tudo, sou um cavalheiro. – com uma ponta de orgulho ferido em sua voz.

Ohana: Não está parecendo... Por que parece tão impossível para você que uma mulher como eu ame o Logan? Seria mais certo eu me jogar em seus braços, Remy? Braços de um homem casado e de um pai... Eu não sou a pessoa certa para dar lição de moral em ninguém, mas eu posso garantir uma coisa: AMO o Logan por todas as coisas que ele me faz sentir, pelo modo como ele me trata e, acima de tudo, porque sinto nele um laço de compreensão e de entendimento que jamais senti em nenhum outro homem. – Sua voz era sincera e não passava a ideia de sermão.

Remy: E o que te faz pensar que eu não te faria sentir melhor e não te trataria melhor do que ele trata, Ohana? – tinha um sorriso vitorioso nos lábios, como quem esperasse que ela respondesse: "tudo bem, eu quero ver!"

Ela sorri, balança a cabeça tentando entender se ele tinha mesmo ouvido tudo o que ela dizia ou a estava ignorando, ia responder alguma coisa, mas ela percebe um vulto ao lado dela, vindo da frente da mansão. Era Logan, com a cara mais emputecida que ele podia ter. Assim que sentiu o cheiro de Ohana, ele decidiu ir até onde ela estava, mas parou para ouvir as palavras de Remy e ficou muito ferrado por ele insistir em algo que a mulher do canadense havia dito que não... Sem nem dar tempo do cajun explicar-se e movendo-se com uma velocidade incrível, Logan pega Gambit de surpresa, nem mesmo dando tempo dele se armar com alguma carta. A verdade é que ele nem mesmo tinha visto Logan! Tinha somente olhos para Ohana e somente para de olhar para ela quando sente o peso de Logan sobre si. Wolverine tinha corrido até ele com a boca aberta, mostrando os dentes e, por pouco, não ejetou as garras. Sua vontade interior era fazer picadinho de Remy, mas ele se segurou, mais por Ohana e Vampira, do que pelo próprio "amigo". Um som oco é ouvido logo em seguida, Ohana coloca a mão no rosto, logo depois que vê o soco que seu marido desfere no grandão. Aquilo não podia ser real!

Gambit joga Logan longe, fazendo uso de suas pernas, na verdade, o arremessa contra a parede, próximo onde estava Ohana. Apenas de olhar seu marido, a ruiva sabia que nada o faria parar. Estava descontrolado e pudera! Ele não tinha sangue de barata, ainda mais em se tratando dela...

O canadense deu uma rosnada e correu em direção de Remy que já estava levantado, com uma carta energizada na mão:

Wolvie: Se ‘cê quer me fazer parar com isso, te aconselho a jogar agora, xará! E todo o teu arsenal! – aumentando a velocidade.

Remy: Pode deixar, mon ami! – pegando mais cartas do bolso, sentindo um latejar na face esquerda do rosto, uma dor que nunca sentiu antes! Estava com o osso trincado, no mínimo!

Quando estava há alguns centímetros de Gambit, Logan deu um pulo e qual não foi sua surpresa ao sentir o chão faltar?! Ele sentiu o cheiro de Vampira e ficou muito possesso! Ela tinha tirado ele da briga! Cochichando algo no ouvido do canadense, ela completa, voando sobre a piscina e soltando-o nela:

Vampira: ‘Tá na hora de você esfriar a cabeça, Logan!

E Ohana pôde ver Logan caindo na piscina, muito brabo pelo que Vampira fez. A ruiva não acredita que ela tenha resolvido intervir. Ainda mais assim... Corre para a piscina e vê Logan nadando bem devagar para a superfície.

Vampira passa voando e pega o marido, levando-o para dentro do quarto, entrando pela janela. Ao invés de uma discussão, eram somente as explicações de Gambit que eram ouvidas. Explicações que Vampira estava cansada de conhecer.

Assim que sai da piscina, Ohana passa a mão no rosto dele, afastando os fios de cabelo que teimavam em tampar seus olhos. Fazendo isso, ela pôde perceber o quanto ter sido jogado na piscina ajudou. Seus olhos estavam mais calmos, ele, ao menos, podia conversar direito com a mulher:

Ohana: /Você está bem, Rogan-san?/ - olhando-o preocupada.

Ele a olha estranho, levanta a sobrancelha, sorri. Ela ficava linda falando em japonês:

Wolvie: Estou sim. Foi bom a guria ter me jogado na piscina... Quando eu ouvi o cajun falando daquele jeito com você, perdi a noção... Antes de me jogar, ela me pediu pra não fazer nada com ele, porque ela o ama, disse que assim como eu te amo. O que eu podia dizer, né? Eu te amo mesmo! E muito, então pensei como eu ficaria se batessem em você, se te fizessem alguma coisa e entendi o que ela quis dizer. – a beijou – O seu japonês está muito bom, você só precisa se soltar mais. Não precisa ter medo de errar, porque não vai, ok?

Ohana: Aishiteru, Rogan! (eu te amo, Logan) – e o abraçou, mesmo ele estando todo molhado.

De repente, todos na mansão são capazes de ouvir um grito de "JÁ CHEGA, REMY!". Era Vampira, cansada de ouvir sobre seu marido não ter a intenção de fazer aquilo, sobre o quanto ele a ama, sobre como é mesmo um canalha.

Vampira: É sempre a mesma coisa, Remy! E você sempre brincando com meus sentimentos! Eu te amo, seu idiota! Será que isso não conta nada pra você tentar se controlar? Sai de perto de mim, Remyyyyy! – grita, com a voz totalmente embargada de choro – Eu vou te dar uma última chance, mas saiba que dessa vez é sério! Eu NUNCA falei tão sério na minha vida! Se você me fizer chorar de novo, eu vou pedir o divórcio, está me entendendo?!

Remy: Cherie! Não diga isso... Você sabe o quanto Remy te ama, belle. Eu não saberia viver sem você! – a voz dele também estava diferente, Vampira podia vê-lo chorar – Eu vou falar com Hank, espero que ele possa me ajudar... – a voz dele estava quase sumida...

Vampira: O que você pretende, indo falar com o Fera?! – estreitando os olhos, como que para tentar entender...

Remy: Je sempre achei que essa necessidade de... é... como eu diria... – gagueja.

Vampira: Dormir com outras mulheres?! – quase gritando.

Remy: Não é sempre que Remy dorme com elas, amour... – um olhar fuzilante dela é o suficiente para ele parar de tentar explicar – Sempre achei que "isso" é por causa da minha mutação. Se ele puder me ajudar, sei lá... É uma opção, uma última chance pra um cafajeste como eu... non? – era possível perceber em sua voz toda a tentativa que ele fazia para Vampira ficar com dó dele.

Vampira: Espero mesmo que funcione! – sem nenhuma emoção na voz – Porque você sabe que comigo, sua "mutação" não funciona, Remy... Se eu estou com você, é porque EU te amo... Não porque me sinta forçada a te amar. Agora, por favor, sai...

O olhar dele só poderia ser descrito como o de um cachorro pidão. Normalmente, as brigas deles terminavam na cama; algumas raras vezes, ficavam apenas se beijando, sentados. Dessa vez, Gambit conseguiu perceber o quanto ela estava falando sério sobre o divórcio...

Ele tenta argumentar, mas o olhar dela estava seco, sóbrio, de quem tem certeza do que diz; de que nada a faria mudar de opinião.

Saindo com total cara de derrotado, ele fecha a porta atrás de si, não sem antes dar um olhar para Vampira de gelar a alma! Assim que fecha, começa a ouvir alguns soluços, alguns sons tão conhecidos: ela era chorando... Só que dessa vez, sem ele nos braços...

Isso somente faz com que Remy sinta-se o mais canalha dos homens! Como ele podia dizer que a amava se a fazia chorar com frequência?

Assim que cruza o corredor, não para em nenhum lugar, indo direto para o Labmed. Entra e encontra Clarisse sentada numa das macas, com o estetoscópio no pescoço, ouvindo o coração de Hank:

Clarisse: Papai! Olha que legal! – ela para de falar, franze a testa – Que é isso no seu rosto? Você está triste...

Remy: Oui, ma belle... Papai está triste com ele mesmo. – comenta, com a voz apagada – passando a mão no rosto e sentindo o soco de Logan.

Clarisse: Se eu fico triste por alguma coisa que eu fiz, nunca mais faço! Não gosto de ficar triste, papá. Mas você não... Continua ficando triste e deixando a mamãe triste também...

Hank não sabia para onde ir, aquilo não era uma conversa para ser ouvida por outras pessoas. Uma garota de sete anos acabava de dar uma lição de moral, mesmo que de modo simples, em seu próprio pai! Chegando perto dela, a olha e pensa em Vampira. Um sorriso brota em seus lábios e ele comenta, olhando para Fera:

Remy: Mas é exatamente para non errar mais que papai veio até aqui, conversar com Fera, cherie! – bagunçou o cabelo dela.

Clarisse: Não chama ele assim, papai... O nome dele é Hank! Ele não diz pra ninguém, mas sempre fica triste por dentro quando o chamam assim. Não é? – pergunta, em sua inocência.

O espanto de Fera fica evidente, logo após arregalar os olhos ele franze a testa:

Hank: Como sabe disso, Clarisse?... Eu nunca falei isso a ninguém...

Clarisse: Eu só sei, Hank! Posso sentir sua tristeza quando alguém te chama de "Fera". – e sorri – Posso ir brincar lá fora, com a Jubilee?

Ambos consentem e ela sai, saltitante, deixando dois homens pasmos atrás dela:

Hank: Bem, você disse que queria falar comigo. – levantando-se e tentando se recompor – Do que se trata, Remy? – dando um salto e indo parar do lado de uma caixa de remédios. Apontando uma cadeira do lado para o cajun sentar-se.

Remy: Sim... Fe* – pigarreia – digo, Hank, eu gostaria que você fizesse uma nova avaliação dos meus poderes, ami. Acredito que com as novas tecnologias daqui, você seja capaz de encontrar o que há de errado comigo e as mulheres... – sua voz denotava descontentamento.

Hank: Eu não entendo, Remy! – enquanto pegava uma bolsa e, apertando um botão, a deixa fria e a coloca sobre o roxo  – Você sempre se deu bem com elas, eu não vejo nada de errado nisso! Aliás, ousaria dizer que muitos gostariam de estar no seu lugar...

Remy: Je sui désespéré, Hank! (estou desesperado, Hank!) – faz cara de dor, quando o gelo fica sobre o hematoma - Cherie disse que se eu não me tratar ou der um jeito de mudar, ela vai se separar de mim... E levar Clarisse com ela! – segurava forte no braço de Hank, com o olhar realmente em desespero.

Hank: Calma... Não se desespere. Eu farei o que for possível para tentar descobrir alguma coisa dessa vez, Remy. Pelo visto, você gostaria de começar agora mesmo, não?

E ao ver o amigo assentir com a cabeça, Hank sorri e pede para que tire a roupa e se vista com algo mais confortável, como um moletom, por exemplo. Ele sorri de volta e sai correndo, levando a bolsa de gelo hightech. Entra em seu quarto e vê Vampira sentada na janela, perdendo a beleza do jardim abaixo dela, com o olhar perdido no horizonte:

Vampira: O que ‘cê tá fazendo aqui, Gambit?! – vira-se assustada.

Remy: Remy veio trocar de roupa, amour. Fer* – para – Hank disse que vai aceitar o desafio de descobrir o que eu tenho. – seu olhar era o mais feliz possível, mas essa felicidade se quebrou ao não encontrar ressonância no olhar dela.

Vampira: Espero mesmo que ele vá até o fim... Porque eu não vejo outra saída pra nós, a não ser você mudar esse seu temperamento. – a voz dela era de pesar – No começo, Remy, eu realmente achei que fosse capaz de suportar suas escapadas, afinal, eu sempre soube delas! Me enganei, gato... E peço desculpas se estou te forçando a fazer algo que você não quer, eu vou entender se você preferir... – ela não consegue terminar a frase, claro que não ia entender se ele resolvesse deixá-la!

Ela engole seco e, nesse instante, Gambit vê uma lágrima brotar no olho dela. Sem sair do lugar, com medo de fazê-la ir embora pela janela, ele diz:

Remy: Shiiii, amour! Je jamé te deixaria. Você é a razão da minha vida, embora isso possa parecer sem sentido, vindo de mim, belle! Je t'aime, como nunca amei ninguém! E como nunca vou amar... Pensar em te perder seria como viver sem o ar, ou não ter coração, mesmo estando vivo, cherie... Se Clarisse estivesse aqui, te diria que não são somente palavras, é realmente isso que eu sinto. E, para que possa dar certo, eu vou até o fim com essa pesquisa e com o tratamento que vier! – vira-se, levando na mão uma calça de moletom cinza claro, fazendo-a apenas ouvir do corredor: "eu te amo!"
Como não tinha mais por que fazer papel de durona, ela deixa as lágrimas caírem abundantemente: "eu sei...", balbucia, entre um soluço e outro, enquanto pensa no que ele disse sobre tudo e sobre Clarisse.
Não demora muito para que o cajun chegue ao Labmed e, entrando numa das salinhas privadas dele, retira a roupa que estava e veste a calça. Assim que sai, ouve:

Hank: Ei! Eu disse pra vestir algo mais confortável, mas isso incluía uma blusa também... – faz chacota.

Assim que explica a pressa com que saiu do quarto, pelo choro e as palavras de Vampira, Hank assume um rosto sério e, pela voz, era possível ver: não era mais Hank que falava, mas sim o Dr. McCoy:

Hank: Não se preocupe, eu farei tudo ao meu alcance para que você não sofra mais com isso. A tecnologia avançou absurdamente desde a última vez que fizemos uma avaliação em você, Remy. Por favor, deite-se naquela maca.

Hank aponta para um aparelho muito parecido com o de tomografia computadorizada:

Remy: Hank, eu não vou sentir nenhum tipo de dor, non? Se for, gostaria de ser avisado. Eu faria qualquer coisa pela cherie, mas queria ser informado de todas as etapas, tudo bem? – pergunta, enquanto se deita na maca.

Hank: Claro, Remy. – sorrindo - Posso te garantir que não sentirá dor nenhuma. Você será colocado dentro do aparelho, alguns flashes de luz aparecerão. Logo depois, você sentirá como uma espécie de aspirador gigante, não se assuste, isso nada mais é do que um meio de colher amostras de DNA. Teremos então, duas etapas: uma de avaliação física e outra genética. Relaxe, apenas e tente não se mexer muito. Está bem? – apertando um botão que coloca a maca para dentro do oval.

As luzes realmente vêm. No princípio com uma velocidade lenta, aumentando depois até o ponto onde o cajun já não distinguia mais as placas que lançavam a luz. A câmara toda parecia uma imensa luz. Foi extremamente desagradável. Mas Gambit ficou imóvel até o final. Ele lembrou-se do conselho de Hank e resolveu não cobrir os olhos com as mãos. Em seguida, a velocidade das luzes diminuiu de novo, até parar. Nisso, começou um vento. Remy estava preparado para sentir uma leve ventania, não se sentir o próprio pó sob o tapete! Aquilo era forte! Não durou muito tempo, mas o cabelo do grandão foi levantado, de tão forte que era a sucção!

Hank aparece e diz que acabou. Conta que, realmente, não havia encontrado nenhuma anomalia física nele, com exceção do mais recente hematoma, que agora estava bem mais claro, devido à tecnologia das luzes, capazes de curar males físicos sem muita importância. Agora, era esperar para que as amostras de DNA (cílios, cabelo e pelos) fossem analisadas e um veredicto fosse dado:

Remy: Oh! Sinceramente, você achou que fosse ter algo de errado com meu físico, Hank! – comentou, sorridente, estufando o peito – Remy LeBeau sempre faz atividades físicas!

Hank: Sinceramente, achei que você estivesse com algum mioma nos pulmões! Você é um fumante inveterado, Remy.

Remy: Era, Hank! Era! Vampira disse que isso me faria mal e, mesmo tendo parado um pouco por conta dela, parei de vez quando Clarisse nasceu. Belle estava certa, poderia fazer mal à criança, non?

Hank: Só se ela se referia a você como a criança... – sorriu, dando um tapinha no ombro dele – Fico feliz que tenha ouvido o que Vampira disse!

Remy: Eu sempre ouço! Especialmente na cama, ami... – e sorri cafajestemente.

Hank sacode a cabeça. Não acreditava que ele ficasse falando disso por aí. Ao que parece, era uma conversa que ele gostava de contar... Nisso, uma voz extremamente aveludada e feminina se faz ouvir:

Computador: Análise das amostras terminada, Hank. O que deseja fazer com as informações?

Ambos vão para frente de um dos computadores, onde vários gráficos se moviam na tela, entre cadeias de DNA e amostras de materiais coletados.

Hank: Bem, eu quero que você acesse o arquivo de Remy LeBeau e faça uma intersecção das informações, averiguando se existem novos dados, além dos já conhecidos: habilidade sobre humana, capacidade de energizar objetos com energia biocinética e pontaria.

Computador: Certo, isso levará alguns minutos, aguarde, por favor... – e várias luzes começam a passar na tela. Não eram luzes, eram informações, passando de forma tão rápida que era impossível acompanhar a velocidade do texto.

Remy: Ela está demorando, isso é bom, non?

Hank: Não é sinal de nada, Remy. Tanto ela pode achar algo, como não. Mas eu disse e reforço: nós não nos deteremos se nada for encontrado aqui. Iremos além, encontraremos um meio de fazer com que você e Vampira possam viver como um casal normal.

Remy: "Normal'? Isso jamais seremos, Hank... Mas eu espero somente poder conter esse meu lado... hu... Impetuoso. – enquanto pensava em como seria ótimo o computador mostrar algo, pois isso faria com que ele ficasse inocente de seus atos. Tudo seria culpa de sua mutação!

Hank: Veja bem, tudo pode não passar de um problema de sua psique, Remy e, o único meio de cuidarmos disso é*

Computador: Análise concluída. Novos dados encontrados. Como proceder: incluir / excluir / deixar na área de dados re*

Remy: Pour Dieu! Fale logo que mutação é essa! – totalmente excitado por algo ter sido descoberto.

Computador: Aceito somente comandos de voz de Hank McCoy, como proceder? Incluir novo registro de voz?

Hank: Não, por favor, mostrar os novos dados encontrados e os incluir aos antigos. – não acreditando em como Remy perdeu o controle momentaneamente.

Computador: Incluindo arquivo. Nova assinatura genética: capacidade de exalar feromônios com grande poder sobre a hipófise feminina. A atuação desses feromônios possibilita, inclusive, a capacidade do Sr. LeBeau ter uma certa dominação sobre o sexo oposto. Essa mutação independe do desejo do mutante e está constantemente em ação. Seu organismo a produz na hipófise, com um acréscimo de potencialidade por conta de seu gene x-275#9. Mais alguma ação?

O rosto de Hank brilhava diante da impressionante descrição. Não poderia ter sido melhor! Foi dado inclusive o gene responsável pela mutação! Com isso, seria fácil impedi-la!

O rosto de Remy era a maior interrogação já possível de ser percebida num rosto:

Remy: Será que dava para falar em inglês?!

Hank: Você não entendeu nada?! Remy! Descobrimos tudo! Você e Vampira estavam certos. Essa sua vontade de galantear todas as mulheres é uma capacidade mutante. Com ela, você tem, inclusive controle limitado sobre elas, fazendo-as ceder as suas vontades! Não é ótimo? O computador conseguiu, inclusive, isolar o gene, assim, poderemos combatê-lo na fonte! Não antes de fazer alguns testes para confirmar a extensão da validade desse gene no seu organismo.

Remy: Isso é merveilleux! Mas... Comme? – Hank o olhava interrogativamente – Comme la belle non se deixa levar pelo meu "charme"? E a Sra. Logan... E-ela non cedeu aos meus desejos...

Hank: Bem, podemos chamar as duas aqui e verificar o porquê de elas não cederem, Remy. Isso, se você quiser... Eu acho válido para a ciência e, também, para você; afinal, pode ser que para alguém seu "charme" funcione, mesmo quando você não quiser. O oposto da balança, não é? – levanta uma sobrancelha.

Remy: Oui. Je se... Mas, será que a ruiva irá querer vir? Eu não fui muito certo com ela, da última vez... E...

Hank: Chega de tentar ficar imaginando o que elas fariam, amigo. Não temos a sorte de sermos telepatas, como a Jean ou o Professor e, por isso, temos de agir. – enquanto falava, andava para um comunicador colocado na parede, próximo a porta.

Assim que chega nele, conta para todos poderem ouvir a sua mais recente descoberta e isso deixa todos na mansão alvoroçados. Pede para que Ohana e Vampira fossem ao Labmed, para poder terminar algumas conclusões e aplicar algum possível remédio.

Wolvie: ‘Cê vai? – dizia isso ao mesmo tempo em que pegava uma blusa no armário e vestia. Já estava totalmente seco e com a calça trocada.

Ohana: Acho que sim. É para ajudar Vampira. Além do mais, Hank vai estar lá... – levanta a sobrancelha.

Wolvie: Desde quando a presença de outra pessoa impede o cajun de ser o calhorda de sempre? – sorrindo.

Ohana: Bem, eu me sentiria mais "protegida" se você fosse comigo, o que diz? – dando um tom de brincadeira.

Wolvie: Sei, gata... Com a Vampira lá, eu não ia fazer a mínima diferença. Mas, acho que vou dar uma passada pra ver o roxo no rosto dele!

Ohana: Ahahahaha, seu mau! Hank já deve ter cuidado disso...

Logan faz cara de triste e lança um "será?" em tom entristecido, pegando a ruiva pela cintura e começando a descer a escada com ela.
Conforme vão chegando perto do Labmed, Logan aspira e comenta que iam ter que ficar na fila pra ver o Gambit, pois todo mundo estava lá! Assim que viram e podem ver o corredor do Labmed, todos estavam lá, sem exceções: Ororo, Warren, Jean, Scott, Jubilee, August, Gian, Bobby, Kitty e Charles. Todos queriam parabenizar Hank por ter conseguido isolar o gene, afinal, isso era meio caminha andado para anular os efeitos dele no organismo.

Wolvie: Licença aí, pessual! O Hank quer ver a Ohana! Licença... – o corredor era um tanto estreito e, por conta disso, ele tinha q ir se espremendo entre todos.

Gian: Que a Ohana tem que ir lá eu entendo, mas qual é sua desculpa, Sr. Logan? – sorrindo.

August: É verdade! Nada de querer furar fila, hein? – rindo.

Wolvie: Eu não preciso de "desculpa", muleque! Sou marido dela, oras! – sorri de volta, encerrando o assunto e continuando a andar.

Kitty não dizia nada, somente ria da atitude dos garotos e mesmo de Logan. Como havia ficado fora por tanto tempo, espantou-se em como ele não tinha mais tanto do durão e teimoso canadense que ela conheceu. Era bom, mas, às vezes, dava saudades de como ele era. E, cruzando os braços na frente do corpo, ela passou a mão sobre si mesma, voltando mentalmente há um tempo onde não controlava direito sua mutação e estava sempre se colocando em encrencas; sempre sendo salva por Logan ou, muitas vezes, na Sala de Perigo, sendo ensinada a como se defender, no caso de sua mutação falhar ou lhe ser retirada. Quantas e quantas vezes Kitty ficou depois do treino normal, aprendendo defesa pessoal com o melhor professor que poderia existir. Era um tempo bom, onde os problemas pareciam maiores, pois era menor sua confiança em si mesma e naqueles que a cercavam. A americana sorri desse pequeno momento, era ótimo sentir-se querida e ter a certeza de sempre estar em casa, assim que cruzava o imenso portão de ferro da mansão.

Wolvie: E aí, Hank! – aparece na porta do Labmed, onde Vampira e Remy já estavam – O que tu quer com minha mulher?! – sorri.

Hank: Apenas tentar ajudar nosso amigo, Logan. Eu preciso entender como é o funcionamento da mutação dele, sua amplitude e, especialmente, o fato de Vampira e Ohana não serem atingidas por ela!

O canadense olha o doutor nos olhos, tentando perceber algum truque ou brincadeira, mas nada disso é notado e Logan então olha para Ohana, querendo saber o que ela achava de tudo aquilo.

Ohana: Eu não acho que tenha problema algum, amor. Ao menos, espero que Hank consiga ajudar Vampira... – fica meio sem jeito, mas achava que aquela era a coisa certa a se fazer, não por Remy, mas pela mulher dele.

O cajun não sabe onde colocar o rosto. Não tinha sido nem mesmo citado, Logan não tinha olhado para ele e nem mesmo o fazia. O clima ficou pesado e, para poder quebrar aquela horrível situação, o doutor toma a palavra:

Hank: Bem, meus amigos, se ninguém se opuser, começarei agora mesmo os testes e será com você, Ohana, afinal, vocês têm um avião para embarcar, não? O melhor seria não perdermos mais tempo, não precisarei de nada, apenas colocarei esse receptor em você e pedirei para que ambos entrem naquela salinha ali. Do Remy eu apenas peço que faça como sempre fez e como estava fazendo até a pouco, não quero que o resultado seja alterado por vocês estarem agindo estranhamente, está bem? Sei que é algo difícil de pedir, mas é para o bem, não se esqueçam!
Logo que termina de falar, pega uma pequenina peça e, após passar um pouco de álcool no braço da ruiva, coloca a peça que fica presa como se possuísse uma espécie de ventosa. Hank explica que ela captará todas as mudanças de hormônios e algumas mudanças físicas, mas que Ohana deveria, ao final de alguns minutos, relatar todas as sensações que teve. Olhando para Logan e Vampira ele completa:

Hank: Por favor, vocês poderiam esperar lá fora? Eu não desejo criar mais atritos entre vocês, nem mais brigas desnecessárias, somos todos crescidos, amigos, e, por isso mesmo, não há necessidade de vocês ficarem aqui. Eu não estou pedindo, – olhando para Logan e vendo que não dava mostras de sair – estou comunicando... – e estendeu a mão para a porta.

Sem se conformar, Logan pragueja algum impropério para ninguém em especial e sai, sendo seguido por Vampira, que antes de sair, lança um olhar para Gambit. Outro olhar de gelar a alma!

Hank: Então, vamos começar? Eu espero que consigam reagir do mesmo modo. O sucesso de nossa experiência depende disso! Vão lá para a salinha e fiquem tranquilos, nenhuma câmera está instalada ali, não precisam se preocupar com o que dirão, nem mesmo com o que farão, está bem? – completa, estendendo a mão para a pequena sala, onde havia uma maca e um pequeno armarinho de medicamentos.

Pela primeira vez, Ohana olha Gambit e a sua pele fica tão ou mais rubra que seu cabelo! Baixando rapidamente a cabeça ela entra na sala.

Gambit é puxado por Fera pelo braço:

Hank: Também tenho de colocar esse sensor em você, Gambit! – e faz o mesmo, colando o pequeno receptor no braço direito do cajun. – Agora, seja você mesmo, Gambit! Não se esqueça que seu casamento está em jogo aqui...

Quando entra na salinha, Ohana estava encostada na maca, com o braço direito segurando o esquerdo, cabeça baixa, respiração sobressaltada:

Remy: Her... Quem diria que acabaríamos juntos de novo, no, ma cherie?... – o tom de nervosismo em sua voz era nítido!

Ohana: Eu jamais diria, Remy... Mas não estou aqui por você. Tenha a certeza de que se não fosse por Vampira, não me veria de novo. – levanta a cabeça lentamente e o encara – E então? Não vai fazer o que sabe melhor? Quanto antes sair daqui, menos desconforto para nós, não?

As palavras iniciais o atingem como pedradas! Gambit não estava acostumado a ouvir negativas de mulheres ou mesmo ouvir palavras tão sinceras assim. Mas, quando Ohana levanta a cabeça e ele encara aqueles lindos olhos verdes, algo muda dentro de si. Algo sutil, sem, contudo passar despercebido pelos poderosos equipamentos do Labmed. Hank apenas solta um "interessante", com os olhos vidrados nos gráficos.
Chegando bem perto da ruiva, Remy não diz nada, apenas a pega rapidamente pela cintura, com uma das mãos e com a outra a segura pela nuca, com uma agilidade que seria impossível escapar! Puxando-a para si, a beija calorosamente, fazendo Ohana arrepender-se de ter aceitado esse "teste". Não tanto pelo fato de ter sido beijada, mas pelo fato de ter sentido um calafrio diferente na espinha! Se não estivesse com o pensamento fixo em Logan, teria deitado na maca e deixado o cajun fazer o que quer que fosse! Rejeitando o beijo do modo mais nervoso possível, a ruiva tenta, em vão, empurrar Gambit com os braços para longe. Odiava sentir-se tão impotente, sem seus poderes! Remy não parava de beijá-la, forçando uma situação que já estava saindo do controle.
"Não, Gambit! Para..." Ela suplicava, mais para manter sua integridade do que propriamente querendo que ele parasse. Suas vontades pareciam minadas pelo calor dos lábios do cajun e pelo modo como ele, magistralmente, explorava o corpo dela com as mãos. Seu braço até podia ter algum efeito, se conseguisse ter força para empurrá-lo, mas com sua vontade minada e todo seu desejo controlado ficava difícil uma reação... Forçando o pensamento, Ohana começa a pensar em todos os momentos maravilhosos que teve com Logan e tudo o que a esperava nessa viagem, vendo o canadense sorrir, ficar nervoso, mandar beijos de longe, passar a mão de modo carinhoso nela. Todos aqueles momentos que faziam o relacionamento dos dois valer a pena e, sentindo a força voltar, começou a empurrar Gambit para longe, começando a sentir dor de cabeça:

Ohana: Para, Remy! Eu não quero que me beije mais! – ainda com a voz sumida, sentindo, no final da frase, uma pontada na cabeça.

Remy: Tem certeza de que não quer? Porque não é isso que Remy sente no tom da sua voz, ma belle... Você deve fazer Logan muito feliz, pelo pouco que pude sentir até agora. Por que não me deixa feliz também, Ohana? Sou alguém tão desprezível assim? – olhando-a profundamente nos olhos, com um sorriso sedutor nos lábios ainda úmidos do beijo.

Ohana: Tenho certeza de que sim! – com um pouco mais de confiança na voz, seguida de outra pontada na cabeça, a mão direita espalma-se sobre a testa e uma expressão de dor fica nítida – É justamente com a intenção de te fazer feliz que eu estou aqui, Remy. Você ama Vampira e não é prova de amor o fato de você sair com outras! Sabe que não é desprezível e lhe digo isso como uma mulher que já teve a infelicidade de encontrar homens desprezíveis na vida. Mas, não perca a verdadeira oportunidade de ser feliz por conta de um desejo mais animal que racional...

Remy: Você entende muito de desejos animais, non? Afinal, casou-se com o mais irracional de nós, Ohana... – um tom de superioridade reinava em sua voz.

Ohana: É aí que você se engana, Remy! O que eu quis dizer com desejo animal não tem nada a ver com Logan. Quis dizer sobre perder o controle sobre si e magoar as pessoas que realmente ama! Como acha que Clarisse iria se sentir se somente suspeitasse das coisas que faz? – o cajun baixa a cabeça – Logan pode ter o pavio curto e mesmo ter os sentidos animais à flor da pele, mas ele jamais magoaria a quem ama com a suposta desculpa de "ter de saciar seus desejos"... Ou de ser fraco para lutar contra isso! – Ao menos, depois do que Jean Grey fez na mente do canadense, isso não deixava de ser verdade.

Nesse momento, Gambit parece retornar à realidade e afasta-se um passo dela, passando a língua pelos lábios, em pose pensativa:

Remy: Ela não somente suspeita, como sabe e fica muito triste com o fato. Remy não quer magoar mais as mulheres que ama... Je entendi o que você quis dizer sobre os desejos, Ohana. E eu não sou fraco! – com um tom de orgulho ferido na voz – Confesso que não tentaria mudar se não ficasse tão claro que vou perdê-las, mas minha intenção nunca foi magoá-las

Ohana: Como não, Remy! – já sem ter dores de cabeça, com a voz um pouco exaltada – Coloque-se no lugar de Vampira e veja o que mais traria uma ação dessas além de mágoas?!

Remy: ...

Ohana: Logan não investiria em uma amizade, sabendo que iria fracassar. Ele pode ter se afastado, mas isso nada mais é do que um incentivo para que não pare de tentar! E conhecendo-o, amando-o como eu, posso perceber que ele tem muita fé em você e na sua capacidade de mudar a situação, Remy. Não jogue fora tudo isso, pois mais vale a pena tê-lo como aliado que como inimigo, não? – ela sorri, totalmente senhora de si, saindo da salinha logo a seguir.

Hank: Eu ia mesmo chamar vocês! Tenho gráficos incríveis aqui, creio que com eles poderei trabalhar perfeitamente numa anulação desse gene! Foi incrível! Agora, gostaria de entrevistar você a sós, Ohana, para que me passe todos os detalhes, tá bem? – sorria o doutor, sem nem ao menos fazer ideia de que muito mais do que gráficos interessantes aconteceram naquela sala.

Os dois vão para a mesa de Hank e, logo em seguida, Remy chega, meio cabisbaixo, meio com o orgulho ferido. Parecia alguém muito centrado em si, em busca de entendimentos e respostas.

Ohana descreve tudo o que sentiu, desde o estranho sentimento de não ser dona de si mesma, até a dor de cabeça forte, quando decidiu se libertar disso tudo.

Hank estava ficando com o rosto cada vez mais interessado e anotava tudo impacientemente em seu handpad. Cada informação que colocava era incorporada ao sistema e novas possibilidades de tratamento surgiam, criando uma gama de opções e descartando procedimentos não tão necessários.

Hank: Está bem, Ohana. Seu depoimento foi tão notável quanto sua ajuda lá dentro – apontando para a sala – creio que você e Logan podem ficar livres para ir, se assim desejarem.

A ruiva consulta o relógio. Realmente, estava na hora de começar a despedir-se de todos. Resolveu começar pelos dois presentes. Tinha um sorriso misterioso nos lábios, como quem antevê momentos de alegria incontáveis:

Ohana: Então acho melhor me despedir de vocês, não? Está mesmo na hora! Obrigada, Hank. Por tudo! Por me ajudar nos momentos mais difíceis da minha vida! – abraça o amigo que tinha se levantado para se despedir. Era tão incomum sentir aqueles pelos fofos em cada parte de pele que o tocasse! Incomum e confortador. Virando-se para Remy, a ruiva estende o braço – Não acho prudente nos tocarmos mais do que isso, não? – sorri – Espero mesmo que encontre o que busca, Remy... Sucesso para os dois! – e sai, ainda com aquele sorriso.

Remy: Alguém vai se dar muito bem numa certa limusine... – comenta, mais para si mesmo.

Hank balança a cabeça. Dessa vez, ele também tinha percebido e ficava mesmo feliz por Logan e por Ohana:

Hank: Que venha muito mais do que estão esperando, então! – batendo no ombro de Remy – Vamos chamar Vampira, para podermos concluir essa primeira etapa.

Assim que aparece na porta, vê Vampira e Logan sentados. A multidão tinha resolvido se dispersar. Clarisse estava sentada no colo do canadense e este contava alguma batalha para a menininha:

Clarisse: O senhor fez mesmo isso?! Ele fez, mamãe? – com os olhos arregalados.

Vampira: Claro que fez, meu amor. Ele não tinha escolha! Eram outros tempos... Agora, os mutantes podem ficar mais tranquilos, mas antes, se você dissesse que era mutante, corria o risco de ser morto! – relembra, ficando com o semblante triste por alguns segundos e tendo repassadas as imagens de quando beijou Cody e seus poderes se manifestaram.

Clarisse: Já acabou, Ohana?! – pulando do colo de Logan e abraçando a ruiva pelas pernas.

Ohana sorri com o baque e agacha para abraçar a pequena, falando que sim.

Wolvie: Daqui a pouco eu ia lá te avisar que tínhamos que ir. Está quase na hora, Ohana, ‘tá tudo legal? – levanta-se, passando a mão no cabelo de Clarisse.

Ohana: Está sim, Logan. Eu já me despedi dos dois. Não vejo a hora de começarmos a lua-de-mel! – sorriu, deixando não somente Logan notar aquele mesmo sorriso misterioso. Na verdade, não era intenção dela que os outros percebessem, mas não tinha como esconder; era nítido demais.

Vampira sorri, pegando Clarisse no colo:

Vampira: Bem, então acho melhor me despedir de vocês também, não? Dando certo ou não, gostaria de te agradecer, Ohana. Não sei se outra pessoa faria o que fez por mim. – virando-se para Logan – E a você também, Wolvie. Não tenho muitos amigos, mas tenho certeza de que vocês ‘tão entre eles! – seu sotaque sulista bem forte – Espero que se divirtam muito no Japão!

Todos se abraçam:

Clarisse: É tão legal olhar para vocês dois! Eu sinto tanto amor! Tanto quanto quando olho pros meus pais e eles não estão brigados. – ela cochicha para Ohana.

Não tinha mais o que ser dito. Hank e Remy aparecem na porta, aproveitam a oportunidade e despedem-se de Logan. O canadense ainda estava frio com Remy, mas este nem liga e dá um grande abraço nele:

Wolvie: Qu'é isso, cajun! Que mania de abraçar cueca?! Acho que tu ‘tá fazendo tudo errado, Hank! – empurrando levemente o amigo para longe e rindo.

Todos caem na gargalhada. Pegando a ruiva pela mão e lançando um olhar de "te cuida" para Vampira, Logan desaparece no corredor.

Wolvie: Foi tudo legal lá mesmo? ‘Cê ‘tá com mais cheiro de Remy do que eu gostaria... – levanta uma sobrancelha e a encosta na parede que fica sob a escada da sala principal.

Ohana: Estou com mais cheiro do que eu gostaria também, amor. Por que você não muda isso? – passa a mão no cabelo dele – Adoro quando você fica com ciúmes, sabia?

O canadense sorri e aceita a proposta, entendendo que nada além do controle tinha acontecido no Labmed. Pegando-a de modo brusco, mas sem machucar, ele a espreme entre um abraço, a parede e um beijo. Depois de alguns minutos:

Wolvie: Agora ‘tá melhor, bem melhor! – cheira o cabelo dela, beija-a no pescoço.

Ohana: Tem certeza? Porque eu acho que ainda tem um cheirinho dele aqui... – e aponta para o outro lado do pescoço, bem abaixo da orelha; sorrindo.

Logan começa a beijá-la naquele lugar, mas para:

Wolvie: Melhor fazermos isso depois... – com voz de contrariado.

Não demoram três segundos e a voz do casal Summers pode ser ouvida no começo da escada:

Jean: ...o que eu estou tentando mostrar é que não existe mais perigo. Sinistro está, provavelmente, morto! Há anos não sabemos dele, Scott! – a voz da telepata era impaciente.

Scott: Eu sei, Jean. Mesmo assim, você não acha que*

Jean: Estou cansada de achar, Scott! Eu não preciso de sua aprovação para ter um filho! Não que isso agora faça diferença! – era possível perceber que ela chorava – Se eu soubesse que Sinistro era somente uma desculpa para o seu medo, não teria esperado tanto! – desce as escadas rapidamente, deixando Scott para trás.

Jean sai pela porta principal, sendo seguida pelo marido. O casal Logan fica mudo. Estavam tristes pela telepata, pois ela sempre quis ter filhos:

Wolvie: Acho que ela me disse que não pode mais ter filhos, Ohana... Não tenho certeza, será que é? – indo para frente da mansão, vendo aonde Jean ia e tentando perceber que sensação estranha era essa.

Ohana: Oh! Não... Será mesmo? – coloca a mão no rosto – Ela não merece isso, Logan...

Um silêncio incômodo se instala e se não fosse pela chegada de Kurt, ficariam assim por mais algum tempo!

Kurt: Mas o que vocês estão fazendo aqui?! Têm um avião para embarcar! Gottlieb! – com um sorriso nos lábios – Eu mesmo estou arrumando minhas coisas para voltar para a minha paróquia. Eu sei que a mansão é muito confortável, mas vocês têm uma lua-de-mel esperando-os, nyet?

Wolvie: Até que pra um padre tu é atrevido demais, sabia? – sorri – Sabe onde ‘tão os outros?

Kurt: Estão na piscina, inclusive o Prof. Vou me despedir de vocês aqui. – coloca a mala no chão.

Trocam abraços e sorrisos. Kurt diz querer ter conhecido por mais tempo Ohana, mas a ruiva ainda estava bastante chocada com a notícia sobre Jean. Kurt notou, mas pensou ser outra coisa, talvez a emoção da viagem. Continuou seu caminho para arrumar suas coisas no carro.
Indo por baixo, passando pela cozinha e contornando o imenso jardim, os dois chegaram à piscina, vendo mesmo que estavam todos lá, com exceção de Hank e da família LeBeau:

Jubi: Ei, Logan! Ohana! Chegaram bem na hora! – com um biquíni todo colorido.

Wolvie: Só se for na hora de dizer tchau, Jubi. A gente está indo, senão, vamos perder o avião... – indo para onde o Professor estava, num dos guarda-sóis.

Jubi faz carinha de triste, sai da piscina. August também sai, todos começam a se aproximar do guarda-sol.

Prof. X: Meus filhos, eles não vão sumir para sempre. Somente vão passar a lua-de-mel em outro local! Não façam essas caras de enterro... Deviam ficar felizes por eles!

Todos resolvem aceitar isso, mesmo aqueles que não ficariam muito tempo ali. Uma rápida despedida é feita. Jubi não queria que eles fossem, ou melhor, queria ir junto, mas não tinha nem coragem de falar! Com isso, não largava Logan de seu abraço:

Wolvie: Guria, ‘cê tá bem? Desse jeito minha mulher vai ficar com ciúmes... – brincava.

Jubi: Assim não dá! Eu venho para cá e você, Ohana, Kurt, Warren e Ororo saem?!

Ohana: Warren e Ororo? – curiosa, olha para eles.

Warren: É... Nós íamos falar num momento oportuno; acho que ele é agora, não? – pergunta para a africana.

Ororo: Pode ser, Warren. Pode ser... Já que os dois vão embora. Mas faltam algumas pessoas, Professor, poderia ao menos chamar Kurt? – tinha um som de seriedade mista de felicidade em sua voz.

Não passa um minuto e Kurt aparece, envolto numa fumaça de enxofre. Os dois explicam que vão para os Alpes, passar um mês, ver se podem tentar ser um casal, pois estavam cansados de sofrer pelos que foram e que nada mais querem do que a felicidade dos que ficaram. Essa foi uma notícia muito alegre para todos, com certeza, merecia uma comemoração, mas os recém-casados preferiram não perder o avião, despedindo-se e desejando muita felicidade para eles. Aliás, para todos! Apesar de Jean estar uma fornalha de emoções por dentro, chega em seguida para abraçar Ohana com muito carinho, desejando uma ótima viagem e Scott também segurou firmemente a mão de Logan, em um cumprimento polido de boa viagem.
Na verdade, os dois queriam terminar o que começaram embaixo da escada. E vão a passos largos para a limusine, entrando e nem dando conta de que o motorista tinha uma peculiar tatuagem no pescoço, em forma de mão...


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