Momentos da Vida (Wolverine e Ohana) escrita por lslauri


Capítulo 3
Segredos Revelados




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texto em itálico são pensamentos

palavras em negrito são enfáticas na entonação

os nomes de quem fala estão antes de cada fala, em negrito apenas para que saibamos quem são

 

SEGREDOS REVELADOS

O avião sairia às 21h  e, lá pelas 18h30 eles despertam; na verdade, Ohana desperta e dá de cara com um Logan já arrumado, sentado ao lado da cama, olhando-a. O queixo apoiado nas mãos e estas nos joelhos.

Ohana abre os olhos devagar... Sem estar totalmente acordada. Os sentimentos e sensações das horas precedentes começam a voltar e, com eles, ela retorna à realidade. Espreguiça-se:

Ohana: Hum!... Faz tempo que está aí? – quebra o silêncio.

Apenas levantando um pouco a cabeça, ele responde:

Wolvie: Algum tempo. Não tive coragem de te acordar e, te olhando, não vi a hora passar. – diz com um sorriso e uma breve olhada no relógio - Temos 2 horas antes do voo.

Ela faz o lençol flutuar e vesti-la ao redor do corpo enquanto senta-se na cama, logo em seguida levanta-se, vai até ele, beija-o:

Ohana: Vou tomar um banho rápido, já volto, ok? Quero ir num lugar antes de viajar. - pelo cheiro gostoso e pelo cabelo um pouco molhado, ela conclui que o canadense já o fez e provoca:

Ohana: Ah! Que pena você já ter tomado banho... Eu ia te convidar pra ir comigo. – pisca, andando sinuosamente.

No chuveiro, relembra cada momento, desde que o vira pela primeira vez e não acreditou em como tudo aconteceu de repente, com essa estranha sensação de "o conhecer desde sempre".

Coloca uma roupa mais formal – jeans e camiseta - faz uma trança e encontra-o sentado na mesma posição, um olhar distante.

Ohana: Logan, você está bem? – tocando-o no ombro.

Ele segura a mão da moça e diz, meio distraído:

Wolvie: A vida é tão estranha. ‘Cê não sabe como é difícil pra mim ter esses momentos. E, pensando, percebi que é porque eu me afasto... Sofri e amei muito. Os dois ao mesmo tempo; que acho estranho amar sem sofrer...

Ela senta-se no colo dele, com uma cara de dó. O tom de voz dele era de real tristeza. Ohana acaricia-lhe o rosto, enquanto tenta imaginar o que poderia ter sido tão ruim assim; mas suas experiências não têm nada a ver com as dele, nada do que ela imagina condiz com a realidade...

O canadense segura-lhe a mão e suspira:

Wolvie: Gata, tenho que te dizer uma coisa: não amei muito na vida, mas os amores que tive... Como posso dizer isso. Posso parecer brusco, ‘tá? Mas é esse meu jeito mesmo... – ele mede suas palavras, pela primeira vez - Foram assassinados!...

Os olhos verdes dela arregalam-se:

Wolvie: Durante minha vida, fiz mais inimigos do que amigos, talvez pela minha natureza. Tenho que te avisar... Eu sou virtualmente indestrutível. – ele afasta-a delicadamente e levanta-se - Lembra dos acessórios que eu disse que compensavam o fato de eu não ser telecinético? Bom - e o característico som *SNIKT* aparece enquanto ele ejeta as três garras de sua mão esquerda - esse é um deles.

A ruiva pula pra trás, colocando a mão na boca e dizendo:

Ohana: Agora entendi o porquê de ter dito que se fosse me matar, já estaria morta!

Ela aproxima-se, ainda com a mão na boca, a expressão de surpresa. Toca a mão dele, sente as garras:

Ohana: Mas elas são de metal! Como isso é possível?

Wolvie: Eu tenho esse metal no corpo todo, na verdade, meu esqueleto é desse metal. Chama-se adamantium e é indestrutível. Também tenho um fator de cura acelerado, por isso não sangro até morrer e, além disso, meus sentidos são superaguçados, tanto olfato quanto audição. Também consigo me recuperar de envenenamentos, afogamentos, todo tipo de dano...

A garota presta atenção, não acreditando que pudessem existir mutantes assim.

Ohana: Mas... Você nasceu com esse metal? Eu... Não entendo...

*SNAKT* Ele retrai as garras, volta a sentar-se. Ohana senta-se na cama:

Wolvie: Contra a minha vontade, eu fui submetido a um projeto canadense, feito para criar a arma perfeita. Por isso eu também comentei sobre ir te contando da minha vida, as partes que eu lembrasse. Porque além de implantarem esse metal em meus ossos, eles também bagunçaram minha mente, colocando implantes que facilitassem o controle, pra eles... Muitos momentos da minha vida foram criados e colocados em meu cérebro, mas de forma tão complexa que nem mesmo o Charlie pôde me ajudar. Ele não conseguiu diferenciar quais são as memórias reais das implantadas. Ele acredita, mesmo, que elas já são parte integrante de minha personalidade e, mexer nelas podia me causar mais mal que bem. – o tom de sua voz era baixo, quase um sussurro – Pra finalizar, por conta disso, os meus inimigos resolvem vingar-se de mim nas pessoas que amo. Achei que ‘cê devia saber disso...

Ela nem mesmo pisca. Morrer não fazia parte de seus planos, mas ficar sem ele também não. Resolve não pensar muito sobre isso, não agora; poderiam conversar melhor depois.

Ohana: E-eu agradeço, acho. – ela brinca - Mas como deu pra perceber, sei cuidar de mim mesma...

Wolvie: ‘Tá falando do carro?! – a voz mais grave que de costume - Aquilo foi doce... Primeira etapa dos níveis de treinamento! Ah! Garota – ele a abraça e muda o tom de voz, tentando convencer-se – ‘Cê vai adorar treinar e ser uma X-girl!

Ela deixa-se ser abraçada, não reage, mas em sua mente um turbilhão de pensamentos converge e "morre", sem ser expresso ou continuado. Logo em seguida, ela traz a mala para si, porém, ele a pega e caminha para a porta. Ohana pensa em como havia espaço para o cavalheirismo e para o amor em tanta –aparente - rudeza. Definitivamente, aquele homem era um mistério...

O local que Ohana queria visitar era o cemitério. Ficava a algumas quadras antes do hotel e era antigo a julgar pela idade de alguns mausoléus. Eles entram e caminham até um deles, meio afastado da entrada:

Ohana: Meus pais estão enterrados aqui e eu espero juntar-me a eles, quando meu dia chegar.

Ele acena com a cabeça e fica em silêncio, lembrando-se do túmulo de Mariko.

O mausoléu era de mármore branco com uma escada de três degraus e dois leões de cada lado, guardando a cripta. Mais ao canto, próximo a porta, dois vasos de cristal suportavam, de um lado uma rosa amarela, de outro um cravo vermelho. Ela ajeita as flores, tira algumas folhas que estavam nos degraus e ajoelha-se no primeiro deles. Fazendo uma pequena prece em voz baixa. Logan fica a alguns passos dela, olhando o local por inteiro e pensando que não deseja revê-lo tão cedo.

Andam até o hotel, sem nada falar, um por pensar que não devia ter avisado, pelo menos não daquela maneira; outra pelo que foi avisado, mas crendo que o companheiro havia exagerado na narrativa...


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Notas finais do capítulo

Aiai, quantas revelações! Será que Ohana vai se sentir parte da família Xavier??



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