Momentos da Vida (Wolverine e Ohana) escrita por lslauri


Capítulo 20
Os heróis surgem nos momentos difíceis




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texto em itálico são pensamentos

palavras em negrito são enfáticas na entonação

os nomes de quem fala estão antes de cada fala, em negrito apenas para que saibamos quem são

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OS HERÓIS SURGEM NOS MOMENTOS DIFÍCEIS

Como sempre, os acontecimentos da vida não podem ser calculados ou previstos (ao menos, não por todos…). Até as coisas aparentemente sem importância acontecem com algum propósito. Metabolisis estava contando com um dia sem modificações e, ao invés disso, se tivesse podido ver o que acontecia, perceberia que Ohana não estava onde deveria; que o Professor e Jean não haviam se desgastado tanto mentalmente. O dia havia sido anormal, pois ambos resolveram dar "uma folga" para a mente de Logan e para a deles mesmos.

Com as divagações na sala de leitura começando tão tristes todos se esforçaram para declamar poemas alegres e, até mesmos, engraçados; modificando o estado psíquico dos presentes, relaxando-os, fazendo-os sentirem-se recompostos.

De onde estava Ohana pôde ver o aparecimento da Lua e, juntamente com ela, um estranho veículo voador!

Ohana: Jean! Professor! Tem uma espécie de nave vindo para a direção da Mansão!

Jean: Certo. Vamos averiguar...

Eles conectam-se mentalmente e concentram-se num nível estupendo, sendo bloqueados por um forte escudo psíquico. Isso só podia significar uma coisa: encrenca!

Levantando-se de supetão, Jean avisa aos outros que algo não está certo e que não tem certeza do que iriam enfrentar.

Cada X-Men sabia seu posto, sabia o que fazer num momento desses.

Tempestade alçou voo, convocando os ventos; Hank foi para a mata da mansão e ficou de prontidão em cima de uma árvore; Bobby transformou-se em gelo, indo para os fundos da mansão; Scott foi para um dos lados da construção e Ohana, que já havia descido, ficou a postos no outro.

Professor X, Jean e James ficaram dentro da mansão, os dois primeiros esperando a oportunidade de uma brecha psíquica para ajudar e James por simplesmente saber que não era a hora de agir.

No Labmed, Wolverine ficou tremendamente agitado! Ouvir toda aquela movimentação e sentir aquele cheiro de apreensão era de deixar qualquer um desnorteado. Ter ficado o dia todo por si, sem ver ninguém não foi nada agradável para a fera... Isso iria se repetir por quanto tempo? Teriam mesmo desistido e resolvido deixá-lo confinado ao esquecimento?

O pouso da nave foi tranquilo e premeditado. O grupo não esperava encontrar todos já cientes do ataque, eles contavam com o fator surpresa, mas esse "incidente" não atrapalharia seus planos.

Vários pedidos mentais de socorro começaram a chegar à mente de Xavier de todos os outros Institutos espalhados pelo mundo. Ele sentiu-se completamente inútil... Nada podia fazer...

Ohana, Scott e Bobby, ao perceberem que não vinham outras naves ou mutantes, foram juntar-se aos outros na parte da frente da mansão.

Com sua telecinesia, Ohana retardou o mais que pôde a abertura da nave para que Jean tivesse como informar quem e quantos eram os atacantes. Mas não teve muito sucesso, um grande ricochete de energia foi a resposta que teve. Ao menos já sabiam o poder de um dos integrantes...

A ruiva caiu a alguns metros de distância, mas logo se levantou, apoiando-se num vaso.

Assim que a nave abriu uma porta lateral, dois mutantes saíram, um deles, alado, foi na direção de Tempestade. O outro, voador, foi para alguns metros sobre a mansão e atingiu-a com uma descarga eletromagnética, desligando todos os aparelhos, comunicadores e suportes de vida.

Por alguns breves segundos, tudo parou até que o chão tremeu ameaçadoramente e uma mutante muito pequena saiu da nave. Parecia uma criança inofensiva...

Aproveitando a pane elétrica que ocorreu no Labmed, Wolverine conseguiu escapar, cortando facilmente as barras da jaula que, outrora, eram potentemente bloqueadas.

Sua primeira ação foi gritar e uivar, como um animal que acaba de ser liberto e reencontra sua matilha. Logo depois, ele farejou e quando sentiu o cheiro de Ohana e pensou em ir atrás dela, parece que uma conexão interna foi feita... Ele parou, rosnou e sentiu que algo não estava certo, mas esse sentimento foi tão tênue que a fera nem ligou.

Começou a correr e, aparecendo na porta da mansão, se deparou com uma cena dantesca!

Fera se aproveitou de sua posição estratégica e com apenas alguns saltos, atacou a criança, segurando-a por trás para que não pudesse fazer nada; de dentro da mansão o professor só pôde dizer: "Hank! O que você fez?!"

Ao menor toque, o Dr. McCoy pôde sentir sua energia se exaurindo, como se tivesse tocado em Vampira. Com a diferença que até mesmo seu físico diminuiu, emagreceu e, quando desvia o olhar para a garota, fraco, pôde perceber um quê de maldade, de arrogância, de – falsa – supremacia, ela não parecia mais uma garota. Estava com o físico forte e atlético, assim como era o de Fera:

"Garota": Bem, você será o primeiro, então!

Juntando a palavra à ação, ela empurra Fera com uma força extrema! Ele "voa" para dentro da mansão, destruindo a escada e passando alguns bons metros dela. Por pouco, ele não acerta Logan que pula de lado e ri de tudo aquilo.

O Professor Xavier aproveita a situação para tentar entender o que estava acontecendo. Ele averigua o que houve com Hank e, percebendo que o amigo está vivo, lê a mente... Ele apenas consegue rever o momento, sem entender o motivo.

Ao ver Hank ser atacado assim, Bobby resolve congelar a "menininha", criando uma cúpula de gelo ao redor dela, mas ela facilmente a quebra, deixando clara a força incrível que tinha...

Nisso, uma luta aérea se desenrola. Tempestade, ao perceber a vinda do mutante alado, vai para mais longe da mansão e fica acima da floresta. Seus olhos vão assumindo a tão característica cor branca e seus cabelos começam a levantar pela eletricidade estática formada.

Tempestade: Não pense que será fácil me derrotar! Raios! Eu os convoco!

A deusa dos ventos junta alguns raios ao seu redor, fazendo-os ir em direção de seu oponente.

Atacante: Quer dizer que você sabe que será derrotada por mim? Ahahaha! Nunca foi tão fácil ganhar!

Assim que os raios vão na direção dele, suas asas o "abraçam" e o protegem, fazendo os raios ricochetearem e atingirem algumas árvores abaixo, iniciando um pequeno incêndio.

Claro que Tempestade acha interessante o modo como as asas o protegem, funcionavam como uma espécie de escudo, ao menos de raios...

Não se dando por vencida e apenas rindo diante do comentário do adversário, Ororo inicia uma forte ventania que desestabiliza o voo do atacante. Na verdade, o faz cair entre as árvores e a deusa dos ventos desce, para ver onde ele estava. Ela não gostava de deixar nada pela metade e, muito menos, mais um para os outros X-Men se preocuparem.

Isso era tudo que o ser alado queria. Se ele estava tendo dificuldades no ar, não aconteceria o mesmo em terra, onde ele contava com a força bruta para vencer.

Ao que parece, as asas não funcionavam somente como um escudo, mas também como uma camuflagem já que Ororo foi perceber seu atacante somente quando este "saiu" do tronco de uma árvore acertando-lhe um violento soco!

As asas que estavam da cor da madeira, aos poucos voltam a cor branca e ele, vendo Tempestade caída sorri vitorioso, pensando que esperava mais da tão falada "deusa"...

De volta à cena que Wolverine via:

James se apavora ao ver que o momento em nada esperado havia chegado... Ele olha Hank, quase reduzido à metade do que era, caído, desfalecido. Olha para Jean, aquela que ele tinha aprendido a amar pela sua docilidade e gentileza; olha para o Professor Charles Xavier e o agradece mentalmente por todo o apoio que ele teve e terá, mas de nada adianta. Ele pensou e repensou várias vezes esse momento, tentando avaliar outros meios de agir, tentando encontrar uma saída para o inevitável... É, é por isso que esses momentos têm esse nome, são impossíveis de evitar...

James: Professor, Jean! Eu sei o que ela pode fazer e sei que ela é a mais perigosa de todos os que aportaram aqui. Se não pudermos detê-la, ela nos fará perder e matará todos nós! – levanta-se e deixa perceber que já não era mais um rapaz de 23 anos e sim, um homem com seus 35 anos.

Jean: Mas o que você sugere, James? O que ela pode fazer?!

James: Bom, ela é como a Vampira. Ao simples toque, ela suga a mutação. Só que diferentemente da Vampira ela quadruplica a capacidade mutante, acelerando a mutação para que seu golpe seja fulminante!

Prof. X: James, não há motivo para que algum de nós precise se sacrificar... Acredito que se lutarmos juntos*...

James: Não, Professor! Desculpe cortá-lo assim, mas eu SEI que essa é a única saída. E ela não me agrada assim como não agrada ao senhor.

Jean: Mas do que vocês estão falando? Sacrifício? James, não!... – ela coloca a mão na boca, apavorada.

James: Eu TENHO, Jean! É o único meio! Nunca vou me esquecer de vocês! Nunca!

E, pensando isso enquanto corria para o jardim, cruza com Logan que continuava parado ao lado da porta, vendo como Scott tentava praticar tiro ao alvo no mutante que voava e tinha causado a pane elétrica. O canadense ri muito ao ver que um raio de energia logo acerta o caolho que cai desacordado na grama.

James para por alguns segundos ao ver aquilo. Era a primeira vez que ele via seu pai, ao menos com os olhos que tinha agora... Lembra-se dele o levando para ver a mansão, mas nada do que o pai disse na época o marcou muito.

Assim que sente o cheiro do "garotinho", vira-se e não reconhece o corpo que vê. O cheiro não condiz com a imagem que aparece em sua mente, uma imagem que a fera não fazia questão de relembrar. Uma lembrança de uma das tardes mais felizes que teve, não! Que Logan teve! A fera resolve ir pra cima do homem, mas seus pés não se mexem. Apesar de a mente parecer controlar, o corpo não obedecia! Em seus olhos era possível ver todo o ódio que morria, sem poder se expressar...

Ele grunhia, mas não movia um músculo, nem mesmo facial. Para um telepata, ou alguém que soubesse de tudo, ficaria claro que o lado racional estava, finalmente, encontrando o caminho.

James: Já não era sem tempo, pai! É uma pena que tenha chegado só agora...

O homem abraça Logan, sem medo de ser machucado, ele sabia quem estava no comando agora, mas também sabia que a batalha interior demoraria um pouco para acabar. Se James tivesse ficado alguns segundos a mais, teria visto uma teimosa lágrima escorrer por um dos olhos de seu pai. Mas ele não espera nada. O tempo era essencial para a vitória dos X-Men.

Ao olhar para onde estava a "garotinha", James vê que também Bobby iria sofrer antes dele chegar.

Ao ver a "menina" quebrar a "jaula de gelo" o Homem de Gelo resolveu partir para algo mais direto e, assim que ficou ao alcance das mãos dela, sentiu-se perdendo as forças e viu, como por milagre, a garota transformar-se em gelo, criando pequenas e finas lanças de gelo em cada um de seus dedos. Atirou-as contra Bobby e este caiu, derrotado e machucado.

James: NÃO! Bobby!

Ele corre para onde o amigo está e percebe que aquilo não o matou, mas o deixou muito ferido. Se ficasse ali, perderia muito sangue e poderia morrer; enviando um pedido mental para Jean, James diz onde está e pede para que Jean avise Ohana sobre a gravidade da situação de Bobby. Pede, também, para que Jean transmita um recado para Ohana: "Vá até onde Bobby está e tire-o do lugar, estancando sua perda de sangue telecineticamente".

A mãe de James recebe o recado e quando chega ao local encontra somente o Homem de Gelo e, ao perceber a gravidade da situação, nem mesmo questiona onde seu filho pode estar. Somente tira-o de lá, levando-o para dentro da mansão. Logan não estava mais próximo a porta. Ele tinha corrido para a mata, tentando, de novo, não machucar aqueles que ama.

Ohana: Aqui está ele, precisa realmente de cuidados! Assim como Hank... E sem energia, como faremos?

Jean: Eu vou aliviar a dor deles, telepaticamente. Mas pode deixar que eu cuido do Bobby, Ohana...

O rosto de Jean era triste e, somente nesse instante, Ohana percebeu a ausência de seu filho.

Ohana: Onde está James, Jean?

Ela nada responde, abaixa a cabeça e começa a mover Bobby e Fera para sofás da sala. Ohana não a deixa ir muito longe. Tomada de uma tempestade interior, pega Jean pelos ombros e a sacode, repetindo a pergunta. Em sua mente passava o pior. Ele tinha envelhecido e morrido enquanto ela lutava!

Jean: Ei! Calma aí! Ele foi para frente da mansão. Você não topou com ele?

Ohana:  Não... Ele saiu? Para quê? Pra onde?

Prof. X: Ele fez uma escolha, Ohana.

Ohana: Escolha? SERÁ QUE DÁ PRA SER MAIS ESPECÍFICA?

Prof. X: Ele foi vencer a mutante que atacou Hank e Bobby.

Arregalando os olhos, Ohana não acredita no que ouve. Ele sabia lutar, crescia de forma formidável, mas ele nunca esteve em combate; Hank e Bobby tinham tentado vencê-la, sem sucesso. Como ele conseguiria?

A telecinética sai correndo, passando como um furacão pela porta e indo parar no jardim bem a tempo de ver o que mais temia, aquilo que nunca desejou, mesmo sabendo como a situação era difícil e como o tempo era veloz para seu filho.

Ela chega quando ele corre, determinado, em direção a "menininha" que agora estava com o corpo coberto de gelo. Ele se desvencilha de todas as rajadas gélidas que ela dá, jogando-se sobre ela quando estava a alguns centímetros de distância.

James: Quero ver você lidar com essa mutação! – sarcástico, antes de suas peles se encostarem.

Para Ohana, aquela cena passou em câmera lenta! Ela conseguiu ver o exato instante onde as peles se tocaram; ver como seu filho envelheceu mais rápido do que o normal, ficando com os cabelos compridos e brancos, com a pele ressecada e senil; pôde ouvir com clareza o grito de dor da mutante que, no momento do toque de peles, começou a envelhecer mais rápido do que James.

Na verdade, ela começou a envelhecer só que o processo não parou por aí! Seu corpo começou a ressecar, seus olhos foram ficando fundos e antes mesmo de ser possível pensar em alguma coisa, ela ficou somente ossos e esses ossos viraram pó, voando com o vento que batia suave no local!

Diante de tal cena, Ohana ajoelhou-se, descrente do que seus olhos viam! Imaginando-se numa terrível ilusão! Ela sabia da existência de mutantes capazes de criar isso! Ela DESEJAVA que fosse somente uma maldita ilusão.

Logo que recupera um pouco de sua consciência, relembra de James. Corre até onde o filho jazia, pensando-o morto.

Chora como jamais chorou! Maldiz a Existência como jamais maldisse! Esbraveja e xinga, quando ouve uma voz apagada:

— Você não devia fazer isso... Não cai bem em você, mãe!

Era James! Ele estava vivo!

Ela o segura com devoção, retirando o cabelo branco que teimava em cair nas suas faces.

Ohana: Oh! Filho! Você está vivo! Está vivo! Graças a Deus!

O beija, o afaga e, para alguém de fora que olhasse a cena, teria certeza de haver uma inversão de papéis! Como era possível uma mulher de seus 35/40 anos ser mãe de um velhinho de 90?!

Mais do que preocupada com a saúde de seu filho, Ohana o levanta telecineticamente e o leva para a Mansão, esperando que Jean ou o Professor pudessem fazer algo por ele...

Nesse ínterim, Logan havia corrido para a mata, bem na direção onde o ser alado estava combatendo Ororo. Na verdade, ele não estava combatendo, estava vencendo!

O cheiro que o canadense sente, antes de chegar ao local onde eles estavam era de medo e sangue! Alguém estava muito ferido, muito mesmo!

A cena vista, ao longe, confirma suas suspeitas. O abraço que James lhe deu na porta fez com que a boa e velha briga "fera / Logan" voltasse e, foi por conta disso que ele correu para mata, onde sempre ia quando isso acontecia. Tudo tinha voltado, aparentemente ao normal. Aparentemente, para azar do atacante de Ororo.

O ser alado tinha dado uma ótima surra nela, não dando tempo a que ao menos revidasse. Assim que levou o primeiro soco, muitos outros o sucederam e a dor que sentia a tinha feito perder a consciência.

Grunhindo de raiva ao ver sua amiga desfalecida, Logan pula pra cima do agressor, gritando:

Logan/Fera: Pur qui é que ‘cê num bate em alguém que ‘guenta o tranco, hein? *SNIKT*

Ao ouvir aquilo, o ser alado vira-se e é pego de surpresa por Logan que pula em cima dele, ambos rolando no chão. Assim que consegue se desvencilhar do canadense, dando-lhe um empurrão com as pernas e jogando-o ele tenta voar; mas a recuperação de Wolverine é bem rápida! Seu fator de cura estava no limite máximo, isso sempre acontecia quando a fera tomava o controle. Para qualquer X-Men que olhasse para Wolvie, não veria em seus olhos o velho conhecido. Ele tinha uma raiva, um ódio incontrolável e, tudo isso, porque viu Ororo caída no chão, sangrando.

Assim que estava a alguns metros do chão, o ser alado já sorria vitorioso. Via Logan levantando-se, mas ele não sabia voar, estaria seguro no ar, onde poderia arquitetar um plano de ataque. Ao menos, era isso que ele pensava...

Movimentando-se numa velocidade espetacular para alguém tão pesado, o canadense usa suas garras para ajudá-lo a escalar uma das árvores e, em menos de alguns segundos, ele pula sobre as costas do outro mutante, fazendo-o cair com seu peso.

Logan/Fera: ‘Cê não vai voar mais, xará! *SNIKT*

Juntando as palavras à ação, ele corta as asas do mutante que grita de dor e sangra muito.

Atacante: AAAAaaaahhhhhhrrGGGGHHh! Seu animal!

Pronto! Se existia uma palavra que Logan odiava ouvir era essa! Durante toda sua vida ele teve que aprender a conviver com o fato de ser um dos poucos capazes de liberar seu lado animal conscientemente e voltar a viver “tranquilamente” depois de ter derrotado seus inimigos. Ele precisava disso, a “fera” precisava! Com isso, ele não tinha escrúpulos para matar aqueles que tentassem matá-lo; não era ele quem o fazia, era a “fera”! Além do que, muito desse lado tinha sido controlado e, na frente dos X-Men, ele se esforçava para não matar. Afinal, não era esse o discurso que Xavier pregava. O canadense devia isso ao "Charlie", por tudo o que ele conseguiu descobrir sobre si e seu passado...

Mas, Ororo estava desacordada e, pelo que se lembra, a situação na Mansão não era das melhores. Não havia nenhum X-Men presente... Ninguém pra ver o que ele iria fazer...

Rosnando, babando e sorrindo sarcasticamente, Wolvie dá vários chutes e golpes no oponente e, quando este se encosta a um tronco de árvore, o canadense enfia três garras em um de seus ombros, prendendo-o.

Wolvie: ‘Cê acha que eu sou um animal, xará?! – olha para Ororo caída no chão – Pois eu acho o oposto! Não sei como ‘cê trouxe ela pro chão, mas deve ter sido um golpe baixo! Aposto – ele diz, enquanto uma das garras de sua outra mão começa a crescer, em direção a têmpora do mutante – que se tivesse sido uma luta justa, ela ganhava de você! Isso te faz tão "animal" quanto eu, bub!...

Vendo que seu fim tinha chegado, o mutante ergue a cabeça e olha o "baixinho" com superioridade:

Atacante: Ao menos, nós vencemos! Vocês X-Men estarão todos mortos ao amanhecer!

Wolvie: AAAAAAAHHHHHHHHHHHHH! – o mutante grita enquanto distancia seu braço do rosto do atacante para tomar velocidade e dar um golpe fatal.

Ororo: Não... Logan... Por *cof* favor...

Suas garras param a alguns milímetros do rosto do cara, o rosto de ambos suava! Um de medo e outro de ódio! Ouvir a voz suave de Tempestade faz o lado racional retornar de vez. Até aquele momento, ele ia e vinha, sem ter controle total; afinal, se tivesse parado para pensar, jamais teria pensado em matar o mutante, por mais que ele merecesse.

As garras param de avançar, mas não recuam; ficando encostadas e até mesmo fazendo um arranhão no rosto dele. Sem tirar os olhos do oponente:

Wolvie: ‘Cê tá legal, Ororo?

Ororo: Estou moída... Mas estou viva, Logan! *cof, cof* Assim como você, meu amigo!

Ela vê as asas do oponente no chão e, com dificuldade, se levanta, andando trôpega para onde eles estavam. Assim que chega perto deles, a raiva de Logan cresce. O rosto de sua amiga estava desfigurado! Cheio de hematomas e de arranhões!

Wolvie: Que que esse cretino fez com você, Ororo?!

Ororo: O que qualquer um faria, quando não é um X-Men, meu amigo. Ele blefou, atacou e conseguiu me derrotar. Mas mesmo que você não tivesse chegado, ele jamais teria derrotado o ideal que lutamos! Logan, não justifique o fato de ele ter te chamado de animal. Não dê a ele o que ele quer.
Sem suas asas, ele nada mais é do que uma pessoa normal... Você não precisa tirar a vida dele e não deveria tirar mesmo que ele tivesse tirado a minha! Esse não é você, nunca foi. Não importa o que seus inimigos e seu passado dizem. Você é maior do que isso. É alguém que eu tenho orgulho de chamar de amigo!

A mão da africana toca o ombro do canadense e este retrai as garras, de ambas as mãos, fazendo o oponente cair de joelhos e chorar pela derrota tão amarga...


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