Momentos da Vida (Wolverine e Ohana) escrita por lslauri


Capítulo 2
Encontro premeditado...




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texto em itálico são pensamentos

palavras em negrito são enfáticas na entonação

os nomes de quem fala estão antes de cada fala, em negrito apenas para que saibamos quem são

 

ENCONTRO PREMEDITADO...

A ruiva até podia pensar isso, mas não conseguia deixar de pensar também em como Logan havia se aproximado dela. Tudo bem, ele queria dizer algo, ela não deixou..., Mas tinha alguma coisa nele que a ruiva não sabia definir o que era. Cogitava ser sinceridade; algo que em sua vida, pôde presenciar por poucos momentos em raríssimas pessoas. Ela paga o que deve, atravessa a rua e liga a cobrar, depois de verificar que sua bolsa estava vazia:

Recepcionista: Recepção do Hotel Plaza, pois não? Aguarde um momento... Ligação a cobrar, Sr. Logan, é da senhorita Ohana, o Sr. aceita?

Wolvie: Hum... Aceito sim. Fala, guria... - o canadense diz com uma voz enfadonha, enquanto estava deitado no sofá da sala, com uma lata de cerveja na mão e de olho no canal de esportes.

Ohana: Hã... Sei que é piegas, mas me desculpe... Não te dei a chance para falar e não agi como gostaria que agissem comigo...

Wolvie: Essa é tua filosofia? - pergunta, sentando-se no sofá.

Ohana: É... sim.

Wolvie: Acho que tá na hora de tu repensar ela...

Ohana: Olha! Eu errei! E-estou disposta a te ouvir; estou mais calma agora. Eu pensei que as coisas iam tomar um rumo diferente e você... A sua sinceridade me deixou sem ação!

Wolvie: Hum, hum...

Ohana: Ah! Droga! Olha: vou até o bar do hotel Plaza, tá? Vou ficar uma hora esperando por você, se não aparecer, vou embora e será um castigo bem merecido pra mim, ok?

Wolvie: Ok...

* TUM, TUM, TUM*

Ohana: Mas que filho da...! Desligou na minha cara! Ai ai ai, Ohana, você só se mete com caras doidos, isso ainda vai acabar com você...

Depois de alguns minutos ela chega na recepção do Plaza, pergunta onde é o bar e, só pra não se acostumar, pede uma vitamina de frutas. Fica esperando e, agora que estava mais tranquila, começa a pensar na palavra "superdotados" na frente do cartão. Era uma palavra estranha pra designar mutantes, mas, ao ser pronunciada baixinho, pareceu mais "humana"...

No quarto, Logan resolve não a deixar esperando muito. "Só uns vinte minutos", ele diz para si; levanta-se e, sem mesmo avisar Jubileu, desce pelo elevador indo para o bar; na entrada ele pôde sentir o cheiro da moça e, alguns passos depois; vê-la. Ela estava bem mais calma, isso ele conseguiu constatar.

Ficou olhando-a, tentando se entender, tentando entender o que ela tinha de diferente que o prendia assim! Ele acabou de conhecê-la e já se sentia atraído de uma estranha forma por ela; porém, não pôde olhar muito, a ruiva virou-se, como se tivesse sentido que estava sendo observada. Logan disfarça e, sentando-se ao lado dela, comenta:

Wolvie: Você não é telepata também, né?

Ela sorri, é bom ouvir a voz dele mais calma.

Ohana: Eu sempre consigo sentir quando estou sendo observada. Acho que isso não me faz uma telepata...

Wolvie: É... Deve ter alguma relação com a telecinesia, já que seu cérebro acaba ficando mais "alerta" do que o normal...

Ohana presta muita atenção, não diz nada, apenas ouve:

Wolvie: Ruiva, como ‘cê pode ver no cartão, faço parte de um Instituto que ensina e protege mutantes. Na verdade, também serve de fachada para algo mais sério, pra coisa de "gente grande", entende?

Ohana: Está um tanto vago até agora, mas prossiga. - diz isso, apoiando os cotovelos na bancada do bar.

Ele para uns poucos instantes e surpreende-se com o olhar de "menininha interessada" dela. Grandes olhos verdes arregalados. Volta a falar:

Wolvie: Bom, o nosso mentor e criador do Instituto, Professor Charles Xavier é um dos maiores telepatas do mundo e*

Ohana: Eu já vi esse cara na tv! Ele aparece numa espécie de cadeira de rodas super futurista, não?

Wolvie: É ele mesmo. O Charli é duca! Quando um mutante usa seus poderes, ele consegue captar, foi assim que ele te achou e como percebeu que você estava passando por um período muito conturbado da sua vida, pediu pra que a gente viesse te oferecer a oportunidade de desenvolver sua mutação em prol de algo maior. A gente tá sempre na tv, usando roupas engraçadas, ele sorri, não sei se já viu. Somos os X-men! – completa com um sorriso inteiro, daqueles que aparecem toda a arcada dentária.

Ohana: Putz! Os X-men?! – surpreende-se, enquanto pensa "acho que eles me confundiram! Não tenho "cacife" para entrar em algo assim!"

A demora em responder faz com que Logan quebre o silêncio:

Wolvie: Gata, você não precisa responder agora e, muito menos, é obrigada a aceitar se não se sentir preparada... – o canadense termina, colocando a mão sobre a da ruiva.

Ohana: São todos tão dedicados quanto você, no Instituto? – ela inquiriu, sorrindo, sem malícia - É porque faz muito tempo que eu não me sinto num lar de verdade... Parece que você sabe o quanto é duro se sentir sozinho... – completa a telecinética, levantando e abraçando-o.

Wolvie: ‘Cê tem certeza de que não é telepata, gata? – ele diz, retribuindo o abraço de forma bem espontânea.

Ohana sorri: Acho que o Professor terá que descobrir isso... Na verdade, o palpite surgiu por você não desistir de mim, mesmo quando eu mereci isso. É só uma prova de que você passou por algo parecido na vida. Eu juntei as partes, só isso.

Ela torna a sentar-se. Ambos sorriem e a alegria é até mesmo palpável.

Ohana: Até quando eu posso decidir?

Wolvie: Bom, eu não gosto de pressionar, mas o avião sai hoje, às 21h. Mas ‘cê tem o cartão, pode ligar pro Instituto quando quiser. É que seria bom se pudesse ir com a gente...

Ohana: "Gente"? Quer dizer que você está acompanhado? Foi por isso que não quis ir mais adiante no bar? E-eu não sabia...

Ela fica super sem jeito, querendo ser um avestruz para poder enfiar a cabeça num buraco e pensar que todos os problemas estariam resolvidos. Só podia ser isso, ele tinha alguém!

Agora quem fica sem jeito é ele, coloca a mão sobre a nuca, pigarreia:

Wolvie: Não, Ohana! Ela é como uma filha, sabe? Seu nome é Jubileu Lee... É uma das alunas do Instituto.

Ohana: O-ok, então... – ela faz menção de levantar-se - Já que eu decidi ir, acho melhor fazer minhas malas.

A atração era tanta que tudo parecia estranho, falar parecia um incômodo... Sair dali também, Ohana levantou-se, mas parecia andar em câmera lenta. Queria voltar e dar mais um abraço nele. Era tudo diferente...

Por sorte, Wolvie nunca foi muito de falar; mas de agir... Enquanto ela virava-se para sair, ele a pegou firmemente pelo braço, chegou-a a si e deu-lhe outro beijo, ao qual, igualmente, ela não opõe resistência; parecia algo que deveria ser. A ruiva sente como se, desde sempre, devesse ser abraçada pelos fortes braços dele. O sentido de "completude" ficava nítido naquele momento.

Ele, por sua vez, sentia-se muito diferente. Aquilo não estava tomando o rumo de mais um "casinho". Como se ele tivesse muitos... Logan sentia que o animal dentro de si também apreciava o momento. Algo que não acontecia comumente... Isso o punha numa situação singular.

O calor dela, sua pele, seu cheiro; tudo parecia no lugar certo, pela primeira vez ele estava em concordância consigo. Pela primeira vez, depois de Mariko Yashida... Isso era bom!

Depois desse beijo, a ruiva pergunta, sem medo de parecer oferecida demais. Era evidente que ele já tinha dito o que queria, isso foi fácil de constatar pela intensidade do beijo, pelas mãos dele percorrendo seu corpo, a respiração...

Ohana: Você não quer ir me ajudar a arrumar as malas?

Wolvie: Claro! – completa Logan, segurando-lhe a mão.

Na saída, ele deixa um recado com a recepção de com quem estava e de que logo voltaria, caso Jubi se inquietasse.

Ohana: Você preocupa-se mesmo com a garota, hein?

Wolvie: Ela é minha família, assim como o pessoal do Instituto. Antes deles eu não me sentia bem em nenhum lugar, vivia sem propósito, desgarrado do mundo. Como me disse uma vez o Charlie: "solitário, encontrou um lar; descrente conheceu algo em que acreditar". Isso me define muito bem, antes e depois dos X-men. Eu posso até querer ter meus momentos de solidão; aos quais eles respeitam, mas eu sempre acabo voltando. Lá é meu verdadeiro lar... Existem coisas lá que me prendem...

A imagem de Jean passa por sua cabeça; num rápido flash, seu olhar se entristece e, percebendo seu silêncio, Ohana pergunta:

Ohana: Hum... Quer dizer, então, que você tem um passado e tanto, não? – brinca, fazendo cara de "você está me escondendo algo".

Ele sacode a cabeça, realmente impressionado com as conclusões que ela toma:

Wolvie: Ah! Ruiva, se eu fosse contar, ‘cê não ia acreditar! Se ‘cê ficar firme no grupo, eu vou te contando aos poucos; pelo menos, as partes que eu me lembro...

O caminho é seguido em silêncio, no semblante de Ohana, pode-se ver como as palavras dele a impressionaram; alguns passos à frente:

Ohana: Chegamos! – sobe um lance de escadas - Seja bem-vindo ao meu humilde lar! – ela abaixa o tronco e estende as mãos, para que ele entre. Logan o faz, sendo seguido pela ruiva.

O que ele vê é uma típica casa de classe média; um estreito, porém aconchegante, corredor onde ao fim pode-se ver uma escada de algumas dezenas de degraus. À esquerda, uma entrada para a sala, sem nada de muito esdrúxulo. É uma pessoa normal, sem muitas pretensões. A próxima porta à direita era a cozinha e, subindo os degraus, do lado direito do hall ficava o quarto da moça e, em frente, o banheiro. Tudo muito arrumado e cheiroso.

Depois de dizer o que era cada cômodo, a ruiva, entrando no quarto, fez descer da parte de cima do armário uma mala, não muito grande; a qual foi levitando até a cama e abriu-se.

Ohana: Você não disse como eu vou pagar pela minha estadia...

Wolvie: O Charlie é rico, Ohana. O que ‘cê levar é seu... A gente quer em troca a sua disposição em aprender e treinar sua mutação, só isso. – ele conclui.

Ohana: Bom, se vocês têm treinamento é porque combatem alguma coisa, certo? Que tipo de coisa é?

Questiona, começando a abrir as gavetas mentalmente e fazendo algumas roupas ajeitarem-se na mala, enquanto vira-se para ele e espera a resposta.

Logan impressiona-se com o controle, levando em conta que ela nunca direcionou seu treinamento para desenvolver todo seu potencial.

Wolvie: Hã... Na verdade, combatemos nossa própria espécie. Parece irracional, mas é o que acontece.

Ohana: Como assim?! Por quê?

Wolvie: Alguns mutantes acreditam que enquanto existir o ser humano, nunca conseguirão viver em paz. Eles acreditam que o Homo sapiens deve ser eliminado. E um deles, inclusive, auto intitula-se capaz de liderar os mutantes nessa empreitada. É coisa de maluco, mesmo...

Ohana: Eles querem fazer o mesmo que os humanos fazem por séculos... Exterminar não é a saída...

A ruiva termina, "colocando" alguns frascos de perfume na parte externa da bolsa e fechando-a. Enquanto a traz para si, Logan pergunta:

Wolvie: É nisso que ‘cê acredita?

Seus olhos lúcidos olham nos dele:

Ohana: Sim. Sempre...

Wolvie: Então, seja bem-vinda.

Ele diz, passando a mão em seu cabelo, beijando seu pescoço, abraçando-a. Por alguns instantes ela fica petrificada. Aquilo estaria mesmo acontecendo? Ela merecia?

Ela pousa a mala no chão, perto da cama e, quando sente o calor da mão dele sobre suas costas, percebe que tudo é real. Maravilhosamente real. Começa a retribuir os carinhos. Desabotoando a camisa dele e passando suas mãos pelo tórax, costas, dando suaves beijos em seu peito.

Fazia tempo que Ohana não sentia essas sensações. Como ela mesma havia se censurado, nunca soube escolher os caras certos, até agora.

Ela deixa-se ser despida e, mesmo não sabendo que ele é o melhor naquilo que faz, naquela tarde, ela comprova o fato. Ele conseguia ser extremamente delicado, com uma firmeza que ela nunca sentiu antes.

O som de seu coração acelerado era música para os ouvidos de Logan. Seu calor contra ele, sua respiração ofegante; será que a vida devia ter felicidades assim? Pelo menos, não pra ele...

Já para Ohana esse momento parecia surreal. Logo quando ele a deita na cama e avança sobre ela, Ohana sente uma enorme pressão em seu corpo, como se Logan pesasse uma tonelada, mas a sensação passa em seguida. Ela sempre esteve à procura do cara certo, de quem a fizesse sentir especial, feliz e, quando menos espera, ele vem até ela! Num bar onde já tinha perdido a conta de tantas cantadas baratas. A vida devia ser sempre assim, fácil.

Apesar de ser, até a presente data um solitário incorrigível, Logan sabia o que fazer com uma bela mulher. Nesse ponto, seus instintos prevaleciam. Ele deixava-se levar por cada som, cada cheiro, aproveitando ao máximo e fazendo Ohana aproveitar também. Ao final, a ruiva não tem dúvida de esta ter sido a melhor tarde da sua vida! Adormeceram juntos, abraçados.


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