Momentos da Vida (Wolverine e Ohana) escrita por lslauri


Capítulo 19
Explanações sobre a vida




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texto em itálico são pensamentos

palavras em negrito são enfáticas na entonação

os nomes de quem fala estão antes de cada fala, em negrito apenas para que saibamos quem são

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EXPLANAÇÕES SOBRE A VIDA

Claro que durante esses acontecimentos, Metabolisis e seus comparsas não pararam de estudar e vigiar os X-men. E que momento melhor para atacar do que esse? Onde todos estavam emocionalmente envolvidos?

Scott tinha recuperado a visão e as rajadas ópticas recentemente, mas mesmo com essa boa notícia, a prisão de Wolverine estava minando as forças de alguns membros importantes da equipe X: Professor X e Jean; além de é claro, Ohana.

Mesmo para uma mente tão poderosa quanto a do Professor, conseguir encontrar o racional de Logan estava sendo uma tarefa difícil! Isso porque ele não queria simplesmente "enjaular" o inconsciente do canadense e liberar seu consciente. Um não consegue viver bem sem o outro e, ainda mais para Wolverine, essa constante vigia era necessária. Fazia parte de sua personalidade, de seu verdadeiro eu. Foi uma falta de vigília que havia levado a essa consequência. E o maior telepata do mundo queria fazer algo direito antes de morrer.

Lembra-se que o grupo dos vilões - NeoGênesis – não havia sido encontrado em nenhum lugar na Terra? Bem, eles não estavam mesmo nesse planeta. Um dos mutantes que compunha o grupo tinha a capacidade de criar um meio ambiente propício à vida em qualquer superfície ou lugar; já outro, podia criar "ilusões reais". Com isso, eles foram para a Lua e lá, num pequeno espaço físico formaram seu quartel general.

Assim como o Professor queria tentar fazer algo certo, do mesmo modo Metabolisis o queria. Para ele não era interessante capturar ou matar algum membro do grupo. Ele queria que fosse uma ação conjunta e que resultasse na extinção dos X-men, para sempre! Foi acertado que agiriam naquela noite e, se tudo corresse certo, atacando em várias frentes, eles seriam vitoriosos!

O plano era simples, aproveitar o momento em que todos estivessem relaxados e, se tudo seguisse a rotina, esse momento seria à noite; e atacar cada um dos Institutos espalhados pelo mundo. Eles estavam se concentrando mais no de Westchester, já que os mutantes mais desenvolvidos estavam lá. Os ataques às filiais ocorreriam na mesma hora.

Metabolisis tinha o antigo defeito de Magneto. O de se achar superior a todos, mesmo aos mutantes que o cercavam e, com isso, todos os postos-chave estavam na mão de outros mutantes, ele mesmo não queria correr o risco de morrer ou de se ferir nessa missão. Aos outros, pobres tolos, somente restava obedecer cegamente às ordens dele, torcendo para que o plano desse certo e abrisse a possibilidade de exterminar os humanos restantes. Grande parte deles, estava no grupo pelo simples ódio à humanidade, por ter tido a infelicidade de conhecer pessoas erradas e, com isso, justificavam o fim de uma raça, apenas para saciar seus propósitos mesquinhos...


Após retornarem das compras, o dia torna-se corriqueiro.

Devido ao acontecido a Logan, Ohana havia sido dispensada dos treinos e de todas as rotinas da mansão; além do que, ela deveria passar o maior tempo possível com James.

Jean, Scott, Fera e os demais foram treinar defesa pessoal e Ohana foi para o jardim, acompanhada do filho que carregava alguns livros sobre química.

James: Mãe, você sabia que a proporção de Homo sapiens superior para Homo sapiens aumentou drasticamente? Antigamente, na época do Professor, era de 1 mutante para cada 10 mil humanos! Hoje, essa proporção ficou assustadoramente maior: 1 para 500... Somos mesmo o próximo estágio da evolução! Eu acho que...

Ele se interrompe ao perceber que ela estava com o pensamento longe. Olhando o campo de rosas. Tocando em seu ombro ela não muda as feições, apenas aceita o toque, fechando os olhos:

Ohana: Você foi a melhor coisa que me aconteceu, James! Foi o que faltava para completar minha vida. É uma pena Logan não estar aqui para*...

Ela vira-se, abraça o filho e se esforça para que nenhuma lágrima escorra. Estava ficando cansada de somente chorar!

Ela pensava em tudo que poderia dizer para o filho. Em como tinha orgulho de tê-lo e em como pesava saber que seu futuro era incerto. Ainda não tinha sido possível identificar se ele viveria muito ou se morreria dentro de alguns dias. A ruiva evitava pensar nisso, vivia cada dia como se fosse único; ela tinha aprendido isso com Logan... Mas sempre que tentava falar tudo para James a voz embargava e ela preferia ficar assim, abraçada a ele.

James, por sua vez, sabia de tudo. Essa era sua mutação, era sua maldição! Ele sabia que viveria pouco, sabia que sua mãe sofreria por isso. Sabia de coisas que aconteceriam e eram inevitáveis, assim como era inevitável o fato de amar seu pai, mesmo sem nunca o ter visto. Dentro de si, ele conhecia o caráter de Logan; conhecia o caráter de cada um. Ele sabia que alguém com tanto conhecimento devia ter uma vida curta, devia tentar passar um pouco disso para alguém ou tentar fazer algo de importante. Ele se via como uma estrela cadente: passando rápido e espalhando sua luz... Apenas desejava que alguém conseguisse levantar o rosto e captar essa manifestação, usando disso com alegria e amor...

James: Eu sei, mãe... Eu sei... Amo você e o papai como jamais saberei ser possível amar.

Ohana: Não diga isso, filho! Você vai amar e ser amado com muita intensidade ainda!

Por dentro o garoto entristece, mas tenta dar um sorriso de conforto. Se existe algo que o deixava triste era saber que sua mãe poderia sofrer. Ele sabia o quanto seu pai era forte e sobreviveria a isso, mas ela... Era tão frágil por dentro...

James: Espero mesmo que sim, mãe! Nos poucos dias que estou com você, aprendi tudo o que vale a pena saber! Aprendi a importância da família, do amor, dos amigos. Pude perceber em cada um dos X-men, o poder que eles têm dentro de si! O poder de respeitar o próximo e não impor suas "verdades" a ninguém! Se todos fossem como os NeoGênesis – Ohana treme ao ouvir esse nome – a raça humana e grande parte da raça mutante teria sido dizimada...

Ohana: Filho, onde você ouviu sobre esse grupo de racistas? – ela o segura pelos ombros, com as duas mãos e o olha serenamente.

James: Lugar nenhum. Eu sei que eles existem... Eu só sei! – dá de ombros.

Ela o aperta mais para si e ele completa:

James: Não tenho medo da morte. Ela não separa as pessoas que realmente se amam.

O silêncio é o melhor para aquele momento. Nada do que dissessem seria necessário ou mesmo bom.

Passam o resto da manhã ali no jardim. James mostra tudo o que sabe de artes marciais e Ohana se surpreende com as habilidades físicas do rapaz/homem. É... Ele já parecia um homem de 23 anos. Com olhar lúcido e brilhante. Feições que lembravam as de Logan, mas longilíneo como a mãe. Ele era a fusão do que havia de melhor em cada um deles.

Com o cair da tarde, todos começaram a se reunir na sala de leitura, esperando a chegada de James e o início das declamações. Naquela tarde, Ohana resolveu ficar um tempo ali, vendo o filho.

Aqueles que não o viam desde o dia anterior surpreenderam-se em como ele estava crescido! Comentaram amistosamente o fato, sentaram-se em confraternização:

James: Bem! Boa noite a todos! Hoje irei fazer um pouco diferente do que sempre faço, espero que igualmente gostem! Normalmente, eu me utilizo da obra de algum gênio da literatura internacional para entretê-los. Bem, hoje me permitam recitar algo meu; algo que possa expor minha alma, assim como as obras anteriores expunham a alma de seus escritores...

Os olhos de todos brilham em expectativa. Parece que o ar congela, todos olham com curiosidade para James:

Que momento fugaz essa vida nos traz...

Ela passa como um flash,

Nós passamos como um flash...

Que maravilha a vida nos ensina!

Enquanto nós, pequeninos;

Também ensinamos a Vida!

A ensinamos a amar, sentir, sofrer...

Através de nós Ela aprende a viver!

Viver cada segundo, como se fosse o mais importante.

Desafiando a eternidade em cada instante!

Viver de momentos, lembranças, sons...

Deixando em quem amamos nós mesmos.

É... A Vida pode ficar, persistir e passar...

Mas sem nós, jamais saberia Amar!

Uma lágrima escorre no rosto de Ohana... Enquanto ela sai da sala. Como alguém que viveu tão pouco podia saber tanto sobre a Vida? Parecia o maior dos enigmas!

Todos silenciaram e, se não fosse Fera aplaudir, ninguém saberia o que fazer... Aquilo parecia uma despedida.

Fera: Esplêndido meu amigo! Com um toque de mau do século, mas esplêndido!

E, tomando a palavra, o Dr. McCoy começou a recitar Shakespeare e, desse modo, mudaram o tom da conversa. Todos se sentiram à vontade para recitar algo, tanto seu como de autoria conhecida. Aquele momento estava parecendo uma confraternização.

Jean e o Professor perceberam que Ohana havia saído, mas dessa vez ela não foi ao Labmed; como toda a noite fazia. Dessa vez ela foi até a estufa, tão bem cuidada por Tempestade. Ficou lá, em meio a flores e plantas tão especiais que seria impossível para elas viverem fora dessa estufa. Eram mutantes, necessitando de cuidados constantes e de condições de temperatura ideais para não perecerem. O pôr-do-sol visto da estufa era uma das coisas mais lindas de Westchester. Ao menos era o que Tempestade dizia e, finalmente, Ohana decidiu confirmar...


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