Momentos da Vida (Wolverine e Ohana) escrita por lslauri


Capítulo 16
Pesadelos que voltam, marcas que ficam




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texto em itálico são pensamentos

palavras em negrito são enfáticas na entonação

os nomes de quem fala estão antes de cada fala, em negrito apenas para que saibamos quem são

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PESADELOS QUE VOLTAM, MARCAS QUE FICAM

Lá pelo meio da madrugada, James começa a chorar. Achando ser de fome, Ohana aproxima-se do berço e, qual não é sua surpresa ao notar que seu filho estava um pouco maior, com carinha de mais crescido!

Ela o pega no colo, o afaga e, quando ia comentar com Logan o que aconteceu, percebe que o canadense não estava na cama.

"Mas ele estava aqui agora mesmo..."— ela pensa, voltando a atenção ao filho, começa a andar com ele pelo quarto, dando de mamar.

Pergunta-se onde Logan estaria e faz uma pequena incursão pelo quarto, notando uma das cortinas desarrumada, abre-a e encontra o canadense caído no chão, em posição fetal, retorcendo-se.

Movendo James telecineticamente para o meio da cama e cercando-o com alguns travesseiros, ela ajoelha-se:

Ohana: Logan! O que aconteceu? Eu posso te ajudar? Eu... – sendo bruscamente interrompida.

Wolvie: ELE VOLTOU, ANA! Cai fora daqui porque eu não sei quanto tempo vou aguentar! – volta a contorcer-se. Como quem tem uma tremenda luta interior.

Ohana: Ele? Quem é ele, Logan? Deixa eu te ajudar!

Wolvie: Ninguém pode me ajudar! – ele grita, jogando Ohana longe e se atirando pela janela, numa vã tentativa de tentar proteger aqueles que ama, enquanto ainda tinha alguma razão.

Nesse instante, um terrível pesadelo toma de assalto a mente de Ohana, atingindo em cheio a mente de Jean, também. A telecinética relembra o pesadelo apagado pela amiga e, Jean, que não sabia o que tinha apagado, tem total lembrança do que assustou tanto sua amiga naquela noite.

Acordando em um salto, Jean avisa Scott sobre tudo que aconteceu e corre para o quarto de Logan, encontrando Ohana sentada no chão, perto da cama, cabeça entre os pés.

Ao perceber a janela quebrada e dar uma varredura mental pela mansão, Jean não encontra Logan, apenas um tênue rastro, quase nos limites do Instituto.

James volta a chorar, como que entendendo o que aconteceu ao seu pai. Percebendo que Ohana não iria ver, Jean chega perto da cama e assusta-se ao ver como o garotinho tinha crescido!

James: O que aconteceu, Jean? Onde está minha mãe? – ele questiona.

Jean: Está tudo bem, James. Ohana está sentada aqui perto, eu vou levá-lo até ela.

O garotinho não espera mais nada, dá um pulo da cama e vai até onde Ohana estava.

Naquele ponto, nada mais a surpreendia e, vendo que a mãe chorava, o menino se aconchega no colo dela, limpando suas lágrimas.

Ela tenta forçar um sorriso, vira-se para Jean:

Ohana: Jean, eu sabia que isso ia acontecer! E não pude fazer nada... – recriminando-se.

Jean: Era impossível saber, Ohana! Não se culpe! Nós vamos achá-lo. Esse pesadelo não vai se tornar real...

James: Não chora não, mãe... – secando com o dedinho algumas lágrimas.

Ohana: Tudo bem, James. Mamãe vai tentar. Agora, vá para a cama, isso não é hora de uma criança estar acordada... Deixe os adultos cuidarem disso, sim? – força um sorriso, acaricia o filho e empurra-o, delicadamente, para a direção da cama do casal.

Obedecendo, mesmo a contra gosto, o garotinho pede ajuda a Jean para subir na cama e cai no sono, alguns minutos depois.

Pelo que se podia perceber, sem fazer um exame mais aprofundado, ele estava com idade corporal de um ano e mental de uns três anos, mais ou menos.

Tudo que se podia detectar nos olhos de Ohana era sua insatisfação quanto ao não poder fazer nada. As dores da queda não eram nada, eram inclusive, suportáveis. Mas a dor da incapacidade em ajudar uma das pessoas que mais amava na vida, essa sim, não queria calar...

O nascer do Sol parece trazer a vida de volta para a mansão. Aos poucos, os Filhos do Átomo vão acordando. Scott já tinha explicado todo o ocorrido ao Professor. Este, com sua idade avançada, colocava os X-Men em um estado de contínuos cuidados. Ninguém queria preocupá-lo muito. Ele já tinha uma leve ideia do fato, mas finge não saber nada, apenas para ter a certeza de que seus "filhos" poderiam se virar muito bem sem ele.

Para Ohana, essa "vida" que voltava com o nascer do dia era aparente. Apesar de ver em seu pequeno filho os traços de Logan isso dava à ruiva mais desespero do que alívio!

Onde ele estaria?! O que teria acontecido? Teria ela, realmente, entendido e sido, de algum modo, responsável por tudo isso?

Scott: Professor, pelo que Jean me contou, Ohana está totalmente "largada". Ela não se interessa mais pelo James e somente sussurra palavras desconexas, sempre ligadas ao Logan. – suspira – Sempre soube que ele traria problemas, mais cedo ou mais tarde... – tomando a velha postura de líder-máquina.

Prof. X: Não diga isso, Scott! – ele repreende, com amor – Ninguém nasceu para sofrer ou fazer os outros sofrerem... Tudo se ajeitará, meu filho...

Ele fecha os olhos, concentra-se e, como já havia entrado em contato com o lado selvagem de Logan, o conhecia muito bem. Abrindo os olhos, ele conclui, assim que Jean também entra na sala, deixando todos avisados de que Ohana havia dormido:

Prof. X: Bem, pelo que eu pude averiguar, o lado selvagem de Logan tomou, totalmente o controle. Aquilo que sempre tememos e que poucas vezes enfrentamos, aconteceu novamente. Aparentemente por ele ter conseguido abafá-lo totalmente, pelo seu próprio esforço... Ao que parece, a vinda do bebê o fez "baixar a guarda" e, com isso, esse lado, esquecido por tanto tempo, veio à tona.

Jean: Isso é horrível, Professor! – colocando a mão na boca – Eu tive acesso a um pesadelo que Ohana teve no início de sua gravidez. Ela sente-se culpada pelo que aconteceu, pois pensa que poderia ter ajudado Logan a enfrentar esse problema. Só que... – e não vai adiante.

Scott: Que foi, Jean? O que aconteceu? – ele aproxima-se da esposa e coloca a mão em seu ombro.

Jean: Eu apaguei a memória desse pesadelo dela. Quando percebi o mal que ele fez a Ohana, nem mesmo questionei meus atos e, nem mesmo, tentei saber qual era o motivo do pesadelo. Sinto-me culpada pelo que aconteceu também!

Ela termina, abraçando o marido e não contendo algumas lágrimas.

Prof. X: Bem, fico feliz que tenha descoberto seu erro. Isso permitirá que não o cometa outra vez. – de um modo firme, mas doce – Mas ficarmos de braços cruzados não vai ajudar nada! Temos que reunir os outros e explicarmos a gravidade da situação. Agora, o Logan que conhecemos, está profundamente enterrado e quem comanda é seu lado selvagem... – movendo a cadeira para a porta.

Antes que ele chegue ao batente, Jean aciona o alarme telecineticamente e todos os X-Men, sem exceção se reúnem numa das salas de aula. Tendo a palavra, o Professor X explica a todos o quão grave é a situação e enfatiza que encontrar Logan e trazê-lo para a mansão é um trabalho árduo e em conjunto. Explica que com os conhecimentos que o canadense tem, se não traçarem um plano e segui-lo à risca, poderão correm riscos desnecessários.

Prof. X: ...por isso que eu os convoquei, meus filhos. Devemos tentar fazer o melhor de nós, em cada uma de nossas especialidades para trazê-lo ao Labmed e aplicar-lhe os cuidados necessários.

Jean: Não podemos nos esquecer, por nenhum momento que ele é uma máquina assassina sem sua razão. Não terá pena de nós ou lembrança de quem somos...

Hank: Alguém poderia nos informar a localização exata dele? Afinal, tudo depende de quão longe ele está, não?

O Professor e Jean se concentram e conseguem avaliar que ele não saiu da mansão e nem pretende fazê-lo. Na verdade, estava voltando para o casarão, com a mente totalmente conturbada.

Sua corrida desenfreada o tinha feito correr para a mata do Instituto onde, após matar alguns cervos e estar banhado em sangue, decide retornar ao "lar" e tirar algumas situações a limpo.


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