Momentos da Vida (Wolverine e Ohana) escrita por lslauri


Capítulo 11
Novidades para calar a fera




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texto em itálico são pensamentos

palavras em negrito são enfáticas na entonação

os nomes de quem fala estão antes de cada fala, em negrito apenas para que saibamos quem são

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NOVIDADES PARA CALAR A FERA

Já faz dois anos que Ohana chegou ao Instituto. Nunca os preceitos de Xavier estiveram tão vivos em sua mente e atos; nunca a paixão pela batalha mostrava-se tão forte! Seus olhos brilhavam a cada captura bem-sucedida e lágrimas vertiam, copiosamente, cada vez que um inocente era morto por mutantes fanáticos.

O quarteto: Jean x Ciclope, Ohana x Logan era insuperável em suas incursões.

Devido à grande quantidade de mutantes revoltosos, a solução encontrada foi: capturar e converter. Diante do caos reinante, não foi possível outra solução. Aqueles – poucos - que teimavam em sua maldade, eram "convertidos" por uma mente mais poderosa que a deles. Porém, outros tantos, estavam apenas sem rumo, desinformados, com raiva pelos motivos errados... Para estes outros, foram criadas várias sucursais do Instituto, como se fosse uma gigantesca rede de operação, sendo possível, àqueles que desejam aprofundar suas habilidades e conhecer seus poderes para viver em paz com a comunidade se inscrever em minicursos e, com isso, o Instituto Xavier era a mais bem preparada instituição no quesito mutante.

Treinando na sala de perigo estava Ohana, nível oito, só para relaxar... Já fazia algum tempo que seu passatempo predileto nessa sala era lutar contra os gigantescos robôs chamados Sentinelas. Máquinas criadas por um cientista anti-mutante feitas há muito tempo e as quais a ruiva só conheceu nessa sala. Por mais reais e complexos que parecessem, os hologramas nunca poderiam ser comparados à realidade... Ela jamais poderia entender como foi aquela época de medo, onde o preconceito era tão grande a ponto de tomar proporções gigantescas e metálicas. De repente, uma forte dor no ventre!

Ohana: Parar simulação!... – grita, apoiando-se na parede e segurando o ventre com a outra mão.

Máquina: Simulação cancelada. Prévia de pontos? – pergunta uma voz feminina e metálica.

Ohana: Na-não... – a dor aumenta - Ai! Meu Deus, mas o que é isso?!

Essas são suas últimas palavras antes de desmaiar. Quem a encontra é um dos novos alunos, ele seria o próximo a usar a sala.

Ela é levada às pressas para o Labmed e colocada na maca. Logo em seguida, Jean chega. Na ausência do Dr. Hank, ela era a segunda a operar o computador.

Rapidamente os sinais vitais são estabilizados e uma rápida varredura é feita. Conforme ia percorrendo o corpo ainda dormente de Ohana, um sorriso aparecia nos lábios de Jean. Ao final, o resultado é proferido pela máquina:

Máquina: Sinais vitais estabilizados; nenhuma anomalia encontrada; objeto de estudo na terceira semana de gravidez, feto um pouco acima do tamanho, sem alterações físicas presentes; acompanhamento médico sugerido... – termina o programa.

Jean coloca a mão no lábio e arregala os olhos enquanto diz, baixinho:

Jean: Oh! Ela está grávida! Isso é ótimo – dá uma pausa - ... Ou não? - levanta a sobrancelha.

Nada mais podia ser feito, senão esperar o próprio organismo de Ohana reagir aos medicamentos; após alguns minutos ela desperta e encontra Jean explicando para Logan que aquilo foi apenas uma indisposição.

Ohana: Hum... – ela chama a atenção para si, ainda com a voz pesada - perdi alguma coisa?

Wolvie: Se ‘cê perdeu, ´magina eu?! Fiquei te esperando no restaurante, gata e quando ligo pra cá, dizem que cê tá desmaiada! Cum´é que cê tá?

Logan fala, sentando-se ao lado dela e pegando sua mão.

Ela acaricia-lhe a mão, o rosto:

Ohana: Agora estou bem. Só me lembro de estar treinando na sala de perigo, de ter desmaiado; não sei de mais nada, até agora. Mas sei que a "Dra. Grey" fez seu melhor! – sorri para a amiga.

Jean aproxima-se, confirmando com a cabeça e fala, dirigindo-se para Logan:

Jean: Agora que ela despertou, tenho que fazer mais alguns exames. Rotina. Nos dá licença, por favor? – sorri solicita.

Wolvie: Claro, ruiva! – levanta-se - Nosso almoço ainda tá de pé, viu? – para Ohana.

Ohana: Tudo bem, mas eu preferia que fosse um jantar, pode ser? – tentando sentar-se na maca, recostando na mesma.

Wolvie: Tá ok. A gente se vê mais tarde, então. Tchau, Jeannie. – antes de cruzar a porta – e obrigado!

Jean acena com a mão e, assim que a porta se fecha, a voz de Jean invade a mente de Ohana; seus olhos brilhavam como duas pedras preciosas:

Jean: *Isso foi só um pretexto para que ele saísse! O que tenho pra te dizer será chocante!*

Ohana: Credo, Jean! Para com o suspense senão você me mata! – ela verbaliza.

Jean: *Se isso acontecesse, seria duplo homicídio!*

Ohana: Quê!? – ela arregala o olho e joga de vez as costas na maca, pesadamente.

Jean: *Você está grávida, Ohana!*— a telepata morde uma lateral do lábio, sem saber que expressão fazer, pois até que ponto seria essa uma boa notícia?

Tudo emudece. Era possível ouvir as gotas de soro caindo no copinho do equipo. As respirações ofegantes. Parecia que o tempo havia parado...

No interior da irlandesa a felicidade fazia-se presente em grande escala; mas havia uma pequena e insistente insegurança que a impedia de manifestar seus reais sentimentos...

"O que Logan fará?" - era a pergunta que não calava! Porém, resolvida a tomar uma atitude, ela esboça um sorriso. Não importa o que Logan fosse dizer ou fazer. Ela criaria a criança com ou sem ele! Uma onda quente percorre seu interior e, em seu consciente, sabia do "poder de persuasão" que um bebê podia ter, mesmo ainda no ventre.

Ela entendia a preocupação dele com relação à maldade do mundo, contudo, aconteceu! O que podiam fazer?

Jean sente os sentimentos da amiga, mas resolve não interferir; deixando que a amiga decida o que fazer e quando falar.

Ohana: I-isso é incrível, Jean... – ela sussurra - estou muito, mas muito, feliz!

Jean: Fique tranquila, ele não pode nos ouvir daqui. A sala é à prova de som - Jean pisca, colocando a mão sobre o ombro da futura mãe.

Ohana: Prefiro não arriscar! – ela faz menção de abraçar Jean – Não quero que ele saiba de outro modo, além de mim mesma contando. – diz no ouvido da amiga, ficando em silêncio.

Jean explica que, por precaução, colocará todos os arquivos encriptados e acessados somente por ela, através de senha.

Ela realiza mais alguns testes para determinar o porquê de o bebê ter sido descrito como acima do tamanho e, realmente, a gestação, apesar de estar na 3ª semana, parecia estar no 1° mês! Isso era incrível e demonstrava, de pronto, que o metabolismo do feto era parte de sua mutação.

Ela explica tudo para Ohana e aconselha a fazer um acompanhamento semanal, para garantir a saúde de ambos.

A telecinética acena com a cabeça, levantando-se e fazendo menção de sair:

Ohana: Posso me arrumar para o jantar, Jean?

Jean: Claro! Espero que dê tudo certo! Estou muito feliz por você! Acima de tudo, saiba que vamos te apoiar, qualquer que seja a resolução, tá certo?

Ohana: Obrigada, amiga!

Termina, segurando na mão da "doutora" e subindo para tomar um banho.

Já terminando de se arrumar, Ohana fazia uma trança telecineticamente no longo cabelo enquanto colocava brincos e pulseiras com as mãos. Seu vestido preto de alças e com um grande decote nas costas deixava seu físico em evidência. O orgulho de ser mutante está estampado em cada gesto seu, ela é altiva e confiante. Termina de trançar o cabelo, acaricia a barriga – apenas ela é capaz de notar a pequena diferença - e, quando se vira vê que Logan está na porta; braço encostado no batente, uma perna cruzada; estava de smoking e tinha prendido o cabelo para trás, num rabo de cavalo. Assim que se vira, ele solta um "fiu, fiu"

Wolvie: ‘Cê ‘tá linda, Ohana! – ela adorava ouvir seu nome pronunciado pela voz dele, tão grave e sexy - hum... Vestido novo...

Ohana: Obrigada, Loggie! – retruca, dando uma volta e perguntando: Gostou do vestido?

Wolvie: ‘Tá ótimo! Mas cê sabe o quanto sou ciumento...

Ohana: Ah! Como seu eu não fosse! A diferença é que eu não arrumo encrenca!

Vai na direção dele e abraçando-o no pescoço. Ele segura-a pela cintura, gira-a uma vez e, sorrindo, fala:

Ohana: Você está lindo, amor!

Ele ainda ficava sem palavras quando ouvia a palavra "amor". Não era sempre que a telecinética dizia, justamente por isso, mas quando era espontânea, sempre escapava. Ela finge que não disse nada e segue em frente.

Ohana: Vamos? – ainda com os pés levantados por ele.

Wolvie: Claro! Sim!

Responde o canadense, enquanto um milhão de coisas passa por sua mente! Ele também a ama, mas não tinha coragem de falar, com medo de que essa fosse a palavra mágica que ativasse o botão de autodestruição...

Avisam a todos que vão sair, só para serem localizados em caso de emergência. Esta noite eles não eram X-Men, mas sim, apenas um casal querendo passar bons momentos juntos.

Pegam um corvette conversível, apenas com o símbolo do xis nas rodas; a noite estava extremamente agradável, a lua cheia fazia tudo ter uma cor sensualmente sombria, o vento soprava vagarosamente... Tudo estava perfeito!

A ida até a cidade acontece sem maiores problemas, com trocas mútuas de carinho e muita alegria.

Chegam ao restaurante e, após confirmar a mesa, o garçom leva-os até um reservado que deixava à vista um mimoso jardim.

O garçom puxa a cadeira e Ohana senta-se, logo em seguida Logan também se senta:

Garçom: Boa noite! Sou Gautier, seu garçom e trarei, como oferta da casa, um cálice de vinho do porto, juntamente com o menu. Retornarei prontamente, oui?

Ambos acenam com a cabeça, o sotaque francês do garçom faz com que Logan se lembre de Remy. Por onde aquele "bandido" devia andar? Será que estava roubando novamente? A imagem de Vampira também passa por sua mente calejada. Como sempre, era prazeroso ter certeza de suas lembranças, especialmente quando estas envolviam amigos.

Ohana o faz voltar a realidade, pegando na mão dele e, com olhos brilhantes, anuncia:

Ohana: Tenho algo muito importante para te dizer!

A expressão facial do canadense muda. De romântico para interessado. Ele coloca a outra mão sobre a de Ohana e completa:

Wolvie: ‘Cê sabe que pode me contar tudo, gata! – sorri.

Ohana: É, eu sei... Mas isto está sendo um pouco mais complicado, talvez por meu próprio receio de como você irá reagir... – baixa os olhos, mas rapidamente os levanta, encarando aquele enigmático homem.

O óbvio passa pela cabeça dele: "ela vai me deixar! E eu nem mesmo disse o quanto a amo!"

Nesse instante o garçom retorna e, vendo ter interrompido algo importante – pela cara que Logan fez:

Garçom: Assim que escolherem é só me chamar...

Retira-se, deixando os cálices de vinho e o menu no centro da mesa.

Ohana: Hã – a ruiva tenta retomar, sacode a cabeça, pisca repetidamente - Você se lembra do passeio que demos nas Rochosas, há três semanas?

O mutante sorri, maliciosamente, de canto de boca e responde:

Wolvie: Claro! Tivemos a infelicidade de encontrar o Dentes, mas assim que cuidamos dele, foi uma noite e tanto! Aliás, eu me lembro até do tailleur vermelho que ‘cê usava da primeira vez que te vi, de cada detalhe, imagina se não vou lembrar de uma coisa que aconteceu há três semanas... Por que a pergunta, ruiva?

Ela sorri diante do comentário. Era bom saber que assim como ela se lembrava, ele também. Era um alívio!

Acariciando-lhe a mão, como que tentando encontrar a palavra certa, perdida em alguma linha ou músculo:

Ohana: Bem... Naquela noite eu... Você... – "fala de uma vez, Ohana!" – Nós fizemos muito mais do que amor, Logan... Nós fizemos um filho!

Ohana olha-o nos olhos para não perder nada, nenhuma mudança de humor.

Pela primeira vez, desde que ela se lembra, ele não tinha nenhuma resposta, o "Sr. Resposta afiada" ficou mudo; seu rosto congelou na expressão de surpresa total!

Não sabendo o que fazer, ela decide ficar quieta e simplesmente continua olhando-o, sem preconceitos ou qualquer pensamento, além de alívio! Ela ter conseguido falar era o que importava! Claro que ela gostaria de tê-lo ao seu lado, criando a criança, mas não poderia obrigá-lo.

Contudo, depois de três minutos como que catatônico, quem aparece para interferir foi o garçom. Achando que haviam demorado muito, ele aparece e Logan, mais que rapidamente, segura-lhe forte o braço e diz, entre dentes:

Wolvie: Xará, vê se traz o prato que demore mais pra ficar pronto! – e olhando-o ameaçadoramente, diz: Cuide pra que demore mesmo, falô?

O pobre empregado acena com a cabeça e vai rapidamente pedir para que preparem o jantar mais demorado possível...

Voltando-se para Ohana, levantando-se e apoiando as duas mãos na mesa, ele diz:

Wolvie: Guria! ‘Cê só pode ‘tá brincando!

Ohana: Humpft! Você fica três minutos em estado catatônico pra me dizer isso?... Sinceramente... – ela o encara. - Se eu quisesse brincar, teria inventado alguma outra desculpa! Sei como esse assunto incomoda você.

Ele volta a sentar, pega um charuto que estava disponível ali na mesa e diz, com a maior cara de tranquilidade do mundo, como se ela não tivesse acabado de anunciar que ele seria pai:

Wolvie: Bom, então, acho que temos que celebrar.

Chama o garçom que chega meio ressabiado e fala:

Wolvie: Quero que ‘cê sirva o melhor champanhe pra todo mundo! Minha mulher está grávida! – e acende o charuto, com um sorriso nos lábios.

De outra pessoa, Ohana teria entendido como cínica a cena, mas vinda dele, era, simplesmente, normal... Agora quem estava com cara de boba era ela. E de uma coisa ela tinha certeza: Jamais seria capaz de decifrá-lo, seus humores eram mais instáveis do que o clima! Ela maneia a cabeça e comenta:

Ohana: Por essa, eu não esperava...

O rosto dele estava totalmente luminoso! Ele nunca pensou que conseguiria perpetuar seus genes, deixar alguém pra contar a história, alguém que ele pudesse educar como ele não teve a oportunidade de ser. Ou foi? Esses momentos ele nunca ia esquecer. Seria seu triunfo! O prova de que era mais do que uma aberração solitária. Ele ia ser PAI!

Olhando Ohana nos olhos ele comenta, após uma longa baforada de charuto:

Wolvie: O que ‘cê queria? Que eu colocasse esse restaurante abaixo, num ataque de loucura? – dando de ombros e olhando ao redor.

Ohana: Não sei! – ela comentou – Apenas não esperava essa felicidade. Dá pra ver pelo seu rosto que está genuinamente feliz! Eu pensei que fosse ter alguma resistência de sua parte. Não que eu a quisesse, mas*

Ela é interrompida:

Wolvie: Se ‘cê não queria, então devia estar tão feliz como eu. Sabe, os anos passam, mas eu nunca vou entender as mulheres... – dá mais uma tragada, com um semblante misto de perplexidade e felicidade.

Finalmente Ohana sorri; ambos sorriem! O garçom retorna e, trazendo um belo prato de frutos do mar, acompanhado de vinho branco:

Garçom: Aqui está o seu pedido. Espero que aproveitem. Qualquer coisa é só me chamar... – ele fica algum tempo ali, parado, como quem espera alguma reação dos dois, uma desculpa, mas tudo o que ele ouve é:

Wolvie: Tá tudo ok, guri! Se precisar a gente te chama. Agora vai andando... – Logan diz, pegando um garfo e comendo com gosto um pedaço de lula.

A ruiva sorri. Ela percebeu que ele esperava uma desculpa e, servindo-se também de um pedaço de peixe, ambos comeram e beberam sem nada falar.

O canadense apagou o charuto no cinzeiro assim que recordou sobre ter prometido não fumar mais e pareceu descontar toda sua alegria e nervosismo na comida. Pediu três pratos principais e bebeu duas garrafas de vinho sozinho. Ohana estava perplexa, ele nunca havia comido tanto assim! Ficou aliviada pelo álcool ser rapidamente metabolizado no organismo dele, caso contrário, teria receio de voltar no mesmo carro; ainda mais agora que precisava pensar não somente em si, mas em seu bebê também.


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