Momentos da Vida (Wolverine e Ohana) escrita por lslauri


Capítulo 10
Apenas um simples passeio - parte IV




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texto em itálico são pensamentos

palavras em negrito são enfáticas na entonação

os nomes de quem fala estão antes de cada fala, em negrito apenas para que saibamos quem são

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Capítulo 7 – Apenas um simples passeio – Parte IV

No dia seguinte, acordaram embalados pelo canto de pássaros e pelos raios do Sol que teimavam em entrar na barraca. Logan é o primeiro a acordar. Esfrega os olhos, espreguiça-se, olha para o lado e sorri, constatando que o acontecido da noite anterior não tinha sido um sonho. Ohana estava realmente lá, ao lado dele! Como nenhuma mulher esteve antes. Tão bela; tão sua...

Ela abre os olhos lentamente, como que sentindo ser observada. Aqueles olhos verdes, parecendo duas esmeraldas cravadas na mais límpida joia do mundo!

Sorrindo, a ruiva passa a mão no rosto de Logan, como que tentando também perceber se não era uma miragem.

Não! Não era! Dessa vez, seu interior tinha a certeza de que aquele homem acordaria sempre ao lado dela. Não precisaria mais se preocupar em não dormir com medo de encontrar uma cama vazia, ou um bilhete em cima do travesseiro: "Foi legal. Beijos..."

Na mente dos dois, passa uma pergunta divertida: "mas o que foi aquilo ontem?"; porém, nenhum deles a exterioriza. Seria tentar buscar resposta onde não existia. Porém, a energia da noite passada ainda era palpável, com menor intensidade.

Logan dá um beijo nela e quebra o silêncio:

Wolvie: Tá pronta pra terminar o passeio, gata?

Ohana: Estou sim! Estranhamente, estou com energia de sobra! – sorri, enrolando-se no lençol e permanecendo deitada – Onde eu poderia me lavar?

Wolvie: Quer o método da floresta, ou o hightech?

A ruiva sorri, não sabia ao certo qual queria... Tinha curiosidade de saber como se fazia numa floresta, mas também, estava querendo saber onde tinha água naquela barraca!

Levanta uma sobrancelha, pondera:

Ohana: O hightech! Mas você tem que me prometer que mostra o outro depois, tá?

Wolvie: Tá legal! A gente não tá muito longe do nosso destino. Se você gostar mesmo do lugar, a gente fica uns dias nele, ok?

Ela acena com a cabeça e, quando Logan se levanta, vai atrás, curiosa como uma criança! Saem da barraca e, na parte lateral, ao lado do display de cristal líquido, tinha uma espécie de alavanca. Ele a levanta e Ohana pode ver que não era uma alavanca, mas um chuveiro! Olhando incrédula para ele, pergunta:

Ohana: Espera aí! Mas de onde vem a água?!

Wolvie: As noites nas Rochosas são bastante úmidas, Ohana. E, como dentro estava quente, a barraca tem um sistema de captação de água e um pequeno reservatório. Não vai dar pra ficar três horas no banho, como você costuma fazer – ele brinca -, mas dá pra não passar sufoco se precisar mesmo de uma ducha. Você quer morna ou fria?

Ela ouve toda a explicação e realmente se convence de que não podia haver mais do que uma barraca dessa! Era incrível!

Ohana: Ai! Morna!

Apertando alguns botões a maior dúvida de Ohana é sanada; quando ela ia perguntar se teria que se lavar ao ar livre, Logan retira um rolinho de dentro da porta, desenrola e encaixa numa armação, ao redor do chuveiro. Fica uma cortina improvisada.

Wolvie: Bom, quando cê quiser que comece a cair água, aperte o botão verde aqui. Pra parar, aperte o vermelho, tá certo? Eu vou arrumar algumas coisas no trailer e já venho.

Ohana: Ok!

Wolvie: Ah! Outra coisa: Tá vendo essa coluna azul aqui? Ela mostra o nível de água do reservatório. ‘Cê acha que dá pra deixar um terço pra mim?

Ela dá leves tapinhas nele, enquanto mostra uma cara de inconformada:

Ohana: Eu não demoro tanto assim! Seu bobo!

Colocando as mãos pra cima ele se dá por vencido e, sorrindo, faz Ohana lembrar do primeiro dia em que se viram! Ele tinha feito a mesma pose. Tudo bem, não estava só de cuecas como agora; mas, também, se estivesse, a ruiva o teria achado um pervertido e teria fugido!

Ela sorri da pose dele, da brincadeira, da lembrança. Era tudo incrivelmente bom e na mente despreocupada dela, tudo soa como infinitamente possível.

Fechando a cortina ela inicia a higiene enquanto ele vai se trocar.

"Ah! – ele fala do lado de fora – Se quiser sabonete líquido ou xampu é só apertar os botões correspondentes, viu? Eles são misturados numa pequena quantidade de água e caem pelo chuveiro, ok?"

"Uau! – ela responde – Okay!"

Um cheirinho bem suave de sabonete começa a rescindir no ambiente.

Ambos não demoram mais do que cinco minutos para preparar tudo. Foi Ohana terminar o banho, Logan entrou e saiu rapidinho. Ela ainda amarrava o tênis quando ele adentra a barraca, secando o cabelo com uma pequena toalha. Estendendo-a para Ohana:

Wolvie: ‘Cê quer?

Ela não consegue esboçar uma reação. AMAVA quando ele estava com os cabelos molhados, não totalmente, mas no meio termo entre o seco e o molhado. Ela gostava de como o cabelo emoldurava o rosto de Logan; gostava ainda mais quando o canadense prendia o cabelo num rabo-de-cavalo; mas isso era raro...

Ele nota como ela simplesmente para no tempo e fica sem jeito. Joga a toalha no colo dela e começa a esfregar a calça com uma das mãos.

Notando que o tinha deixado sem jeito – o que a deixava ainda mais apaixonada! -, não comenta nada, começa a secar o cabelo e, quando volta a olhar para lá, ele não estava mais.

Desmontar a barraca foi tão fácil quanto montá-la! Era necessário tirar toda a água do reservatório. Falaram tanto que até mesmo sobrou!

Depois disso, era só ir ao display e acionar: processo inverso e teclar uma senha de segurança. Demorou um pouco mais, afinal, todo o ar que ela tinha dentro, tinha que ser retirado; mesmo assim, não se compara a nada que Ohana tenha visto antes. A frase: "levantar acampamento" tinha um outro sentido para ela, agora.

Acomodam tudo no trailer, entram e reiniciam a viagem:

Wolvie: Eu acho melhor irmos mais de carro. Assim, caminhamos somente algumas horas, tá bom? – sorri, preocupado.

Ohana: Ah! Eu arruinei sua ideia de comunhão com a natureza, né? Não precisa, eu tento te acompanhar, se você quiser...

Wolvie: Nossa! – arregala os olhos – Quem dera minha ideia de comunhão fosse sempre "arruinada" assim! – e gargalha, tocando de leve na perna dela.

A ruiva sorri, sabia que ele não era de mentir. Se ela estivesse incomodando, falaria, mesmo que nada pudesse ser feito a respeito.

Cruzando as pernas sobre o assento, Ohana levanta o braço direito dele e deita sobre o tórax; ele acaricia o cabelo dela, comentando que ela poderia dormir, pois ele a acordaria, assim que chegassem. Concordando com a cabeça, a ruiva coloca o braço ao redor do pescoço dele; faz um carinho e se "aninha".

Esse tempo em silêncio, foi o suficiente para Logan pensar sobre todos os novos sentimentos que brotavam nele. Quando a conheceu, sabia o quanto ela era diferente; podia imaginar que seria um cara de sorte, se fosse capaz de tê-la; o rosto dela, aqueles olhos verdes, emanava uma calma, uma tranquilidade pela qual ele sempre almejou e, parece que vê-los servia como uma forma de acalmar a si mesmo, era um equilíbrio perfeito.

Repensou o momento onde, normalmente, faria alguma ação impensada ou brusca e não o fez, porque ela estava lá, acalmando-o, fazendo-o sentir necessário e feliz. Tudo isso era total novidade para o canadense; sempre tão preocupado estava em demonstrar sua fúria que tinha perdido importantes sentimentos, necessários, até.

Os X-Men eram sua família, mas por nenhum deles Logan sente-se tão responsável como o faz com Ohana. Se tivesse que escolher entre a vida de algum deles e a dela, com certeza lamentaria a morte de um amigo, mas não perderia a mulher que tanto o transformou, sem nem ao menos pedir nada...

Chegam no sopé de uma montanha, ele acaricia os cabelos ruivos dela e, calmamente a desperta.

Wolvie: Chegamos... Daqui, teremos que ir a pé.

Ela abre os olhos, já era começo de tarde. Mesmo tendo dormido tão bem, o desconforto do carro ficou nítido quando foi levantar a cabeça! Um torcicolo, daqueles que chegam rápido e demoram a sair... Colocando a mão no local, ela tenta disfarçar um espreguiço, não queria preocupá-lo.

Ohana: UAU! Mas é uma montanha?!

Wolvie: Isso aí, é a Montanha Robson (nota: ela realmente existe no Canadá, hehe). Um dos lugares mais lindos do mundo e eu vou te mostrar o porquê!

Ohana: Vamos então pegar nossas coisas, não vejo a hora de ver o que o deixa tão excitado!

Levanta-se, sai do carro e Logan não pode deixar de pensar em alguma sacanagem quando ela diz isso. Ele balança a cabeça forte, espantando esse pensamento e sai, indo pegar a mochila que ele havia preparado de manhã.

Wolvie: Está aqui é sua. – comenta, estendendo uma pequena mochila vermelha, com um cantil e uma lanterna perdurados do lado de fora – E ‘tava pensando em tornar isso mais interessante: Nada de poderes, o que me diz?

A ruiva pega a mochila, coloca nas costas e ouve as palavras dele com cara de desdém:

Ohana: Ah! Então me mostra em qual botão eu desativo seu fator de cura e seus sentidos superaguçados, Logan!... Acho que nem mesmo conseguiria acompanhá-lo, se não tivesse pena de mim e diminuísse a marcha!

Lançando um sorriso vitorioso, ele comenta, enquanto anda para mais perto da floresta, com uma mochila preta, um pouco maior, também com cantil e lanterna:

Wolvie: Bom, quanto a isso eu não posso fazer nada, mas não vou usar minhas garras e vou tentar "desligar" meus sentidos. Às vezes, eu consigo, ‘tá legal?... Além do mais, eu não tive que diminuir tanto a marcha assim. ‘Cê tá se subestimando, ruiva...

Ela levanta a sobrancelha diante das últimas palavras dele. Ela tinha sentido que não se cansava tão facilmente nos treinos, podia notar que se corpo estava em "ponto de bala" e com o comentário dele, isso estava mais do que certo!

Começa a acompanhá-lo:

Ohana: Tudo bem, aceito sua proposta: nada de poderes!

E ambos começam a subir. Logan na frente, mostrando o caminho e Ohana logo atrás, ouvindo gracinhas e brincadeiras dele. Apesar de o torcicolo a fazer perder o mais interessante do passeio: a densa floresta que ia se fechando sobre eles; ao menos, ela pôde ver animais tão diferentes e tão arredios deixando claro que aquela montanha não era comumente visitada pelo ser humano.

Logan deu uma de guia mais do que experiente e foi destilando os segredos daquele lugar para ela, como quem mostra sua sala de estar para os convidados:

Wolvie: Tá vendo aquela árvore ali? Se você estiver perdida por mais de três dias sem encontrar água, corta ela e bebe a seiva. Isso pode salvar sua vida!

Ohana: Que tipo de veado é aquele, Logan? – falava curiosa, apontando para um animal que tinha corpo de alce e chifres de veado.

Wolvie: É um Elk, gata. Muito estranho, né?

Ohana: É! Ele não é nem uma coisa, nem outra! Muito interessante...

Wolvie: E tem a carne muito gostosa... – comenta, sabendo que ela ficaria nervosa.

Ohana: Carne gostosa?! Mas que absurdo! Você já comeu um bichinho desses?! Seu mau!

Wolvie: Calma, calma! Eu não me lembro de ter comido, mas sei que a carne é gostosa e, por isso, só pode ser uma lembrança enterrada, ruiva...

Ela segura o braço dele, acaricia, pedindo desculpas por tê-lo feito lembrar de coisas assim.

Ele sorri, acaricia a mão dela. Não queria tê-la deixado preocupada; era bobeira! Nunca em sua vida quis tanto viver o presente! Nunca esteve em tão boa companhia! Mesmo puxando a marcha, ela o seguia, com uma curiosidade quase infantil nos olhos, tentando aproveitar ao máximo o momento. Pois esse momento acontece uma vez só na vida da gente! Nada nunca se repete, nenhum segundo é como o outro, mesmo que tentemos fazer com que seja assim...

Pensando nisso, comentando sobre cada novidade, em apenas três horas de caminhada (umas mais fáceis, outras mais íngremes) chegaram a uma espécie de platô, bem no meio da montanha e onde se podia ver todo o lado selvagem do Canadá! O lugar era mesmo lindo! Se Ohana pudesse olhar para cima, veria o cume, cheio de neve a muitos quilômetros longe deles.

Era possível ver a floresta que atravessaram, as densas copas das árvores, os pássaros, tudo era bonito; mas não tão bonito como ela tinha imaginado. Era tão bonito quanto qualquer lugar que tinha estado, até agora...

Como que imaginando os pensamentos dela, Logan comenta:

Wolvie: ‘Cê precisa ver o nascer do Sol daqui, Ohana. Foi pra isso que eu te trouxe, foi isso que eu vim rever. Uma vez que você o vê daqui, não pode imaginar ele visto de outro lugar. É lindo...

Ohana: E quando foi que você esteve e viu o nascer do Sol daqui, Logan?

Ele coça a cabeça, coloca a mochila no chão e tira de dentro um saco de dormir:

Wolvie: Bom, eu não sei te dizer com certeza quando foi a primeira vez que eu estive aqui... Mas sei que quando me lembro de ter chegado pela segunda vez, senti uma sensação familiar. Provavelmente tem a ver com meu passado e com coisas que já não tenho mais certeza de querer saber...

Sorrindo, a ruiva chega perto dele e começa a retirar o saco de dormir de sua mochila. Assim que o estica no chão, ela senta-se e fica vendo adiante, perdendo-se no verde e nos tons de vermelho que algumas folhas ainda teimavam em ter.

Logan percebe a dificuldade dela em sentar direito, já que o torcicolo tinha sido dos brabos!

Wolvie: Que que aconteceu, ruiva? ‘Cê tá legal?

Ela vira todo o corpo para olhá-lo:

Ohana: Não muito... – sorri – depois que acordei no trailer, senti uma dor no pescoço e estou com ela ainda. Um torcicolo danado! – volta com o corpo na posição.

Wolvie: Poxa! Mas por que você não me disse antes?

Ohana: Pra quê? Não queria atrapalhar...

Wolvie: Não atrapalha nada, linda... Aguentar toda essa caminhada com dor, sendo que era só eu te fazer uma massagem?

Ela olha incrédula para ele! "Massagem?..." pensa, enquanto ele não espera nada e, ajoelhando atrás dela, pede para Ohana relaxar e começa a tocar nos ombros extremamente retesados dela, por culpa do torcicolo.

Assim que o canadense começa a ruiva não sabe se ri ou chora! Era uma sensação muito boa, porém, era dolorido! As mãos de Logan pareciam plumas massageando os músculos de Ohana e, quando estes começaram a aquecer, a sensação de dor passou e a ruiva pôde sentir todo o bem da massagem. Era deveras gostoso e muito, muito sexy!

Ao perceber que ela já podia movimentar o pescoço normalmente, Logan não parou de massageá-la; ao invés disso, começou a intensificar as carícias:

Ohana: Hum... Isso é muito bom! Obrigada mesmo, Loogie! Eu estava precisando... Mas, eu também sei fazer massagem e gostaria de retribuir a sua, posso?

Wolvie: Não foi nada, gata. Eu aprendi a fazer quando estive no Japão. – Várias lembranças passam em sua mente, algumas ótimas, outras, nem tanto... – Claro que pode me fazer também; eu tenho fator de cura! – e ri à beça!

Ohana: Ahahah – imitando a risada dele – Muito engraçado... Não quero mais fazer. – ela emburra, fazendo beiço.

Wolvie: Ah! Vai... Qualé?... ‘Cê sabe que eu não sou bom em relacionamentos e, muito menos, em brincadeiras. Sempre que tento alguma, só me ferro. Como agora... – falando essa última frase entredentes.

Volta para o colchonete dele e começa a descontar a frustração num tufo de grama. Ohana não pode deixar de sorrir diante do modo totalmente moleque dele. Tudo bem, ela tinha exagerado. Mas Logan havia passado a tarde toda fazendo brincadeiras com ela; brincadeiras como essa, onde ela sempre era menosprezada. Mesmo sabendo que era sem querer e com a intenção de fazer rir, essa última tinha sido a gota d'água!

Ela consegue imaginar o que seja viver sempre pra si e, desse modo, isso explicaria as "piadas" onde somente ele ria. Tinha sido assim sempre. Impossível mudar de uma hora para outra, num passe de mágica!

Sem sair de onde estava, a ruiva comenta:

Ohana: Olha; eu também exagerei, Logan... Mas você ficou fazendo piadas assim a tarde toda! Eu não aguento, né? Você diz que é tudo novidade pra você. E eu pergunto: como você acha que é pra mim? A "miss: foi legal enquanto durou"? É assustador! Eu nunca passei tanto tempo com alguém! Estava mesmo pensando isso hoje de manhã: na maioria das vezes, meus relacionamentos se resumiam a ir para a cama e nunca mais encontrar o cara na vida! Isso não era relacionar, era ser uma idiota! Eu... Nós, temos que fazer um grande esforço pra isso dar certo. De minha parte, pode contar com isso.

Finalmente, indo até ele, que ouvia tudo aquilo com a maior atenção, concordando com a cabeça, ela completa:

Ohana: Você não vai se ver livre de mim tão cedo. Agora, deita de costas! – sorri, impingindo um som de ordem à última frase.

Ele se deita, apoiando a cabeça sobre as mãos cruzadas na frente:

Wolvie: ‘Cê tá certa, guria... É tudo novo pra mim também. Quero que me prometa: sempre que eu pisar na bola é pra você me falar, tá bom?

Ohana: Tudo bem, grandão. Agora, relaxe, porque sua seção de massagem vai começar, tá bom?

Enquanto dizia isso, ia tirando os tênis e os deixou ali na grama; estalou os dedos, o pescoço e, colocando o pé direito bem no centro das costas dele, fez a alavanca e subiu!

Estava com os braços abertos para poder se equilibrar e, começando a andar e fazer movimentos com os dedos, iniciou a massagem.

No começo, quando a viu tirar o tênis, o canadense jamais pensou que seria para isso; quando sentiu o pé dela sobre as costas dele, começou a pensar na possibilidade, porém, quando sentiu todo o peso dela nas costas, teve que se segurar para não levantar e fazê-la cair! A sensação inicial era completamente ruim e, sentindo que estava com dificuldade para respirar, obtemperou:

Wolvie: Ei, gata! ‘Cê não acha melhor a massagem "normal"?

Ouviu-a rir em cima dele. Ela sabia que, na primeira vez, seria estranho:

Ohana: Lembra o que eu disse sobre relaxar, gatinho? Tá na hora de começar. Eu garanto que depois dessa vez, você não vai querer outra massagem na sua vida!

Ele resolveu seguir o conselho dela. No mínimo, poderia rir disso tudo depois! Claro! Dessa vez, ele riria sozinho. Tentaria não fazer mais piadas na frente dela; ao menos, não piadas que a tivessem como tópico!

Ohana ficou, mais ou menos, quarenta minutos "andando" sobre as costas dele. Afirmo que os dez primeiros serviram para que ele se acostumasse e, os outros trinta para que ele não quisesse que ela saísse mais!

Ele sentia-se nas nuvens, totalmente relaxado e completo.

Quando a ruiva decidiu que já estava na hora de terminar foi triste! Logan ficava fazendo charme, tentando fazê-la não parar:

Wolvie: Oh! Por favor, faz mais um pouco, vai? Só mais uns minutinhos...

Ohana: Você disse isso há cinco minutos, Logan! Vai perder a graça, me deixa sair, vai? – pedia, ainda andando sobre as partes que sentia estarem mais "duras".

Wolvie: Se você sair, não vai se dar bem essa noite...

Ohana: Ai! Não acredito! Mas que chantagem mais machista! Como se você não gostasse e ainda estivesse me fazendo um favor! Poupe-me! – e pula das costas dele, com um ar bastante levado nos olhos – E, aí? Tem certeza? Porque se tiver, eu já vou ir para o meu saco de dormir... – sorri, sabendo que a resposta dele seria bem outra!

Wolvie: Eu só tava brincando, ruiva! – diz, sorrindo – Foi a massagem mais fantástica que eu tive! E olha que não foram poucas, hein?

Uma ponta de ciúmes passa pela cabeça dela. Fica imaginando várias mulheres orientais ao redor dele, fazendo todo o tipo de massagem; usando óleos, cremes, até mesmo velas. O silêncio faz o canadense perceber que tinha algo errado e, complementa:

Wolvie: Ohana, eu paguei por cada uma das massagens anteriores, viu? – falando uma mentirinha, somente para saber se era mesmo ciúmes o motivo do silêncio.

Ela olha para ele com os olhos novamente brilhantes:

Ohana: É verdade?!

Wolvie: Claro! Não acredito que ‘cê ficou com ciúmes de umas gordonas russas com cara de homem! – dizia isso, mas pensava em Tigre, a rainha do submundo de Madripoor, uma ilhazinha no sudoeste asiático onde Logan passou um bom tempo.

Ohana: Lá vem você de novo com essas piadas! Grrr!

Logan ri gostoso enquanto fala "vem aqui, vem... Agora você é minha "russa" predileta!". Ohana faz charme, ameaça ir para o colchonete dela, mas dá uma virada e joga-se no colo dele. Mesmo sentindo o baque do peso, o canadense nem se dá conta. Estava feliz demais e isso só podia significar uma coisa: problemas graves no futuro... Ele esperava que fossem num futuro distante. Decidido a não deixar isso atrapalhar o momento, sacode a cabeça, abraçando-a e colocando-a sentada no meio das pernas dele:

Wolvie: Olha, o pôr-do-Sol também não é de se jogar fora. Olha lá! – e aponta para bem longe, onde alguns raios de Sol, bem difusos, passavam por uma grande nuvem vermelha.

Ohana: UAU! É realmente lindo!

E ficam abraçados até quase o Sol se pôr:

Wolvie: Bom! Tá na hora de irmos pegar alguma lenha para uma fogueira. Não é seguro ficarmos aqui sem fogo.

Ohana: "Não é seguro"? De que devemos ter medo?

Wolvie: Bom, nunca é legal encontrar animais violentos, né? Eu nunca gostei de matar animais, Ohana. Por isso, tento evitar ao máximo... Os lobos daqui já me conhecem, de longa data. Mas os carcajus e alguns outros "competidores", podem vir querer se aproveitar do nosso descuido e eu ficaria muito triste se tivesse que matar um deles. Sacô?

Ohana: (imitando a voz dele) Saquei! – e se levanta correndo, antes que um leve tapa a atingisse nas costas – Pode ser qualquer tipo de madeira?

Wolvie: Na verdade, a gente devia ter aproveitado o dia pra fazer isso. Agora, com a chegada da noite, muitas delas podem estar úmidas e isso vai fazer uma fumaça e tanto! Mas eu não trocaria as massagens por procurar lenha, hehe, pode ser qualquer graveto, falou? E nada de poderes, lembra?

Ohana: Ai! Você tinha que lembrar! Já ia fazer uma pira de gravetos, agora mesmo...

E sai com a lanterna na mão, fingindo desânimo, pegando os gravetos que encontrava.

Assim que juntaram uma quantidade considerável para fazer bom fogo, Logan tirou da mochila um tubinho preto, colocou-o no centro dos gravetos e ateou fogo, com seu inseparável Zippo®. Não tardou muito para que tivessem uma linda fogueira e um estoque de gravetos e lenha do lado, para mantê-la acesa durante a noite.

Abriram um dos sacos de dormir, sentaram-se nele e cobriram-se com o outro. Logan parecia querer engoli-la, de tanto que a abraçava e beijava, colocando sempre a mão no rosto ou nas mãos para sentir se ela estava com frio.

Como não podia deixar de ser, Ohana trouxe alguns marshmallows escondidos na bolsa e, estendendo o braço para pegá-los, comentou:

Ohana: Logan, pra quem nunca acampou antes, não seria perfeito se faltasse isso! – e sorri, tirando um saco com os pequenos e conhecidos cubinhos brancos.

Wolvie: Ah! Não acredito! – retruca, colocando a mão na testa, numa clara atitude de "só podia ser você mesmo"!

Ohana: Ah, vai! Eu sei que você estava esperando por isso, só não tinha coragem de dizer. – sorri, pegando um dos gravetos e começando a assar o seu.

Wolvie: Não é assim que se faz, olha: cê tem que pegar uns 3 e enfiar no mesmo graveto, pra que enquanto comer um, os outros fiquem assando... Até parece que eu tenho que ensinar tudo!

Ambos riem! Era mesmo uma cena rara de se ver, rara até mesmo para eles!

Sob a luz das estrelas e da imponente Lua cheia, comeram e riram como dois velhos conhecidos, sempre trocando carinhos e palavras doces. Claro que Ohana era quem mais falava palavras doces, mas era Logan quem mais fazia carinhos. Ele mesmo não se reconhecia, nunca tinha se imaginado assim com outra pessoa; mesmo quando pensava em Mariko, não imaginava as coisas dessa forma! Nem mesmo com Yukio, ele teve ótimos e loucos momentos com ela, mas sempre soube que não durariam; mesmo tendo entregado a guarda de sua filha adotiva para ela, Logan nunca pensou em ter um relacionamento sério... Nunca pensou em nada do que tem pensado ultimamente! Ele tem certeza que com essa ruiva, casaria! Mas também tinha medo do que isso poderia dizer a todos os seus inimigos... O canadense sabe que iam tentar se vingar dele, nela. E era mais por isso que hesitava em demonstrar carinho. Porém, enquanto estivessem assim, sozinhos, ele nada tinha a temer ou esconder! Sabe que Dentes-de-Sabre é burro demais para arquitetar qualquer coisa ou mesmo tentar matar Ohana. Logan tinha mais é confiança nela e nos poderes que cada vez mais se aprimoravam.

Sem notarem, a noite voa como um tufão! Quando a ruiva resolve que estava com sono, uma tênue luz amarelada começa a despontar no horizonte, bem na frente deles. Aquela luz tênue vai ganhando corpo e transformando-se num laranja-avermelhado, colorindo todas as nuvens do céu nesse tom, criando cores novas, à medida que se misturava com o verde das árvores. Em alguns segundos, o astro-rei aparece, como uma imensa bola de fogo, só que sem aquela claridade que cega! Era realmente incrível! Ohana nunca tinha visto nada assim em sua vida! Ela se permite ficar boquiaberta por alguns segundos, diante de tanta beleza! Logan estava certo... Não existe nascer do Sol assim em nenhum outro lugar do mundo! Nenhum dos dois diz nada, às vezes, o canadense olhava curioso para ela, vendo se tinha se transformado em pedra. Mas o termo petrificado era o que melhor fazia jus ao estado atual de Ohana.

Assim que todo aquele jogo de luzes e cores desaparece, ela somente olha para Logan, os olhos totalmente brilhantes, de tanta alegria pela contemplação. Não fala nada, somente vai e o beija de leve nos lábios, sendo beijada com mais avidez por ele. Aquele ato tinha deixado claro o quanto ela gostou da cena, das cores, da companhia, de tudo!

Ficam mais alguns minutos sentados juntos, até que Logan pergunta se a ruiva quer ir embora. A indecisão dela é tanta que o canadense resolve levar a barraca maior para que passem mais alguns dias naquele platô, ao que a ruiva concorda.

Ela descobriria que nenhum nascer do Sol é igual ao outro e, mesmo assim, o posterior sempre supera o antecessor em beleza e movimento!

Se soubesse das mudanças velozes que aconteciam em seu corpo, Ohana daria a elas o motivo de seu êxtase para cada mínimo detalhe. O simples ato de ver Logan acordar, ou cortar lenha, ou se lavar era mais do que o coração dela parecia suportar e, no entanto, ela sempre encontrava algo que o deixava disparar. O que aquele homem, bruto a um primeiro olhar, tinha de tão especial que a fizesse sentir querida e amada, mesmo sem ser capaz de demonstrar isso nitidamente? Será que era justamente essa velada admiração que ele tinha por ela, sem nunca se entregar que o fazia perfeito em cada detalhe? Seu senso de justiça, de amizade, de família, era tão forte que sobrepujava a aparente ignorância que seus traços firmes faziam transparecer. Era possível, ao olhar para aqueles olhos azuis, se perder dentro de uma imensidão jamais pensada antes; e era justamente essa imensidão que tragava Ohana cada vez mais para o lado dele, fazendo-o reinar seguro em seu coração.

Após mais dois dias, resolvem, a custo, que era hora de voltar para a civilização; para os X-Men. Fazem o caminho inverso, tentando parar o menos possível, pois a saudade que sentiam daquela "família adotiva" era grande! Era somente por eles que o casal resolve voltar, já que nada mais os prendia ao mundo...

Assim que chegam, todos notam uma grande diferença nos dois! Logan está mais comunicativo, menos agressivo. Ohana está radiante! Seus olhos eram a representação da total felicidade e isso refletiu nos treinos. Ambos ficaram com um entrosamento como nunca tinham tido antes! E, se Jean e Scott tinham muito em comum, tanto mais tinha Ohana e Logan, já que esta ruiva não tinha telepatia e, mesmo assim, se moviam como uma só mente.


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