. ponto de vista; sasuke

Estávamos em meados de julho quando compartilhamos do nosso primeiro toque. Eu encarava um Naruto perdido e nervoso, que nem ao menos conseguia tirar a blusa sem deixá-la presa em seu pescoço e se atrapalhar ainda mais no momento. Era quase cômico e eu sentia vontade de rir – mas eu sabia que isso iria deixá-lo constrangido e, por mais que eu amasse seu sorriso envergonhado, eu realmente não queria quebrar o clima do momento.

Eu achei incrível o jeito doce que você me sorriu naquela noite; nós dois deitados naquela cama; sentindo o calor um do outro e eu tendo o incrível prazer de ver suas expressões satisfeitas – e era como um céu estrelado, e eu sentia-me capaz de tocar as estrelas e talvez eu realmente pudesse. Eu sorria a cada nova constelação encontrada em seu corpo; e beijava-as todas, deixando uma nova marca e talvez formando um novo mundo em suas costas (e você estava tão incrivelmente doce, de forma que eu preciso dizer o quanto o amo e o quanto me preenche dessa forma)

Nosso relacionamento não tem ponto fixo; também não tinha nome e tampouco tinha rótulos. Porque, na verdade, nós não precisávamos de nada disso e eu estava suficientemente bem o amando – e sentindo-me completo ao ser amado de volta.

Apesar dos prazeres tínhamos nossos pesares; as personalidades tão opostas causavam um certo incômodo às vezes, mas nada se comparava aos meus ciúmes doentios e talvez eu realmente precisasse de um médico – como você me disse um dia, em mais uma das nossas brigas mensais.

Nós discutimos na terça e eu gritei contigo na quarta – e você me deu as costas e parecia tão incrivelmente chateado e eu me senti um merda. Nos reconciliamos na quinta e nos amamos de novo na sexta; mas o pesar ainda estava nas minhas costas e eu pensei que urgentemente eu precisava saber lidar com os meus demônios.

Porque eles invadiam a porra da minha cabeça e eu sentia-me tão confuso que nem mesmo uma boa dose de vodka e talvez misturado a um bom cigarro era o suficiente para manter-me mais sã – era sempre você, Naruto, que com sua leveza me trazia de volta, mas eu fui fodido o suficiente para afastá-lo quando o que mais você queria era me ajudar.

E esse ciclo se repetiu por dias – que se tornaram semanas e de semanas tornaram-se meses. Aquilo estava ficando tão cansativo e o meu medo de estar se tornando tóxico aumentava a cada minuto separado de você (mesmo que estivéssemos lado a lado e a única diferença era seu corpo virado de costas para mim na cama; separando seu corpo quente do meu e deixando aquele espaço em branco incômodo por ali, fazendo-me frio).

Eu descobri que já estava venéfico o suficiente de sua própria boca – e você chorava porque não queria me deixar; mas assim como eu estava tão cansado e então fugiu-me entre os dedos como pequenos grãos de areias.

Neguei por semanas e amaldiçoei-te tanto, mas tanto Naruto pois você tinha simplesmente me abandonado e eu era egoísta suficiente para não perceber que apesar de tudo, você me amava, mas estava cansado psicologicamente e não conseguia lidar o suficiente com minhas merdas – e eu não poderia culpar ninguém além de mim mesmo e então por dias eu fui triste; ouvi boatos que você estava com outro alguém e aquilo foi tão doloroso (quanto tempo havia se passado?)

E eu me afundei em drogas e fortes bebidas alcóolicas por muito tempo até você voltar. E você estava tão decepcionado ao me ver, e mesmo que fosse você, Naruto, a pedir-me desculpas eu sabia com toda a minha clareza que era eu quem devia-lhe algo; pois eu deveria ter superado o meu passado e me livrado de meus demônios, mas eu fui fraco o suficiente e os deixei atacar você – que não teve e nunca terá culpa pelos meus malditos erros.

Ao olhar-te, você parecia tão indefeso e frágil observando-me daquela forma; eu era apenas um merda jogado na porra duma esquina pois fui babaca o suficiente para ser expulso de um simples bar e você mais parecia-se como um anjo que talvez, por acaso, tenha me encontrado, mas, honestamente e talvez de forma meio egoísta, eu senti-me tão aliviado em vê-lo ali.

E senti-me ainda mais aliviado ao vê-lo serenamente contar sobre o que havia feito (e me senti ainda mais terrível ao escutar seus dizeres sobre leveza, mas eu sabia que não era sua intenção magoar-me) e desmentir sobre os pequenos boatos; o outro alguém era apenas uma amiga e estava muito bem comprometida com outra moça. Eu senti-me tão bem e novamente você cuidou de mim e tratou-me como os lírios brancos de seu jardim; tão delicadamente e eu estava tão feliz por você ter voltado para casa.

E naquela semana eu pensei; "Por mais que a ventania fosse quente, as mãos que tocarão seu rosto continuarão frias; e o meu gélido coração apenas poderia ser esquentado pelo calor especial dos seus braços, Naruto - porque você é único, e eu sei que apenas você e somente você é capaz de aquecer esse velho coração que lhe foi abandonado. Então por favor, dê-me uma chance; aqueça-me em meio a ventania e novamente - não desista de mim. ” Eu lhe recitei isso e por deuses, você parecia tão gracioso ao rir daquela forma doce que eu me questionei o quão idiota eu era por ter quase perdido você; e eu juro que enquanto você, Naruto, ainda estiver aqui ao meu lado para aquecer-me mesmo sabendo das minhas merdas e ajudando-me a enfrenta-las, eu prometo a ti, passarei por tudo e esforçar-me-ei o máximo para ser o melhor para você porque, apesar de tudo, eu fodidamente te amo e apenas quero vê-lo bem;

E farei o possível para que seja ao meu lado, por mais egoísta que seja. Então, por favor Naruto, apenas abrace-me e aqueça-me e nunca, nunca mesmo me abandone porque eu preciso de você e sei que com você, apenas e somente com você eu passarei por tudo.