A Cilada escrita por AngelSPN


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Grande abraço para todos aqueles leitores que de alguma forma passaram por aqui e leram o desfecho final dessa história dos irmãos Winchester.



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Dean Winchester sentia o vento soprar sua face e densas nuvens se formavam naquele céu antes azul e límpido. A estrada parecia ficar cada vez mais sombria e os galhos secos e retorcidos começavam a compor um cenário assustador. Um cenário apocalíptico.  Estaria Deus testando-os? Seriam eles marionetes de um destino imutável? O loiro balançou a cabeça livrando-se destes pensamentos sombrios e atormentadores. A medida que o sinal indicava a chegada ao destino de uma velha igreja abandonada, o coração do caçador disparava e com uma agilidade extrema, o carro desviou de uma enorme árvore seca que tentou impedir sua trajetória. Dean sorriu e exclamou um xingamento acompanhado de um grito de satisfação.

“Vocês não vão me impedir!” —resmungou sorrindo voltando sua atenção a entrada que se estreitava.

Ruby estava fascinada com o tamanho do poder que Sam exalava, e o ódio que aumentava a cada instante em que Lilith falava com desdém no momento que encontrou o moreno.

— Hora vejam só quem está aqui. O pequeno Sam Winchester cresceu e parece ter se alimentado muito bem. Onde está aquele seu irmão cabeça dura? Aposto que ele ainda tem as cicatrizes dos meus adoráveis cães e claro das lições que ele aprendeu com o detestável Alaister. — A mulher falava revelando seus olhos totalmente brancos, o corpo da jovem que ela tomara era pequeno, os cabelos dourados caiam-lhe pelos ombros.

Sam Winchester apenas sorriu de forma vingativa, não disse nenhuma palavra. Apenas ergueu a palma da mão e como um sopro Ruby percebeu Lilith ser arremessada contra um ataúde antigo e sólido ornamentado.

— Uau, vejo que aprendeu alguns truques interssantes — disse Lilith limpando o sangue de sua boca e sorrindo ainda mais.

— Você não viu nada, Vadia! — Sam fechou o punho e os olhos da mulher começavam a esbugalhar e a dor do corpo que ela exalava e gritava diante daquele poder inumano.

Dean ao longe pode ver os gritos e o clarão de algo que não podia identificar de imediato, mas o que via era suficiente para aumentar ainda mais sua corrida pelo corredor escuro e úmido. Lá estava Sam com a mão erguida e ao seu lado a maldita Ruby sorrindo, enquanto uma voz feminina gritava e os instigava a usar ainda mais seu poder, certo que seria a Lilith.

— Sam!! Sammy! — o loiro agora disparou tentando chamar a atenção do caçula.

Sam torceu a cabeça estaria alucinando ou ouvia o irmão chamando-o? Lilith caiu tentando respirar, Ruby estava inconformada e gritava para que Sam continuasse e os gritos de Dean foram abafados no momento que uma porta se fechava atrás de Sam e na frente de Dean, que começou a esmurrá-la com toda sua força, gritando ao irmão que Lilith era o último selo.

Sam Winchester parecia indeciso, viu a porta fechando-se e impedindo que seu irmão entrasse no recinto. Viu o semblante de Dean de uma forma torturante e reveladora. Estava acometido por um sentimento de dúvida, e uma sensação estranha. Olhou como se tudo estivesse em câmera lenta e escutava a voz de Ruby incitando-o a continuar e o estopim veio logo em seguida. As gargalhadas de Lilith e o tom irônico de sua voz acendera dentro do peito do caçador uma raiva descomunal e gigantesca. Sentiu seu sangue ferver por suas veias e seus olhos ficarem tomados pela escuridão. Sam Winchester usou todo seu poder demoníaco e viu a maldita Lilith contorcer-se dar seu último suspiro e cair ao chão com os olhos esbugalhados e de sua boca um filete de sangue começava a se intensificar.

— Eu não acredito! Você conseguiu Sam! Titubeou mas conseguiu! Você será recompensado Sam. Ele virá até você! — Ruby falava initerruptamente de forma empolgante e de uma expectativa prazerosa.

Sam sentiu as mãos dela sobre seu corpo, abraçando-o e beijando seu rosto. As palavras dela ainda estavam confusas com toda a adrenalina que passara a poucos instantes. Parecia que dentro dele todo o universo irradiava em seus olhos. Era um poder soberano a tudo que já sentiu e ao mesmo tempo perturbador. A porta ainda era esmurrada pelo irmão que tentava entrar. Mas Ruby continuava falando fascinada acompanhando o sangue da demonia morta seguir por uma espécie de espiral.

— Ele vem vindo Sam. Ele vem vindo! — Ruby gritava empolgada.

— Do que você está falando? O que está acontecendo com o sangue de Lilith? — Sam agora sentiu um aperto no peito.

— Você libertou Lúcifer, meu querido!

Sam Winchester cambaleou. Incrédulo. Derrotado. E agora ouvia claramente o irmão gritando “ Lilith é o último selo”.

— Não pode ser... — Sam olhava para Ruby com os olhos marejados pelo terror do que acabara de fazer.

— Meu senhor irá te recompensar Sam. Ele irá te recompensar por ter aberto a porta — dizia a mulher empuleirada em cima do moreno que havia se deixado cair ao chão.

E como relâmpagos alguns fatos da vida de Sam e Dean começaram a aparecer a sua frente como uma enorme tela, e assistia absorto e incrédulo como tudo se revelava cruelmente a sua frente. Desde o momento que Azazel colocou sangue em sua boca quando pequeno, a morte de sua mãe, o acordo de seu pai com o demônio que para sua surpresa era a própria Ruby e não o olho amarelo, o pacto de Dean com demônio da encruzilhada, o momento dos cães do inferno devorando seu irmão... Sam desviou o olhar era demais para ele, as lágrimas caiam em abundância e como castigo as imagens ainda se revelavam a ele mesmo com os olhos fechados. Tudo agora estava claro. Ruby o usara, assim como Dean havia lhe alertado. A mandante de raptar e acabar com a vida de Dean era a maldita Ruby! E agora percebia que o mal estava tentando tomar conta de seu corpo e seu irmão mais velho era o empecilho para os demônios agirem livremente e dominar Sam.

Sam estava a beira de uma crise e no auge de sua raiva tentou usar seus poderes contra Ruby e o máximo que conseguiu foi um pequeno vento passar pelos cabelos negros da demonia que sorriu chegando ainda mais perto dele.

— Você está fraco querido. Agora que sabe da verdade, não tema. Lúcifer irá te recompensar. E eu serei sua rainha, porque eu enganei a todos. Eu fui a melhor! Apenas eu e Lilith sabíamos disso. Mais nenhum outro sabia. Nem Alaister sabia. Eu fui a escolhida! E... — a porta que estava sendo esmurrada a tanto tempo finalmente cedeu e abriu.

Dean olhou rapidamente ao redor. Chegara tarde. Mas iria acabar com o sorriso dos lábios da demonia agarrada ao seu irmão.

— Chegou tarde Dean. — Disse ela sorrindo.

— Pode ser vadia, no entanto você não estará aqui para ver isso.

Ruby sorriu. Estava pronta para acabar com aquele inseto que lhe fora um obstáculo pela vida toda. Mas sentiu os fortes braços de Sam lhe segurarem para que Dean agisse rapidamente e acabasse com ela perfurando suas entranhas com a faca que lhe havia dado.

Pequenos focos de luzes piscavam de dentro do corpo da mulher, enquanto ela estava com os olhos abertos e surpresos pelo que lhe havia acontecido. Seu último pensamento era a morte dos irmãos Winchester. E Lúcifer a vingaria.

— Dean... — começou Sam que foi interrompido pelo puxão de Dean em seu braço.

— Agora não Sam. Veja! — Gritou o loiro ao ver o sangue de Lilith completar o circulo e as luzes ficarem cada vez mais intensas. Puxou o caçula no intuito de fugirem daquele lugar. Mas a porta fechara-se trancando-os.

— Ele vem vindo Dean. Ele vem vindo! — Sam dizia ao encontrar o olhar do irmão.

As luzes se intensificavam fazem com que os irmãos mal pudessem manter os olhos abertos. Da fenda de onde se formou o sangue de Lilith a mão de uma criatura emergiu e junto dela o local estava pronto a explodir. Dean ainda tentava abrir a porta com a ajuda do irmão e ambos olhavam a monstruosidade crescendo e vindo a terra.

— Estamos perdidos Dean. Me desculpa...me desculpa — Sam falava como se fosse um mantra.

Dean Winchester parou e voltou seu olhar para um ponto distante e fechou os olhos como um pedido de socorro ao céu. Se Lúcifer existe, agora era hora de acreditar em Deus e nos milagres. Pensou em Castiel, clamou pela sua ajuda mentalmente. Sam percebera a quietude do irmão e respeitara seu silencio. Aguardando o fim do mundo que acabara de sentenciar a toda a humanidade.

Agora um som muito forte além das luzes, estava por toda a parte e como um piscar de olhos os irmãos estavam do lado de fora da igreja. Perto do amado impala. Sam olhou o irmão incrédulo. Não entendera o que havia acontecido, e Dean não perdera sequer um segundo e correu para dentro do impala, ordenando o mesmo para o caçula, tirando o mais novo do transe momentâneo.

E em questão de alguns minutos o lugar todo explodira em uma enorme feixes de luz. Enquanto o carro disparava para qualquer outro lugar, desviando dos inúmeros obstáculos que circundavam o caminho.

Sam olhava o irmão. Seria Dean que os tirara de lá? Como? Seria Deus dando-lhes uma segunda chance? Uma chance que Sam prometera a trilhar de forma correta e prometera a si mesmo a nunca mais beber sangue de demônio ou deixar se levar por eles. Agora era salvar o mundo do apocalipse. Mas antes, teria muito que se desculpar com aquele homem ao seu lado, que tanto o alertara. Sam Winchester sentiu-se o pior dos homens. E a quietude do irmão o sentenciava ainda mais.

— Dean... eu... — titubeava em pronunciar qualquer palavra.

— Agora não Sammy — disse Dean desviando das fendas que se abriam pelo caminho. Parou seu olhar momentaneamente para o caçula que parecia destruído de muitas formas e deixou um sorriso tímido sair de seus lábios ao dizer — Temos muito o que fazer!

E assim o impala foi ganhando velocidade e distanciando-se do homem de sobretudo bege que os acompanhava com um olhar celestial, pronto para juntar-se a batalha.


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Notas finais do capítulo

Um até logo aos amados hunters que continuam a saga dos Winchester.



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