The Mermaid Tale escrita por Luhni


Capítulo 5
E um pouco de rum


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Voltei como prometido! ;)
Primeiramente, muito obrigada a todos que favoritaram a fic e comentaram, fico muito feliz que estejam gostando da fic! ^^
Em segundo lugar, aqui está mais um capítulo e o maior até agora, espero que gostem!

E até as notas finais ;)



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O sol já estava alto e todos os tripulantes do Kurama já faziam suas tarefas. Naruto estava na sua sala, verificando os mapas e a rota a ser seguida, mais um dia de viagem e chegariam até o local da troca de mercadoria. Saiu de seus pensamentos ao ver Sasuke entrar na cabine com um sorriso de canto, nesses dois últimos dias o humor do seu Imediato variava de raiva para felicidade de uma forma bem inconstante.

— Qual o motivo desse sorriso, Teme? – indagou ao vê-lo sentar na sua frente e apoiar os pés na grande mesa de mogno. Arqueou uma sobrancelha com o abuso do amigo, mas isso se devia justamente pelo fato de serem mais do que companheiros do mar, eram como irmãos.

— O Grumete – foi o que disse e em seguida riu baixo ao recordar-se da cena presenciada há pouco.

— O que houve com ele? – Naruto encolheu-se ao ouvir sobre o garoto que trouxera a bordo há dois dias. Sasuke havia ficado furioso e não lhe poupou reclamações quando ouviu que o menino não servia nem para lavar o chão, por isso ficava apreensivo em ter que ouvir mais alguma coisa sobre o jovem.

— Os rapazes resolveram atormentá-lo e estão dificultando o trabalho dele – sorriu novamente com a imagem do garoto bufando irritado, enquanto Gaara e Kiba jogavam restos de comida pelo convés e Neji e Shino escondiam o balde ou esfregão do rapaz, que perdia tempo para procurar os instrumentos.

— Geralmente você ficaria uma fera se eles fizessem isso – pontuou Naruto, não entendendo a necessidade de ser tão cruel com o garoto.

— Sim, mas o garoto tem que aprender a se virar, é muito tolo – e franziu o cenho – Acredita que ele se recusou a comer ontem por causa do trabalho? Disse que eu tinha dado essa ordem a ele!

— E você não deu? – desconfiou o loiro e ao ver o amigo bufar, sorriu por ter acertado. Mas logo franziu o cenho ao entender a gravidade da situação – Sasuke, esse garoto ainda não comeu nada desde ontem?

— Eu não estava falando sério, Naruto – justificou-se – Além do mais tenho certeza que ele deve estar comendo algo escondido e fez isso apenas para se fazer de forte – e revirou os olhos com atitude do mais novo.

— De qualquer forma, fique de olho nele, não quero ninguém doente ou então nos atrasaremos – disse e o moreno aquiesceu.

— Quanto tempo até Flishburry?

— Um dia, se o vento ajudar – e após o comentário, Sasuke se despediu do Capitão, dizendo que iria ver se tudo estava correndo bem no convés para adiantar a viagem, mas Naruto suspeitou que ele iria mesmo era vigiar o Grumete e revirou os olhos, provavelmente seu Imediato deveria ter ficado preocupado depois da conversa que tiveram. – Sasuke pode tentar enganar a todos, menos eu. – e sorriu ao voltar-se para os mapas.

—*- 

                Sakura estava cansada daquilo e se pudesse estaria esbravejando contra aqueles humanos tolos, na verdade ela estava esbravejando, porém eles apenas riam de si por não entender nada do que falava, já que mexia os lábios rápido demais para que fossem lidos. Mas ela não se importava, pois o seu semblante fechado e a forma como bufava deveria ser o suficiente para eles verem que não estava gostando daquela “brincadeira”. Por Tritão, ela estava faminta e eles ainda a atrapalhavam mais.

                Agora eles haviam escondido o balde e já fazia meia hora que estava procurando-o como uma tola andando de um lado para o outro do navio. Viu Kiba rir de si e foi na direção dele para tomar providências. Olhou para o marujo da forma mais furiosa que conseguia e por um momento o Inuzuka pensou ter visto uma tormenta dentro dos olhos verdes do mais novo, o que o assustou.

“Me devolve!” mexeu os lábios para que conseguisse ler.

                E Kiba realmente ficou tentado em obedecer ao garoto e não entendia o motivo disso. Não podia ser medo, não daquele garoto franzino que nada podia fazer contra si, mas aquele olhar o deixara desconcertado. Balançou a cabeça para afastar tais pensamentos, era só o Grumete e ele não faria nada consigo, certo? Antes que pudesse tomar alguma iniciativa, viu Sasuke surgir no convés nem um pouco contente.

— O que está havendo aqui? – questionou ao ver a forma como o menor encarava o outro.

— Não foi nada, senhor! – Kiba tratou de responder primeiro, mas Sakura não estava disposta a deixar aquilo passar, então bateu o pé fortemente no chão do convés para chamar a atenção para si.

“Eles esconderam o meu balde!” afirmou apontando para Kiba “E não querem devolvê-lo!” finalizou.

— Devo supor que quer tomar o lugar do Grumete na limpeza do navio? – Sasuke indagou de forma fria.

— Claro que não! A ideia nem foi minha, eu... – começou a justificar, mas o Uchiha o calou com um olhar.

— Não vejo mais ninguém aqui – disse e Sakura também notou que todos os outros haviam, rapidamente, fugido das vistas do Contramestre, com medo de alguma punição – Nesse caso, como o senhor quer tanto ajudar no navio, além das suas funções, estará responsável de ser o ajudante de Chouji por três semanas.

— O quê? Mas eu...

— Três semanas é pouco? Quer mais, senhor Inuzuka? – semicerrou os olhos e o outro apenas bufou negando – Ótimo, então agora faça o favor de mostrar onde está o item de trabalho do Grumete – ordenou.

                Kiba ainda bufava e resmungava impropérios a Haru por ter lhe deixado naquela encrenca com o Contramestre, mas Sakura pouco se importava, estava mais preocupada em vibrar internamente por ele ter sido punido dessa vez, e não ela. Talvez Sasuke fosse mais justo do que pensara.

— Grumete! – chamou o outro e foi a vez de Sakura ficar assustada – O que está esperando? Vá pegar o balde e continue o seu serviço! – ele podia ser justo, mas também era rígido e Sakura já aprendera que com ele era melhor apenas aquiescer e fazer logo o que tinha que fazer.

                Durante o resto do dia Sasuke somente vigiou os passos do mais novo e, quando passou do horário do almoço e viu o jovem continuar o seu trabalho de retirar as cracas do navio, não pode evitar de remoer a conversa com Naruto e suspirar.

— Grumete! – chamou Haru que deu um pulo de susto de tão concentrado que estava – Está na hora de comer, largue isso. Depois você volta – mandou e, por um momento, Sakura comemorou aquelas palavras. Estava faminta e exausta. Porém, para a surpresa de Sasuke, viu o garoto negar com a cabeça.

— Não? Estou mandando você comer! – disse irritado ao ser desobedecido.

“O senhor disse que eu deveria terminar o serviço antes de comer novamente” ele viu os lábios mexerem e revirou os olhos com aquela tolice.

— Esqueça aquilo e vá comer. Estou lhe dando outra ordem – contrapôs, mas Haru permaneceu parado, decidido a não ceder – Qual o sentido disso?

“Quero mostrar que sou capaz de cumprir ordens, que não sou um inútil!”

Sasuke não pode deixar de se surpreender. Não sabia dizer se achava o rapaz um tolo ou um teimoso determinado. Talvez um pouco de ambos, refletiu. Suspirou, cruzando os braços.

— Tem certeza? Isso pode demorar – tentou dissuadi-lo novamente. Mas a negativa foi a mesma. Sorriu de canto e em seguida voltou a bradar – Então não perca mais tempo. Volte ao trabalho!

                Sakura deu um salto para trás antes de acenar freneticamente sem entender a mudança brusca do Imediato, mas começava a se acostumar com o gênio dele. Sasuke se retirou do convés para ir comer, mas volta e meia espiava o trabalho do garoto. O mais novo parecia exausto, às vezes parava e ficava a observar o nada, como se esperasse um milagre, outras vezes via ele esfregar as mãos nas roupas gastas, deveriam estar machucadas de tanto trabalhar, mas ele sempre voltava depois de um tempo descansando. E quando a lua já se encontrava no céu e ele e o garoto eram os únicos acordados no navio, pensou em intervir mais uma vez, afinal daqui a pouco o mais novo desmaiaria de fome. Porém, não foi necessário.

                Haru simplesmente largou tudo o que tinha em mãos e desabou no chão. Ao ver a cena, Sasuke correu na direção do outro, mas diferente do que pensava ele estava bem acordado e com um sorriso de vitória.

“Consegui!” viu ele mexendo os lábios sob a luz da lua, incrédulo e feliz ao mesmo tempo. E Sasuke teve que dar o braço a torcer ao ver o chão do convés brilhando e o navio de livre de qualquer sujeira.

— Fez um bom trabalho... – murmurou estendendo a mão para que o rapaz se levantasse e pudesse comer um pouco, ele merecia, afinal.

—*-

                Na manhã do dia seguinte, Sakura percebeu uma movimentação diferente no navio. Todos estavam agitados demais, empolgados com algo que ela não sabia dizer o que era. Observou o Capitão Uzumaki que estava ao lado do Timoneiro Nara e do Contramestre. Eles pareciam conversar sobre algo e volta e meia seus olhares iam para o mar.

                Arqueou uma sobrancelha, confusa, e voltou-se para o seu lar, mas não havia nada de anormal. Neji vendo a confusão do mais novo, resolveu aproximar-se.

— Grumete, mexa-se! Logo estaremos em terra – disse e Sakura ao ver que seria ignorada, puxou a manga da camisa do rapaz.

“Terra?”

— Sim, estamos indo a Flishburry e vamos chegar a tempo do festival – comentou com um sorriso ao lembrar de certo alguém.

                Mas a única coisa que chamou a atenção de Sakura foi a palavra “festival”. Era óbvio que queria voltar para casa, mas ela ainda não tinha nenhuma pista de como fazer isso acontecer e agora ela tinha a chance de ver um pouco mais do mundo humano. Então, dessa vez, com um pouco mais de conhecimento sobre os humanos, decidiu que não teria problema se aventurar um pouco, seria bom ver mais daquele “festival” que já inflamava sua curiosidade a ponto de fazer com que se animasse e ficasse ansiosa por chegar a terra firme.

                Assim que atracaram preparou-se para sair dali, pela primeira vez em dias, e seguir Neji, Gaara e Shikamaru que estavam mais à frente quando ouviu lhe chamarem.

— Grumete! – e ela bufou irritada por não a deixarem em paz, mas voltou-se ao Capitão – Quero que fique de vigia no navio – ordenou e toda a sua empolgação evaporou como espuma do mar.

“Mas...” tentou persuadir Naruto que nem ao menos notou que o garoto tentava falar consigo.

— Preciso de alguém de confiança para manter tudo na linha – continuou falando com o rapaz sem notar a infelicidade do mais novo com o que ouvia – Se tudo der certo teremos ouro e rum ao anoitecer e você poderá se divertir com os outros – piscou e saiu acompanhado de Sasuke que apenas sorria ao ver o rosto de desamparo do garoto.

—*-

                Ela estava escorada na mureta, entediada, já fazia mais de quatro horas que estava ali sem fazer nada a não ser observar os humanos que passavam pelo cais.

— Grumete me ajude aqui! – ouviu Chouji, o cozinheiro, gritar e revirou os olhos. Preferia ficar ali sem fazer nada do que ouvir Chouji e seu monólogo sobre como ele conseguiu sobreviver por cinco dias em um navio ancorado com apenas temperos e duas frutas. Aquela história era repetida diversas vezes e, quando ele não falava dessa façanha, era obrigada a ouvir sobre as mais diferentes comidas humanas.

                No início ficara interessada, mas conforme o tempo ia passando, pensou que já sabia o suficiente sobre especiarias, ovos e peixes, principalmente o último. Olhou de esguelha e viu Kiba rir de si e bufou antes de ir em direção ao cozinheiro obeso. Provavelmente sobrevivera cinco dias devido ter gordura o bastante para repor as suas energias enquanto esperava o resgate. Suspirou se perguntando porque só os três haviam ficado no navio, será que estava sendo punida? Ao chegar até o cozinheiro ficou aliviada ao ver que, para a sua sorte, ela apenas tinha que jogar o lixo fora e não ouvir mais um discurso chato.

                Logo em seguida voltou ao seu estado de marasmo, vibrando apenas ao ver Sasuke retornar para o navio com algo nas mãos. Olhou inquieta do Imediato para a rua atrás dele, esperando Naruto aparecer, mas nada aconteceu. Cansada de esperar, interceptou o seu superior que arqueou uma sobrancelha à espera de uma resposta para tal comportamento.

“Onde está o Capitão?”

— O que houve? Pode se reportar a mim – disse e viu o rapaz ficar hesitante – Diga de uma vez ou deixe-me em paz! – foi mais ríspido, tinha mais o que fazer do que ficar ali, e logo pode ver os lábios do grumete se mexerem.

“O Capítão prometeu que eu poderia ir ao festival quando ele chegasse” disse de forma acanhada, sem saber o que o outro poderia pensar.

— Sinto dizer mas acho que Naruto deve ter esquecido disso – foi sincero. O Uzumaki ainda estava negociando e contando os lucros que tiveram da última viagem e duvidava que ele voltasse ao Kurama após o término das negociações – Ele está resolvendo alguns assuntos e só deve passar aqui pela manhã – explicou e viu quando os olhos verdes, outrora brilhantes em expectativa, ficaram opacos.

                Haru aquiesceu e voltou a se escorar na mureta, olhando os transeuntes que passavam no cais, de forma apática. Ele observou o garoto suspirar e virou-se para entrar em um dos compartimentos do navio, quando foi a vez de Kiba pará-lo.

— O que quer Inuzuka? – disse sem se importar em ser rude e o outro tampouco se importou.

— Sabe que não gosto dele, mas ele esperou durante todo esse tempo. Não poderia ser mais brando? – indagou e Sasuke franziu o cenho ao ver o Inuzuka defendendo alguém, ainda mais Haru, o responsável por Kiba estar ajudando na cozinha.

— Quer que eu o libere?

— Apenas por algumas horas, não seria tão ruim – e deu de ombros, segurando o balde com as sobras de carne do jantar passado.

— E o que você ganharia com isso? – foi direto, sabia que devia ter algo mais do que simples empatia para com o grumete.

— Por que acha que eu ganharia algo com isso? – Kiba defendeu-se e Sasuke arqueou uma sobrancelha, cético – Tudo bem, eu poderia levá-lo até os outros e, quem sabe, ter também algumas horas de descanso antes de voltarmos ao mar. – e sorriu da forma mais inocente que conseguiu.

                Sasuke abriu a boca, pronto para negar, mas algo dentro de si não conseguiu e olhou novamente para Haru que permanecia com o corpo jogado na mureta. Suspirou. Talvez o garoto merecesse um descanso depois de limpar todo o navio sozinho. Olhou para Kiba, que já tinha um sorriso de vitória estampado na cara, e fechou a punho com força.

— Tudo bem – falou entredentes, odiava a prepotência daquele homem, mas não deixaria aquilo barato – Mas você terá que escoltá-lo até os outros, ele será sua responsabilidade – e foi a vez dele sorrir ao ver o Kiba franzir o cenho, descontente.

— Mas...

— Essa é condição e se me desobedecer, prepare-se para ficar pendurado na proa do navio – e sorriu, querendo muito poder cumprir com a sua ameaça.

                Kiba engoliu a seco, mas concordou e em seguida chamou Akamaru e Haru que o olhou desconfiado.

— Temos algo para fazer, venha de uma vez – foi a única coisa que disse antes de ir em direção à saída do Kurama e Sakura olhou do Inuzuka para Sasuke, que estava atrás de si e este apenas aquiesceu. Sorriu com a perspectiva de poder dar uma volta e correu para alcançar o humano e o cachorro enorme que o acompanhava.

—*-

                Kiba não queria a companhia do Grumete, mas as palavras do Contramestre ficavam rondando a sua mente e esse era o único motivo pelo qual não havia dado um jeito de abandonar o garoto à própria sorte. Olhou para trás e viu o menino o seguindo meio abobalhado enquanto olhava para todos lados. Revirou os olhos, parecia até que era a primeira vez do garoto em um festival.

— Oe, anda logo, Grumete, ou vou deixá-lo para trás! – mandou e logo viu Haru correr em sua direção, mas Akamaru latiu, ameaçando-o, e o garoto ficou assustado, fazendo Kiba rir – Muito bem Akamaru, coloque esse Grumete no lugar dele! – brincou com o cachorro.

                Sakura revirou os olhos e começou a fazer caretas para os dois que pouco se importavam. Andaram até parar em frente a um lugar muito barulhento. Havia mulheres humanas na frente do estabelecimento e elas pareciam bem felizes ao lado de alguns marinheiros que deviam ter algum problema nas pernas, pois não conseguiam se firmar direito sem ajuda. Eles falavam alto, cantavam desafinados e riam de forma escandalosa enquanto seguravam alguma garrafa de bebida. Ficou confusa com o lugar e o motivo dos homens estarem nesse estado tão deplorável, puxou, então, a camisa de Kiba em busca de respostas. E ele, que estava com um enorme sorriso, logo ficou sério ao lembrar do garoto e disse:

— Olha, está vendo esse lugar – e apontou para o bar do outro lado da rua – Provavelmente vai encontrar alguém do navio ali – disse e virou-se para o lado oposto onde uma mulher loira com seios fartos à mostra chamava o rapaz.

                Sakura não entendeu o motivo dela estar descoberta, pensava que não poderia ficar assim, afinal lembrava-se de Hinata e como esta ficara envergonhada ao vê-la sem roupas na primeira vez que se encontraram. Mas resolveu não seguir o humano, preferia ficar com qualquer outra pessoa, menos ele. Além disso, ainda queria explorar e ver o que tinha nesse festival de diferente do outro em que fora com Hinata.

                Entrou no bar e logo notou a música alta enquanto vários casais dançavam na pista. Sorriu enquanto se aproximava e viu mais ao longe, sentado em um canto, Naruto rindo e falando alto, segurando uma bebida. Ao seu lado estava Shikamaru que parecia entediado e ela não sabia dizer o motivo. Deu dois passos antes de sentir seus ombros serem puxados e viu Gaara na sua frente com um sorriso um pouco perverso.

— Olha quem está aqui, Neji! – e viu que o perolado se encontrava ao seu lado, bebendo enquanto olhava algo no salão, pouco se importando com o que Gaara falava – Quem deixou você vir aqui? E quem ficou no navio?

“Sasuke” – mexeu os lábios e Gaara franziu o cenho. Geralmente o Uchiha não era caridoso com os novatos, mas logo sorriu, talvez fosse interessante ter o mais novo ali.

— Ora, quem diria! Bom, já que está aqui, que tal comemorar conosco? – e segurando os ombros do mais novo, guiou-o até um balcão onde havia um humano servindo as bebidas – Kakashi, veja um copo de rum para o mais novo integrante do Kurama!

                Sakura olhou do ruivo para o tal Kakashi, um homem de meia idade que tinha os cabelos platinados e o rosto coberto por uma máscara, deixando a vista somente um único olho, o que chamou a atenção dela. O que será que ele escondia por baixo daquela máscara?

— Não sabia que o Naruto chamava bebês para navegar – Kakashi disse observando o mais novo que franziu o cenho.

“Não sou bebê!” disse e o mascarado pareceu surpreso.

— Mudo, é? – disse mais para si, mas Sakura acenou, confirmando e Gaara revirou os olhos.

— Kakashi, você está aqui para servir bebidas e não fazer interrogatórios – reclamou e puxou uma cadeira para sentar e Haru fez o mesmo, assim como Neji, enquanto o albino dava de ombros antes de pegar a bebida.

— Não venha reclamar depois e pedir ajuda – Kakashi resmungou antes de sair dali.

                Sakura estava um pouco desconfortável. Não se dava bem com ninguém da tripulação e não achava certo ficar ali, eles provavelmente queriam apenas debochar de si. Foi com esse pensamento que tentou se levantar, mas novamente Gaara a impediu.

— Oe, não fique com essa cara. Não vamos te matar – deu de ombros antes de dar um gole no rum que Kakashi o servira – Apenas começamos com o pé errado. Não somos tão maus, não é Neji? – e cutucou o amigo que continuava distraído.

— Sim, tanto faz – resmungou e Sakura estranhou, geralmente o Hyuuga era bem focado, enquanto Gaara revirava os olhos.

— Tem que parar com isso. Pare de se acovardar e vá falar com ela de uma vez ou esqueça e aproveite – brigou com o Hyuuga que franziu o cenho, mas nada respondeu. Gaara suspirou ao ver que o companheiro não iria tomar uma atitude, então voltou-se para o mais novo que assistia a tudo interessado – Ora vamos, beba de uma vez! – mandou ao entregar a caneca com rum para ele.

                Sakura olhou do humano para a caneca em suas mãos, analisando o seu conteúdo. Ela já tinha visto isso em outros lugares por onde passou, mas nunca provara. Não sabia o que era exatamente e nem se ia gostar, apesar de estar curiosa com o gosto, já que todos que bebiam pareciam apreciar muito.

— É só rum – e Gaara bufou irritado ao ver a cara do Haru – Vai gostar – disse e voltou a beber da sua bebida. Sakura olhou o ruivo e depois Neji, em seguida viu Naruto e Shikamaru também bebendo, talvez não fosse tão ruim.

                Respirou fundo e enrugou o nariz ao sentir o cheiro forte, mas resolveu enfrentar e fechou os olhos antes de virar o líquido todo de uma vez. Sentiu a garganta queimar e foi impossível não afastar a caneca para longe, mesmo que não tivesse mais nada, e fazer uma careta pelo sabor. Por Poseidon aquilo era horrível, pensou antes de soluçar. Observou Gaara rir de si e até Neji parecia lhe observar agora.

— Muito forte? – Neji indagou com um sorriso de canto e Haru confirmou, deixando o copo na mesa para logo em seguida Kakashi enchê-lo de novo – Depois você se acostuma, mas como nos achou aqui?

                Antes que conseguisse responder viu o Capitão bradar e vir ao seu encontro muito alegre, junto de Shikamaru que parecia dormir em pé.

— Ora, mas olha quem está aqui! Haru! – disse e bateu com força nas costas do garoto que quase caiu da cadeira – O que está fazendo aqui, garoto? – mas logo ficou sério ao se dar conta de algo – Você me desobedeceu? – e aproximou-se de Haru que se encolheu, não esperava ver o loiro com esse humor.

                Sakura apenas negou rapidamente e logo o sorriso de Naruto voltou, para o alívio dela.

— Parece que Sasuke o liberou, só não sabemos como ele nos encontrou – Gaara respondeu para o Capitão que também estranhou o ato do amigo, mas nada comentou.

“Foi o Kiba”— Sakura respondeu enquanto dava mais alguns goles na bebida, tentando se acostumar com o gosto.

— E onde esse patife está agora? – Naruto indagou puxando uma cadeira para se sentar perto dos amigos e Shikamaru suspirou imitando o gesto, mesmo que quisesse estar dormindo no momento e não em um lugar tão barulhento.

— Do jeito que ele é deve estar montando em alguma meretriz – Gaara respondeu e todos riram, até Sakura, mesmo que não tivesse entendido o que significava a palavra “meretriz” e nem porque alguém estaria montando nela. Será que era uma espécie de cavalo? Pensou consigo.

 - Agora, grumete, mostre para o Capitão como se bebe um bom rum – Neji voltou a instigar ao menor que arregalou os olhos ao se ver no centro da conversa novamente.

— Ah essa eu quero ver – Naruto disse alegre demais e entregou o copo para Haru, mandando que ele bebesse todo o rum de uma vez. O grumete olhava para todos meio perdido, mas suspirou e voltou a beber em um único gole, não entendia o que eles tanto queriam ver.

— Isso vai ser problemático – Shikamaru suspirou ao ver Haru soluçar novamente enquanto o rosto dele começava a ficar vermelho.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Sasuke não é tão ruim, não é mesmo? Apenas bem rígido.
E o que acharam do Kiba? Aos poucos todos os tripulantes do Kurama serão abordados e vai ser mostrado a interação deles com a Sakura.
Mas e agora? O que acham que vai acontecer com a Sakura? Acho que concordo com o Shikamaru quando ele disse que vai ser "problemático" hahahaha
beijos e até a próxima!



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