Olhe nos meus olhos escrita por Kikyo


Capítulo 24
Novas chances


Notas iniciais do capítulo

Eeiii, volteiii
Alguém ainda lê?
Uma história que amo muito foi att, lembrei que fui chantageada para att essa fica para ter novos caps da que amo, vai que eu att agora aparece mais cap da que amo, né? Kkkkkkkkkk
Não vou desistir dessa fic, vou me dedicar a ela.



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Você briga com o seu marido ou esposa por quais motivos? Por ciúme? Por sair ou não sair com amigos? Por falta de atenção? Por não ter aquilo que sonhava? Pelo futebol da semana? Pela intrusão da sogra em sua história?

(...)

São crianças mimadas, que não brincam com aquilo que são, que teimam em cobiçar e possuir o brinquedo de seu coleguinha.

Há de se fazer a pergunta: qual o inimigo do seu amor? Se não existe inimigo real e perigoso, que não gaste o tempo com picuinhas. Se não existe nada que possa separá-los, que aproveite a intimidade, que explore a felicidade do momento. Que não estrague a saúde com estremecimentos desnecessários. Que não forje separações à toa. Que não chantageie por fantasias. Que se preparem para lutar juntos contra as adversidades quando surgirem, jamais desperdicem o dom da união lutando um contra o outro antes das provações da vida.

Esquecem que encontrar alguém que se goste, que desperte a taquicardia, que provoque a saudade, capaz de partilhar afinidades e memórias inimagináveis, é raro, um milagre na loteria da multidão.

Não há nada mais triste do que se separar sem motivo. É prova de absoluto egoísmo com a sorte do amor. Carpinejar -2018

 

**************

04:08pm

O tempo não passava.

Por que demorava tanto?

Por que era tão difícil escolher o certo?

O quão difícil era diferenciar o certo do errado?

Emma segurou a mão de Regina mais forte, em um gesto dizendo "estou aqui, estamos juntas".

E sim, elas estavam juntas, mesmo em meio ao caos, uma era o porto seguro da outra.

Emma olhou os traços de Regina, as primeiras rugas começavam a despontar, linhas tão simples e leves no canto do olho, uma covinha a mais nos cantos da boca. Ela estava tão feliz por ver as primeiras linhas de sua esposa, estava feliz porque estava ali e ainda a amava como a primeira vez.

Regina talvez já tivesse algum fio branco, mas seria um segredo que levaria para o túmulo, já que nunca deixou de pintar seus cabelos. Emma só conhecia a cor original dos cabelos da esposa através de fotos antigas, fotos de infância.

Pensou sobre seu próprio rosto, naquela manhã já tinha visto novas rugas na testa, teve que esconder mais um fio branco em meio aos louros, essa era a vantagem de ter cabelo claro, porque os brancos se camuflavam. E mesmo assim Regina a amava, a desejava e a beijava como a primeira vez. Ela se sentia amada e isso bastava para se sentir jovem.

04:23pm

Marcava o relógio sem graça no alto da parede do tribunal. A burocracia exigia que tudo fosse sem graça como ela.

Mary Margareth havia entrado a duas horas, duas horas de ansiedade após isso.

Jesus voltou com várias sacolas, Regina olhou horrorizada para o tanto de porcaria que o filho trouxe, mas foi impedida de reclamar pelo olhar de piedade de Emma.

McDonald's, milkshakes, frango no cone e uma salada. Não era novidade para ninguém de quem era a salada.

— Já vi que vou ter que gastar minha velhice cuidando das suas coronárias entupidas - Regina reclamou pegando sua salada.

— Ah mãe, amanhã eu posso nem acordar vivo, tenho que comer mesmo. - Brandon brandiu as batatas fritas no ar, tirando algumas e jogando na boca.

— Comendo isso, duvido que acorde mesmo.

05:12pm

A porta abriu, Mary saiu por ela, cabisbaixa e pensativa. Todos, literalmente, correram para ir ao encontro dela.

— Calma, temos que ter calma. Pedi que testemunhas fossem ouvidas e pedi que fosse feita uma nova avaliação financeira de vocês.

Emma passou a mão na cabeça preocupada.

— Temos que conversar, filha, tomei algumas decisões e preciso falar com você. - Mary segurou a mão de Emma.

— Aqui está minha família, toda ela, pode falar qualquer coisa perto deles.

— Então vamos para algum lugar mais reservado.

— Tem um restaurante ótimo aqui perto. - Jesus falou animado.

Regina olhou de cara feia - Você não tem fundo, menino?

***

Os pedidos foram feitos, Emma e Regina pediram apenas água, a ansiedade não permitiria que nada ficasse em seus estômagos.

Mary saboreou seu chá e respirou fundo, todos os olhos estavam atentos nela.

— Não é uma situação fácil. - começou olhando para o copo agora sobre a mesa - A situação financeira pesou muito no processo. Essas duas crianças precisam de mais espaço e a menina precisa de maior cuidado psicológico.

Emma e Regina se entreolharam preocupadas.

— Pedi que testemunhas fossem ouvidas, tais como Killian, Ruby, algum vizinho seu e... - Mary olhou para Regina - Sua mãe será convocada essa semana. Ela é uma chave importante no caso.

Todos engoliram em seco, problemas pela frente!

— Infelizmente foi convocado o padrasto das crianças.

— Mas como? Ele está foragido! - Emma falou rápido, atropelando as palavras e derrubando o copo de água.

— Ele foi preso e está aguardando julgamento em liberdade. - Mary falou calma, mas transparecendo um pouco de medo em sua voz.

Regina não soube dizer se foi a notícia ou a voz vacilante de Mary Margareth que a fez apertar o guardanapo na mão. Na sequência sentiu um carinho em seu braço, era Emma sibilando um calma e mostrando que ela estava ali, que ficaria tudo bem.

A mesa ficou silenciosa por alguns instantes, nem os talheres sobre o prato faziam mais barulho, todos perderam a fome.

— Emma... - Mary cortou o silêncio receosa - referente ao que cabe o valor de sua residência, inclusive a troca de sua residência, isso está resolvido caso você aceite sua parte da herança.

Emma olhou magoada para a mãe, relembrando o passado.

— Eu sei que você disse que não queria sua parte, na hora da raiva mandou que eu enfiasse em um lugar que não vem ao caso. Mas eu entendo sua fúria, eu estava errada e assumo todo o mal. No entanto, você, seus filhos e sua esposa não merecem isso. A sua parte no tocante de seu pai já está em uma conta no seu nome. - Mary respirou fundo - E a minha parte também.

Emma olhou para ela surpresa. - Como assim? Herança é só após a morte.

— Por isso eu quis falar com você pessoalmente. O mal que fiz ao meu corpo voltou pra mim, estou fazendo um tratamento forte e pesado... - novamente Mary encarava seu copo de chá - Eu sei que eu não deveria te pedir nada, não tenho esse direito, mas... mas eu passei a guarda do Neal para você, eu quero que você tome conta dele. Já coloquei a casa a venda também, isso é para vocês comprarem uma casa grande por aqui, onde caiba sua família inteira... Toda ela.

A mesa voltou ficar silenciosa novamente.

Emma e Regina se entreolharam, e como sempre os olhos tiveram longas conversas em milésimos de segundos, uma sabia o que a outra queria e pensava, bastava um olhar, era a telepatia da cumplicidade, a simbiose da alma. Preferiram não adentrar o problema de saúde de Mary para não expo-la ou preocupar os adolescentes, esse seria um assunto para mais tarde, antes, uma decisão tomada por olhares era mais importante.

— Mãe... - Emma pegou a mão de Mary que brincava com o guardanapo do copo. - Eu não quero que a casa seja vendida, meu pai construiu ela com meu avô. E... minha esposa e filhos já cansaram um pouco dessa cidade e querem ficar perto da tia Ruby. - olhou para os filhos que apenas sorriram.

Um brilho de esperança passou pelos olhos de Mary.

— Mãe... Eu não quero que a casa seja vendida, quero que você aceite que minha família inteira vá morar lá. Toda ela.

— Tudo bem, você merece isso. Você cresceu lá, Ruby mora logo em frente... Eu... Eu já estava arrumando um lugar pra mim, então assim que eu...

Emma interrompeu - não mãe... Eu disse toda ela. Toda minha família, e a senhora está inclusa nisso. Não sei o que a senhora tem, falo sobre a sua saúde, mas vamos resolver isso, vamos ir no médico e continuar o tratamento. Regina é muito boa nessas coisas, ela sabe cuidar de pessoas. E será bom a senhora ter todos os seus netos por perto.

Foi tudo tão rápido, em um rompante mary Margareth estava cobrindo o rosto com as mãos, as lágrimas desciam como cachoeira. - Eu não mereço isso. Não mereço. Eu fiz mal a vocês duas, não aceitei vocês. Não mereço sua bondade, Emma.

Regina tocou o braço de Mary, chamando sua atenção - Todos merecem uma segunda chance.

— Eu não mereço Regina. Olha o que fiz pra você!

— Então trás minhas duas crianças de volta que ficamos quites.


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