Olhe nos meus olhos escrita por Kikyo


Capítulo 21
É bom ter medo


Notas iniciais do capítulo

Uma das minhas autoras preferidas daqui (Suprema), foi porta voz de uma ameaça que me deixou com as pernas bambas. Pronto Thaís, att essa fic kkk. Favor amarrar a suprema na cadeira até ela escrever, por favor.

E obrigada pelas ameaças pelo face e wtp, vocês são fofas. (Sim Steh, você também).

Sendo postado pelo celular, mais tarde edito e respondo aos comentários.
Beijos e guardem as facas.



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Regina entrou na casa, três sacolas em cada mão. Congelou por alguns segundos ao ver a bagunça na sala. - Irma passou por aqui também?

 

— Não estressa. - Emma sorriu ao ver o rosto vermelho de Regina. - Só estou ensinando as crianças fazer esculturas de papel mache.

 

— E cadê as crianças, Emma? - falou entre dentes, respirando fundo para não explodir.

 

— Foram colocar as esculturas lá fora pra secar. - retirou as sacolas da mão da esposa, pensou em roubar um selinho, mas achou melhor viver mais um tempo.

 

— E por que você não fez essa bagunça lá fora? - Regina seguiu Emma até a cozinha, usando o mantra de “Não posso ficar viúva agora” para não explodir.

 

— Aqui estava mais confortável. - pegou uma caixa de lasanha congelada e torceu o nariz. - Que isso?

 

— É mais confortável descongelar do que fazer. - provocou.

 

Emma revirou os olhos e retirou mais três caixas de lasanha congelada, olhando surpresa para Regina.

 

— Que foi? Eu não reclamo das suas batatas pré cozidas e cortadas.

 

— Você sempre implica quando vamos fazer compras e eu escolho elas.

 

— Precisa fazer aquele escândalo? - Regina cruzou os braços.

 

— Custa escolher as de carinha! São as mais bonitinhas. Tô com fome. - fechou a geladeira e foi para outra sacola. - O que você trouxe de gostoso?

 

— Tem quinoa, passas  e castanhas brasileiras [castanha do Pará] nessa outra  sacola.

 

— Prefiro comer a sacola. - Emma torceu o nariz.

 

— Oooook, quero você longe da cozinha até eu ver aquela sala arrumada. Então, eu faço os lanches pras minhas crianças. - sorriu

 

Emma abraçou a esposa por trás, deixando alguns beijos no pescoço e orelha. - Espero que eu seja uma delas.

 

— Uma das mais sapecas e bagunceira.  - Segurou um gemido ao sentir uma mordida na nuca.

 

— Acho que Mariana pode segurar as crianças lá fora um pouco. - Subiu uma mão pelos seios da esposa, apertando devagar, enquanto distribuía mordidas pelo pescoço arrepiado.

 

— Vou só pegar um suco. - Jesus entrou na cozinha quebrando o clima. - Só um suco, pode continuar aí, não vi nada.

 

Regina estava corada, não gostava que os filhos assistissem qualquer carícia sua  trocada com Emma.

 

— Mami, preparada pra ver seu time perder feio hoje? - Jesus estava animado. Iria assistir ao jogo no campo. Sentia que tinha 5 anos novamente.

 

— Você não ia só pegar o suco e sair, moleque? - Emma resmungou mexendo nas sacolas, sabia que seu time perderia para o time de Jesus. Os Angels estavam bem naquela temporada.

 

— Pelo amor de Deus, vocês dois! Menos nos palavrões lá. - Regina advertiu enquanto lavava as mãos, tirou alguns legumes da sacola, sorrindo para a qualidade deles.

 

— Quando meu time ganhar, você vai levar o lixo pra fora por um mês, moleque. - Emma provocou.

 

— Seu time não ganha há 3 temporadas, mami. Quando o meu ganhar, você faz a janta no meu lugar por um mês. - desafiou.

 

— Por mim beleza. - deu de ombros. - Regina comprou lasanha congelada mesmo. Depois ela reclama que os vestidos estão ficando apertados.

 

Emma calou no instante que viu a esposa, de olhos ferozes, se aproximar com a faca. - Está me chamando de gorda, Swan? - Parou em frente a policial, aguardando uma resposta, a lâmina da faca refletindo o suor de Emma.

 

— N-Não. Você tá linda, meu amor que amo tanto. - sorriu amarelo.

 

Regina estreitou os olhos e virou devagar, retornando ao tomates.

 

Brandon entrou na cozinha, olhando surpreso para Emma. - Você tá bem, mãe? Parece que viu um fantasma.

 

— Eu vi a morte, garoto! - Emma sentia seu corpo suando frio ainda.

 

Regina sorriu antes de passar a tarefa dos tomates para Brandon e gritar para Jesus e Emma arrumarem a sala.

 

***

 

A tarde chegou calma e silenciosa, o que era um milagre na residência Swanmills.

 

Emma vestia sua camisa Dodger, sabendo que Jesus iria revirar os olhos quando visse. Arrumou seu cabelo de qualquer jeito, colocando um boné por cima.

 

— Vou te apresentar uma escova de cabelo, miss Swan. - Regina olhou por cima dos óculos, sentada na cama, enquanto analisava um documento no notebook.

 

— Estou indo pro estádio, amor. Lá, quanto menos os caras me perceberem, melhor.

 

— Emma, você já começa xingando aos berros quando o juiz só apita o início do jogo. Como não te perceber?

 

— Custava ter ciúmes de mim, preguicinha?

 

Regina fechou o notebook e colocou ao lado, na cama. - Você está indo com Brandon e Jesus, duvido que eles permitam alguém pensar em olhar pra você.

 

Emma fez beicinho, fingindo tristeza.

 

— Mas se alguém ousar olhar pra você, miss Swan, eu vou até lá, pulo a catraca e arrebento o nariz dele. - tirou o óculos quando viu a esposa correndo para a cama, pronta para pular em cima. - Só toma cuidado com meu computador. - Um pouco tarde para avisar. - Se tiver quebrado você vai me pagar outro.

 

Emma rolou para cima da preguicinha, fazendo um ataque de cócegas. Regina gargalhou, não pelas cócegas, mas pela molecagem da esposa. Amava essa versão brincalhona. Assim como amava também a versão carinhosa. Abriu os braços para uma abraço e, Emma apenas entrou naquele cantinho perfumado, encostando a cabeça no peito da mulher que tanto amava.

 

— Você me ama, preguicinha?

 

— Só quando você arruma o cabelo.

 

revirou os olhos. - Não vai desistir de implicar com meu cabelo?

 

— Desisti de implicar com suas roupas? - Acariciou as costas da esposa. - Emma, eu estava pensando em contratar um professor pra Lara e Nico.

 

— Já estamos pagando uma babysitter, amor. Talvez aperte. - ajeitou seu corpo melhor ao de Regina.

 

— Posso pegar algumas monografias pra corrigir. Mariana faz o que pode pra ajudar, a Lara já consegue até escrever algumas coisas graças a ela. E Brandon é muito fofo ajudando o Nico. Mas eles não são profissionais.

 

— Entendo. Vou tentar pedir algumas horas extras, talv…

 

— Não. Não quero você longe de casa. As monografias eu trago e corrijo aqui. Não vou aceitar você longe de mim e das crianças. Não vamos fazer isso de novo, Emma.

 

— Tudo bem. - ficou pensativa. - Sabe? O Nico me pediu aula de canto, acho que vou ensinar algumas técnicas pra ele. Brandon pode ensinar teclado.

 

Regina sorriu, música sempre foi a paixão de Emma e saber que mais um filho se interessava, com certeza faria a loira arfar de orgulho. - É uma boa ideia. Levanta amor, os meninos já devem estar lá embaixo te esperando.

 

— Vou ficar mais um pouco aqui, tá tão fofinho. - Sentiu Regina ficar rígida e preparar as unhas nas costas de Emma, como um tigre pronto para atacar.

 

— O que você quis dizer com isso, Emma Swan?

 

— Nada. Só que estou descendo. - Tentou sair da “armadilha”, mas as unhas ainda estavam armadas e os braços firmes não permitia uma fuga. Olhou para a esposa, ela sorria.

 

— Medo, Swan?

 

— De você? Jamais. -  tentou sorrir.

 

Regina colocou uma mão nos cabelos loiros e puxou para um beijo ardente. Com chupadas de língua, com mordidas, com desejo.

 

— Se não tem, seria bom você ter. Não quero ninguém olhando para o que é meu, entendeu? - A ordem da morena estava rouca de desejo.

Emma apenas sinalizou com a cabeça, não confiava em sua voz, principalmente após sentir o estado que sua calcinha ficou. Levantou da cama, revirando os olhos ao ouvir Regina reclamando do cabelo mais uma vez.

 

Resolveu arrumar o cabelo e desceu à sala, sorrindo ao ver os filhos reviraram os olhos para a camiseta e boné do Dodger.

 

— Não vou ficar perto de você vestida assim. - Jesus resmungou.

 

— Você vai ficar do meu lado e na torcida do meu time. Se reclamar eu ainda compro uma camisa dessa pra você.

 

— Não está mais aqui quem falou.

 

— Evitem que ela fale muito palavrão lá. - Regina pediu enquanto descia a escada. - Pode usar força, não ligo.

 

— Mãe, mamãe, - Mariana se aproximou  - Júlio me chamou pra tomar sorvete, posso ir?

 

— Sorvete? Sei. - Regina torceu o nariz e cruzou os braços. - Quando ele virá aqui?

 

— Calma amor - Emma interveio. - Faz nem uma semana que eles estão saindo.

 

— Exatamente, Emma! Já faz uma semana que minha filha tá saindo com alguém que não sei quem é.

 

— Ele é um bom garoto. - A policial defendeu.

 

— Você o conhece?

 

— Não, mas conheço minha filha. - Emma piscou para Mariana, que em um impulso correu e abraçou a mãe.

 

Regina observou tudo calada, era a forma de Emma dizer “Estou confiando em você de novo, não me decepcione.” E com certeza, Mariana não iria decepcionar  nenhuma das mães novamente. O desespero e medo que sentiu ficaram gravados em cada célula do seu corpo.

 

Nico se aproximou devagar, não queria chamar atenção. Mas era desnecessário, sua presença era sempre notada pelas pessoas que o amam.

 

— Não mudou de ideia, garoto? Ainda da tempo de comprar uma entrada pra você. - Emma tentou novamente.

 

Nico abraçou o próprio corpo, estava tímido. - Não gosto muito de esportes.

 

— Pensei agora em passar a tarde no salão de beleza. - Regina sorriu e pegou no ombro do rapaz. - Já que a Mariana me abandonou pra tomar sorvete. Você quer me acompanhar? A Lara gosta de ficar brincando no play mesmo. Não quero ficar bonita sozinha.

 

Nico estava animado, seu olhos brilhando. - Você já é bonita.

 

— Então, ficarei mais, junto com você.

 

Ouviram batidas na porta. Mariana foi abrir, voltando com o rosto mortificado.

 

— Mãe, mamãe. Essa assistente social veio buscar o Nico e Lara.

 

— Não!  Você não pode! - Emma tomou a frente. - Entre ontem com o pedido de adoção dos dois.

 

— Senhora, acalme-se. Não adianta alterar comigo, só estou cumprindo meu trabalho.

 

— Por que? Por que levar eles? - A voz de Regina quase não saiu, ela estava parada no mesmo lugar, não conseguia acreditar.


— A menina foi internada e foi constatado maus tratos psicológicos. Vocês perderam a licença para servir de abrigo.


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Notas finais do capítulo

Não pretendo fazer drama ou enrolação, mas preciso desse desfecho para trazer algumas coisas e um personagem.



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