Olhe nos meus olhos escrita por Kikyo


Capítulo 13
Compras ^^


Notas iniciais do capítulo

Gente, peço desculpas por não formatar. Estou postando pelo celular, amanhã arrumo ^-^ Não queria perder o dia de postagem, não parece, mas essa fic possui um cronograma rsrsrsrs



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Emoções são fatos. Não dá para desprezar como alguém sente uma experiência, ainda que esteja aumentando a importância do ocorrido.

A versão é a verdade de cada um. É o jeito que a pessoa percebeu emocionalmente uma cena. É o que ela pode entender ou aceitar, de acordo com a sua formação, os seus tabus e preconceitos.

Não há como antever como os outros vão reagir sobre os dilemas e impasses da vida. É o que chamo de sensação térmica da personalidade.

Uma tentativa frustrada de assalto talvez renda mais desespero do que alguém que sofreu um sequestro.
Há a ciência do tempo, há a meteorologia, mas também as alterações sentimentais do cotidiano.
Toda pessoa é um idioma à parte.

Temos que nos preocupar com os efeitos da dor mais do que com a precisão dos acontecimentos.
Não se deve desmerecer a conversa porque o assunto não nos interessa. Ou julgar com os nossos próprios referenciais.

Para quem sabe nadar, o medo da água é ridículo. Para quem gosta de show, o medo da multidão é patético. Para quem dança, as coreografias da micareta são fáceis.

Esquecemos de ponderar sobre a sensação térmica do coração.

Não me incomodo com os passionais, os dramáticos e os operísticos. Respeito os efeitos especiais da linguagem. O exagero é uma forma de dizer o que está incomodando e de diminuir a angústia com as palavras.
Fabrício Carpinejar

 

2:47pm

Regina acordou tremendo, suada, coração acelerado batendo forte no peito a ponto de doer.

Os sonhos voltaram.
Ou melhor, os pesadelos.

As memórias ainda perturbando a ponto dela fechar os olhos e se assustar com a escuridão. Pânico! Se não se controlasse teria um ataque de pânico.
Sonhou com uma casa estranha, Emma e tiros.
Os tiros eram o que mais a assustava. Na infância ouviu um tiro próximo, ficou duas noites sem dormir e algumas depois molhando a cama.

Sentou na cama, procurando seus chinelos, tinha medo de permanecer deitada e voltar para aquele pesadelo.

Pesadelo. Sim, estava com medo de dormir.


Ouviu o lençol farfalhar atrás dela:

— O que foi, amor? - A voz de Emma estava sonolenta, assim como ela.

— Nada, só não consigo dormir. - Levantou e carregou seu livro e óculos para a varanda. Não importava o frio, talvez aquelas lufadas de ar tirassem seus medos, afastasse os flashs assustadores de sua mente.

Sentou em um banco, tremeu um pouco quando passou uma corrente de ar gélida. Folheou seu livro, mas não leu. Seu pensamento voltou a uma questão estranha:
Há uma coisa errada, Lara perdeu sua mãe drasticamente com apenas 7 anos e esteve em um incêndio, no entanto... Além das queimaduras não há sequelas.
Onde estão as sequelas? Era para ela acordar à noite com pesadelos, ou fazer xixi na cama, no pior dos casos torturar animaizinhos. Onde estão as sequelas?

Ouviu a porta da varanda abrir, Emma passou com 2 cobertores e um relatório. Entregou um cobertor a Regina e sentou ao seu lado, abrindo o relatório com a dificuldade que uma mão permite. Regina olhou sua esposa por alguns segundos e a cobriu, antes de perguntar:

— O que está fazendo, Emma?

— Você disse que não conseguia dormir. - Deu de ombros e retornou a atenção para seu relatório.

Regina não se moveu, apenas ficou alguns segundos ali, deslumbrada com sua esposa. Com a mulher que teria que acordar cedo e buscar Ruby no aeroporto. Passaria o dia todo sem descansar e estava ali, sentada, apenas fazendo companhia. Regina retornou a sua leitura, as linhas sendo lidas, mas não compreendidas. Por que ela não tem sequelas? Os minutos passavam como segundos, o frio adentrara na pele, através do cobertor.

— Vou buscar chocolate quente, quer um? - Emma perguntou diante da tremedeira de Regina.

— Minha heroína!

Emma riu, se aproximando e dando um beijo em Regina. - Não quer ir pra cama, amor?

A morena negou, se aproximou e encolheu no abraço oferecido. - Temos um problema, Lara não tem sequela nenhuma.

— Já havia percebido isso. Vamos levar ela no psicólogo.

— E as economias, Emma?

— Teremos que nos contentar com um Volvo, Blandon ficará feliz do mesmo jeito. E quando eu voltar a ativa, faço algumas horas extras e adianto algumas parcelas, ficarei na adm, mesmo. - beijou a cabeça da esposa. - Pensei em levar o Nico também. Aquela mania de limpeza ultrapassa o comum. E vamos comprar um celular pra ele.

— Obrigada, Emma.

— Por que? - sorriu

— Por ser você. Por insistir em ficar comigo. Por lutar por nossa família.

— Eu te amo. - Beijou Regina.

— Muito?

— Um tantão. E você? Me ama?

— Mais que minha vida. - Regina foi sincera, nos sonhos perdia Emma, era uma dor imensurável. Na vigília, não pensaria duas vezes ao se atirar na frente, em proteger a mãe dos seus filhos, a mulher da sua vida.— Realmente te amo. - Preferiu não contar o sonho, mesmo cética Emma poderia ficar assustada com aquilo. Respirou fundo, sonho é apenas nosso inconsciente falando, só isso.

— Sei que sou muito amável... - Emma tentou brincar, achou melhor mudar de assunto e limpou uma lágrima que escorria do rosto da esposa.— Você ainda quer o chocolate quente?

— Quero, mas vamos ficar assim só mais um pouco, quero me esquentar em você.

— Preguicinha, lembra quando a gente namorava e alugava um monte de filmes só pra dormir no sofá? - Emma riu

— E o sofá era tão pequeno que não dava pra gente dormir sem você me jogar no chão? - provocou— Claro que lembro.

— Eu só te derrubei três vezes... E derrubei com carinho.

— Três porque passamos a dormir uma em cada ponta. Aí você me chutava.

— Não, não. Era você que batia sua cabeça no meu pé.

— E batia minhas costelas no seu joelho também? Nossa! Como sou mau - ambas riram.

Os minutos passaram sem que elas dassem conta, Emma estava sonolenta novamente. - Vamos pro quarto, amor?

— Pode ir. Vou ficar aqui mais um pouco. - Se encolheu dentro do cobertor, aninhada no abraço da esposa.

Emma a analisava. - Os sonhos novamente? - Regina apenas concordou com a cabeça.— Às vezes sonho com meu pai, me da saudade, aí eu choro. Outras, sonho com minha mãe... Aí já é pesadelo e não gosto.

— Você sabe que pode me acordar quando tem pesadelo... Eu tive um e, agora você ta aqui, me fazendo companhia.

Emma beijou a cabeça da esposa— Eu sei, amor. Eu sei.

****

— Emma... Emma. - Ouviu uma voz distante.

— Mais cinco minutos - a policial resmungou.

— Acorda logo, Emma - a voz repetiu, parecia ser de Lara. Custa esperar mais 5 minutos e custa me deixar dormir mais?

Sentiu alguém sacudir seu corpo, quando estava preparada para xingar, sentiu um tapinha no bumbum.

— Acorda, mulher! Que preguiça é essa? Acorda essa cara amassada! Anda vaca. Acorda pra cuspir.

sorriu, reconhecia bem a voz e o jeito... peculiar. Esfregueu os olhos - muuuuu - mugiu.

— beeeeeeer - Ouviu um balir.

— Ovelha? Sério, Ruby - Emma olhou a amiga, sentiu uma alegria incapaz de ficar dentro de si.

— Foi tudo que pensei. - Ruby sorriu ao ser abraçada pela amiga. Como era bom sentir um abraço de quem ama e o melhor, sentir o abraço apertar mais. Emma sentiu o desconforto de dormir em uma cadeira reclamar em seu corpo. Não conseguiu evitar a careta, por que Regina não a acordou e mandou voltar pra cama? O banco da varanda era acolchoado, mas não era confortável não.

— Emma, sua patinha machucada, cuidado, moça. - Ruby pensou que a careta pertencesse a dor no braço engessado.

— To bem. Você veio sozinha? - fez um check up na amiga, não mudou nada no último ano.

— Não me olha assim que me apaixono. - deu um tapinha no ombro de Emma - Não vim sozinha e foi sua esposa que me buscou. Acredite se quiser, ela me buscou e estou inteira. - piscou.

— Já é um começo. - Emma olhou Lara ao seu lado, os olhos de expectativa da menina para a morena fez surgir uma dúvida. - Então você já conhece essa linda pequena? - apontou para Lara.

— Claro que sim. Nos conhecemos no aeroporto. - abaixou na altura de Lara. - Já está pronta?

A menina quicou no chão falando um "já" animado, entrou na casa chamando pelos outros. Emma sorriu, ainda confusa.
Ruby deve ter notado a confusão:

— Vou raptar seus filhos, todos, até os emprestados. - apontou com a cabeça para Lara.

— Regina sabe?

— Faz diferença?

— Toda.

— Verdade. - riu - Ela sabe e por incrível que pareça, pareceu feliz. Até abriu um sorriso pra mim, acredita nisso?

— Sério? - Emma fingiu surpresa. - Um sorriso? Daqueles sorrisos que mostram os dentes? OMG!

— Sério menina, quase desmaiei. Que susto, achei que ela estivesse tendo algum ataque de tique. Ao menos não estou mais curiosa, achava que ela não ria porque não tinha dente atrás.

— Deixa ela escutar isso. - Emma riu.

— Estou escutando. - Regina estava parada na porta da varanda, braços cruzados assistindo a cena. Seus olhos caíram preocupados em Emma. - Não quis te acordar, achei que você estava confortável, desculpa.

Emma se aproximou da esposa, dando um selinho em sua boca. - Sem problema. - sorriu - obrigada por buscar minha amiga que não quer passar um tempo comigo. - falou alto o suficiente para que Ruby ouvisse.

— Ei! Eu vou ficar aqui uma semana. VOCÊ TERÁ UMA SEMANA PRA ME AGUENTAR.

— Tem certeza que está bem? - Regina perguntou mais uma vez, ciente da mania que a esposa possui de esconder dores.

— Não. - Emma sorriu nervosa. - Queria receber uma massagem, mas não encontro meu pescoço.

— Uma massagem ajuda mesmo, querida?

— Depende, terá final feliz? - disse maliciosa.

Regina revirou os olhos e foi em direção a Ruby.

— Ta, tudo bem. Eu tomo meu remédio pra dor. - Emma falou emburrada, braços cruzados perto da porta da varanda. Piscou, achando estranho a voz diferente dentro da casa. Resolveu averiguar entrando na sala.


— Oi! - Uma morena de olhos azuis sorriu para Emma.

— Oi? - Emma meio que cumprimentou, meio que perguntou, a vontade de perguntar "quem é você?" gritando dentro dela. - Então...

— Deixa eu adivinhar... - Seu sotaque era adorável - A Ruby não falou de mim? - se aproximou de Emma, Nico olhava tudo curioso.

— French? - Foi uma pergunta.

— Sim, Belle French. - abraçou Emma - Posso matar sua amiga por não falar muito sobre mim?

— Eu ajudo a esconder o corpo. - Regina entrou na sala junto com Ruby - Vi um artigo que mostrava formas mais fáceis de esconder e ninguém nunca achar.

— Me mande por email - French brincou, se aproximando de Regina.

— Ok, mas eu vou te ver amanhã?

— Absolutamente, estou tão animada, Regina

Emma ficou confusa com o entrosamento entre Regina e Belle, bem, elas não se conheciam antes, certo? - O que é amanhã? - perguntou, percebendo que Ruby fez a mesma pergunta ao mesmo tempo.

— Shopping, lembra? - Belle respondeu a Ruby, pegando em seu queixo e sorrindo - Bem, você está liberada amanhã. Regina e eu concordamos em fazer brunch e ir às compras juntas.

Belle beijou os lábios emburrados da namorada e agarrou sua mão - Não voltarei aqui na hora de deixar as crianças, mas nos vemos amanhã, Regina. - Deu um beijo no rosto de Regina e depois em Emma. - Estou muito feliz por ter te conhecido, realmente, Ruby fala muito de você, Emma.

Belle é alegre e sorridente, com certeza também é alguém confiável o bastante para levar as crianças em um passeio. Crianças e adolescentes que sorriam animadas. Iria ser um dia inesquecível

Quando a porta fechou, Regina se virou para a esposa e sorriu preguiçosamente.

— Fiz um amiga com a namorada da sua melhor amiga, oficialmente. - Regina entrou na cozinha, sendo acompanhada.

Emma sorriu e se inclinou contra o balcão. - Eu sinto que nunca mais vou te ver.

— Você não vai, eu vou passar todo o meu tempo com a namorada da sua melhor amiga.

— Então Ruby e eu podemos realmente ter que começar a dormir juntas. - Emma cruzou os braços emburrada.

Regina riu, abrindo a geladeira para preparar o café da manhã da esposa.

— Que horas amanhã? - Emma se aproximou envolvendo seus braços em volta da cintura de Regina e beijando seu pescoço, só para estar perto.

— 09:00.

— Ok, legal, isso não é muito ruim, onde estaremos comendo?

— Se Ruby não tem permissão para ir querida, eu acho que você também não.

Emma afrouxou seu aperto, permitindo que Regina se virasse e olhasse para ela. - Por que não posso ir?

— Porque eu acho que é só pras meninas? - riu - Eu vou convidar Tinker e Mariana vai conosco. Possivelmente Lara também, é preciso começar cedo.

— Mas ... eu sou uma menina. - Emma resmungou. Regina sorriu e Emma revirou os olhos. - Eu sou.

— Eu sei, eu só estava brincando, mas com uma nota séria, você não pode vir, não quero alguém resmungando em cada loja que eu entrar. - Selou os lábios da esposa - Você é uma menina linda, mas só que amanhã irão apenas meninas que gostam de compras.

— Eu gosto de fazer compras.

— Emma, você compra a primeira roupa que serve, na primeira loja que vai. E sua parte do guarda roupa é um quinto da minha parte. Fora que você só tem uma bota, três tênis e um sapato de salto que EU te dei.

— Não sei pra que ter tanta roupa e sapato se não saio tanto. - Emma deu de ombros.

— Porque não quer. Por isso tenho que recorrer as amigas pra sair comigo, já que você não quer...

— Você está brincando comigo agora? - Emma sabia que está fazendo beicinho, mas o fim de semana para ela significa tempo com a esposa. Sem necessidade de levantar cedo ou ir a qualquer lugar. Agora há uma chave inglesa em todo o plano.

— Não fique chateada. - Deu um beijo rápido em Emma. - Chame Ruby e convide o August, fique com eles por algumas horas. Ruby mora do outro lado do país e ela veio aqui, largando o negócio dela nas mãos dos funcionários pra ficar com você. Eu estarei de volta antes que você perceba.

— Ugh.

Regina sorriu mais largo. - Oh pare com isso. Ta parecendo uma criança.

— Tudo bem, mas vamos a um clube de strip. - Ela não sabia porque estava sendo tão infantil mas, felizmente, Regina não levou a sério.

— Ok, Emma.

— E eu vou deixar alguém me dar uma lap dance. E será a menina mais quente de lá.

— Essa é a sua prerrogativa, querida.

— Eu não sei o que isso significa, mas vou até deixá-la me levar pra jantar se ela for bonita.

Regina ergueu uma sobrancelha e aproximou-se, até roçar seus lábios nos de Emma - Faça o que quiser amanhã, Emma Swan, mas lembre-se sempre disso - ela empurrou a palma de sua mão na virilha da esposa e apertou suavemente - Isso me pertence.- Beijou os lábios da esposa - E isso também. - Mais um beijo.

Emma acenou rapidamente e pressionou seus lábios juntos em um beijo feroz que se aprofundou quando os dedos de Regina se emaranham em seu cabelo.

Quando elas finalmente separaram em busca de ar, Regina descansou sua cabeça no peito da esposa, que estava quente, coração acelerado.

Ela sentiu um beijo em seu pescoço, na sua clavícula. O corpo de Emma estava ainda mais quente, pressionado ao dela.
Ela empurra Emma.
— Primeiro, você está com hálito matinal; segundo, seu corpo não estava dolorido? - levantou uma sobrancelha.

— Ainda está. - Emma resmungou.

— Vai escovar os dentes, toma o café da manhã, toma seu remédio e vai deitar na cama. Vou limpar a cozinha.

— Sim senhora, mas o NOSSO almoço sou eu que vou fazer. - beijou mais uma vez à esposa.

— Hum, saudade da sua comida. Lembra o nosso primeiro jantar nessa casa? Aquelas ervilhas estavam deliciosas, obrigada por ter esquentado.

— Ainda bem que você gostou, deu muito trabalho tirar do pacote e esquentar no microondas. - ambas riram - Desculpe por aquele desastre, queimei o pernil recheado.


— Eu amei nosso jantar, estava com você, conversamos bastante... Isso que importa. Agora vai - deu um tapinha na bunda da esposa que sorriu, as vezes era bom um tempo só.

****

Emma acordou, olhou o relógio 11:31, estava atrasada para preparo do almoço. Sentou na cama, seu corpo não estava mais dolorido, o remédio era bom, só tinha o efeito colateral de ser pior que clonazepan.
— Vou dar um desse pro Jesus quando ele tiver elétrico demais.

Esfregou os olhos, pegou o celular e viu uma mensagem de Regina:
"Miss Swan, nossos filhos são devoradores natos, estou fazendo compras. Não demoro."

Emma respondeu: "Já estou com saudades."

Poucos segundos depois o telefone tocou, Emma:

— Fico feliz que tenha sentido minha falta.

— Você sabe que é minha esposa favorita. - Regina estava sorrindo, andando entre os corredores do market.

— Até a última vez que chequei eu era a única esposa, mas fico feliz por estar na lista. Já está acabando?

— Quase. Alguma coisa especial para nosso almoço? - Emma pode sentir a malícia na voz, sentiu seu centro responder a isso.

— Vinho tinto e manjericão.

— Já gostei. Estou comprando algumas coisas genéricas, afinal, temos que economizar... O problema é que tudo que é saudável é tao caro. Regina mordeu o lábio inferior entre os dentes enquanto lia os ingredientes em outro pacote.

Não teriam que fazer isso se tivessem mais dinheiro, então, ela poderia simplesmente comprar os produtos das marca que Emma geralmente compra. Mas, em vez disso, ela tem que procurar versões genéricas de tudo. Que parecem ser ainda menos saboroso do que as opções de marca.

— Ok, bem, sinta-se livre para me trazer tudo genérico, assim você fica com um pouco mais pra gastar nas suas comidas de coelho.

Regina riu, Emma estava sendo fofa por se oferecer para comer produtos genéricos, para que Regina pudesse continuar com as marcas preferidas, mas ela tinha certeza que Emma nunca comeu nada genérico em sua vida. 
Quando ela se aproximou do corredor de cereais, decidiu testar a seriedade da proposta da esposa.

— Ookay, eu vejo aqui na lista que temos Special K com frutas vermelhas, mas isso é um gritante $ 4,98 para uma caixa de 18 onças. No entanto, eles têm uma versão genérica, Especial J.

Houve um silêncio e Regina teve que morder sua língua para não rir. Ela já havia jogado a caixa de Special K no carrinho, sabendo que Emma não estaria disposta a abrir mão do seu cereal favorito. 

— Ok, han... ainda tem as amoras?

— Hmm - Regina fingiu estar lendo a capa da caixa de cereais inexistente. - Bem, parece ter algum tipo de fruta nele.

— Alguma espécie? ... Como? Que tipo Regina? Tem frutas vermelhas pelo menos ?!

Regina finge ler mais uma vez antes de responder hesitante - Eu realmente não sei Emma... a caixa é apenas preto e branco.

Ela mal tem tempo para terminar a frase antes que Emma esteja gritando em seu ouvido: - Não, não! Absolutamente não! Basta pegar o Especial K. Eu vou rastejar de volta pro meu serviço e me oferecer pra ficar no parquimetro ou grampear papel, antes de comer cereal de uma caixa preto e branco ou algo assim. Esse cereal deve ser sobra da era da depressão.

Emma continou reclamando sobre o cereal inexistente e Regina continou rindo enquanto andava pelos corredores.

Ela oficialmente adora fazer compras.

***

Emma, segurando a colher, vira para Regina, para ela provar sua última mistura.
Regina se inclina para frente e abre a boca de bom grado.

Seja o que for, tem um gosto divino e ela geme ao redor da colher.

— Mmmm, o que é isso? Se existe um paraíso, é isso que eles servem lá. - Regina estava encantada

— É vinho tinto e molho de manjericão para a massa. Bom?

Regina afirma, apreciando a habilidade de Emma em transformar cada refeição em uma obra-prima culinária. - Surpreendente.
Suas aventuras na cozinha eram raras, mas sempre inesquecíveis. Lembrou novamente do primeiro jantar delas naquela casa, o motivo de comer ervilhas... Não foi por descuido ou esquecimento que o pernil ficou queimado, foi pelo desejo, ou melhor, tesão que Regina sentiu. Como estava sentindo ali, vendo Emma vestida apenas com um short e top, estar sozinha tem suas vantagens. Emma cozinhando parecia outra pessoa, mais solta e auto confiante. Regina se derretia toda vez que a esposa mordia os lábios ao analisar a textura ou cor de algo. O modo confiante como mexia o molho...

Sem perceber já estava abraçada às costas de Emma, atacando seu pescoço com uma avidez invejável.

— Vou acabar queimando esse almoço também. - Emma sussurrou, sentindo o arrepio em cada parte do seu corpo, já nem se importava com almoço mais. Só queria uma coisa.
Desligou as panelas, virou e agarrou Regina, que sem perceber sentou sobre a mesa, ficando na mesma altura que Emma, que a beijava loucamente.

Em poucos minutos, roupas estavam espalhadas no chão, dois corpos nus suavam.
— Deita sobre mim - Regina pediu - Quero sentir seu corpo todo sobre o meu.

— Essa mesa aguenta nós duas?

— Aguentou seu show de strip na última vez - riu.

Emma subiu, deitando sobre Regina, seus corpos em um movimento de atrito prazeroso. Nunca mais veriam aquela mesa mesma forma.

Regina estava perto, não entendia por que estava indo tão rápido, talvez fosse excesso de desejo. Não queria ir sozinha.
abraçou o pescoço de Emma, sua esposa era fraca para gemidos ao pé do ouvido.

— Vem comigo Swan. - era um pedido em meio a gemidos manhosos. Sentiu a esposa tremer um pouco, estava se controlando - Lembre disso amanhã quando sair, que sou sua... Só sua.

Emma não suportou, acelerando os movimentos, estava perto. O atrito ficando mais prazeroso, necessitado, molhado.

Ali, na mesa da cozinha, se tornaram mais próximas, se sentiram bem, se amaram mais.

— Deu tempo de desligar as panelas? - Regina perguntou, segurando o riso. O suor grudando o cabelo na testa.

— Você quis dizer se VOCÊ me deu tempo? - Não seguraram mais as gargalhadas. - Sim, nosso almoço está salvo. Está com fome?

— Muito. - Subiu em cima de Emma, pegando a mão da esposa e chupando dois dedos. - Mas não é de comida.


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Notas finais do capítulo

Deixei algo bem evidente sobre a relação de Emma e Regina no começo desse capítulo. Será que alguém percebeu a deixa?
Elas ainda não perceberam e quando enxergarem uma coisa ali huuuummmm sei não rsrsrs



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