WSU's: Soldado Fantasma: Honra & Monstros escrita por Nemo, WSU


Capítulo 7
Verdades Amargas


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal. Eu sei, por favor me perdoem por não ter cumprido o prazo estalecido e ainda assim atrasado de novo. Foi uma semana bem complicada para mim e ainda não terminou, mas vou tentar compensá-los. Desde já grato pela compreensão.



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Zona rural de Itaberá

 

A cabeça de Karen doía, estava confusa, o lugar onde se encontrava lhe era estranho, amarrada em cima de uma cama, tinha sido capturada.

Ao olhar em volta percebeu que estava em uma casa de madeira, em um telhado de mesmo material, mas mais escuro. A casa estava limpa, mas por ser de madeira velha, a impressão era a contrária, o ar estava pesado e impregnado de poeira. O quarto era pequeno, possuía apenas um guarda-roupa e a cama na qual estava, ao seu lado jazia Renata, mais pálida do que nunca e amordaçada. Provavelmente para não fugir, ou talvez fosse para não machucar a própria Karen.

"Mas que droga de lugar é esse? Como eu vim parar aqui? Tales seu idiota, porque me deu aquele golpe? Isso não faz sentido... a não ser que... Fui capturada! Maldito Tales! Dane-se, tenho que lembrar do treinamento.

Primeiro passo: Analisar tudo a minha volta. Segundo passo formular uma estratégia e terceiro passo: Concluir o planejado da forma que puder.

A janela é uma saída considerável, depois que eu vazar por ali, vou adquirir uma distância considerável e chamar a Carmem, porém tenho que considerar que eles podem matar a Renata ou fazê-la de refém se eu tentar escapar, mas se eu tentar levá-la comigo isso vai me atrasar e, posso acabar em uma briga da qual, posso não vencer, dada a vantagem do inimigo. Droga, Tales, o que você faria? "

 

 

 

Itaporanga, duas semanas atrás

 

— Bom Karen, você está avançando rápido — apontou Tales instrutivo — Mas temos que equilibrar seu avanço. Você pode saber golpear com um machado, mas se não saber a forma certa de cortar, você vai perder muita energia e tempo, o que pode acarretar em erros. E alguns erros não podem ser apagados.

— Você seguiria minhas ordens veementemente? Até onde você iria para concluir uma missão? — indagou ele, curioso.

— Sim, suas ordens são diferentes. — respondeu ela.

— Mesmo que para concluir uma missão, você tivesse que abandonar um companheiro?

— Eu, não sei que missão seria...

Um sorriso sorrateiro emergiu no rosto do soldado, como se algo bom lhe alcançasse a mente, ele explicou com calma:

— Primeira regra, mantenha o sangue frio. Em uma missão, distrações podem ser a sua perdição. Análise a situação, faça um plano e execute o plano, isso vale para toda e qualquer situação. Cumpra a missão a todo o custo. Esse é o código que aprendi em Ocultgard, ali, aqueles que não cumprissem a missão eram escória, mesmo que fosse para salvar um companheiro, um amigo.. um irmão.

Tales continuou:

— Segunda regra, você pode quebrar todas as regras, exceto manter o sangue frio. Se a vida de um companheiro e de outras pessoas estiverem em risco.

— O que? Mas, e a missão? — perguntou ela, sem compreender.

— Na academia conheci duas histórias, ambos são participantes de uma guerra, um deles é louvado como herói e outro é escória. Ivaryn, era um grande cavaleiro e junto com os seus, deveria entregar uma mensagem confidencial ao reino, no caminho foram emboscados. Ivaryin deixou seus companheiros, e concluiu a missão, se tornando um herói de guerra.

O Soldado falava como se conhecesse os dois. Como se tivesse respirado o mesmo ar que eles outrora. Quem sabe? Ou talvez fossem as histórias que reforçassem o caminho que escolheu para si.

— Já o soldado Alexan, teve a mesma missão, mas seus companheiros foram capturados, a muito custo ele os resgatou. Mas a mensagem não chegou a tempo, o reino sofreu perdas consideráveis, para seu batalhão e para seus companheiros. Ele se tornou um lixo e morreu na miséria.

— Então eu devo ser como Ivaryn, ou Alexan?

— Você me pergunta como Soldado ou como Tales? — indagou ele, em seguida rindo — Para ambas as respostas seria como; Alexan.

— Por que?

Ele ficou em silêncio e em seguida disse:

— Na guerra você deve fazer escolhas difíceis, não dá para salvar todo mundo... Mas para mim, aquele que abandona os seus é muito pior do que lixo, especialmente em condições em que optar por salvar é uma opção.

Karen ficou em silêncio, enquanto ouvia a história de seu professor:

— Ivaryn teve fama e glória, mas morreu atormentado por remorsos, se tivesse lutado junto dos seus, eles teriam vencido. Já Alexan, morreu na miséria, mas em sua consciência só havia paz, que por sua vez preservou sua sanidade até o último dia.

Tales admitiu, evitando olhar para Karen inicialmente, mas depois a encarando profundamente agradecido e feliz:

— Sou um antro de falhas e não posso dar lição de moral em ninguém, mas você Karen, é pura e eu tenho esperança de que um dia você possa mudar o mundo, como me mudou.

 

 

 

*****

 

Aquele que abandona seus companheiros é pior do que lixo. Pensou Karen. Ela rompeu as cordas que a envolviam com sua superforça, agarrou Renata e, com muito cuidado, ambas levitaram e atravessaram a janela.

Era um dia ensolarado, com marcas de tempestade ainda visíveis no horizonte, Karen pensou em pegar impulso e se afastar dali, mas foi detida por uma voz suave.

— Onde pensam que vão? — indagou um rapaz pálido, enquanto tragava um maço encostado na parede do lado esquerdo da casa. Possuía cabelos negros tais como Renata, talvez estivessem na mesma proporção que os de Tales, olhos castanhos bem calmos, um casaco marrom, calça jeans e botas de couro preto.

Saltou para cima das duas, atingindo com um gancho de direita na face da garota Maximus, levando ambas ao chão.

— Para longe de você, seu lixo. — falou a garota, enquanto se levantava, tocava o lugar golpeado e ajeitava os cabelos para ter uma visão melhor. Renata mostrava sinais de acordar.

Mais jogadores, adentravam no jogo; a irmã de Henrique, namorado de Renata, acompanhada de Maria que acabavam de sair da casa, em passos simples.

— Acha realmente que deixaríamos vocês duas desprotegidas? — perguntou o rapaz tranquilo, como se todas as cartas já estivessem postas e o jogo decidido.

— Você não vai tocar nela. — esbravejou Karen.

Ele encarou com pouco caso e perguntou, com a mesma animação de antes:

— Karen, não é? Acho que você está equivocada, ela quer estar comigo. Isso desde aquela igreja.

Karen, ficou petrificada, se lembrava da primeira vez que tinha visto Renata e ela estava acompanhada dele. Ao fitar a garota amarrada como um boneco. Se encheu de indignação:

— Se isso é verdade porque ela está amordaçada? Você a trata como seu objeto!

— Ah Karen, ela é muito mais que isso. Eu a amo, sabia? E pode-se dizer que ela sente o mesmo, não é? Ela pedia por mim desde a primeira vez que me viu.

— Você é doido, ninguém amarra quem ama! — Karen queria pegar Renata, e vazar dali, mas ao mesmo queria ter mais informações sobre. Além disso, mesmo com sua supervelocidade, até ela pegar Renata novamente e alçar voo, eles já estariam em cima dela.

— Ela concordou com isso, quando se tornou minha namorada. Recentemente tem tido muitos problemas de disciplina, mas acho que é o efeito que seu amigo tem nela. Vive achando que é o antigo colega dela de escola e começa a me questionar, mas se tem algo que detesto, é a insolência.

— Felizmente temos lições para isso. — sugeriu ele com malícia — Logo você vai aprender essas lições também.

— O que?

— Você é diferente dos humanos e possui habilidades notáveis, imagine que maravilhosa adição você se tornaria se estivesse conosco, com nosso clã. O que lhe ofereço é a imortalidade. Você é a chave para sairmos dessa vida miserável.

— O que você me oferece, é se tornar um monstro que se importa apenas consigo mesmo!

— Vivi mais de duzentos anos, a verdade sobre a vida é que tudo o que vale a pena somos nós mesmos. O resto só nos aguarda para nos matar e tirar o que é nosso.

— Você está errado, a vida não tem qualquer sentido se tudo for baseado em ter e em viver, mas sim em como se vive!

— Você é jovem, não entende nada sobre a vida.

— Ela entende mais do que você. — disse Renata que acabara de rasgar as cordas na qual era envolvida, e se levantar, ainda que exausta e desgastada — Você não tem amor na sua vida! Sua vida é baseada em si mesmo.

— Cale-se, não lhe dei permissão para falar. — disse ele com relativa calma.

— Não tenho porque ter respeito por você!

— Então está valente? Espero que esteja com esse mesmo olhar, quando sua família estiver morta.

— Não!

— Então silencie-se, e se afaste da Karen, seja uma boa garota, assim como fez ontem à noite.

— O que você fez Renata? — perguntou a garota, sem entender.

— Ela entregou vocês de bandeja, apenas dei uma descrição de vocês e ela me entregou sua localização. — disse o pai, enquanto se aproximava, estava enraivecido, devido a perda do membro, que normalmente deveria regenerar.

— Porque fez isso? — questionou Karen.

— Pela mesma razão, pela qual me obedece, ela detesta pensar que a família vai sair machucada. Apenas dei a ela um prazo e ela cumpriu. Uma ótima garota.

— Eu não vou deixar que você continue. — disse Karen.

— Para nos impedir vai ter que nos matar, mas você não tem coragem para isso, tem criança? Já o seu James, ele não hesitaria em me matar, muito menos depois que ouvisse o que eu disse, sei que ele nutre sentimentos por ela, consegui sentir o ódio em seu olhar e o pulsar de seu coração, quando percebeu que ela era a "refém".

— Se quiser pode sair voando com a Renata, mas te pergunto; como espera proteger a família dela? Ou das cidades vizinhas? Sendo apenas uma pessoa?

— Lhes dou uma escolha, fujam e eles morrem, mas se lutarem e vencerem ou perderem, nada farei com eles. É justo não? Não sou um cavalheiro?

— Você é um desgraçado, que faz chantagens emocionais. — vociferou Renata, enquanto sentia os pés tocarem o chão novamente.

Ambas as garotas ficaram de costas uma para a outra, guarda levantada, frieza no olhar. Tanto delas quanto de seus oponentes que as cercavam, a guarda de todos os vampiros estava aberta, era quase convidativa.

Não ataque Nat, isso é uma armadilha, eles querem que você caia nessa ilusão. Pensou Karen por telepatia, enquanto Renata só podia concordar.

Karen, faça o que fizer, evite os olhos do idiota do meu ex, e da irmã dele. Pensou Renata.

— Então você vai mesmo me trair? — perguntou o rapaz com certa raiva.

 

 

 

******

 

Sua irmã e mãe saltaram para cima das duas, Renata se interpôs, dando a entender que Karen deveria cuidar do outro lado. Onde estavam Henrique e seu pai, Gregório.

— Acha que uma criança como você pode comigo? — intimidou Daniela.

— Eu cresci no sítio, sei lidar com vacas.

Renata podia até não entender de luta, mas ela entendia de mulheres, sejam elas vampiros ou não, e a reação foi a esperada, ambas avançaram sem medir a consequência de seus atos. Daniela veio primeiro sem qualquer noção. Renata evitou um golpe de direita, desviando de um lado e outro de esquerda, curvando seu corpo para trás e acertando um chute frontal, na barriga da vampira, enquanto ia para trás e se equilibrava com a mão esquerda. Em seguida a direita, voltando a ficar em pé, ao mesmo tempo que avançava com um soco na mandíbula de Maria.

Paralelamente Karen brigava de igual para igual com Henrique, evitando seu olhar a todo o custo, enquanto se defendia e atacava ao mesmo tempo, tanto dele quanto de Gregório.

— É inútil pirralha, seus golpes podem causar dano, mas vão se regenerar, vocês só estão adiando o inevitável. Se fosse como seu companheiro, talvez você tivesse chance!

Karen aproveitou uma abertura, avançou quebrando o que restava da sua guarda com um chute meteórico de voo, e girando em torno do próprio eixo desferiu um gancho nas costas de Gregório

— Porque não desiste seu futuro já está selado! — sugeriu Daniele — Você é igual a nós! E de agora em diante vai estar sozinha.

"Não escute Renata — disse Karen mentalmente — O que somos não define quem somos, ou nosso futuro..."

"Somos nós que fazemos nosso caminho — completou Renata, de repente caindo no chão, sua transformação ainda era recente e ela sentia os efeitos. Karen estava aguentando bem e repelindo os inimigos com maestria, mas não iria poder defendê-la e lutar ao mesmo tempo. Renata foi erguida pelos cabelos pelo seu ex-namorado, que já estava de pé e procurando um meio fácil para a luta, enquanto o resto da família tentava deter Karen, ele a fitou com desprezo e em seguida esbofeteou seu rosto:

— Você acha realmente que é independente? Acha realmente que é dona de si?

— Você costumava ser bom no começo... me consolava... era amoroso... eu cheguei a gostar de você.

— O que você pensa não me interessa traidora, eu te dei tudo! — vociferou ele.

— Será mesmo? — indagou ela, recebendo outro tapa na cara — Você me ofereceu segurança, mas controlou meus passos, pedia por respeito. Mas não me respeitava e quando viu que ia te deixar, você tirou minha liberdade e ameaçou minha família.

— Estou farto dessa discussão tola, vou ter que reescrever sua mente pelo jeito. — A segurou pelo queixo e a encarou — Não tente resistir, desista!

— Não. — Foi sua resposta, enquanto ela apertava e arranhava as mãos que a envolviam.

— Está resistindo? Como?

— Eu não sou sua! Eu não pertenço a ninguém! E não quero viver uma vida com um monstro ao meu lado. — A medida que ele a tocava, ia enfraquecendo, agora estava entendendo, ela tinha feito um contrato extra, assim como ele.

— Sua vadia! — gritou Henrique, enquanto apertava seu pescoço. — Maldito seja Mefistófeles!

Em seguida a jogou no chão e quebrou sua perna direita e seu braço esquerda, colocando o pé sobre seu pescoço e se dirigiu a Karen:

— Renda-se, ou vai carregar a morte dela em sua consciência.

— Você não...

— Karen, tenho que admitir, Renata realmente é uma raridade, o que você viu hoje não é nem metade da personalidade dela, mas convenhamos que existem mais garotas por aí.

Karen parou e abaixou a cabeça, em seguida tentando fazer conexão com o Soldado, mas não houve respostas e quando pensou em chamar Carmem, a irmã a olhou no fundo dos olhos e questionou:

— Quais são suas habilidades?

— Chutar você até a lua.

Ela intensificou ainda mais seu olhar e repetiu:

— Quais são suas habilidades? — Seus poderes decorriam de um acordo extra feito com Mefistofeles, embora Karen fosse uma telepata notável, ela não tinha como combater o controle vampirico decorrente de magia infernal, pelo menos não nesse momento.

— Tenho superforça, levitação. Possuo telecinese e posso me comunicar mentalmente com outra pessoa.

— Pois bem, você não vai resistir, fugir ou falar com ninguém.

 

 

 

*****

 

Tanto ela quanto Renata, se encontravam no mesmo quarto, lado a lado, e desamarradas, mas Renata estava estática. Karen, por sua vez estava melancólica, afinal existiam duas razões pela qual Tales não atenderia: Ou ele estava em uma distância extremamente grande, ou estava morto.

Ela encostou o pescoço no ombro de Renata e tentou ver o que havia em sua mente, haviam muitas coisas que desejava saber e aquela era a oportunidade.

 

 

 

*****

 

Ela voltou para trás, mais de uma década, viu Renata na escola: a garota sentada em sua carteira concentrada na explicação da professora, quando um grupo de atrasados chegou, todos entraram calmamente, e foram para seus lugares, dentre eles, Karen encontrou alguém que batia com a descrição que Tales dera de si mesmo:

— Bom eu era magrelo, fraco, usava óculos e dependendo da aula não fazia nada a não ser imaginar coisas retardadas. Desenhar caranchos sobre coisas retardadas e acreditar em coisas retardadas.

As aulas seguintes transcorreram exatamente como Tales disse, só que na opinião de Karen. Tales era o capeta encarnado, o tipo de moleque que não ficava quieto um segundo, enquanto brincava com outros na hora da explicação. Nem todas as horas, mas bancar o palhaço, nem sempre é lá muito positivo, para Renata:

Vou ter que aguentar esse esquisito até o final do ano. Pensou a criança.

Karen não discordava de Renata, até porque o próprio Tales admitia que era daquele jeito. O primeiro ano passou com ele sendo levado para a diretoria diversas vezes, o segundo foi a mesma coisa, ele parecia não mudar seu jeito e Renata continuava focada, de um jeito ou de outro, ele acabava passando de ano, até porque não era de todo ruim.

Tales era bem problemático, tentava chamar a atenção, conversar, mas não era levado a sério, tentava se destacar nos esportes. Mas quase sempre levava uma bolada na cara, falhava, zoava e era atrapalhado, mas sempre estava rindo ou sorrindo.

Bom pelo menos ela teve uma infância de boa. Pensou Karen. até que a conexão se desfez, pois, Renata caiu para o lado e depois se realocou e indagou aos sussurros:

— Por que estava na minha cabeça?

— Eu só queria ver como era sua infância. — respondeu Karen, mantendo a conversa baixa.

— Bom, eu tive uma infância bacana, sempre fui rodeada de amigos, tive certos problemas com a família e relacionamentos que não deram muito certo e me esforcei na escola. — perguntou — Eu vi o que você procurou, porque está interessada no meu colega?

— Bom, daquela vez, você chamou o James de Tales, então pensei em conhecer mais sobre.

— Foi um bom amigo. — respondeu a moça orgulhosa.

— Vocês não se davam muito bem no começo. — comentou Karen.

— Ele era um idiota. — riu ela com tristeza — Um idiota muito bom, ele sabia o valor do respeito, confiança e da verdadeira amizade.

— E porque ele reconhecia essas coisas? — indagou uma jovem entrando no cômodo, tanto Karen, quanto Renata ficaram em silêncio. Vestia uma jaqueta jeans, uma blusa azul escura, um boné preto e uma calça cinza de moletom, sandálias brancas. Sua pele também era pálida, mas mantinha mais cor que Maria e Daniela. Seus olhos eram castanhos e o cabelo loiro encaracolado.

— Eu não mordo, pelo menos não muito. — esclareceu ela divertida.

— Quem é você? — questionou Renata.

— Não sou um membro da "família", na verdade sou meio que forçada a conviver com esses idiotas, eles tentam me ensinar seus "valores" egoístas, mas não estou nem aí. Meu nome é Roberta.

Ambas continuaram em silêncio. A garota se sentou em frente as duas e disse:

— Sei que isso pode parecer estranho, mas pode continuar? Prometo que não conto nada, se confiarem em mim tiro vocês daqui.

— Porque faria isso? — indagou Karen.

— Quero ver o mundo e quero fazer a diferença no mundo. E não quero que façam com você Karen o que fizeram comigo, ou com ela. — disse olhando para Renata, um olhar de pena e ao mesmo tempo culpa, por não poder ter impedido aquilo.

Se ela estiver mentindo faz isso muito bem. — concluiu Renata, se comunicando com Karen, e ela concordando com a cabeça. A garota lhes estendeu as mãos, indicando que deveriam tocá-las, seria mais seguro conversar por ali.

— Ele não conheceu uma verdadeira amizade na infância — disse Renata séria — Fazia de tudo para ter, mas eles nunca... — Ela corrigiu — Nós nunca tivemos consideração por ele, no fim ele se destacou e provou que estávamos errados, venceu isso sozinho.

— E onde ele está? — perguntou a garota.

O orgulho de Renata, deu lugar a tristeza:

— Ele morreu pouco depois de nós nos formamos, desapareceu quando estava com outro amigo, caiu em um rio da região e não voltou a reaparecer... Nunca encontramos o corpo.

Houve um momento de desconforto geral, a garota então indagou a Karen:

— Você estava com o Soldado Fantasma, é verdade?

— Sim, ele é meu amigo e meu professor.

— Como ele é? — perguntou ela, curiosa.

Karen ficou entre a cruz e a espada, mas resolveu dizer a verdade, conhecia os sentimentos de Renata, sabia que ela conhecia a verdade. Ela então contou, sobre o homem gentil:

— Bom, como professor, ele é rígido, paciente e dedicado, já como amigo, ele é respeitoso, sempre esteve ao meu lado e uma vez... ele quase deu a vida por mim, ele acredita em mim. Eu acredito nele e tenho orgulho dele, seus atos podem não serem certos, mas ele não é um vilão, pelo menos para mim... ele é um herói.

— Bom, você me convenceu— disse Roberta, se levantando e tocando no ombro de Karen.

Vou ajudar vocês, vou encontrá-lo.

Renata por sua vez chorava, pois isso confirmava algo que seu coração dizia, o rapaz atrapalhado não tinha morrido, ele estava ali. Seja como amigo de Karen, em suas gracinhas, momentos de esquecimento, na forma de ficar feliz e sorrir. Ao mesmo tempo em que tudo era tão incerto.

Roberta, atravessou a porta olhando para trás, logo depois assumindo uma postura séria. Ao mesmo tempo, Maria adentrava no cômodo a passos largos e sorriso orgulhoso, acompanhada de Daniela. Era claro como dia o que pretendiam, reescrever a mente da garota.   


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Notas finais do capítulo

Só faltam 2 Caps para o termino da história, ansiosos?



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