We Go Back And We Go Foward escrita por Araimi


Capítulo 9
Capítulo 9




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            Ela nunca, nunca, nunca voltaria a ver sua mãe da mesma maneira algum dia.

            Talvez ela tivesse se transformado em uma fumante passiva das drogas que seu pessoal estavam usando mais cedo, talvez sua mãe estivesse pregando uma enorme e sem graça piada ou talvez sua vida realmente não fazia nenhum sentindo.

            Uma vampira.

            Rosalie McConnery havia sido uma vampira até que uma cura magicamente apareceu e transformou todos os seus sonhos em realidade. E os Cullen eram vampiros, por isso eles estavam com as mesmas caras esquisitas e incrivelmente bonitas de sempre. E sua mãe havia namorado o grandão esquisito, Emmett.

            Ela não sabia qual parte era mais fantasiosa e difícil de engolir. Ela nem queria acreditar, mas sua mãe mostrou fotos, fotos muito antigas, que mostravam uma Rosalie jovem em um cenário dos anos 30 aproximadamente, mostrou fotos de como o mundo havia evoluído durante décadas e ela continuava exatamente a mesma, fotos que, até hoje, estavam guardadas há mais de mil chaves.

            Então, depois de uma revelação bombástica como aquela, era difícil não ficar encarando os Cullen durante a hora do almoço, como agora, ou em qualquer outro momento em que eles estavam em seu campo de visão.

            Honey costumava sentar sozinha agora, porque ela espantava todos que tentavam e outros nem sequer se aproximavam dela. Suas roupas pretas levemente rasgadas aqui e ali, a maquiagem escura e o cabelo curto repicado e tingido em um tom forte de roxo ajudavam a passar uma imagem ameaçadora. Os Cullen não a olhavam, mas ela sabia que eles estavam vigiando. Nenhum deles tentou falar com ela, nem com sua mãe, e Honey também não fazia nenhum esforço para chegar perto deles.

            A única coisa que realmente a incomodava era o jeito como eles franziam os narizes quando ela chegava perto, mas sua mãe logo disse que deveria ser por causa do álcool, ela mesma, que não tinha mais o mesmo olfato, fazia isso. Então Honey apenas deu de ombros e continuou com sua vida.

            Logo depois veio a realização que possivelmente eles não sabiam sobre o câncer, talvez o Edward Estranho Cullen deva ter ouvido ela pensar nisso, ou Alice Anã Cullen tenha tido uma visão de Honey morrendo, feia como uma velha aos dezoito anos em uma cama de hospital. Talvez. Possivelmente não.

            Houve um dia em que ela teve uma dor de cabeça especialmente forte e não conseguiu ir para a escola, passou o dia inteiro no hospital, com uma agulha na veia e vomitando em um balde fedorento. Durante aquele dia, Honey pensou na experiência de quase morte de sua mãe e como havia sido salva por Carlisle Cullen. Ela riu histericamente por algum tempo, pensando em como seria maravilhoso se Carlisle a salvasse também.

            Riu até que outra ânsia de vômito a atacou com força e a ideia começou a se formar em sua cabeça. Carlisle já havia salvado quatro pessoas da morte, será que ele se negaria a salvar mais uma?

            Passou muito tempo remoendo a ideia como uma velha senhora, até que levantou de seu lugar em sua mesa fazia e caminhou tão confiante quanto pode até a mesa cheia dos Cullen. Sara estava lá, falando algo estúpido sobre o baile de inverno.

            Ela cravou seus olhos avelã na garota que era alguns centímetros mais baixa que ela e a menina a olhou com pouco caso. A nova abelha rainha da escola.

            - Você está fedendo, Honey. Não deveria beber tanto... – Ela olhou para a mão esquerda de sua ex mestra, onde metade de um cigarro estava. – Ou fumar. Principalmente na escola.

            Só para causar raiva na outra, Honey levou o cigarro aos lábios e tragou lentamente, apenas para soprar a fumaça tóxica no rosto da garota.

            - Não diga? – Ela disse, com sua voz rouca por causa da cirurgia do primeiro câncer. Ela acenou com a outra mão. – Dá um tempo, Zarra, circulando.

            - É Sara.

            - Tanto faz.

            Bufando e batendo o pé forte, Sara se afastou da mesa. Os Cullen a olhavam com curiosidade, a não ser pela baixinha Alice, que provavelmente já sabia o que ela queria, e o grandão Emmett, que olhava para outro lugar. Honey espalmou suas mãos na mesa e nenhum deles pareceu contente com a fumaça do cigarro enquanto ela se inclinava ligeiramente. Honey tinha quase certeza que uma boa parte de sua bunda não estava sendo protegida por sua saia preta cheia de babados, mas não ligou.

            - Muito bem. – Ela disse, olhando para cada um deles. – Eu estou a fim de me juntar ao clube dos vampiros.

—--*---*---

            Uma coisa importante que deve ser de conhecimento geral sobre Honey Catelyn McConnery: Ela não aceitava um não muito bem.

            Ela até que aceitava de seus pais, porque, bem, eles eram seus pais, mas não de outras pessoas e principalmente estranhos esquisitos.

            Honey até havia ido até eles pensando na possibilidade de implorar, de dizer que estava morrendo, que estava com medo, que queria viver; mas, depois daquele não, tão claro e sem sentimento, tão mandão, que veio do esquisito Edward, ela desistiu daquilo tudo. Honey iria se tornar vampira nem que fosse a força, mas não iria implorar, não para eles.

            Seu cabelo estava de um azul forte aquela semana, a semana em que ela passou imaginando mil e um planos para sobreviver morrendo. Passou um tempo precioso observando os Cullen, imaginando o que ela poderia fazer para fazer parte do grupo deles. E quando ela falava aquilo, ela queria dizer ser uma vampira, não estava em seus planos ser a nova Cullen.

            O problema era que ela não os conhecia muito bem. Por sorte, ela vivia com uma pessoa que sim.

            Sua mãe estava passando algum creme no rosto quando Honey entrou em seu quarto naquela noite para conversar com ela. Agora ela entendia porque Rosalie era tão obcecada com sua aparência. Deveria ser difícil voltar a envelhecer após tantos anos sendo sempre jovem e linda. Seu pai ainda estava trabalhando, completamente alheio do mundo sobrenatural no qual eles viviam, então as duas mulheres tinham bastante liberdade para conversar.

            Rosalie olhou longamente para seu cabelo azul antes de falar:

            - Está tramando alguma coisa?

            Honey riu, sentando-se ao lado dela em uma espécie de baú.

            - Não, mãe. – Ela disse. – Eu só estou pensando.

            Sua mãe ergueu uma sobrancelha, seus olhos violetas fixando-se nela por um breve momento antes de voltar a fitar sua imagem no espelho.

            - O que? – Ela perguntou.

            - Sobre sua vida. – Honey encolheu os ombros, olhando para as próprias mãos. – Antes de você, sabe, virar humana de novo. Como era que funcionava?

            A mão de Rosalie parou em seu rosto, ela a abaixou lentamente e virou-se no banquinho para sua filha:

            - Bem, nós começávamos em uma cidade fazendo o colegial, o mais cedo quanto possível. Normalmente Emmett, Alice, Jasper e eu estávamos um ano a frente de Edward e depois de Bella quando ela se transformou. Agora com Renesmee não sei como as coisas estão.

            Honey levantou a cabeça.

            - Então, Renesmee foi mordida depois que você foi embora?

            - Não, ela não foi mordida. Ela tinha três anos quando eu fui embora. Parecia ter uns treze.

            Honey pareceu ponderar sobre aquilo por alguns instantes, lembrando que, de todos os Cullen, ela era a única que comia durante o almoço.

            - Renesmee não foi mordida? Então como ela virou vampira?

            - Ela é só meio vampira. Bella engravidou dela quando era humana, por isso foi transformada.

            Um clique em sua mente.

            - Então, Bella não seria vampira se não tivesse Renesmee?

            Rosalie deu de ombros, voltando a passar o creme, de frente para o espelho de sua mesinha.

            - Oh, não, provavelmente seria. Mas Renesmee fez com que o processo fosse mais rápido. – Ela voltou-se novamente para a filha. – Por que você quer saber tanto?

            Honey deu de ombros, levantando-se em um salto e estalando as costelas.

            - Nada. – Ela disse casualmente. Ela inclinou-se na direção da mãe, plantando um beijo em suas bochechas coradas. – Boa noite, mãe.

            - Boa noite, amor.

            Honey se dirigiu ao seu quarto com um sorriso nos lábios e uma ideia brilhante e altamente perigosa na cabeça. Seria ótimo.


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