We Go Back And We Go Foward escrita por Araimi


Capítulo 5
Capítulo 5




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            Seus dedos passeavam com suavidade pelas costas nuas de Rosalie. Como ele sentia falta de tocar sua pele de leite. Henry não conseguia entender ao certo o que tinha acontecido com eles, parecia que o casamento deles tinha apenas se desgastado e eles decidiram se separar.

            E lá estavam eles, nus, na mesma cama, como se tivessem se conhecido ontem.

            Ela virou sua cabeça em sua direção, alguns fios loiros caindo em seu rosto. Ele sorriu e retirou alguns de sua face, colocando-os atrás da orelha. Rose sorriu para ele e lhe deu um leve beijo nos lábios.

            - Bom dia. – Ela disse com a voz grogue.

            - Bom dia, querida. – Ele disse.

            Rosalie cravou seus olhos azuis-violeta nos de Henry, sem dizer uma única palavra, não era preciso.

            Ela lembrou-se do que pensou enquanto assinava os papéis do divórcio, sobre nada durar para sempre. Ela ainda acreditava naquilo, mas estava errada quando achou que seu amor por Henry havia acabado e que o dele por ela também.

            Foi preciso uma doença, a dor em comum para que eles se unissem novamente como um dia já haviam feito. Mas aquilo era uma página virada, Honey estava bem e saudável, crescendo forte e linda; não era porque Rosalie era a mãe, mas sua filha era a menina mais linda do ensino fundamental. Alexander estava na luta por uma boa universidade e ela tinha certeza que ele conseguiria como o irmão, Cameron, que entrou para Harvard.

            Rosalie ainda se lembrava do dia em que ele recebeu a carta de admissão para a Universidade de Harvard. Cameron ficou uns cinco minutos como uma estátua, olhando fixamente para o papel em suas mãos e olhando só para suas mãos quando Rose tomou a carta dele e leu-a em voz alta para todos ouvissem.

            Aquele último ano havia sido estupidamente feliz e despreocupado e Rosalie até temia fazer algo errado, que pudesse acabar com aquilo.

            Henry ergueu uma mão, passando a ponta dos dedos pelos ombros nus de sua ex-mulher, ela sorriu enquanto ele abaixava seus dedos até pararem em sua cintura. Henry puxou-a pela cintura para mais perto de si, encachando seus corpos perfeitamente. Ele deu um beijo no nariz da mulher, fazendo-a sorrir e a ele também, e então beijou-a nos lábios. Ela envolveu Henry em seus braços.

            Os dois escutaram batidas na porta e se separaram. Eles riram um para o outro. Rosalie virou o rosto na direção da porta e, já sabendo quem era, disse:

            - Já estamos indo, Honey.

—--*---*---

            Honey falava sem parar no banco do carona enquanto Rosalie a levava para a escola. Era algo sobre uma menina chamada Esther que não gostava dela de jeito nenhum. Honey já havia tentado de tudo, mas a menina simplesmente não queria amizade com ela.

            Rosalie até a perguntou porque ela não parava de falar com essa Esther então e ela respondeu que nunca em sua vida havia visto uma pessoa que não gostava dela e queria fazer isso mudar.

            Rose ria das histórias da filha sobre as tentativas de amizades com Esther fracassadas.

            Quando Honey falava, ela lembrava-se da época em que ela estava doente. A única sequela da doença havia sido a voz da menina. Como o médico havia dito, a voz de Honey havia sofrido uma desfiguração, nada grave demais ou feio, apenas uma rouquidão e as vezes uma falha na voz. Nada que fosse descaradamente anormal, mas a impedia de cantar nas peças teatrais da escola quando ela queria, ou de um karaokê com as amigas.

            Rosalie e Henry se preocuparam com isso no início, acharam que ela sofreria, que as outras crianças não a aceitariam, mas tudo foi apenas um temor infundado. Na verdade, Honey era a garota mais popular da escola e ela mal podia esperar para chegar no ensino médio.

            Ela atraía as pessoas para perto de si, fazia com que elas gostassem dela e depois era difícil fazer alguém mudar de ideia sobre a maravilhosa Honey McConnery. Ela tinha esse estranho poder, que fazia com que as pessoas quisessem agradá-la e elas faziam tudo que Honey queria.

            As vezes, Rosalie ria consigo mesmo, imaginando que ela era como Bella e Alice e que teria esse poder se virasse vampira. Mas logo ela se repreendia.

            Isso jamais poderia acontecer.

—--*---*---

            Então lá estava ela.

            Rosalie Cullen. Rosalie McConnery.

            A que um dia havia sido a mulher mais linda de todo o mundo, aquela que havia atraído os olhares de homens e mulheres, a que teve tudo e não teve nada por causa de sua beleza esmagadora; tentando descontroladamente esconder suas rugas.

            Ela observou seus olhos azuis violetas no espelho a sua frente, soltando um longo suspiro, pelo menos eles ainda eram os mesmos. Mas Rose havia passado mais de cem anos sem envelhecer um dia, era de se esperar que ela iria se sentir no mínimo irritada com a idade.

            Henry abraçou-a por trás, entrelaçando os dedos de suas mãos e beijando seu pescoço. As alianças em seus dedos reluziram a luz. Casados novamente.

            - Você está linda, Rosie.

            Ele sorriu para ela através do espelho e ela fez uma careta.

            - Como você pode me achar linda com todas essas rugas?

            Ela fez um bico revoltado e ele soltou uma gargalhada. Henry girou-a no banco para que pudesse olhá-la nos olhos, deu um beijo na ponta de seu nariz e disse, próximo ao seu rosto.

            - Ah, eu amo a suas rugas. – Ela fechou os olhos, sentindo os lábios deles fazendo uma leve pressão sobre os seus. – Todas as duas.

            Ela abafou uma risada com uma fungadela, batendo levemente nos ombros dele.

            - Vamos.

            Henry plantou um último beijo nos lábios da esposa e ambos desceram de braços dados para a festa de natal que os esperava.

            O natal nunca havia sido muito importante para Rose quando ela era vampira, nem mesmo após o nascimento de Renesmee. Ela poderia ter uma infinidade de natais, sempre com as mesmas pessoas, no mesmo ambiente. E ela continuou a não achar tão importante quando voltou a ser humana, já que Henry também não via nada demais no natal.

            Cameron foi o primeiro a fazê-la gostar daquela festa. O primeiro natal de seu primogênito foi uma época em seus dentes estavam nascendo, ele chorou dia todo; mas quando ele viu a brilhante estrela amarela que Henry colocou no topo da árvore, ele parou de chorar e passou a gargalhar.

            Rose passou aquele natal todo brincando de aproximar e afastar o filho da estrela, até que a vontade de não ouvi-lo chorar se transformou na vontade de ouvi-lo rir.

            Quando Cameron tinha dois anos, Alexander chegou ao mundo, no início de dezembro. Rose e Henry perguntaram a Cam o que ele achava do irmãozinho e ele disse:

            - Legal como um presente de natal.

            Eles riram.

            Com o passar dos anos, Rosalie percebeu que aquela era época preferida deles. Cam e Alexander adoravam as luzes de natal, o espírito natalino que invadia as pessoas, as músicas que eles mais pediam para ela cantar eram Extraordinary Merry Christmas ou Jingle Bell Rock.

            Honey chegou quando Cameron tinha sete e Alexander cinco e Rose sabia que ela queria que a filha fosse como os irmãos em relação ao natal. Honey não a desapontou nesse quesito.

            Agora eles não eram mais crianças, os meninos haviam ido para a faculdade, Cameron em Harvard e Alexander em Oxford. Quando Rosalie percebeu que o natal era uma das poucas épocas que seus meninos voltavam para casa, ela se apaixonou irrevogavelmente pela data.

            E eles estavam tão crescidos, mais velhos a cada vez que Rose colocava seus olhos neles. Ela nem podia acreditar que aqueles bebês rosados que ela havia segurado nos braços depois de horas exaustivas de trabalho de parto eram aqueles homens maduros e bonitos que estavam em sua sala de estar.

            Cameron estava com vinte e dois anos, com a barba por fazer, sorrindo para o irmão dois anos mais novo, que passava os dedos por seus caracóis castanhos, contando alguma piada para a namorada que ele segurava firmemente pela cintura.

            Honey estava no sofá, ela tinha quinze anos, seus cachos loiros caindo livremente até a metade de suas costas, brincando com o presente de natal que seus irmãos haviam lhe dado, um filhote de Akita, com um pelo castanho felpudo.

            Cameron se parecia com Rose, Alexander com Henry, mas Honey não era parecida com nenhum dos dois. Henry uma vez havia dito que ela era muito parecida com sua mãe. Ela levantou seus olhos cor de avelã para a mãe e sorriu, deixando o filhote mordiscar seus dedos.

            Estupidamente perfeitos e felizes, Rose pensou sorrindo.


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