We Go Back And We Go Foward escrita por Araimi


Capítulo 16
Capítulo 16




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            Lily havia dito sua primeira palavra. Um mamãe perfeito que deixou Honey extremamente orgulhosa. Não foi nenhuma surpresa. Aquela garota era louca por ela. Assim como ela era louca por Lily. Como jamais havia imaginado que poderia ser.

            Algumas horas mais tarde ainda no mesmo dia, ela soltou sua primeira frase completa.

            - Eu não quero esse.

            Lily estava falando com Alice, e se referia ao vestido amarelo de bolinhas que ela planejava colocar. Ela preferia o azul. Realmente, destacava seus olhos.

            Depois disso foi como se uma torneira tivesse sido aberta. Lily falava sem parar. Sempre havia uma pergunta, uma observação, uma história a ser contada. E ela era incrível, tinha um senso de humor digno do pai e o carisma da mãe.

            Talvez Honey achasse tudo aquilo porque ela era a mãe e tudo o que Lily fazia era lindo aos seus olhos, mas ela tinha quase certeza que todos pensavam o mesmo. Os Cullens estavam apaixonados por ela, não havia nada que Lily pedisse para um deles, que eles não fizessem. Renesmee especialmente, estava perdendo a linha com um bebê em casa, especialmente um que era híbrida como ela.

            Renesmee não esteve presente durante sua gravidez e havia conhecido Lily nas últimas semanas apenas, mas era como se as duas tivessem se conhecido a vida toda. Renesmee havia voltado com o namorado, Jacob Black, e os dois pareciam crianças quando estavam com Lily.

            Seus irmãos também estavam encantados com ela e visitavam sempre que conseguiam. Seus pais não ficavam para trás. Seu pai sempre tinha um sorriso bobão quando estava com a neta e sua mãe, um brilho especial no olhar.

            Era compreensível.

            Lily era incrível.

            E Honey não conseguia disfarçar a pontada de felicidade de que, apesar de ter todas essas pessoas maravilhosas em sua vida, ela, ainda assim, era a pessoa preferida de Lily.

            Então quando Emmett a chamou para sair a noite, apenas os dois, não foi surpresa nenhuma que Lily ficasse chateada. Era a primeira vez que elas se separavam.

            - Eu vou voltar rapidinho. Você nem vai perceber.

            Lily tinha os bracinhos em volta de seu pescoço, apertando. Honey passou os dedos por seus cachos escuros, fazendo círculos em suas costas, subindo para os braços e tirando-os de ao redor de seu pescoço. Lily tinha uma expressão triste no rosto. Honey acariciou uma bochecha rosada.

            - Eu vou te trazer um presente. Que tal?

            Isso pareceu acalmá-la um pouco. Ela fungou, como se estivesse chorando. Honey sorriu, quase revirando os olhos.

            - Tudo bem. Mas volta rápido. – Ela concordou, em sua voz suave.

            - Ok.

            Honey e Lily esfregaram os narizes, uma coisa que estava se tornando um hábito entre elas. Ela cobriu Lily até o pescoço e desligou as luzes antes de sair.

            - Boa noite, mamãe.

            - Boa noite, amor.

            Quando a porta fechou, Honey percebeu que já havia escutado aquilo da sua mãe um milhão de vezes. Sorriu.

            Emmett estava esperando por ela em um carro esportivo.

            Honey esperava que as coisas não ficassem estranhas quando eles estivessem sozinhos. Apesar de estarem em bons termos, os dois não haviam ficados.. íntimos, desde que Honey descobrira a gravidez.

            Ele a levou para um pub pouco movimentado. Honey gostou da música, da iluminação, a bebida não tinha o mesmo gosto de antes, mas isso não impediu Honey de tentar empurrar um pouco para baixo, pelos velhos tempos. A melhor parte foi a dança.

            Honey se sentia viva, livre, forte o suficiente para fazer qualquer coisa. Emmett dançava perto dela, ao seu redor, como um planeta ao redor de um astro. Ela olhava para ele e, talvez pela primeira vez, não o visse como o meio para um resultado. Ele era o pai da sua filha e, assim como não conseguia imaginar amar Lily antes de ter a amado mais que tudo, ela pensou que poderia se apaixonar por aquele cara sem nem mesmo perceber até que fosse tarde demais.

            Emmett sorriu para ela, aquele sorriso de menino, que mostrava suas covinhas. Honey passou os braços por seu pescoço, ficando nas pontas dos pés e plantando um beijo nele.

            Eles acabaram em um quarto de hotel e aquela noite foi melhor do que qualquer outra que eles tiveram. Porque dessa vez Emmett não se segurou. Agora Honey conseguia aguentar tudo o que Emmett pudesse lhe dar.

            - Isso foi interessante. – Honey disse.

            Emmett riu. Os dois estavam no chão, a cama havia quebrado em algum momento, o lençol amarelado cobrindo sua nudez, os cabelos fora do lugar. Honey também riu, colocando alguns fios loiros atrás da orelha. Eles passaram alguns minutos em silêncio, até que ela olhou para Emmett e fez a pergunta que estava pairando entre eles:

            - O que vai ser da gente, Emmett?

            Seus olhos se cruzaram. Dourado e dourado.

            - O que vai ser da gente, Honey?

            Honey sorriu, brincando com os dedos das mãos.

            - Nós temos uma filha juntos. – Emmett assentiu. – E... eu gosto muito de você.

            - Eu também gosto muito de você.

            - Você acha... acha que nós poderíamos tentar? Ser uma família, eu quero dizer. Eu realmente gostaria que Lily tivesse uma família.

            Emmett sorriu, ergueu uma mão grande e fez um carinho em seu queixo.

            - Eu gostaria de tentar. Acho que vai dar certo. Nós combinamos. E, mesmo que não dê certo, somos amigos. Não somos?

            Honey assentiu.

            - Somos.

            Eles se inclinaram e se encontraram no meio do caminho em um beijo lento. Emmett encostou sua testa na dela.

            - O que você gostaria de fazer primeiro como uma família? – Honey perguntou.

            - Como uma família? Eu, você e Lily?

            - É, só nós três.

            Emmett deu de ombros.

            - Eu não sei. O que você quiser, Honey.

            Honey sorriu abertamente.

            - Índia. Vamos para a Índia.

            Emmett sorriu, concordando com a cabeça.

            - Ok. Índia.

            Ele a puxou para outro beijo.

—***-***-***-

            Rose ficou surpresa em ver Emmett entrando em sua casa naquela manhã.

            - Emmett. Tudo bem? Aconteceu alguma coisa com as meninas?

            Meninas. Era como ela se pegou chamando Honey e Lily.

            Emmett sorriu, tranquilizador.

            - Não, não. Está tudo bem. Seu ma... o... Henry está? – Ele ficou desconfortável de repente.

            - Não, ele está trabalhando. Você quer falar com ele?

            - Não. Mais ou menos. Talvez seja melhor falar só com você.

            Rose assentiu, apontando para o sofá e esperando que Emmett se sentasse. Ela sabia que ele não precisava, não fazia diferença, estar em pé ou sentado, mas Rose se sentia melhor assim. Tendo algo que fazer, mesmo que fosse apenas ser anfitriã.

            - O que você tem para me dizer? – Ela perguntou.

            - É sobre Honey. – Emmett passou a mão pela nuca, desconfortável. – Eu e ela... bem, eu e ela andamos conversando e decidimos dar uma chance para o nosso relacionamento. – Ele ficou em silêncio e Rose ergueu uma sobrancelha. – E eu queria pedir a sua... bênção?

            A expressão de Emmett era tão confusa que Rose teve que rir. Ele ficou ainda mais desconfortável.

            - Emm... Você já a engravidou, acho que é meio tarde para isso, não?

            Emmett sorriu, mostrando suas covinhas.

            - Eu sei. Mas era diferente naquela época. Agora... Nós realmente vamos tentar, sabe?   

            Rose entendia. Ela ficou em silêncio por um tempo, pensando sobre a ideia de que seu ex-namorado e sua filha estavam juntos, com uma filha deles. Era louco, inimaginável até alguns meses atrás. Agora estava acontecendo e Rose ficava surpresa com a naturalidade com que tratava aquilo.

            Após o choque inicial é claro.

            - Eu espero que dê tudo certo. – Ela desejou sinceramente. – Você é uma ótima pessoa, Emmett. Eu sempre soube que havia alguém para você por aí. Nunca pensei que seria minha filha, mas se faz você feliz. Se faz os dois felizes. Eu espero que dê tudo certo. De verdade.

            - E você acha que eu pensei que algum dia eu me envolveria com a sua filha? Um ano atrás eu pensava que nunca iria deixar de te amar. Talvez eu nunca deixe, não totalmente. – Rose sorriu. Ela entendia. Aqueles resquícios de amor que ficavam no coração e se transformavam em outro tipo de amor. – Mas eu realmente gosto dela, Rose. E tem Lily. – Ele riu. – Nossa, eu sou louco por aquela menina.

            E eles começaram a falar sobre Lily. Depois falaram sobre os Cullen, sobre Henry e os meninos, sobre qualquer coisa que viesse a mente. Conversaram por horas como bons velhos amigos.

            Quando Emmett estava indo embora, ele parou, fitou-a seriamente e perguntou:

            - Você lembra como Jacob pensava que estava apaixonado pela Bella? Mas depois Nessie nasceu e eles pensaram que era por causa dela o tempo todo. – Rose assentiu. – Você acha que pode ter acontecido isso com a gente? Que talvez esse era o plano o tempo todo. Estar como estamos agora?

            Rose pensou sobre aquilo, mas não conseguiu chegar a nenhuma conclusão. Ela sorriu e disse a única coisa sobre a qual estava certa:

            - Eu gosto como as coisas estão agora.

            Emmett sorriu.

            - Eu também.

—***-***-***-

            Lily estava brincando no chão da sala com Ruby.  A cadela estava enlouquecida com as visitas. Não tinha visto Honey desde o início da gravidez, quando ela havia se mudado para a casa dos Cullen, e agora estava dividida entre trata-la pelo o que ela agora era, uma caçadora, uma ameaça, ou como a dona que sempre fora.

            Ao menos com Lily não havia dúvidas. Ela e Ruby se deram bem desde o primeiro momento. Honey ficava atenta, preocupada que Lily esquecesse a sua força e acabasse machucando Ruby sem querer. Rose sabia que a menina gostava de abraços apertados.

            - Será que ela quer comer alguma coisa? Acho que tem bolo.

            Honey revirou os olhos. Rose sorriu. Ela não entendia porque, mas sentia a necessidade de oferecer comida a Lily sempre que possível. De preferência guloseimas. Ela sempre fora preocupada com a alimentação de seus filhos, cuidando para que eles não comessem muitas besteiras, mas com Lily era diferente. Ela só queria vê-la feliz e se sua felicidade estivesse em uma barra de chocolate ou no pedaço de um bolo, então que seja.

            - Lily. – A menina desviou seus olhos azuis para ela, Ruby pulava ao seu redor. – Você quer bolo?

            Seu rosto se iluminou.

            - Quero.

            Rose lembrava de Renesmee e da dificuldade que eles tinham em alimentá-la com comida. Lily aceitou tanto comida quanto sangue com a mesma facilidade, especialmente doces. Talvez eles não davam comidas gostosas para Renesmee ou talvez Lily fosse especial.

            - Tio Alexander está na cozinha, por que você não vai lá com ele?

            Lily soltou uma risada aguda, correndo para a cozinha com uma Ruby animada em seus calcanhares.

            - Tio Alex!

            Elas ouviram o grito animado vindo da cozinha. Lily adorava o tio Alex.

            Honey a olhou.

            - Você a mandou para a cozinha. Quer falar alguma coisa? – Ela perguntou.

            Rose sorriu, aproximando-se ainda mais dela no sofá.

            - Sim. Como andam as coisas entre você e Emmett?

            Ela já sabia boa parte da história, mas queria ouvir de Honey, queria saber o que sua filha estava pensando.

            Honey sorriu. Ela sentou-se em cima de uma perna, inclinando-se para Rosalie como quem conta um segredo.

            - Nós andamos conversando e decidimos tentar de verdade. Essa coisa de relacionamento, família, etc. – Ela sorriu e Rose percebeu o quão feliz ela estava com o rumo que as coisas estavam tomando.

            Rose sorriu.

            - Eu fico feliz por você, Honey.

            O sorriso morreu rapidamente e Honey inclinou a cabeça.

            - Mãe, você não acha estranho? Emmett e eu e Lily e tudo isso. Quero dizer, vocês eram...

            - É, nós éramos. E eu o amei muito. Mas... eu não sei. Nós pensávamos tão diferente um do outro. Então nós nos afastamos e aquele amor virou outro sentimento. Eu sinto muito carinho por ele. E sim, as vezes é estranho. Principalmente se eu ficar pensando sobre isso, então eu não penso. Eu te vejo feliz e isso é tudo o que importa.

            Honey sorriu novamente.

            - Você é demais, mãe.

            - É um dos meus muitos talentos.

            Elas riram.

            - E nós vamos para Índia. – Honey declarou. – Os três.

            Foi engraçado que a primeira coisa que Rose pensou foi:

            - Você vai levar Lily para longe de mim?

            Honey riu, jogando-se para trás.

            - Ela cresce tão rápido. – Rose continuou sua reclamação. – Quando vocês voltarem, ela vai estar toda crescida.

            - Mãe! Nós não vamos viajar amanhã. E Lily é um gênio. Já imaginou ela viajando pelo mundo, aprendendo coisas novas? Todas aquelas línguas e culturas e pessoas diferentes. Eu estarei criando a melhor pessoa que já existiu.

            Rose não deixou de reparar como os sonhos e planos de Honey haviam mudado desde a chegada de Lily. Ela sabia que a filha iria mudar, mas não tornava aquilo menos bonito de se ver.

            Rosalie pensou em Lily e na pessoa incrível que ela iria se tornar seguindo o plano de Honey. Sua filha sempre fora boa em tudo que se dispunha a fazer, não era surpresa alguma que também fosse boa em ser mãe.

            - Você vai precisar me mandar fotos todos os dias. Mais de uma vez por dia.

            Honey riu.

            - Fechado, Sra. McConnery.

            - Fechado. – Rose piscou um olho para ela. – Agora, vamos ver como aquelas duas crianças estão se saindo com o bolo.

            Ela se levantou e Honey estava de pé em um segundo, passando os braços ao redor dela em um abraço apertado. Rose sabia que ela provavelmente estava sendo o mais delicada que conseguia. Seus dedos se enrolaram nos fios loiros da nuca de Rose, como ela costumava fazer quando era criança.

            - Eu te amo, mãe.

            Rose sentiu as lágrimas vindo aos olhos.

            - Eu também, amor. Agora você sabe o quanto.

            Ela estava feliz que sua filha estava feliz. A imortalidade combinava com Honey. Sua menina, que sempre havia sido cheia de vida, agora estava radiante. Rose sempre achou que o vampirismo não era vida e não entendia como algumas pessoas eram capazes de desejar aquilo. Apenas agora entendia que era um problema com ela. Ela não havia sido feita para aquilo. Sua alma era velha, seus desejos os mais simples. Não precisava de imortalidade, de juventude eterna; precisava crescer, amadurecer. Não precisava conhecer o mundo; sua família era o seu mundo inteiro.

            Mas agora entendia que sua filha era assim e aquele estilo de vida lhe caía como uma luva. E Rose tinha o conforto da cura. Honey poderia desfazer aquilo no momento em que quisesse. Ela tinha opções.

            Rose olhava para a sua filha, congelada no tempo, linda e cheia de vida e era como se algumas pessoas houvessem nascido para serem imortais. Rose não era uma delas.

            Ela estava envelhecendo e morrendo um pouquinho a cada dia, mas sentia que estava apenas em uma caminhada para o desfecho de uma história que havia sido longa demais.


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Notas finais do capítulo

E é isso. Espero que tenham gostado. Se possível, deixam reviews.



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