We Go Back And We Go Foward escrita por Araimi


Capítulo 10
Capítulo 10




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            Honey precisava de um elo fraco na família ou, melhor ainda, de um solteiro. Ela nunca havia visto Carlisle até hoje, mas ele era casado. Jasper tinha Alice, Edward tinha Bella, ela ainda não tinha visto Renesmee com ninguém, mas não importava, uma vez que a ruiva não seria capaz de engravidá-la. Sobrava apenas Emmett, o grandão. Seria estranho seduzir o ex-namorado de sua mãe, mas era por uma boa causa. No final, ela estaria saudável novamente e ele não estaria solitário, teria um bebê.

            Eles sempre pegavam comida, mesmo que não comessem, na hora do almoço, e ela se aproveitou disso para se aproximar de Emmett.

            - E aí? – Ela disse, sem em nenhum momento pensar em seu plano temendo que o leitor de mentes pegasse essa.

            Emmett levantou seus olhos dourados das frutas para ela.

            - Oi. – Ele disse, em um tom monótono. – A resposta ainda é a mesma se você veio...

            Ela levantou uma mão no ar.

            - Relaxa. - Ela sorriu de canto. – Só queria dizer oi, grandão.

            Ele deu uma risada seca e sem humor.

            - Sei. – Seu tom de voz pingava sarcasmo.

            Ele começou a se afastar, mas Honey o seguiu.

            - Você não acha estranho? – Ela perguntou. – Quero dizer, você me viu quando eu tinha uns seis anos e agora eu estou aqui, toda crescida.

            - Não acho estranho, já estou acostumado. – Ele olhou bem para ela. – E se você fosse tão crescida quanto diz, não iria se entupir de veneno. – Ele parou, olhando para ela seriamente. – Sabia que o cigarro e a bebida matam lentamente?

            Honey passou os dedos pelo cabelo azul, inclinando ligeiramente a cabeça.

            - Quem disse que eu quero morrer rápido?

            Emmett não retrucou, apenas caminhou para longe dela, deixando Honey plantada no meio do refeitório.

—--*---*---

            - Posso sentar aqui? – Honey perguntou.

            Emmett assentiu, parecendo ocupado demais com alguma coisa em seu caderno para prestar atenção a ela. Era aula de física, a única que eles dividiam, e ela decidiu, pela primeira vez, sentar ao lado de Emmett.

            Antes que ela pudesse puxar conversar com o grandão, Honey sentiu uma bola de papel atingir seu cabelo e cair em frente a si. Olhou na direção de onde a bola tinha vindo e se deparou com Carter Smith, um cara com quem ela já havia ficado. Ele tinha um sorriso convencido no rosto. Honey abriu o papel e leu a cantada ridícula e a óbvia sugestão de sexo depois da aula no armário do zelador. Ela ouviu uma risada suprimida vindo do seu lado enquanto Emmett cravava seu olhar na frente da sala.

            Honey mostrou seu dedo do meio para Carter, que apenas riu alto e voltou a escrever algo em seu caderno.

            - Idiota. – Ela murmurou.

            O professor entrou na sala e logo sua aula ultramente chata começou. Emmett parecia bastante concentrado para um cara que provavelmente fez o ensino médio um milhão de vezes, ele não deu atenção à Honey, nem ao menos olhou para ela.

            Em algum momento, Carter jogou outra bolinha de papel e ele e Honey esqueceram completamente dos celulares e passaram a jogar as bolinhas um no outro com mensagens enquanto o professor não via. Ela estava tão entretida em sua pequena brincadeira com o idiota do Carter, que a mão extremamente fria e dura de Emmett quase fez com que ela desse um pulo na cadeira quando agarrou seu pulso, que já se preparava para jogar outra bola maciça de papel.

            - Pode parar? – Ele disse.

            Mas, aparentemente, Emmett não era bom em fazer as coisas sem que o professor visse, pois logo o pigarreio vindo do Sr. Brown chamou a atenção dos dois.

            - Senhorita McConnery, quando for para a detenção após a aula, pode mostrar o caminho para o Sr. Cullen?

            Honey suprimiu uma risada e assentiu enquanto Emmett largava seu pulso e olhava para o próprio livro como se tivesse levado um soco no estômago. Ela deu um leve tapa em seu ombro.

            - Relaxa, grandão. É só ficar perto de mim que tudo vai ficar numa boa.

            Ele riu.

            - Eu acho que é o contrário.

            Honey deu ombros, afastando-se dele. Bem, pelo menos ele riu.

—--*---*---

            - Ruby, aqui!

            Sua cadela olhou-a a alguns metros de distância, a língua vermelha pendendo para um lado, mas não se aproximou, coisa que ela nunca fizera antes. Sempre que Honey chamva, Ruby vinha correndo.

            - Ruby. – Sua voz estava mais séria agora, mas a cadela continuou onde estava.

            Antes que ela pudesse chamar uma terceira vez, Ruby deu um latido alto, seu rabo ficou extremamente parado e arreganhou os dentes. Primeiramente, Honey imaginou que sua Akita estivesse com sérios problemas psicológicos, mas depois lhe veio a ideia de olhar por cima do ombro.

            Ela deu um salto para trás quando viu Emmett Cullen a uns cinco centímetros dela. Com a mão sobre peito, ela disse:

            - Você não deveria ficar atrás das pessoas sem avisar. – Ela disse, olhando para os lados. – Todo esquisito.

            Ele sorriu.

            - Desculpe. – Seus olhos eram de um dourado claro. – Vi você aqui, não resisti.

            Honey sorriu, retirando alguns fios dourados do rosto e levando uma mão a cintura.

            - Então somos amigos? Ou você costuma pregar peças sem graça em quem você mal conhece por esporte?

            Seus braços grandes cruzaram-se em frente ao peito e ele ergueu a cabeça levemente, como se a instigasse a questionar seus motivos mais ainda. Honey ergueu as mãos no ar, dando uma risada. Ruby latiu atrás de si.

            - Ela normalmente não é assim. – Disse Honey.

            Emmett analisou o cachorro antes de responder:

            - Animais não gostam da gente. Eles sabem o que somos.

            Um silêncio momentâneo, apenas por parte das pessoas, Ruby continuou latindo com tanta voracidade que chegava a sair do chão algumas vezes.

            - Bem. – Disse Honey. – Legal te encontrar. Quer tomar um café?

            Emmett riu.

            - Não tomo café.

            Ela deu de ombros.

            - Um drink?

            - Não bebo. Nem você deveria.

            A loira revirou os olhos e estava prestes a dar uma resposta nada amigável, mas Emmett cometeu o erro de pegar em seu braço, para se desculpar, Honey esperava. O que se seguiu após aquilo foi um borrão de pelos castanhos passando a sua frente, os dentes a mostra enquanto pulava no vampiro.

            - Ai meu Deus. – Disse Honey em meio a uma risada.

            Emmett se jogou no chão, porque resistir impecavelmente a uma investida de um cão furioso em um lugar cheio de pessoas seria estranho, mas, na primeira mordida, Ruby praticamente rachou os dentes. Ela soltou um ganido e foi se postar ao lado de Honey, onde voltou a rosnar para Emmett.

            O vampiro grandão soltou uma gargalhada sentando na grama e Honey o acompanhou quando o choque inicial passou.

—--*---*---

            A primeira parte do plano estava completa.

            Emmett Cullen e Honey McConnery eram amigos.

            Algumas vezes caminhavam para as aulas juntos, compartilhavam algumas detenções e, em raras ocasiões, até sentavam juntos na hora do almoço. Honey gostava de como os meninos paravam de agir como se ela fosse uma prostituta quando estava com Emmett e gostava de sua risada também, apesar de que ele quase nunca sorria.

            Ele vinha fazendo aquilo mais vezes nos últimos tempos; rindo das coisas que a menina dizia ou fazia e, as vezes, até brincando também.

            Naquele dia, eles haviam ido para a detenção juntos, uma vez que Emmett parecia mais solto e menos preocupado em passar pela milésima vez de ano. O sr. Brown estava ficando realmente impaciente com os dois.

            Renesmee estava esperando por ele, encostada em seu carro preto, repassando uma camada de seu batom rosa. Honey indagou se Alexander e Cameron faria o mesmo por ela se estudassem juntos.

            - Me esperando, ruivinha?

            Renesmee levantou os olhos de seu espelho, dando um sorriso sem humor.

            - Você prometeu jogar paintball comigo depois da aula. – Então olhou para a garota ao lado dele. – Oi, Honey.

            Honey levantou sua mão de unhas pretas e cheias de anéis para ela, sorrindo em um cumprimento.

            - É, certo. – Disse Emmett.

            O vampiro e a humana seguiram caminhos diferentes, mas, antes que ela conseguisse se afastar demais, Emmett perguntou:

            - Honey, como você vai pra casa?

            Ela olhou para o asfalto fumegante a sua frente, passando os dedos pelo cabelo tingido de um rosa forte.

            - Com os meus pés. – Honey respondeu.

            Emmett sorriu de canto, abrindo a porta de trás do carro. Renesmee, no banco do motorista, já com seu Ray Ban no rosto e um sorriso amigável nos lábios.

            - A gente te dá uma carona.

            Honey entrou no carro, o que poderia ser considerado um grande erro, pois ela teve que aguentar todo o percurso de 25 minutos até a sua casa ouvindo Renesmee Cullen falar sobre maquiagem, roupas, estilistas ou qualquer outra coisa que antes faria Honey ficar louca de inveja por todas as coisas legais que ela tinha.

            Emmett ficou em silêncio, olhando pela janela por todo o caminho e olhando com bastante atenção quando chegaram em sua casa. Antes que Honey tivesse a chance de agradecer e sair do carro o mais rápido que conseguisse, o cantar alto de pneus foi ouvido ao lado do carro onde ela estava. Renesmee sorriu e Emmett desviou o olhar para suas mãos.

            Sua mãe saiu de seu carro vermelho sangue, parecendo estar com raiva de qualquer coisa.

            - Neil. – Ela disse, meio gritando. – O que você pensa que está fazendo com as minhas rosas? Arte abstrata?

            O jardineiro, que agora cuidava das margaridas que tinham ao redor da casa, levantou-se e respondeu:

            - Eu tento mantê-las bonitas, senhora McConnery, mas aquele cachorro anda impossível.

            - Ruby. – Um sobrancelha se arqueou. – Desculpe, Neil.

            O jardineiro deu de ombros, sorrindo e voltando ao seu trabalho. Os olhos de sua mãe rondaram o lugar, com um fogo de raiva, como se procurasse pela cadela. Coitada de Ruby se fosse encontrada nas próximas 24 horas, mas, então, eles pararam no automóvel estranho estacionado na entrada de sua casa. Seu corpo inclinou-se ligeiramente para o lado, como se esse movimento fosse deixar o vidro fumê menos escuro.

            - Ahn, valeu pela carona. – Honey disse rapidamente.

            Os vampiros não pareceram se importar com o agradecimento, ocupados demais com a mulher loira lá fora. Antes que Honey pudesse ver os movimentos, a mão de Renesmee estava retirando seu cinto e a de Emmett estava sobre a dela. Ele balançou a cabeça negativamente.

            - Não é bom interferir. – Ele disse.

            - Tchau. – Disse Honey, antes que tudo ficasse ainda mais estranho.

            E saiu do carro. Sua mãe voltou a sua posição normal, sorrindo. Honey caminhou em direção a ela e logo o carro de Renesmee ganhou vida e saiu de sua casa.

            - Quem eram? – Rose perguntou.

            A menina deu de ombros.

            - Alguns amigos.

            O sorriso no rosto de sua mãe foi um daqueles radiantes, que mostram todos os dentes.

            - Amigos?

            Honey revirou os olhos.

            - Eu não sou nenhuma nerd antissocial.

            - Nerd, não. Mas você está completamente antissocial. – Seus dedos encontraram os fios tingidos de Honey. – Você, por favor, poderia tirar essas porcarias do seu cabelo?

            - Não.


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