Não Consigo Evitar Me Apaixonar escrita por Ice Queen


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá querido leitor
Espero realmente que goste da historia, eu amei demais escreve-la.
É pov Jack, como eu nunca tinha feito XD
Boa Leitura



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Eu nunca pensei que você

Seria aquela a segurar o meu coração

Mas você apareceu

E me tirou do chão desde o começo

Arms - Christina Perri

 

Eu acho que vou sempre me lembrar de como a conheci. Eu estava andando feito louco pelos corredores do hospital, tentando encontrar o repórter que deveria estar fazendo as entrevistas comigo e que tinha simplesmente sumido. Mais tarde, descobri que ele estava se agarrando com uma das recepcionistas em um quartinho de zelador. Mas, ainda assim, serei eternamente grato a ele. Foi por causa de seu sumiço que eu a vi.

Eu já estava andando pela segunda vez pela recepção, depois de checar cada andar e também o lado de fora do hospital, quando simplesmente desisti. Parei onde estava, no meio do saguão, soltando um suspiro audível e agarrando os cabelos.

— Precisa de ajuda, querido? – a voz da recepcionista me fez olhar em sua direção, mas quando fiz isso, não foi bem para ela que olhei. Exatamente a sua frente, do lado oposto do balcão e me olhando com um sorriso divertido, estava a garota mais linda que eu já tinha visto. A primeira coisa que pensei foi como não a tinha visto depois de andar tanto pelo hospital. Ela virou o corpo para me ver melhor, inclinando a cabeça e fazendo a trança que prendia os cabelos louros cair sobre o balcão. Eu provavelmente estava com uma expressão ridícula, porque ela segurou um riso.

— Eu estava procurando um... um...  – comecei, constrangido. Mas mesmo que eu me esforçasse a tentar olhar para a recepcionista, a garota que tinha os olhos presos em mim me distraía totalmente. Soltei um suspiro, tentando me lembrar do motivo de eu estar ali e de me manter profissional. Foquei, com um pouco de dificuldade, os olhos na recepcionista ruiva. – Estou procurando um repórter. É um cara alto, moreno, provavelmente com um bloco de anotações na mão.

— Ah sim, ele passou aqui. Você lembra para onde ele foi, Elsa? – Elsa. Esse provavelmente acabava se tornar o nome mais lindo do mundo. Deus, eu sou ridículo.

— Não exatamente, mas tenho quase certeza de onde ele está. – soltei um suspiro de alivio e ela sorriu em minha direção, antes de virar para a amiga e sorrir de forma cúmplice. – Anna, onde está a Silvie?

— Ela deve estar... – um brilho de entendimento apareceu em seus olhos e, ao lançar um olhar para a loira ao seu lado, ambas soltaram um riso malicioso. Anna voltou a olhar pra mim, ainda sorrindo e com um pouco de pena. – Acho que ele está um pouco ocupado agora, querido.

Então tudo se encaixou. A recepcionista que faltava, o modo como ele sumiu de repente e como as duas mulheres a minha frente riram. Posso até dizer que, assim que nós dois entramos no hospital, notei o modo como a recepcionista morena e bonita tratou meu colega de forma muito particular.

 - Aquele filho da mãe. – disse, corando ao notar que havia dito aquilo em voz alta. Elsa sorriu e veio em minha direção. Ela era alguns centímetros mais baixa do que eu e, quando ficou suficientemente perto, pude sentir o cheiro floral de seu perfume.

 - Não fique assim. Venha, vamos dar uma volta. – a encarei, confuso por um momento, abrindo a boca somente para soltar silabas desconexas. Minha vontade era continuar ali até que o idiota do meu parceiro aparecesse e eu pudesse soltar toda a minha impaciência sobre ele. Mas o sorriso que ela soltou, junto de um desafiador arquear de sobrancelha, me fez mudar imediatamente de idéia. A segui até o lado de fora do hospital e atravessamos a rua até o parque em frente ao lugar. O espaço era gigantesco, com um lago no centro, grama verde e bancos espalhados por todo canto. Algumas pessoas caminhavam na calçada de pedra branca que dava a volta em todo o lago, outras sentavam na grama, com piqueniques ou somente fitando a paisagem. Elsa e eu andávamos lenta e silenciosamente pela calçada, vez ou outra eu olhava para ela, que fitava o lago.

— Então, qual era o tema da sua matéria, fotografo? – ela virou-se em minha direção, com a melhor expressão de interessada que pôde fazer, o que me fez rir.

— Eu não sei muito bem. – fiz uma careta, passando a mão pela nuca. - Eu só fui chamado para tirar as fotos.

— Então não sabe nem do que iria tirar fotos? – provocou e eu sorri envergonhado. Não queria admitir para ela que, atualmente, eu pouco me importava sobre o conteúdo das minhas fotos.

— E você? É enfermeira?  - pergunto, depois de breves segundos em silêncio. Ela cruza os braços e sorri, balançando a cabeça.

— Sou voluntária. Minha mãe fez tratamento nesse hospital. – ela abraça o corpo por um momento, desviando os olhos, parecendo triste de repente. Mas antes que eu possa lhe dizer algo, Elsa volta-se para mim, parecendo voltar à alegria de antes. – Então, qual o seu nome? Não posso ficar chamando você de fotografo para sempre.

— É Jack. – respondo, mesmo que eu goste do apelido que ela me deu.

— É apelido ou seu nome é assim? – franzo o cenho, divertindo-me com sua curiosidade. Elsa arqueia a sobrancelha, e posso dizer que essa é a expressão de teimosia dela.

— É Jackson, mas me chame de Jack. – ela solta um sorriso triunfante e logo muda de assunto.  Sinto que poderia ficar conversando com ela por horas, o que de fato acontece, porque só notamos que o tempo realmente passou quando o sol já está prestes a se pôr e as luzes do parque começam a acender.

— Acho que eu preciso ir. – ela diz, parando quando chegamos ao nosso ponto de partida, mas sem se mexer do lugar. Ela olha para mim, e tenho quase certeza de que ela diria qualquer outra coisa ao invés de: - Até mais, fotografo.

— Elsa! – chamo, quando ela já se afastou alguns passos. Ela gira para me olhar, a trança acompanhando o movimento. Ela é linda demais.  – Tem como eu ver você de novo? – ela sorri de novo, muito, mas seus olhos parecem um pouco apreensivos. Elsa ri baixo, então anda até mim, dando-me um beijo na bochecha.

— Quem sabe? – ela diz ao se afastar, piscando para mim, antes de virar e andar até o hospital, deixando-me completamente entorpecido na calçada.

. . .

— Tem certeza que ela não vem hoje? - pergunto a Anna, novamente. A verdade é que desde a ultima semana, quando Elsa me deixou no parque, eu estou em um constante estado de ansiedade. Eu precisava vê-la de novo, então eu fui até onde poderia encontrá-la. Mas quando cheguei ao hospital não vi nenhuma loura bonita apoiada no balcão e perguntar a Anna só me confirmou que ela não estava lá.

— Sinto muito, querido. Elsa só volta semana que vem. – Anna diz, mas de um jeito estranho. Sinto vontade de perguntar o que houve, mas não faria sentido, eu mal conheço Elsa e não quero parecer um maluco perseguidor. Suspiro, então, despedindo-me e saindo do hospital.

Mesmo estando de folga, levo a câmera pendurada no pescoço, mania que tenho desde que comecei a gostar de fotografia. Lembro-me de que adorava andar pelo bairro, algumas vezes com minha irmã, somente tirando fotos de tudo o que eu queria com uma velha câmera que minha mãe comprou em um brechó. Tenho de admitir que ainda a tenho e acho que sempre a terei, em uma das prateleiras da minha sala, junto com outras lembranças.

Não sei por quanto tempo andei sem rumo e perdido em pensamentos, tirando fotos daquilo que me interessava, mas de repente, entrando numa pequena feira e deliciando-me com a visão colorida das frutas e legumes, eu a vi. Elsa estava em uma barraquinha, terminando suas compras. A vi sorrir, afastar o cabelo solto do rosto, agradecer ao vendedor e se virar. E me ver. Ela congelou, piscando mil vezes por segundo, parecendo não acreditar que sou eu. Sorrio e vejo seus lábios formarem meu nome e, sem pensar, vou até ela.

— Hum... Oi. – digo, sem jeito.

— Oi, Jack. – ela diz, sorrindo um pouco desconfortável. Provavelmente pensando que eu era um maluco que a perseguia. O que de fato eu parecia. – Eu... eu preciso ir, tenho que...

— Ah, sem problemas. – digo, desanimando. Mas de jeito nenhum eu a deixaria ir de novo e correr o risco de nunca mais vê-la. – Você gostaria de, não sei, jantar?

— Eu... – por um momento ela parece apreensiva, com o cenho franzido, a ponto de negar. Mas então ela me olha, por mais tempo do que havia feito antes. Posso ver seu peito subir e descer em uma respiração profunda e um sorriso aparecer em seu rosto. – Eu iria amar.

— Bom. – digo, sentindo um enorme e bobo sorriso aparecer em meus lábios. Nunca me senti tão bem na vida.  – Eu busco você em casa ou...? – pergunto, lembrando-me de que nem sabia onde ela morava.

— Nos encontramos no parque, em frente ao hospital. – assinto, achando a idéia maravilhosa e tendo um pressentimento de que aquele lugar se tornaria nosso. Ela sorri, então inclina-se e me beija no rosto, sussurrando antes de se afastar: - Até mais, fotografo.

— Até mais, enfermeira. – grito para que ela me escute de onde está, chamando a atenção de varias pessoas. Ela vira para mim, rindo, e então volta a seguir seu caminho.


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