Este ano o natal vai estar cheio escrita por Segunda Estrela


Capítulo 6
Declarações no gelo


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, os próximos vão ser mais rápidos. Sabe como é, as coisas da vida que te impedem de entrar no Nyah.
https://youtu.be/tV6djP5x75M
Essa é a música que a Rey escolheu pro Kylo Ren.
Espero que gostem!!



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Finn e Rey comentavam no dia seguinte, a noite anterior havia sido, no mínima, estranha.

— Não acredito que Chewie realmente ganhou. Como isso aconteceu?

A garota deu de ombros, sorrindo. Estava comendo um doce no palito que tinha comprado de um vendedor na rua. A neve era refrescante, de certa forma. Podia contar nos dedos quantas vezes a tinha visto na vida.

Estavam sentados em um banco de madeira, Rey usava seu mesmo casaco de frio do dia anterior. Era cinza e longo, e cobria a cabeça com o capuz. Esfregou as mãos com luvas peludas cor-de-rosa. O cabelo estava preso em um coque, alguns fios soltos espalhados pelo rosto. Finn tinha um casaco laranja, fechado até o pescoço. Calça preta e botas marrons. Os dois pareciam um casal adorável passeando no parque.

— Como foi dormir no quarto do Fantasma da Ópera? – Perguntou o rapaz, tomando um gole do seu café, sentindo o ar quente no seu rosto.

Ela estremeceu.

— Acho que teria sido menos assustador se tivessem velas e eu precisasse entrar com uma gôndola. Ele tem todos aqueles pôsteres de uma banda com uns caras de máscara. Imperial, ou alguma coisa assim. Eles pareciam ficar me olhando o tempo todo.

Finn riu, observando as pessoas que deslizavam no lago a sua frente.

Poe veio correndo, com uma bola de neve em suas mãos. Jogou com uma mira precisa na cabeça do seu amigo e acertou em cheio.

— Ah, cara. – Reclamou Finn, rindo e correndo atrás dele.

Rey tinha mostrado interesse em ir no lago, onde todos da cidade iam patinar. Nunca tinha patinado antes, e morria de curiosidade. A verdade era que apesar de Leia ter emprestado patins para ela, estava com um pouco medo de passar vergonha caindo repetidamente.

— Escuta, eu vou patinar com o Poe, coloca os seus e vem logo. – Chamou Finn.

Ela concordou com a cabeça apreensivamente. Ainda não tinha dito que não sabia patinar. Ficou sentada enquanto Finn guiava Poe, que parecia tremer um pouco em seus pés, mas ainda assim estava melhor do que ela. O latino ria, enquanto quase caía e Finn o ajudava.

Rey encheu o peito de ar e tomou coragem. Estava um pouco orgulhosa em relação a pedir ajuda.

— Você precisa de um professor. Eu posso te ensinar. – Disse uma voz grossa e profunda de repente.

Rey arqueou com susto e olhou para cima espantada, para a grande figura que surgia na sua frente. Tinha esquecido que ele também estava ali. Quando disse que queria ver o lago, Leia pediu para o filho os trazer. Primeiro tinha ficado apreensiva, mas depois decidiu ignorar ele e seu amigo ruivo.

É claro que a tarefa de ignorar seria dificultada se ele viesse conversar. Suspirou fundo, era a primeira atitude amigável que ele tinha em relação a ela. E mesmo que cogitasse recusar, não poderia fazer isso, era quase natal.

— Pode, é? Você não parece um bom professor. – Respondeu ela, levantando uma sobrancelha.

Ele não respondeu, só ficou olhando para a moça, esperando uma resposta.

Rey levantou as mãos e deu de ombros.

— Tudo bem. – Desistiu. – Mas eu nunca patinei na vida, então você vai ter que me segurar se eu cair.

Ele concordou levemente com a cabeça, oferecendo as mãos para ela levantar. Rey recusou a ajuda e ficou de pé, não muito graciosamente.

— Tente andar um pouco, para encontrar seu ponto de equilíbrio. – Aconselhou Kylo.

Ela concordou, mas assim que ele terminou de falar e tentou dar o primeiro passo, se desequilibrou e caiu com a cara na neve.

Kylo Ren olhou para a moça caída no chão por uns segundos, e demorou um pouco antes de se tocar que deveria ajudar.

— Tudo bem, acho que aceito agora. – Resmungou ela, com o rosto afundado no gelo.

E o homem segurou seus braços enquanto ela colocava as mãos em seu cotovelo. Ele a levou devagar até o gelo, onde a dificuldade aumentou potencialmente e a garota se viu um pouco apreensiva. Os pés dela deslizaram para frente e para trás e mais uma vez ela teria caído, se não fosse por Kylo Ren.

— Escute, você não tem onde se apoiar, pode segurar em mim.

Ela concordou devagar, mas seu cérebro ainda dizia para ficar o mais longe possível dele. O rapaz provavelmente a deixaria cair de propósito.

— Deixe sua cabeça firme, e foque em um ponto, precisa manter o equilíbrio. – E sem pensar muito nisso, a segurou pelos ombros e ajeitou seu rosto com uma delicadeza que não combinava com ele. As pontas dos dedos encostando levemente nas suas bochechas.

Rey olhou para baixo, sentindo o peito esquentar de vergonha e constrangimento.

— Tudo bem. – Repetiu ela, com a voz estranhamente baixa.

Nesse momento, surgindo repentinamente, Hux apareceu patinando como um anjo na neve. Ele deslizava com a graça de um profissional. Girou com a postura perfeita e deu um salto com a mesma delicadeza de um cisne. Era notório que alguns dos passos eram pura exibição, mas definitivamente era uma exibição maravilhosa.

— Exibido. – Resmungou Ben quando ele passou de novo.

— Até patinando ele parece ter uma tábua amarrada nas costas. A postura é perfeita. – Comentou Rey, impressionada. - Não sei não, mas ele parece melhor que você. Acho que quero trocar de professor.

Ela disse sorrindo, sem perceber que ele tomou como uma ofensa pessoal.

— Fique aqui. – Disse ele, e saiu deslizando na direção de Hux.

— Não, espera, eu tava brincando. Não me deixa, eu vou cair. – Exclamou a garota, com certo desespero.

Mas ele já estava quase alcançando o rapaz ruivo, e Rey tentou não mexer um músculo até ele voltar. Hux o cumprimentou com sua costumeira expressão de indiferença.

— Por que você tem que se exibir? – Indagou.

— Não estou me exibindo, estou apenas fazendo o que faço de melhor: Me sobressaindo em meio a mediocridade.

Kylo bufou.

— Tudo bem, pode parar com isso. Estou tentando ensinar a Rey. – E se virou para ir embora.

— Tenho que admitir uma coisa para você, Ren. Acredito que a garota esteja interessada em mim.

O homem se virou devagar, olhando para ele incrédulo.

— O que te faz pensar isso?

O outro deu de ombros.

— Não consigo imaginar porque não estaria. Ela me beijou em baixo do visco, e depois veio conversar, mostrando uma óbvia admiração por mim. O que é compreensível.

Kylo Ren revirou os olhos e cruzou os baços.

— Fala sério, não seja ridículo! Ela dá papo para todo mundo. Ela é educada até com meu pai, que claramente não merece educação nenhuma.

Mas isso não impediu Hux de continuar:

— Não é que eu esteja incentivando seu afeto, não acho que ela tenha as características necessárias para ser minha companheira.

— Vamos lá, ela só te beijou por causa do visco. Até eu sei que você é um péssimo partido.

Hux não ia mostrar o quanto a descrença do amigo no seu taco era ruim para o ego, mas isso só tornou a necessidade de provar que estava certo mais intensa. O interesse por ela podia ser zero, mas o prazer de ver Ren com ciúmes era irresistível.

— Acha que ela beijaria você se estivesse em baixo do visco? – E sua pergunta era um desafio.

O moreno alto hesitou.

— Sim, acho sim. Acho que faria isso com qualquer um de nós. Porque é só uma porcaria de visco!

— Muito bem, se ela também o beijar com um visco, esqueço essa conversa. Há um na barraca de chocolate-quente. Veja se ela realmente o faz, Kylo Ren.

O rapaz parecia indignado com a provocação, mas não recuaria.

— Tudo bem, que seja. E pare de se exibir. – E assim, voltou para Rey, que estava completamente perdida no meio do gelo e não tinha se movido um centímetro sequer.

Hux voltou a se movimentar com a mesma graciosidade de sempre, como se não tivesse ouvido a ameaça do amigo.

— Que bom que voltou. Achei que ia cair em um garotinho que passou correndo por mim. – E antes que ele se aproximasse mais, ela já tinha o segurado em busca de apoio. – Ele me chamou de otária e saiu patinando. Eu nunca odiei tanto uma criança na minha vida.

— Não tenha medo. Mantenha o corpo relaxado e as pernas firmes.

Rey era inteligente, e aos poucos ia se acostumando, mas ainda não se sentia segura de soltá-lo.

— Isso é muito divertido. Se eu morasse em um lugar com neve, patinaria o tempo todo. – Riu, levantando o rosto para ele. Seu sorriso era cheio de calor.

Kylo pigarreou e olhou para o outro lado, mas sabia que suas orelhas também estavam vermelhas.

— Vou tentar sozinha. – Disse ela incerta, mas soltou seus braços.

Rey deslizou o primeiro e segundo pé para frente, e pensou que estava indo bem. Deu mais uns passos incertos, mas então cada pé seu seguiu uma direção diferente e ela caiu desastrosamente em cima de uma mulher. Ben se apressou para levantar Rey, e a mulher caída olhou com raiva para os dois.

— Por que não cuida da sua namorada, amigo? – Reclamou ela, enquanto se recompunha e ia embora.

A garota em seus braços ficou com vergonha, mas sabia que não era só por ter caído mais uma vez.

— Essa gente. Não podem ver duas pessoas juntas que acham que são namorados. – Resmungou Rey.

— Você já teve muitos namorados? – E ele se xingou mentalmente por parecer tão interessado, se arrependendo no momento em que falou em voz alta. Queria enfiar a cabeça a neve para não ter que ouvir sua resposta.

— Ah, não? – Respondeu ela mesmo assim, estranhando a pergunta. – Eu não consigo me manter com ninguém por muito tempo, acho que eles vão acabar me deixando. Culpo isso a minha primeira paixão.

O rapaz engoliu em seco, olhando duramente para ela.

— Por que?

— Ah, foi há muito tempo. – Ela agradeceu estar concentrada demais enquanto tentava patinar e não ter que olhar em seus olhos enquanto falava isso. – Realmente muito tempo. Tinha esse garoto que ia sempre comprar peças na oficina do... – Hesitou, e Ren não sabia a razão. - Do homem que cuidava de mim. A gente conversava muito e eu tinha uma quedinha por ele, mas ele era mais velho e essas coisas. Um dia ele simplesmente não apareceu mais.

Ela dava um sorriso triste, olhando para baixo.

Ben agora tinha certeza que o coração batia mais rápido. Sua raiva dela abrandou terrivelmente. E no momento sentia um misto de alívio e angústia. Sua angústia provinha da sensação de que não importava nada daquilo, tinha passado tempo demais e o companheirismo do passado era só uma coisa entre crianças.

— Coisa de criança, eu nem lembro direito como ele era, nem do seu nome. Só tenho relances dos sapatos que ele usava de vez em quando, e de um colar de madeira que estava sempre com ele. Eu era muito nova, não é estranho que isso seja tudo que eu grave, não é?

Ele concordou com a cabeça devagar. Não conseguia olhar para ela.

— E você? Como foi sua primeira paixão?

— Uma loura estúpida no quarto ano. – Resmungou.

Rey riu para ele e Kylo deu um sorriso de canto de volta. Era a primeira vez que ela o via expressar algo além de insatisfação e sarcasmo.

— Não acredito, isso é um sorriso? Eu deveria me preocupar? – Perguntava ela com surpresa.

Ele continuou com o resquício mínimo do seu sorriso, mas foi suficiente para animar a garota. Rey soltou os braços dele um minuto, e percebendo que não conseguiria se manter em pé, segurou sua mão. E então acenou para seus amigos ao longe.

— Finn! Poe! Eu consegui fazer o Ben sorrir! – Gritou ela.

Sem notar que os amigos já a estavam observando, parecendo preocupados e se perguntando se era seguro deixar sua margarida perto do Jack, o Estripador.

— Cuidado, dizem que eles sorriem logo antes de atacar a presa! – Gritou Poe.

Com Poe ligeiramente cambaleante, pronto pare derrubar Finn se necessário, eles analisaram se deviam se aproximar para ver melhor a cena, mas desistiram ao receber um ameaçador golpe de olhar de Kylo Ren.

— Ah, desculpe. Eu disse Ben.

Ele olhou para Rey sem repreensão.

— Tudo bem.

E ela franziu o cenho e lhe deu um sorriso descrente.

— Sabe, você não é tão ruim quanto quer parecer. – E sem maldade nenhuma, com pura inocência. – Só parece triste na maior parte do tempo.

O homem de rosto longo e algumas sardas a encarou contemplativamente e Rey se arrependeu de ter começado a falar.

— Eu sei que não deveria abrir minha boca, e você provavelmente me acha intrometida de falar sobre quem eu nem conheço.

Rey não poderia estar mais errada, mesmo que ele não dissesse em voz alta.

— Por que escolheu aquela música?

— Bom. – A garota hesitou um pouco, com certo embaraço. Colocou uma mecha de seus cabelos bagunçados atrás da orelha. – Ela fala sobre alguém querido, fala que não quer que essa pessoa mude ou sinta ódio, mesmo com toda a dor que sentiu. Sei que parece bobo...

— Não parece. – Ele sentiu a necessidade de expressar sua opinião, mesmo que tivesse soado levemente afobado.

O moreno de feições tristes olhava para ela com certa teatralidade. Seus olhos eram pretos como tinta, manchados de um tom soturno. Havia aqueles que não se incomodariam em perceber mais do que isso, Mas Rey via, via brilho neles. E se pegou perguntando, como olhos tão escuros brilhavam com tanta intensidade?

A neve caía sobre seu rosto e contrastava com seus negros cabelos ondulados. Não trocaram sequer uma palavra. Apenas se encararam. Ainda estavam de mãos dadas, mas não patinavam mais.

— Eu acho... – Ela engoliu em seco, desviando os olhos mais uma vez. – Acho que consigo patinar sozinha agora.

E relutantemente, ele a soltou. Com movimentos brutos, ela andou um metro. Estava orgulhosa, mas mesmo assim continuou. Ben a acompanhava de perto. Mas Rey foi bem, continuava sem um bom controle, mas seu equilíbrio era razoável.

Conseguiu manter aquela forma grosseira de patinação por um minuto, e Kylo começou a achar que não cairia mais, tinha aprendido o básico. Ela sorriu para si mesma, e quando ia se virar para encará-lo, mais uma vez seus pés correram sozinhos em direções estranhas. Por reflexo, ela puxou o cachecol que Ren usava no pescoço e quando o homem tentou segurá-la, foi levado junto. As pernas de Rey subiram como em um desenho-animado, e os dois bateram com um baque no chão. Ela gemeu de dor antes de falar qualquer coisa.

— Ai, minhas costas. – Disse ela para o homem deitado no gelo ao seu lado.

Ele cerrou os olhos e agradeceu por ter impedido seu corpo enorme de cair em cima dela. Mas seus braços se tocavam, a cabeça dela estava quase apoiada em seu ombro. Seus rostos estavam próximos, bem mais do que em qualquer momento antes.

— Tudo bem, eu tenho que desistir de patinar. – E assim, ela deu uma risada nervosa de dor.

— Acho que seus amigos vão pensar que eu te derrubei. – Falou, de uma forma tão séria que Rey não conseguiu resistir e começou a rir.

Não sabia se era de nervoso, vergonha ou até medo, mas era espontâneo e doce. E quando ela ria, não era apenas na sua boca. A risada vinha dos seus olhos, no jeito que seu rosto se movia. Era o tipo de felicidade que enchia seu peito, que o fazia se sentir mais quente.

Sem nem mesmo notar, surpreendendo a garota e ele mesmo, a acompanhou com sua risada baixa, meio contida. Grave e áspera. Os cantos da sua boca se entortavam para cima, criando dobrinhas nas suas bochechas. E mesmo que seus olhos continuassem sérios, o sorriso estava lá.

Rey arregalou os olhos, ainda mais espantada que tivesse conseguido gerar tal reação. Se virou para frente dele no gelo, e continuou com sua risada sedosa. O contraste entre as duas risadas era marcante e profundo.

—Levantem do chão, seus idiotas. – Exigiu um homem que passou por eles.

Kylo sentou-se de súbito, olhando para o desconhecido com raiva. Ficou de pé e puxou a garota com uma mão só. Pensou em ir atrás dele e exigir que pedisse perdão, mas Rey olhava para ele ansiosa, e não tinha vontade de deixá-la agora.

— O que acha de tomar chocolate-quente? – Perguntou, tendo noção o quanto mudava de assunto.

E ela concordou com os lábios cerrados.

Com ajuda, Rey saiu do gelo, apoiada nele. Tirou os patins e colocou suas botas. Kylo se ofereceu para carregá-los, e relutantemente, ela aceitou. Foram andando sem trocar mais nenhuma palavra.

Hux estava dando um dos seus espetaculares giros, quando percebeu Rey e Kylo saindo do lago. Os acompanhou com seus olhos perspicazes de raposa, pronto para tirar a prova.

Ficaram na fila um pouco e Kylo Ren batia os pés impaciente. Lá estava a maldita planta. O visco esperando por eles. Mas o homem hesitou, imaginando e se enchendo de receio de ela realmente o rejeitar. Suspirou fundo, e apontou para cima. Rey seguiu seu dedo devagar, e quando percebeu o visco, não acreditou que ia ser vítima dele mais uma vez.

Mas Kylo Ren não se moveu. Continuava olhando para ela com aquela passividade mórbida, e a garota sentia os pelos eriçarem e o suor frio descendo pelo rosto. Não ia ter coragem de beijá-lo, sabia disso. Talvez fosse o modo como ele a encarava, talvez fosse o calor estranho no corpo, mas sabia que não ia conseguir. Não entendia a diferença entre ele e Hux na noite passada, mas agora se sentia extremamente insegura.

O rapaz notou sua hesitação e temeu pelo pior, antes de Rey se aproximar lentamente. Se abaixou para que ela o alcançasse, mas para seu próprio martírio, sentiu ela o beijar com gentileza em sua bochecha.


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