begin again escrita por brenalves


Capítulo 5
Nobody Touches her!


Notas iniciais do capítulo



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Annabeth

No outro dia, resolvi acordar um pouco mais tarde. As meninas nem se preocuparam. Thalia achou que foi por conta do diário e me pediu desculpas, mas disse para ela que não tinha nada a ver, disse que eu estava com dor de cabeça. Thalia contou para Piper e ela disse que sentia muito.

            Elas não sabiam que eu me auto-mutilava. E essa foi a última vez. Tomei um banho quente, arrumei meu cabelo, vesti uma roupa que escondesse meus pulsos, apesar de não estar frio.

            Minha primeira aula era de física. Quando cheguei na sala, todos estavam olhando para mim como se eu fosse louca. E de fato, eu era. Quem se veste de suéter em um dia que está fazendo quase 30 graus? Mas era para uma boa causa. As aulas foram um saco como sempre, nem prestei atenção. Na hora do intervalo, eu peguei somente frutas e água, coisas bastante refrescantes.

            Sentei-me na mesa de sempre com meus amigos. Sentei-me ao lado de Leo e Bianca. Jason estava na mesa hoje (o que foi estranho, pois Reyna não veio reclamar), e infelizmente Percy também. Mas ele nem sequer me olhou nos olhos. Eles estavam falando sobre como a Rachel (a patricinha mais idiota da escola) era insuportável. As meninas estavam falando sobre as roupas horrorosas dela, quando Thalia falou.

—Falando em roupas, acho que você deveria tirar esse suéter, Annie – disse ela apontando o garfo para o suéter – Se eu que estou de regata estou morrendo de calor, imagina você que está de suéter?

—É mesmo Annie – falou Piper ao lado de Thalia – esse suéter é lindo, mas você tem que tirar – Ela fez uma pausa como se estivesse pensando – Não vai me dizer que está com frio. Só pode ser febre. Você disse que estava com dor de cabeça hoje cedo.

—Annie! Não acredito que você está doente e não foi na enfermaria – falou Leo preocupado, com as mãos na minha testa. Mas logo franziu a testa – Mas você não está com febre.

            Antes que eu pudesse falar alguma coisa, todos estavam discutindo sobre o porquê de eu não ter ido à enfermaria. Todos os meus amigos estavam gritando e chamando a atenção de todos no refeitório. Até que um ser com cabelo ruivo mais conhecido como Rachel resolveu intervir.

—Ou ela não quer tirar o casaco para não mostrar a banha para toda a escola – disse a cabelo de fogo. Eu não estava dando a mínima para o que ela falava, mas queria sair dali o quanto antes. Logo todos começaram a gritar uns com os outros. Até que não aguentei, levantei e explodi.

—Chega! – gritei e todos do refeitório olharam para mim com cara de espanto – Vocês querem parar de brigar por causa de  uma porcaria de suéter?! Eu não vou tirar essa merda porque eu não quero. E não porque tenho “banha” – fiz aspas nessa palavra – Ou porque estou doente. Que saco! Agora vão cuidar da suas vidas ou morram!

            Peguei minha bandeja com comida e saí andando calmamente para os jardins. Não iria chorar, não com todos me olhando.

Leo

            Depois que Annie saiu, começou outra discussão sobre quem iria falar com ela.

—Cala a boca, cambada! – eu gritei – Já que eu sou o irmão querido dela, eu vou conversar com ela.

[...]

            Quando a encontrei, ela estava sentada encostada em uma árvore no jardim. Sua bandeja de comida havia sumido e ela estava com as mãos no rosto tentando esconder o choro. O que não havia funcionado. Sentei ao seu lado e comecei.

—Annie, por que você está assim? – perguntei – É por que nós armamos aquele barraco porque você não queria tirar o casaco?

            Ela olhou para mim, e ela havia chorado muito. Seus olhos estavam vermelhos. E isso não era um bom sinal, pois a Annie só chora quando algo extremamente grave acontece.

—Não Leo. Não é por isso. Bom... Em parte é, mas também por uma besteira que eu fiz – ela disse.

Refleti por um momento e depois uma possibilidade do que ela havia feito surgiu em minha cabeça.

—Annie, você não voltou a se automutilar, não é? Por favor, me diga que não – eu falei.

Eu sabia que ela já vez isso por volta dos 11 ou 12 anos. Só eu sabia nossos pais não. Eu a ajudei a parar com aquilo. Eu sabia que ela fez aquilo por bullying, mas não sabia quem era que o praticava em minha irmã. Éramos mais chegados em casa.

—Eu... – ela disse – Não, Leo. Eu não voltei a fazer isso. Não vou ser burra duas vezes.

Ela hesitou, ou seja, estava mentindo.

—Annie, se você estiver ou não fazendo isso – eu disse pegando suas mãos que ela logo retirou e não entendi o porquê – Prometa que vai parar.

—Ok – ela falou assentindo.

Ela deitou a cabeça no meu ombro e fechou os olhos. Eu tinha a leve impressão de que algo mais tinha acontecido a ela. Eu também sabia que ela tinha se automutilado pelo o que aconteceu (um motivo que para mim ainda é x), mas não queria deixá-la mais para baixo. O sinal tocou. Levantamos-nos, nos abraçamos e fomos para a próxima aula, educação física.

Annabeth

            Hoje na aula de educação física seria Queimada. Depois das meninas quase arrancarem meu suéter fora eu consegui convence-lás de ficar com o casaco. Fomos para a quadra e o professor dividiu os grupos. Felizmente ou infelizmente eu fiquei no mesmo do Jackson.

—Cupcake– falou o treinador Hedge se referindo a mim – não gostaria de tirar o suéter?

—Não treinador – eu disse – eu estou bem desse jeito.

—Não ligue treinador – falou Rachel – ela só engordou uns quilinhos e está com vergonha de mostrar. Olha Annie – disse ela virando para mim – se quiser eu te passo o número da minha nutricionista.

            Nisso todos começaram a rir. Bom, nem todos.

—Vlacas – eu disse.

—O que?! – perguntou a sonsa da Rachel – Fale na minha língua. Não falo na língua das baleias.

—Olha aqui sua sonsa sem sal – eu disse indo na direção dela – Isso é grego antigo. E o único animal que eu estou vendo aqui não é uma baleia... É simplesmente uma vaca – disse essa última parte a olhando de cima a baixo.

            Quando ela ia revidar, o treinador interviu.

—Cupcakes! Não me façam ter que levá-las para a diretoria – falou ele ficando entre nós duas.

—Ok treinador – eu disse – Não vale a pena mesmo.

[...]

Quando o treinador soprou o apito para o jogo terminar eu já não aguentava mais de calor, não aguentava nem ficar de pé. Eu ia desmaiar, mas senti dois braços me segurando e quando olho para a pessoa vejo um par de olhos verde-mar e depois disso tudo ficou escuro.

Percy

            Todos olhavam a cena espantados. Só vi Annabeth caindo em meus braços e todos vieram correndo em nossa direção.

—Ninguém toca nela! – gritei – Treinador, eu vou leva-la a enfermaria.

Ele assentiu e eu fui correndo para a enfermaria. Nunca fiquei tão preocupado com alguém. Eu gostava de Annabeth, queria ter sua amizade de volta. Mas provavelmente ela nunca me perdoaria. Mesmo eu não querendo ter feito o que eu fiz.

Flashback On:

—Luke não me obrigue a fazer isso – eu falei implorando.

Não podia me afastar de Annabeth desse jeito. Não podia ficar longe dela. Não podia vê-la sofrer. E eu não queria perder sua amizade.

—Já estou obrigando, Percy – falou Luke – E se você não fizer isso – ele tirou o diário de Annabeth de sua mochila – Eu falo para toda a escola os segredinhos de Annabeth Chase. Um envolve você meu caro Percy.

            Eu não sabia nada sobre esse diário. Eu não sabia o que nele havia escrito. Mas ela havia me dito que havia segredos que nem Leo sabia, e muito menos eu poderia saber. Sempre respeitei a escolha dela de não querer me contar, porque sabia que ela sofreria com isso. E tinha que fazer isso para não vê-la chorar e nem sofrer.

—Por que você está fazendo isso, Luke? – eu perguntei – Achei que era nosso amigo.

—Eu sou amigo DELA – ele falou – Pretendo ser mais que isso depois do que você tiver que fazer.

Você deve estar se perguntando: Como um cara dois anos mais velho que você pode destruir sua vida? Ameaçando destruir a vida da pessoa que você gosta. Luke Castellan, aquele que um dia já foi meu melhor amigo estava tirando de mim tudo o que mais me importava: Annabeth.

—Ok – eu disse. Tinha uma vontade incontrolável de bater nesse cara, mas se eu fizesse isso, traria péssimas consequências para a vida de minha melhor amiga – Eu aceito.

Flashback Off.

—Percy – era Annabeth. Ela tinha acordado – Não... Me leve para a enfermaria, por favor... Me leve para... A minha casa.

Fiz o que ela mandou, não sei por que, mas achei que ela ficaria chateada se eu a levasse para a enfermaria. Fui para o estacionamento e a coloquei em meu carro. Chegando a casa dela a levei para seu quarto e a deitei na cama. Ela estava pingando de suor, mas estava muito quente mesmo. Resolvi tirar seu suéter (só pra constar ela estava com uma outra blusa embaixo, ok?). Enquanto tirava delicadamente ela se debatia e começou a chorar. Mas eu não ia deixá-la morrer de calor. Quando vi o que vi comecei a entrar em pânico.

—Annabeth – eu gritei segurando seus cotovelos. – O que significa isso?!

            Ela se sentou na cama e começou a chorar como se não houvesse amanhã. As marcas não estavam totalmente cicatrizadas, o que significava que eram recentes. Aí me dei conta. Eu era o culpado. Eu a tinha levado a fazer aquilo.

—Annabeth – disse sentando ao seu lado – eu sinto muito. Me desculpa por ter te beijado, por ter te feito sofrer daquele jeito quando éramos menores. Eu não sabia que tinha ido tão longe. Bom, que ele tenha me feito ir tão longe.

—O-o q-que você quer dizer c-com “ele”? – ela perguntou enxugando as lágrimas em meio aos soluços.

            Contei toda a história e ela chorava silenciosamente. Não sabia se ela iria acreditar em mim, mas eu estava falando a verdade. Houve um grande silêncio depois que contei a história. Resolvi quebrá-lo.

—Olha, eu me sinto arrependido desde que te fiz tudo aquilo – eu falei – Eu sinto muito por ter te beijado. Por ter te feito sofrer coisas que você não merecia. Mas de verdade, eu sou o maior idiota do mundo. Eu quero que você me perdoe mesmo você não querendo mais me ver nunca na sua vida.

            Levantei-me e abri a porta mais ela falou:

—Espere – me virei para vê-la e ela levantou-se e veio em minha direção – Eu te perdoo Jackson – ela estendeu a mão – Amigos?

—Amigos – eu disse estendendo a mão para apertá-la, mas a mesma me fez ser puxado para um abraço.

—Eu não ligo mais para o passado – ela disse – vamos esquecer tudo aquilo que aconteceu e ficar só com as memórias boas. Antes que você pergunte, só você sabe sobre isso, o Leo desconfia. E eu prometo que eu nunca mais vou fazer isso.

—Ok, Sabidinha – eu disse – Você vai querer contar para eles?

—Não. Eu quero ficar um tempo longe deles pra ver se eu consigo processar o que aconteceu – ela disse. Aí nós percebemos que ainda estávamos nos abraçando. Desmanchos o abraço – Tenho que ficar longe de fugitivos do hospício por um tempo.

—E você daria a honra de ficar perto de um lerdo muito bonito, Sabinha? – falei fazendo uma referência.

O que arrancou um riso dela.

—Sim, mi Lorde Cabeça de Algas – ela também respondeu com uma refêrencia.

—Eu vou te proteger de tudo, Sabidinha – eu disse abraçando-a novamente – Vai ser como nos velhos tempos, só você e eu. Eu juro pelo rio Estige que sempre seremos melhores amigos.

            Depois disso, eu fui embora para a minha casa. Estava feliz por ter conquistado a amizade dela novamente. Mas antes de sair ela me explicou esse negócio de automutilação. Depois resolvi pesquisar sobre esse assunto e ajudá-la a parar. E achei formas que ela adoraria usar.

Rachel

            Eu estava testando o meu novo Drone e tinha colocado uma câmera nele. Eu estava na praça do condomínio em que morava. Tinha uma janela aberta de uma mansão, peguei meu celular para ver o que era que estava filmando. Fiquei feliz com o que vi. Chegando a minha casa assisti ao vídeo direito e fiquei um tanto chocada. Só um empurrãozinho e ela iria aprender a não mexer comigo.


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Notas finais do capítulo

look Annabeth - http://www.polyvore.com/leo_talk/set?id=184745670


continuo???



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