WSU's Karen Maximus escrita por Lex Luthor, Lucas, Nemo, WSU


Capítulo 8
CAPÍTULO VII — Negócios à Parte




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Rádio Abandonada

Dagon estava aguardando com Azathoth acorrentado ajoelhado à sua frente, sua nave ao fundo. Estavam no lado externo da antiga rádio abandonada, uma exorbitante antena com uma estrutura de treliças negras sustentadas por aço, era algo marcante além do OVNI.

A nave de Karen surge nos céus e pousa suavemente no solo. Dela saem Karen com seu traje de batalha, e o Soldado com apenas sua espada nas costas.

James pensava que se aquela tecnologia era do futuro, se fosse necessário enfrentá-lo, armas de fogo não provocariam danos, mas aquela espada não era comum.

De repente, Carmem, a nave, dispara contra a nave de Dagon.

Danos nos capacitores de fluxo irreversíveis. A nave foi inutilizada. — Respondeu o sistema do traje de Dagon.

­­            — Muito bem, vejo que estão querendo lutar — disse Dagon, em meio a atitude hostil.

— É aquela coisa: Prefiro estar preparado para lutar e não precisar, do que não estar e precisar — respondeu James.

— Você não precisa de duas naves. Aceitamos a troca — disse Karen.

— Pelo menos a inteligência de nossa raça ainda se conservou em ti, Lady Horbury — disse o príncipe Dagon jogando Azathoth a frente deles. — Contudo, você virá comigo para casa.

            Karen e o Soldado pasmaram.

— Não, Dagon! Isso não estava no trato — disse Karen.

— Agora está! — esbravejou o príncipe.

— Não, ela não vai com você — disse James, levantando a guarda.

            Dagon abriu um sorriso de uma orelha à outra.

— O que é isso? Que ofensa! — gargalhou. — Acha que é capaz de me derrotar?

— Eu aprendo rápido. — disse James. — E dessa vez tenho um motivo forte o suficiente para dar tudo de mim. —

O Soldado remove a espada das costas e se coloca em posição de combate.

— Idiota! — disse Dagon avançando para cima de James.

Dagon movia-se com velocidade sobre-humana. James, por sua, vez salta e entrando por uma brecha, aparece bem nas costas de Dagon desferindo um corte reto, pela sua armadura. Socou suas costas e desferiu um corte lateral.

Dagon rolou sobre o ombro no chão para afastar-se de James.

Dom Illus, o corte não foi muito profundo. Mas o cuidado é recomendável. O metal que compõe a espada é de origem desconhecida e parece assim como o indivíduo, exalar energia mística, proveniente de-- — dizia o sistema de seu traje.

— Quero os dados a respeito do indivíduo! — interrompeu furiosamente Dagon.

Individuo identificado como Soldado Fantasma, assassino perigoso do Século XXI. Aparentemente é um super-soldado de origem desconhecida. Cuidado é altamente recomendado.

Karen aproveitou o momento e veio pelas costas do príncipe caçador, desferindo um soco em sua cabeça, James avançou em um ataque reto.

— Leia os movimentos dos dois — exigiu Dagon, do sistema.

Entendido senhor — respondeu o traje concordando.

Dagon desviou do ataque de James indo para o lado em milésimos de segundos antes de receber o golpe. Contra-atacou socando o rosto de James com um brutal direto, seguido por um chute de esquerda nas costelas, que o fizeram ir ao chão. Dagon observou o adversário caído.

 O Soldado se recompôs levando o corpo para frente com um salto mortal, ao mesmo tempo que guardou sua espada. Abriu mais uma brecha e saiu por outra acima de Dagon. Chutou seu rosto, enquanto Karen veio pelo outro lado e socou-o com um direto de encontro, em seguida golpeou-o com uma joelhada de esquerda em estômago.

James avançou e desferiu uma sequência de socos: jab, direto, jab, direto e para finalizar um poderoso cruzado de esquerda na mandíbula.

 Tire Azathoth daqui! — disse James mentalmente.

Mas nós podemos com ele! — respondeu Karen.

Não interessa, ele está ferido e precisa de cuidados médicos — explicou o Soldado.

James sabia a verdade, Dagon era demais para ele. Porém, não se contentava sem um desafio maior.

Dagon conseguiu espaço para golpear o Soldado. Um chute bem no estômago. Foi então, que tudo se desmoronou. James tentou revidar com um gancho de esquerda, mas Dagon bloqueou e desferiu um cruzado de direita na têmpora esquerda do Soldado. Um chute frontal deslocando o Soldado para frente, o que abriu espaço para um chute alto de esquerda levando James ao chão.

Caminhou como quem estivesse fazendo a coisa mais normal. Chegando ao corpo caído, chutou seu rosto por três vezes de forma fraca, deu um último golpe mais intenso, que lançou o Soldado a uma distância considerável. Ele apagou.

— Verme miserável. — disse Dagon se aproximando do corpo. — Você vai me pagar.

Dagon virou-se para Karen, que acabara levar Azathoth desacorrentado por ela na nave.

— Você é uma vergonha para nossa raça — disse apontando para Karen.

— Eu não me importo com o que você ou com que os outros pensam, seu anacrônico idiota. Essas pessoas que você despreza deram a você a sua existência, você deveria protegê-las e não as machucar. — Partiu em direção a ele em fúria, mas Dagon disparou um raio contra ela e ela caiu antes de chegar até ele.

Karen tentou atingir Dagon com um direto. Mais rápido, o príncipe esquivou-se e desferiu uma cotovelada nas costas de Karen, que foi ao chão.

— Você é uma inútil. — disse ele a agarrando pelos cabelos — Bem como seus pais.

 Tales, por favor acorde, por favor. — Karen tentava de maneira inútil conectar-se com a mente desligada do Soldado.

— Só não te eliminarei, por honra. — disse Dagon, enquanto a arrastava pelos cabelos até sua nave.

            Azathoth já não estava mais lá.

— Por favor, — gaguejava. — Me so--.

— Cala a boca! — disse Dagon a chocando contra o chão.

Karen não queria, mas chorou.

— Para aonde foi o homem das cavernas e sua faca vermelha? — indagou o príncipe curioso.

            Uma faca é cravada numa passagem mínima na parte de traz do ombro de seu traje.

Controle térmico afetado — alertou o sistema.

Cuidado com a retaguarda, covarde. — sussurrou Azathoth em seu ouvido. — Eu sou a morte sorrateira.

            Dagon puxou-o de suas e deslocou o ombro direito, arremessando-o para frente.

— Para uma moeda de troca, você foi bem valente sobrevivendo à tortura. — olhou para Karen aos prantos. — Onde está sua coragem? — indagou Dagon rindo.

James se colocou de pé novamente. Seu corpo doía, ele sangrava e estava fraco, seu poder estava esgotado.

— Levantou? — indagou Dagon surpreso. — Não faz mal, vou amar te socar mais.

O Soldado sacou a espada e ficou em posição de combate. Ele sabia que não tinha chance alguma, sabia que ia ser derrotado e morto, mas não ia se silenciar ao ver o sofrimento alheio, ainda mais o de Karen. Dagon foi até ele tranquilamente, deixando Karen caída no chão.

— Já deve saber que veio de um futuro distante. — Andava como se caminhasse numa tarde de sábado. — Sabe qual é o seu legado Soldado? Nenhum. — Sorriu de lado. — Ninguém vai se lembrar de você como acha que é. Você é e sempre será o assassino, o terrorista, o mundo dará graças quando eu colocar fim a sua estirpe.

O Soldado procurava forças para uma reação agressiva, enquanto escutava as palavras do inimigo.

— Acha realmente que salvar uma garota vai mudar isso? — indagou Dagon.

— Não, mas a questão nunca foi mudar minha imagem. — inspirou levando ar aos pulmões. — Se trata dela.

Dagon avançou com ferocidade, enquanto James fez o mesmo. Ele tentou atingir seu oponente com um corte frontal, mas Dagon desviou, abriu sua dupla garra retrátil da mão direita. Automaticamente, as garras acenderam-se quentes como num efeito Joule e passaram suavemente arranhando as costas do traje do Soldado.

A espada cai.

James cai.

Dagon o chuta, não uma, nem duas, mas cinco vezes. Karen, despertada, vai em direção ao conflito. O príncipe caçador põe seu pé sobre o peito do Soldado e pisa firme. A terra trinca.

O Soldado olha de lado e vê a garota, que com dificuldade, ia em direção ao Soldado.

 Não, Karen. Vá embora — pensou o Soldado.

Eu não vou deixar você — respondeu Karen, por telepatia.

Mais um golpe.

 Se ele a pegar é o fim. Tire Azathoth daqui — dizia o Soldado, aos poucos desfalecendo.

Não vou, não posso. — Karen chorava, sentia a consciência de James cada vez mais distante e sabia o que isso significava.

Dagon pegou James pelo peito e o jogou de barriga pelo chão, enquanto exclamava:

— Você é apenas um lacaio dos deuses. — disse Dagon — No futuro, nós somos os deuses.

Em seguida retirou uma corda de energia de um dos seus bolsos, segurou-a pelas duas pontas e envolveu o pescoço do Soldado.

— E eu sou o seu Ragnarok — completou Dagon, asfixiando o adversário caído.

 Saia daqui Karen. Vá embora. — o pensamento falhava. — Não quero que se lembre de mim assim.

Azathoth levantou-se.

— Vá garota! — avançou em direção a Dagon.

            Dagon fez a corrente em suas mãos de chicote e golpeou Azathoth, que cai ao solo de terra.

Karen corre para a nave e se vira em um último instante. Dagon pisa nas costas do Soldado, enquanto puxa as cordas para trás. James sufoca, enquanto abraça a terra, suas mãos arranham a terra de forma exasperada e depois vão se suavizando.

Dagon retira a corda de energia de seu pescoço e ergue o corpo para Karen.

— Azathoth! — desesperou-se Karen.

Ela entra na nave, que fecha as portas. Dagon joga o corpo sem vida do Soldado.  

— Não! — grita Karen aos prantos.

            Dagon corre e finca as garras na nave.

Integridade da nave ameaçada, Lady Horbury — alerta Carmem.

Karen se dirige a sala de controle da nave.

— Carmem, volte ao tempo agora. — Chorava de cabeça baixa com as mãos apoiadas no painel. — Preciso evitar a morte dos meus amigos.

            As garras de Dagon arrastavam-se da porta até o solo da nave.

Não somos, por lei, autorizados a mudar estes acontecimentos. Desde o século XXIV, segundo o Conselho. — Karen pensava e não ouvia mais o sistema da nave.

            Ela observa Dagon socando as paredes da nave que iam cedendo. De repente, uma esperança.

— Se Dagon tomar a nave, e criar uma sociedade utópica com a elite de Hórus, nossa espécie pode ser ameaçada. — de cenho franzido, Karen tentava uma última cartada olhando para um dos monitores. — Isso é uma emergência amparada pelo Código do Conselho quatro-um-sete.

            O sistema silencia.

Operação permitida — respondeu Carmem.

— Desejo voltar para ante da morte dos meus amigos, só com a ajuda deles poderei parar Dagon.

            A nave, de repente, some da frente de Dagon.

— Se fodeu. — disse Azathoth caído e rindo como um cachorro com tosse.

— Você ainda está vivo? — indagou Dagon num misto de raiva e surpresa.

***

            Um homem e uma mulher aparecem na nave Carmem, vestes longas e douradas.

Sir Horbury Jarbas e Lady Horbury Lety. Seus pais, Lady Horbury — disse Carmem.

            Karen olhava-os boquiabertos.

— Jarbas? Meu pai? — indagou sorrindo.

            Eles a olhavam seriamente.

— Qual é gente? — ergueu a mão. — Pensei que esse meme era eterno!

— Minha filha! — disse Lety a abraçando.

            Jarbas também o fez.

— Sabíamos que conseguiria voltar para casa. — disse Jarbas.

            Karen estava confusa.

— Mas eu não queria estar aqui, eu não posso. Preciso ajudar meus amigos.

            Seus pais a olhavam sem entender.

— Programamos a ZNHU-1 para que o primeiro a usar o transporte de tempo viesse para cá. — continuou Jarbas.

— Você conseguiu, filha. — Lety sorria. — Evitou que Dagon tomasse a nave. Cuidaremos da prisão dele. — insistiu sua mãe. — Você voltou para nós. — disse apertando o abraço.

Karen afastou-se do abraço de ambos.

— Preciso voltar para lá. — Disse alterando o tom de voz. — Eles precisam de mim!

O casal se entreolha receoso.

— Não há mais como, você já evitou que um lapso temporal fosse criado. — preocupou-se. — Não há mais autorizações amparadas pela lei. — lamentou Jarbas.

            Karen desesperou-se.

— Por que fizeram isto? Vocês me abandonaram! Me entregaram para dois desconhecidos me criarem, e jogaram o destino de um mundo nas mãos de uma recém-nascida. — pôs as mãos no rosto segurando os prantos. — Eu não pertenço a vocês, não pertenço a este tempo. — olhou para os pais biológicos retendo as lágrimas. — Eu preciso voltar.

— Leil! — Lety levantou a voz.

            Jarbas com um gesto de mão, interrompeu sua esposa.

— Ela tem razão Lety. — Jarbas põe a mão no ombro de sua filha. — Você era uma recém-nascida sem registro de Hórus, não podia ser rastreada no espaço-tempo pelo Conselho, e nem por Dagon. — Encostou a cabeça da garota em seu ombro e disse. — Nos perdoe, filha. Foi uma medida desesperada. — ajoelhou-se e curvou sua cabeça diante a filha. A mãe fez o mesmo.  

— Que porra é essa? — indagou Karen.

            Levantaram-se.

— Apesar de tudo, filha, — disse Lety. — gostaria de lhe mostrar.

            Lety fez um gesto e a nave abriu vários hologramas.

— Estes são os brasões cronológicos da nossa linhagem nos últimos seiscentos anos. — disse Jarbas.

— Estes somos nós: os Horbury. — dizia Lety apontando os brasões. — Estes são os Horyusy, os Moryusv, os Maxiusv e estes são os Maximus. 

            Karen arregalou os olhos com um sorriso de surpresa na boca.

— Não queremos justificar nosso erro, mas de certa forma eles são nossos familiares. E sei que eles tornaram você no que é hoje, o nosso orgulho. — concluiu Lety.

            De repente, a surpresa tornou-se tristeza.

— Meu último momento com eles-- — seus olhos começaram a coçar. — Eu fui rude com eles. — Uma lágrima solitária percorreu lentamente seu rosto. — Eu preciso voltar pai. Preciso voltar, mãe. — implorava.

            Ambos entreolharam-se novamente.

— Ainda há um jeito — disse Jarbas.


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