WSU's Karen Maximus escrita por Lex Luthor, Lucas, Nemo, WSU


Capítulo 1
Prólogo




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Itaberá, 20:45

 

O vento soprava gélido pelas ruas da pequena cidade. Aquela noite estava tranquila, carros passavam com bastante frequência, enquanto muitas pessoas caminhavam pela praça central, um local cheio de árvores e muito bem iluminado. Dentre os pedestres, uma garota chamava a atenção.

Caminhava de forma calma, sempre observando os ares da cidadezinha do interior paulista. Usava um capuz branco, estava bastante agasalhada, devido ao rigoroso inverno, e com uma grande mochila em suas costas, como quem mochilava por todo o país. Tirou os seus óculos, usou o hálito e o casaco para limpá-los.

Legal, agora estou sozinha tentando entender o universo que me cerca.

 

Observou, colado num poste, um cartaz com foto em preto e branco.  

 

“Desaparecida. Karen Josiah Maximus, 15 anos. Vista pela última vez: 02/07/2016; São Paulo, SP. Liberdade”.

 

Chegou mais perto e, num golpe de fúria, arrancou o cartaz do poste sem que terminasse de ler, o amassando e jogando-o numa lixeira próxima.

 

Droga! Se eles soubessem o que está passando, não estariam me procurando!

 

— Olha a coxinha! — gritou a voz rouca de um trailer próximo.

Assustada, Karen Maximus repreende o vendedor.

— Ai! Que susto, seu maluco! — esbravejou ela, se recompondo logo em seguida.

— Desculpa, moça. — Abriu um simpático sorriso. — Pode pegar uma. Moça bonita não paga, mas também não leva. — Parou por um instante. — Ei, acho que conheço você.

— Não conhece, não. — Fez menção de sair.

— Karen Maximus! — Ouviu mais um grito do homem apontando para si. — A menina prodígio que derrubou os “bam-bam-bam”, no mundial de xadrez!

A atitude do vendedor chamara atenção das pessoas na praça e Karen, congelada se virou para ele.

— Você só consegue falar gritando? — indagou a garota de casaco, irritada.

Neste momento, a menina encapuzada percebeu uma figura bizarra, mas que não lhe era estranha. Estava sendo seguida. Um homem alto de barba, cabelos longos e negros como a maquiagem em suas pálpebras.

O sinal estava fechado. Do outro lado da rua, ele atravessou em direção ao ambulante, até que parou por um instante. Percebendo que o homem tira de sua longa jaqueta preta uma arma de brusco calibre e mira no vendedor, Karen fica boquiaberta.

Ela estende a mão e no mesmo instante um carro bate bruscamente no homem.

— Misericórdia! — gritou o vendedor assustado. — Nem no sinal vermelho a gente tá mais seguro, meu Jesus!

A garota saiu correndo do lugar em meio ao alvoroço e por conta do momento psicológico, não foi notada por ninguém. Correu o máximo que pôde e se afastou do perseguidor, até que, numa rua escura, foi atingida por um projétil que a envolveu numa rede de captura.

— Sua vadiazinha mirim! — esbravejou, furioso. — Acha que pode conseguir fugir de Hur, o fodão?

Ele puxou-a pela rede e Karen tocou sua mão, fechando os olhos e assim vislumbrando o que se passava pela mente de seu algoz.

 

Dinheiro, prostitutas, uísque, bolinhos de queijo e Joelma do Calypso.

 

Sentiu uma presença obscura por perto, certamente a incomodava, mas poderia ser a sua única opção de ajuda, ou não. Logo, a garota tentou comunicar-se telepaticamente.

 

Me ajude.

 

— É até um insulto me darem um serviço bosta desse, mas até que vai dar um dinheirinho — disse Hur, com uma taser carregada nas mãos.

— Gabi Amarantos é melhor do que Joelma — falou Karen, provocativa, tentando ganhar tempo.

— O que disse? — indagou Hur, fingindo não ter entendido.

— É isso mesmo! Seu roqueirinho “poser” que curte Calypso. Isso é realmente possível? — ela se pergunta.

— Ah, sua pirralha desgraçada! Metallica são deuses, assim como ela é uma diva. Você não sabe o que ela sofreu durante todos esses anos. — Um nó trava sua garganta ao falar do sofrimento da ídola.

Foi quando uma estranha figura surgiu de uma fenda chutando o homenzarrão, que solto a rede e foi parado apenas quando as costas atingiram a parede.

O caçador de Karen levantou-se sorrindo, tirou de sua jaqueta duas semiautomáticas e olhou para o seu adversário, mas nada pôde ver.

— Agora está ficando interessante — disse Hur. — Para mim, é claro.

— Não tenha tanta certeza! — devolveu a figura nas sombras.

Com um sorriso de orelha a orelha, efetuou os disparos contra o peito do que quer que se escondesse na escuridão, mas as balas foram inúteis e só ricochetearam provocando lampejos, que mostraram o alto e encorpado homem vestindo um traje tático paramilitar inteiramente negro, juntamente com uma máscara de meia face.

O agredido sacou sua pistola de um coldre de cintura e revidou, descarregando-a no peito de Hur, abrindo buracos, fazendo-o sangrar; este sorriu, enquanto as feridas se cicatrizavam.

— Desculpa soldadinho, sou melhor no que faço — disse o caçador.

— E quem perguntou? — retrucou o oponente.

Irritado, Hur avançou e agarrou os punhos de seu estranho adversário. Eles mediram força e por um instante, estavam em pé de igualdade, até que o Soldado chutou suas partes baixas.

Empunhando sua faca, o misterioso mascarado desferiu um corte lateral no rosto de seu adversário, abrindo um rasgão vermelho, enquanto uma fenda se formou na frente da arma cortante e outra apareceu nas costas do grande homem barbado, fazendo com que a mesma lâmina aparecesse na retaguarda do oponente,  atingindo-no. Ele grunhiu de dor, mas arrancou o objeto das costas, enquanto seu sangue vazava pelo local atingido.

— Cara, eu não sei quem diabos é você, mas está me enchendo. — Foi em direção ao Soldado, desferindo um direto de direita que passou no vazio, pois este desapareceu por uma fenda.

Reapareceu por trás de Hur, afastando com um chute frontal nas suas costas e golpe o fez desequilibrar-se, mas ele rolou sobre seu ombro direito virando em direção ao Soldado que atacou suas pernas com uma rasteira, derrubando-o. Uma vez que estava no chão, desferiu diversos socos no caçador até que foi afastado com um soco.

— Tenho que admitir... seus truques são bons; mas eu também tenho os meus — disse ao tirar um isqueiro do bolso e acendê-lo.

Hur soprou o isqueiro e, no mesmo instante, labaredas atingiram o Soldado em seu rosto. A meia-máscara não protegia seus olhos que foram afetados pelas chamas. Atordoado e com as mãos em seu rosto fazia com que o adversário incendiário risse da situação.

O caçador avançou, desferindo uma joelhada no estômago do atordoado incendiado. Puxou seus cabelos e desferiu outro do mesmo golpe, mas desta vez em seu rosto, o levando ao chão. Levantou-o e jogou-o com força contra uma parede.

O Soldado estava em desvantagem. Parcialmente sem visão, não estava preparado para aquela situação.

Hur rapidamente percebeu que o traje era à prova de cortes e de tiros, então decidiu tentar esfaquear o rosto. Apesar de todos os socos que o Soldado lhe aplicara, ele não parecia sentir muito os danos, que se curavam rapidamente.

Então, o caçador o segurou contra a parede e estava pronto para desferir o golpe de misericórdia, até mesmo seu oponente fechou seus olhos para não ver o corte fatal mirando no seu globo ocular esquerdo; pôde apenas escutar um grande estrondo.

Era Karen com uma grande caçamba de caminhão, que acabara de mandar o caçador contra a outra parede, em seguida o prensou ali mesmo, arremessando o objeto gigantesco em mãos. Ela ergueu novamente a peça e, de maneira brusca, golpeou o troglodita Hur soltando o peso e o deixando desacordado debaixo do imenso compartimento.

O Soldado perplexo olhou para a silhueta daquela garotinha tão esguia, se perguntando como ela havia conseguido levantar aquela caçamba e nocautear um adversário tão forte quanto ele.

— Q-quem é vo-cê? — gaguejou o Soldado. — Como fez i-is-so?

— Eu — titubeou Karen — como legumes?


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