The Prince Slayer escrita por AliceFelton
Quando o jantar foi servido, tentei esconder o quanto eu havia ficado boquiaberta. James sorriu para mim, do outro lado da mesa, ao ver o brilho em meus olhos.
— Está com fome, princesa? - perguntou Sirius
— Sim! Eu não vejo tanta comida assim desde que… - percebi que estava prestes a falar uma besteira - Desde que saí de casa.
Ele assentiu.
— Eu te levarei até as cozinhas, em outra hora, para que você possa comer fora dos horários das refeições. - disse James - Mas você também pode tocar o sino do seu quarto e pedir para os criados levarem algo.
Neguei com a cabeça.
— Eu adoraria conhecer as cozinhas. - eu disse
James sorriu e assentiu.
Euphemia pigarreou.
— Você tem lindos olhos, Lily. - ela sorriu - Espero que seus filhos o herdem.
— Mãe. - bufou James
Sorri, me lembrando da conversa que havia tido com James, no corredor, sobre possíveis comentários de teor casamenteiro de sua mãe.
Ela apenas sorriu e deu de ombros.
Encarei James e sorri, tentando dizê-lo para que não se preocupasse ou se envergonhasse. Eu não era nem mesmo a princesa, afinal.
— Sua mãe e eu éramos grandes amigas, na juventude. - disse Euphemia. - Quando me casei com Fleamont, ela veio para Hogwarts e passou dois meses aqui, para me ajudar a lidar com a pressão de ser rainha. Serei eternamente grata a ela.
Sorri.
— Minha mãe sempre foi muito gentil. - murmurei
Ela assentiu.
Severus, que estava ao meu lado, apertou minha mão por baixo da mesa. Sorri para ele.
— Quando a ameaça de Durmstrang foi detida, temos que combinar para que seus pais venham para cá. - disse Fleamont, sorrindo. - Podemos dar um grande baile.
— Outro baile? - perguntou Sirius
— Vocês têm muitos bailes? - perguntei, escondendo a pitada de raiva que queria sair no meu tom de voz.
— Praticamente todos os dias. - bufou Sirius
— Não seja bobo, Sirius. - Euphemia riu - Temos bailes apenas em ocasiões especiais, querida. E, falando nisso, o seu é daqui a uma semana.
— O meu baile? - perguntei
— É claro! - ela exclamou - Você realmente acreditou que iríamos recebê-la sem uma grande festa?
Sorri.
— Vocês não precisam se preocupar com isso…
— Deixe de besteira. - ela sorriu - Está tudo pronto! Mandei fazer alguns vestidos para você, caso você queira usar algo novo.
Assenti.
— Obrigada.
James me observava. O encarei por alguns segundos, até que ele sorriu e abaixou o olhar.
— James está ansioso para a festa. - disse Euphemia
James riu e franziu as sobrancelhas.
— Com certeza, mãe. - disse ele em tom sarcástico - Mal posso esperar para mais uma festa de proporções escandalosas. Não é como se os reinos estivessem em crise, não é mesmo?
O encarei. James sabia da situação do povo, afinal. Me perguntei se ele estaria tentando mudá-la.
— Guarde uma dança para mim. - sorri
James deu uma risadinha.
— Quantas você quiser. - ele assentiu.
— Vocês querem ficar sozinhos? - perguntou Sirius, rindo
— Sirius. - bufou Remus
James riu.
— Ele está com ciúmes, Moony. - ele murmurou
— Moony? - perguntei
— Vocês voltaram a usar esses apelidos? - perguntou Fleamont, um pouco irritado.
— Só em ocasiões especiais. - sorriu James.
— Vocês têm apelidos? - perguntei
— Quando eles eram crianças, eles gostavam de brincar que eram animais. - disse Euphemia - Eles tinham um clube…
— Não era um clube! - disse James
Euphemia suspirou.
— Eles se autodenominavam “Os Marotos” e ficavam pregando peças em todos. - continuou ela
Sirius riu.
— Nós éramos inofensivos.
Fleamont revirou os olhos.
— Quais animais vocês eram? - perguntei
— James era um veado, Sirius era um cachorro, Peter, um rato e Remus, um lobo. - disse Euphemia
— Um lobisomem. - disseram os quatro em uníssono.
— Remus não podia ser um animal normal, ele tinha que ser uma criatura mirabolante. - bufou Sirius
— Lobisomens são criaturas interessantíssimas, Sirius. - Remus protestou - Eu li…
— Leu sobre eles em um livro, eu sei. - Sirius revirou os olhos, sorrindo para Remus.
— Vocês devem ter se divertido bastante na infância. - eu sorri
James sorriu e assentiu.
— O que você costumava fazer? - ele perguntou - Do que gostava de brincar?
Abri a boca para responder mas nenhuma palavra saiu por entre meus lábios. Tirei meu olhar do do príncipe e suspirei.
— Nada de especial. - eu disse - Eu não era tão criativa.
Severus me encarou, preocupado.
— Ela gostava de brincar de boneca. - ele disse, sorrindo - Coisas normais de menina.
O encarei, irritada, mas ele deu de ombros.
James sorriu.
— Tenho certeza de que você foi uma criança adorável. - ele disse
Sorri.
Fleamont sorriu e se levantou.
— Peço licença a todos, eu e minha querida vamos para nossos aposentos. - ele disse - Boa noite.
Euphemia se levantou e segurou a mão de Fleamont.
— Boa noite, queridos. - ela disse
— Boa noite. - dissemos todos nós
Os dois saíram do salão e nós seis nos entreolhamos.
— Boa noite, pessoal. - disse Peter se levantando
— Já, Wormtail? - perguntou James, sorrindo.
— Está tarde. - Peter deu de ombros - Tenho muito trabalho para fazer amanhã.
James assentiu.
Peter saiu do salão em silêncio.
— Ele não está bem. - murmurou Remus
— Ele não tem estado bem desde a morte de seu pai. - suspirou James - Eu não sei mais o que fazer, ele não se abre comigo.
— Ele vai ficar bem. - disse Sirius, colocando a mão no ombro - Ele só precisa de mais tempo.
James assentiu.
Severus se levantou.
— Com licença. - ele disse - Boa noite.
— Boa noite, Sev. - sorri
Ele sorriu para mim.
— Te vejo amanhã. - ele disse
Com um aceno de cabeça para os meninos, ele se ausentou do salão.
— Vocês se conhecem a quanto tempo? - perguntou James
— Desde sempre. - sorri - A sua mãe era muito amiga da minha mãe.
O que era verdade.
— Achei que você tinha dito que ele era filho do braço direito do seu pai. - comentou Sirius, um pouco confuso.
Sorri.
— Isso também. - eu disse rapidamente. - Eles moram no palácio então todos são muito amigos.
Sirius sorriu.
— Quase que nem a gente. - ele disse
— Seus pais moram aqui também? - perguntei
— Meu pai morava. Agora ele está na academia da Ordem, para treinar os famosos guerreiros. - ele sorriu.
Sorri.
— E sua mãe?
Ele suspirou.
— Ela morreu quando eu tinha uns doze anos. - ele disse - Ela pegou aquela virose que se espalhou pela população na época. Não sei se foi forte em Beauxbatons, você conhece alguém que teve a doença?
Neguei com a cabeça.
— Eu sinto muito pela sua perda. - eu murmurei - Não consigo imaginar como deve ter sido ruim.
Ele assentiu.
— Obrigado. - ele sorriu - Foi bem ruim.
James apertou a mão do amigo e sorriu.
— Bom, eu e Remus estamos de saída. - Sirius disse se levantando abruptamente. - Boa noite.
Remus ficou confuso por um tempo, mas se levantou com a mesma rapidez e seguiu Sirius para fora do salão.
James riu e chacoalhou a cabeça.
— Sinto muito por isso. - ele murmurou - Eu achei que só meus pais conseguiriam ser inconvenientes desse jeito.
— Não se preocupe. - ri
Ele sorriu.
— Eu sinto muito pela mãe de Sirius. - murmurei
— Ela era maravilhosa. - ele sorriu - Foi horrível quando ela ficou doente. A virose matava com muita rapidez. Um dia ela estava bem, uma semana depois ela estava morta.
Assenti. Eu conhecia muito bem a doença.
— Seus pais nunca pensaram em ter outros filhos? - perguntei
James franziu as sobrancelhas.
— Eu não tenho certeza. - ele disse - Acho que não, eles dizem que eu sou baderneiro o bastante.
Sorri.
— Mas me conte sobre você! - ele exclamou - Eu odeio ficar falando sobre mim, eu me sinto muito arrogante.
Ri.
— Você não pode estar falando sério…
— Eu estou! - ele riu
— Eu sempre pensei que membros da realeza fossem arrogantes de nascença.
Ele deu de ombros.
— Mas você não é. - eu sorri, dizendo a verdade.
James me encarou por algum momento. Eu senti o peso daquele par de olhos castanhos sobre mim, ao mesmo tempo firmes e suaves.
— Nem você. - ele murmurou
Sorri suavemente para ele.
— Vamos. - ele disse, se levantando lentamente. - Eu te acompanho até seus aposentos, se você quiser.
— Eu adoraria. - respondi
Ele sorriu.
— Caminho longo ou curto? - ele perguntou
Sorri.
— Longo.
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Demorei 30 anos, desculpa mesmo...