Mercy escrita por Jupiter


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

* Desculpa pela demora mas agora os capítulos vão sair somente aos sábados, um sábado sim e o outro não.
* Eu escrevi esse capítulo mais rápido do que eu esperava, e talvez tenha ficado melhor do que eu pensava.
* Vamos começar a ter algumas revelações nesse capítulo, que vão dar origem em outras bem maiores.

Espero que gostem ♥



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"Você se apaixonou pelas minhas flores, mas não pelas minhas raízes; então quando o outono chegou, você não soube o que fazer..."
— Mateus William

 

8 de Fevereiro

Lebanon, Kansas

 

Hoje deveria ser mais um dia normal, todas as pessoas no Kansas iriam acordar cedo, olhar para o despertador e falarem o quanto odeiam a sua vida e o quanto o frio que estava do lado de fora era horrível para fazer qualquer coisa do lado de fora do quarto quente; mas muitas pessoas assim que olhavam pro outro lado da cama ou melhor, pra pessoa do outro lado esquecem o lado negativo que vão ser obrigados a passar resto do dia e simplesmente sorriem.

E Núria não era diferente, quando acordou e viu Dean dormiu com aquela cara de anjo e um leve sorriso nos lábios sentiu que seu dia poderia ser melhor sem nem ter levantado da cama ainda, e ter esses sentimentos só por ver ele assustava a morena. Com cuidado ela se levantou da cama tendo a certeza de que não tinha descoberto o loiro e foi até as caixas que estavam abertas ali no canto do quarto, e sem nem perceber resolveu que não iria mais viver sofrendo, escolheu uma roupa e então pegou uma de suas inseparáveis botas pretas que estavam dentro de outra caixa.

Quando já estava pronta saiu corredor a fora percebendo o quanto sentia falta de se vestir como ela mesmo e estar em um lugar que ela conhecia e confiava, e era isso que ela sentia em relação ao Bunker. Núria foi andando até a cozinha enquanto pensava o quanto aqueles corredores eram perfeitos para dançar ou só para correrem de um lado pro outro mesmo, assim que entrou na cozinha deu de cara com o Sam que parecia estar terminando de fazer um café.

— Bom dia, acordou cedo e está tão bonita aliás você é muito bonita seus olhos são lindos mas não tenho interesse mesmo você sendo toda linda e delicada. -Samuel falou nervoso atrapalhando tudo e fazendo ela rir.

— Bom dia Samuel e muito obrigada, seus olhos também são lindos na verdade são até mais lindos que os meus. -Núria respondeu parando de rir e então sorrindo enquanto pegava a xícara de café que o mesmo estendia para ela.

Os dois ficaram ali em pé no meio da cozinha se encarando, e assim que ela olhou no fundo dos olhos dele viu que ele estava arrependido do que tinha acontecido dias atrás, e quando ela sorriu pra ele, ele soube que tudo tinha sido esquecido e se sentiu muito melhor por isso.

— Estou me sentindo em uma prisão aqui, porque não vem caminhar comigo? -ela perguntou sorrindo e indo até a cafeteira pegar mais café.

 

Do lado de dentro do Bunker estava frio então quando Núria pisou do lado de fora se surpreendeu pelo fato que do lado de fora estava mais quente do que dentro do quarto em que ela mesmo dormiu; eles andaram lado a lado em silêncio enquanto aproveitando a xícara de café que eles ainda estavam tomando enquanto caminhavam.

Era um silêncio acolhedor e fazia com que cada um deles pensasse um pouco sobre o seu futuro ou passado, com tudo que já acontecia e que iria acontecer dependendo das próximas decisões.

— Dean ontem te chamou de bailarina, você faz a muito tempo ou é só uma fase pela qual você está passando? -Samuel perguntou sentando em um banco de madeira próximo da entrada do Bunker.

— Já faço a vinte anos, eu acredito que tenha sido a minha primeira paixão. -Núria falou se sentando ao lado dele, e não continuando o que sua mente pensava que era na sua segunda paixão que era os seus poderes.

Quando ela entendeu o que era os seus poderes Núria sentiu medo de si mesmo, mas depois de um tempo quando aprendeu a usar eles ela sabia que nunca mais iria conseguir viver sem eles.

 

E em um momento de distração em seus pensamentos, Núria não se viu mais ali no inverno do Kansas ao lado do Winchester mais novo e sim em frente a um lago ao lado do anjo que pouco conhecia e muito duvidava.

— Eu sou um anjo do Senhor, não vou machucar você. -Castiel falou não tirando os olhos do lado a frente deles.

— Onde estamos? -a morena perguntou tomando mais um gole do café que parecia estar mais quente que da ultima vez, e ela soube que era coisa do anjo.

— Estamos em Calgary. Sabe, se eu fosse humano quando morresse iria querer meu paraíso exatamente assim, como Calgary no inverno.

— É realmente lindo mas se você está tão fraco porque se dar ao trabalho de me trazer até aqui para me fazer um pedido que eu sei que logo depois que eu recusar ele, você vai ameaçar o meu protetor? -Núria falou ríspida indo direto ao ponto.

— Não seria a primeira vez que você iria matar alguém, e eu jamais iria ameaçar o Dean porque ele é meu amigo e meu protetor; então somente faça o que eu mando porque eu mandou. -Castiel respondeu no mesmo momento e do mesmo jeito que ele respondi tudo.

E então como tudo aconteceu na primeira vez Núria voltou exatamente ao mesmo banco que estava sentada ao lado do Samuel, como se aquele momento com o Castiel nunca tivesse existido ou como se fosse apenas coisa da sua cabeça mas ao ver as suas botas levemente sujas de neve ela acreditou que tudo era verdade e que estava sendo mesmo ameaçada por um anjo que conhecia o seu passado.

O seu passado que ninguém que estava vivo não deveria conhecer, mas aquele anjo que dizia estar ao seu lado sabia e estava usando contra ela tudo que durante um bom tempo ela queria esconder; e durante aquele tempo era diferente porque ela só tinha que esconder isso do mundo que pra ela não era importante mas agora ela tinha os meninos e a Mary e o que eles achavam era importante.

Núria via neles aquela família que ela não tinha mais, e que precisava com todas as forças para se manter focada em não deixar o seu lado ruim destruir ela inteira e quem estava por perto.

— Acho que é melhor eu levar você para dentro antes que o Dean acorde e eu seja obrigado a correr dele por ter deixado você ficar aqui fora com o frio que tá, até que minha mãe acorde para enterrar o meu corpo no quintal. -Samuel falou se levantando e estendendo a mão para que eles pudessem voltar para casa.

Assim que entraram no Bunker já viram Dean encostado na mesa analisando o que parecia ser um livro antigo enquanto tomava o que parecia ser café, ele estava bem concentrado no que estava fazendo mas não significava que ele não tinha visto os dois chegarem.

Naquele momento toda a sala estava em silêncio com exceção do barulho que as botas da Nuria faziam quando batiam nos degraus da escada que levavam até a biblioteca, mas não chegava a ser um barulho chato só era diferente do que eles estavam acostumados.

— Bom dia Dean. -Nuria falou se aproximando dele sorrindo e se sentando na mesa ao lado do livro que ele estava analisando enquanto que o Sam levava as duas xícaras até a cozinha.

— Bom dia, acordei e você não estava mais lá, fiquei preocupado. -ele falou se aproximando e beijando a sua testa.

 

P.O.V Nuria Hickman

Foi um beijo suave e carinhoso mas com grande significado tanto para ele quanto para mim, mesmo que de alguma forma eu esperasse que ele finalmente fosse possuir os meus lábios com os seus; eu sonhava com aquele momento a algum tempo e toda essa espera me fazia querer formar uma grande nuvem chuva em cima da sua cabeça somente para molhar ele mas o fato de saber que depois ele iria ficar doente me fazia desistir dessa ideia.

— O que você tanto pensa? -ele perguntou tirando os olhos daquele livro e que eu nunca tinha reparado estar ali e focando nos meus.

— Em nada muito útil, quer ajuda com esse livro? -perguntei para mudar de assunto sobre o fato de que eu pensava sobre o assassinato que eu iria ter que cometer.

Era um livro antigo escrito em latim com algumas anotações na nossa língua nas margens mas nada que realmente falasse algo importante sobre o conteúdo daquele livro, ou o porque Dean acordou decidido a entender aquele livro; peguei ele colocando sobre as minhas coxas e usando um dos lados que eu menos gostava dos meus poderes, tentei sugar todo o conhecimento que estava ali e para minha surpresa estava dando certo.

O processo era doloroso e longo dependendo do quanto fosse necessário e fazia com que meus olhos assumissem o tom cinza tempestade.

— Por que esse livro? -perguntei colocando ele em cima da mesa e saindo de perto dele.

— O que você sabe sobre ele? E o que foi isso? -Dean perguntou virando pra mim e encostando na mesa.

E então passou pela minha cabeça como contar pra ele sobre o era o livro sendo que eu sabia tão pouco sobre, e ainda teria que explicar sobre os poderes que nem eu sabia entender.

— Eu posso fazer muito mais que uma bolha de proteção a minha volta, e mesmo que naquela noite eu tenha usado eles com tanta força eu ainda consigo fazer mais e a cada dia que se passa eu descubro uma coisa diferente como o fato de conseguir sugar poderes ou de lembrar algumas coisas que não são sobre mim, e eu sei que posso fazer mais só não fique com medo de mim. -falei tudo de uma vez, após ter a certeza de que estávamos sozinhos na biblioteca e me mantendo um pouco afastada dele.

O medo que ele pudesse me matar igual eu senti no primeiro dia nem passou pela minha cabeça, eu agora tinha medo dele não me querer mais ali ou dele se afastar de mim por também estar com medo e eu não poderia julgar ele porque até eu sentia medo de mim mesmo.

— Eu não estou com medo de você, só estou curioso e impressionado. Quando for o momento eu vou estar aqui para te ajudar a descobrir mais sobre você e seus poderes. -tanto a resposta quanto o abraço me trouxeram de volta pra mim, para aquela Nuria que se mantém no controle de si.

 

Foram horas sentados ali lado a lado na mesa encarando aquele livro enquanto tomavam incontáveis xícaras de café que a Mary já havia deixado pronto antes de sair atrás de informações sobre um novo caso ali na cidade mesmo junto do Samuel, eu me mantive com as minhas botas e o casaco que antes era do Dean mas eu já tinha pegado pra mim enquanto que o Dean já estava descalço e às vezes andava de um lado pro outro atrás da minha cadeira.

— Eu preciso fazer isso, ou nunca vamos sair daqui e eu vou me sentir inútil. -falei me levantando da cadeira e começando a andar de um lado pro outro igual ao Winchester mais velho.

— Só vamos concordar sobre isso se você me falar exatamente sobre o que vamos fazer e se tem algum perigo. -ele falou parando de andar e permanecendo em pé me olhando.

Não parei de andar tentando achar um jeito de entender o que acontecia para poder falar para ele como iria acontecer, mas eu não tinha certeza de quase nada.

— Tudo que eu sei é que só consigo pegar o conhecimento do livro pra mim se for escrito ou pelos anjos ou por demônios não importando se está na nossa língua ou na língua deles o que geralmente é mais fácil do que o latim, quanta mais informação tiver nos livros mais tempo demora e mais cansada eu fico depois, o meu pai dizia que se eu sugasse o poder de outro lugar ficaria mais fácil mas eu nunca achei do que tirar o como fazer isso.

— Tudo bem, o livro está escrito em latim então é mais difícil pra você e não temos nada para que você possa tirar a magia. Então já temos um começo, esse livro pode esperar um pouco porque agora vamos cuidar do que você precisa.

Dean falou indo até uma das pilhas de livros que estavam em cima de uma mesinha perto de uma das estantes de livros que tinha ali, era mais como um diário muito usado e cheio de papéis soltos o que dava grande volume pra ele.

— Olha essa seria a primeira vez que eu vejo um diário que pode dar poder pra alguém. -falei fazendo ele rir enquanto me aproximava e sentava mais um vez em cima da mesa ao lado do diário aberto.

— Esse é o diário do meu pai, nele tem um objeto em particular que ele dizia que dava poder para qualquer pessoa que tivesse ele, muitas vezes ele tentou achar mas nunca passava das primeiras pistas porque estava em uma escrita que ele não conhecia. -ele falou rápido enquanto folheava as páginas.

— E você acha que era uma escrita de anjo ou de demônios certo? E se for exatamente isso, eu consegue ler. -falei entendendo aonde ele queria chegar com tudo aquilo.

Iríamos sair em uma caçada atrás de um objeto que não era certeza que existia para poder ler um livro antigo que eu nunca tinha reparado até aquela manhã e que ninguém sabia exatamente para que servia.

— É o que parece pelo menos, o que você acha? -ele perguntou virando o diário pra mim em um desenho de um cajado antigo com uma pedra no topo.

— Dean, da onde surgiu esse livro? -perguntei pegando o livro antigo na mão e me lembrando de coisas sobre quem havia escrito ele. - E quem é Caladriel?

— Ele apareceu essa manhã aqui no Bunker mas eu nunca tinha ouvido falar de nenhum Caladriel, você tirou esse nome do livro? -Dean perguntou se levantando da cadeira e tirando o livro de mim e me dando a mão para andarmos em direção ao “nosso” quarto.

O quarto estava mais arrumado do que quando eu tinha saído de manhã mas assim que o Dean e eu entramos lá e ele começou a arrumar o que parecia ser uma mochila com armas e alguns livros de pesquisa inclusive aquele misterioso, me sentei na cama vendo um copo de água que estava do lado que eu tinha dormido ali então sem motivo, só para testar os meu poderes comecei a fazer um redemoinho dentro dele com pequenos raios.

— Por que não começa a arrumar suas coisas, esse livro é estranho demais pra gente ficar muito tempo com ele sem saber a resposta, então vamos sair essa noite atrás do seu cajado majestade. -Dean falou dando aquele mesmo sorriso de lado que ele tinha me dado na noite de ontem no chuveiro e eu soube que mesmo não concordando com aquela ideia eu iria fazer aquela viagem por ele e por aquele sorriso.


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Notas finais do capítulo

roupa da Nuria: http://www.polyvore.com/cap5/set?id=217230090

Espero que tenham gostado, até daqui 15 dias ♥



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