Mercy escrita por Jupiter


Capítulo 27
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Eu demorei um pouco pra postar esse capítulo mas ele ficou um amor, alguns pedaços da historia vão começar a serem preenchidos nesse capítulo.
Espero que gostem ♥



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“Dear, eu não gosto quando você se fecha em sua órbita e eu fico aqui sem saber como penetrar nesse seu mundo tão restrito. Entende que eu sinto falta do teu toque? Que eu sinto saudade das suas travessuras? Eu não quero ficar de escanteio, eu quero te invadir, te sentir, ajudar no que quer que seja. É pra isso que eu estou aqui.” ~Nanda Marques.

 

08 de Junho

Tybee Island, Georgia

 

Meses haviam se passado desde que a Nuria havia ido embora, os dias ainda tinham a mesma quantidade de horas mas o clima já não era mais o mesmo desde que ela havia abandonado o Lebanon; estando a vários quilômetros de distância, em um lugar onde podia ver o mar todos os dias e já não existia mais neve a morena criou um lugar onde podia chamar de lar.

Depois de exatos três meses morando naquela cidade Matiel e Nuria já estavam vivendo normalmente mesmo que às vezes alguns mistérios sobrenaturais acabavam chegando até eles; os dois viviam em um pequeno apartamento que ficava no terceiro andar em cima de uma escola de danças onde a morena estava trabalhando como professora o que permitia ela fazer o que gostava que era dançar, todos os dias.

Matiel se acostumou mais rápido do que a morena imaginava a viver como humano, ele já tinha conseguido um trabalho como professor em uma escola pequena que ficava perto da casa deles; no início tudo parecia mais difícil mas de repente a vida deles começaram a andar para frente de modo tão natural que dava a impressão de que eles viveram daquela forma toda a sua vida.

Todos os documentos do moreno eram falsos e mesmo que tivesse dado muito trabalho conseguir com que eles fossem perfeitos e aceitos na cidade, valeu cada momento que eles ficaram concentrados naquilo.

Já estava na hora de almoço e naquele dia o Matiel só teria aulas até aquela hora o que podia dar a ele a oportunidade de não só almoçar como também observar nem que por um momento a morena dançando naquela tarde, e então poder cuidar de algumas tarefas que tinham que ser feitas para a proteção dos dois. O moreno passou no mercado antes de ir para casa, ele comprou sal grosso como fazia quase todos os dias e algumas coisas para poder fazer almoço e quando passou pelo corredor dos doces se deu conta de que já tinha um tempo que Nuria não fazia as coisas como sempre fez.

O ex Anjo começou a andar devagar para casa enquanto que mentalmente juntava os pedaços do que vinha acontecendo nos últimos três meses, a forma como muitas coisas incomuns tinham acontecido e se deu conta de como não estava fazendo o seu papel corretamente.

Matiel foi direto pro apartamento, nem mesmo passou pra ver a morena somente se concentrou em fazer almoço e arrumar a casa já que como ele ia trabalhar antes e deixava a Nuria dormindo a bagunça que ela fazia durante a manhã precisava ser arrumada por alguém; e enquanto o moreno recolhia as roupas que estavam no chão do quarto e jogava de volta na caixa, pegou uma calça vendo que tinha algo no bolso dela e descobriu mais do que queria quando viu o que era aquele papel.

Aquele papel era o resultado dos exames que haviam identificado a doença da morena, e que justificava o porquê nas últimas semanas ela não parecia muito bem e não vinha se sentindo bem.

— Cheguei! Já tá em casa Matiel? - a morena perguntou alto da porta de entrada mas quando chegou no quarto foi surpreendida por ver o seu Anjo sentado na cama de casal que eles dividiam com um papel que ela conhecia muito bem em mãos - Onde você encontrou esse papel?

— Acho que devemos começar perguntando outra coisa, como quando você ia me contar. -o moreno falou deixando bem claro que estava bravo - Eu achei que eu era a pessoa pra quem você podia contar cada detalhe do seu passado, da sua vida e do seu dia mas parece que eu estava errado.

— Não é assim Matiel, você é essa pessoa pra mim é só que eu não consegui contar. -a morena falou baixo se aproximando e parando em frente a cama onde o outro estava sentado mas sem olhar nos olhos dele.

— É exatamente assim que eu vejo, você só iria me contar quando eu chegasse em casa e encontrasse você quase morta no chão do quarto? Era esse o seu plano? -o ex Anjo falou e mesmo sem querer acabou falando mais alto do que queria - Eu não posso ficar aqui.

Matiel passou pela Nuria e seguiu apartamento afora tentando pensar em um jeito de tirar tudo que tinha na mente mas parecia que somente fazia ela parecer mais confusa e tumultuada, ele seguiu andando distraído pela cidade mas quando se deu conta já estava na praia, o lugar favorito da Nuria.

— Eu saí de lá para não ter que encarar uma verdade é acabei aqui, onde a verdade está me cercando.

 

No apartamento, Nuria se sentou na cama soltando a sua bolsa no chão e vendo que a realidade que ela queria tanto fugir estava começando a aparecer na sua frente e estava tentando destruir tudo de bom e normal que vinha acontecendo nos últimos meses; ela sabia que não podia ter uma vida normal quando estava morrendo e era cercada pelo poder sobrenatural, mas ainda sim os três meses em que viveu com o Matiel de forma tão pacífica fez com que ela esquece a verdade.

Nas últimas semanas ela começou a piorar e então os seus desconfortos passaram a se tornar tonturas, enjoos, calafrios, rosto pálido e nem mesmo os remédio conseguiam fazer com que ela se sentisse melhor por mais do que um dia e mesmo que aquele fosse o corpo dela dando um recado, ainda sim ela preferia fingir que não era com ela. Naquela mesma manhã a morena tomou o último comprimido que havia comprado antes de fugir do Lebanon, e sentada sozinha no quarto ela se deu conta de que não tinha mais para onde fugir.

Nuria já não conseguia mais esconder mesmo que quisesse e pudesse, ela precisava de ajuda, carregar todo aquele fardo estava fazendo com que ela enlouquecesse e o seu corpo sentisse ainda mais; ela se levantou pronta para sair e procurar pelo seu Anjo e mesmo que ao levantar ter sentido tontura ela não desistiu, pegando a sua bolsa que ainda estava no chão ela saiu do apartamento sem se importar em trancar a porta.

A filha da Escuridão não tinha a menor ideia de onde o Matiel podia estar mas como todas as vezes que se sentia preocupada, ela levou a mão até o seu colar colocando ele por dentro da blusa e do vestido que usava deixando em contato com a pele e então começou a caminhar sem saber ao certo para onde estava indo somente seguindo até um determinado lugar, exatamente o que o moreno havia feito, o que levou ela exatamente no lugar que ele estava.

Matiel não precisou olhar para ao lado para saber que a pessoa que se sentou na areia ao seu lado era a sua protegida, de forma sobrenatural ele conseguia sentir a presença dela antes mesmo de sentir o cheiro de flor característico do seu cabelo ou o calor do seu corpo.

— O que você faz aqui? Achei que tinha dito que não podia ficar lá e achei que você tinha entendido que era por sua causa. -o moreno falou antes que a sua protegida pudesse falar qualquer coisa.

— Eu sei o porque saiu de lá mas ainda sim eu não podia ficar lá e deixar você aqui bravo comigo; eu fui egoísta, eu quis esconder a verdade de você e de todos a minha volta porque eu queria continuar vivendo normalmente mas a minha decisão foi errada e com isso eu te magoei.

— Que bom que você tem noção que me magoou.

— Eu sei e queria poder me desculpar por isso mas não seria verdadeiro e por isso sinto muito, não me entenda mal, eu sinto muito por ter te machucado mas não sinto por ter escondido que estou doente. Eu soube a alguns meses que estou doente, na época eu tinha acabado de ter uma luta com demônios e tinha até sido torturada, meus machucados foram muitos profundos até mais profundos do que eu imaginava.

— As marcas nas suas costas, quando nos conhecemos você ainda usava curativos, durante as primeiras semanas fui eu que troquei eles.

— Foi esses mesmo, depois de brigar com eles eu fui muito afetada mas achei que poderia suportar então não fui atrás de cuidados profissionais, se passaram dois dias quando eu comecei a sentir que alguma coisa mais grave tinha acontecido comigo e aquela foi a primeira vez que eu me vi tão perto da morte, mas aconteceu que depois de me levarem ao hospital eu realmente morri. Eu fiquei morta por quase três minutos e depois entrei em coma e durante aqueles dias eu mudei completamente a vida dos Winchester, eles passaram a viver em torno de mim, e por isso que no meu último dia no hospital quando descobri que iria morrer eu decidi não contar pra ninguém.

— Você decidiu carregar esse peso sozinha para que mais ninguém pare de viver por sua causa.

— Exatamente, espero que possa pelo menos entender.

— Eu posso entender mas não quero aceitar, você sabe melhor que qualquer pessoa ou ser sobrenatural nessa terra que eu não sou como os Winchester, eu estou ofendido por você deduzir através do que viveu com eles o que iria fazer comigo; eu não sou como eles, e mesmo que quisesse não posso parar a minha vida por você, porque você é a minha vida. -Matiel falou baixo olhando para o mar mas depois apontou para o colar que a Nuria sempre carregava.

— Matiel…

— Não me venha com esses olhos dizendo Matiel, você é tudo que eu tenho, você é a minha vida, o meu mundo, sem você eu não sou nada e a prova disso você vem carregando todos os dias nos últimos meses em seu pescoço; eu dei a minha graça pra você, mas você não teve coragem de me dar a verdade, o meu coração está partido neste momento.

As palavras do moreno eram tão sinceras que saem diretamente de sua boca e iam para o coração da Nuria, e no momento em que ele olhou no fundos dos olhos castanhos dela e derramou uma lágrima solitária a morena não conseguiu mais se segurar, ela começou a chorar, um choro de desespero por ter machucado aquele que tinha dado o que lhe era mais precioso.

— Eu nem sei mais o que fazer, eu sinto que todos os planos que a gente fez foram apenas mentiras, que foram palavras vazias, sem significado, trocadas entre duas pessoas onde somente um estava sendo sincero; eu não sei mais o que fazer a partir de agora.

— Eu tive medo mas agora tendo você na minha frente me dizendo que eu parti o seu coração, o medo não me parece nada, eu sinto a cada segundo o peso das minhas decisões e me arrependo por elas. Eu sei que fiz errado, eu vejo em sua lágrima e sinto a dor em meu coração, por favor, não diga que foram palavras vazias.

— Se não foram palavras vazias, o que foram? Porque eu olho agora para o que passamos juntos e tendo descobrir se foi tudo verdade ou somente mentira, me diz o que eu devo fazer, porque eu não podia saber a verdade para que não parasse de viver, então por favor me diga o que eu faço agora.

— EU NÃO SEI O QUE FAZER, se fosse possível eu voltaria no tempo e diria para você a verdade mas eu não posso, tudo o que eu posso fazer é pedir pra que você também não me abandone; eu não posso suportar o sentimento de ser abandonada novamente, a ideia de que ninguém me ama passando em minha mente vai me matar antes mesmo do meu corpo fazer isso. -a Nuria falou em total desespero com o seu rosto todo molhado pelas lágrimas segurando firme no pingente do seu colar e no final mesmo que ela não quisesse, ela havia revelado o porque realmente não falou sobre a sua doença e aquela verdade era o que o moreno queria.

— Esse era o seu medo? Você achou que eu iria te abandonar? Você ainda não entende os meus sentimentos? Eu vou ficar com você até o meu último suspiro de vida e se acontecer de você morrer antes, eu vou viver mas jamais serei feliz novamente porque você é a base da minha felicidade então jamais pense que eu vou te abandonar. -Matiel falou baixo trazendo a morena para mais perto e abraçando ela com carinho, ele aconchegou ela com cuidado em seu peito fazendo carinho no cabelo da mesma.

— Você não vai me abandonar mesmo? -a morena perguntou baixo.

— Eu vou ficar com você e te amar até o final das nossas vidas, você é a minha jornada. -o moreno falou se afastando um pouco dela e secando as lágrimas da mesma, vendo que aos poucos ela parava de chorar e parecia se acalmar mas ela continuava pálida o que ele já estava imaginando que iria acontecer com frequência - Agora vamos pra casa, você precisa trabalhar e eu arrumar a bagunça que você faz.

Matiel se levantou estendendo a mão pra morena e carregando a mochila dela, eles foram andando lado a lado para casa e mesmo que as pessoas não tivessem visto ou ouvido a briga dos dois eles conseguiam saber somente de olhar para eles, que os dois estavam bem naquele momento.

— Acho que não vou conseguir almoçar, tenho que correr, eu já cancelei uma aula não posso perder mais uma. -Nuria falou quando chegarem em frente ao prédio em que moravam e o olhou no relógio que ficava bem na entrada da escola de dança.

— Você sabe que precisa comer, não fique por ai pulando as refeições, quando sentir fome sobe em casa pra comer alguma coisa não fique com a barriga vazia. -Matiel falou dando um beijo na bochecha da morena e subindo as escadas em direção a casa deles.

 

Nuria correu até a sala em que daria aula naquele período vendo que alguns alunos já estavam ali esperando por ela mas ainda faltava alguns o que pode dar a ela tempo de se trocar sem precisar correr, como já estava acostumada a morena não precisava mais de ajuda e de espelho para se vestir e prender o cabelo; aquela aula seria de iniciação, era uma aula com as pessoas que queriam começar a fazer ballet naquela escola e as que tinham começado a pouco tempo.

A ideia básica daquela aula era conhecer o que eles poderiam vir a aprender no futuro deles na escola, um pouco sobre a história do ballet e os professores que iriam dar as aulas; aquela aula durou uma hora e meia mas durante toda o tempo a Nuria teve a sua atenção voltada para três alunas em especiais que por algum motivo que ela não sabia causavam arrepios nela.

— A aula termina por aqui, o pagamento é feito na recepção que fica no primeiro andar e quem quiser fazer parte também é feita a matrícula lá, os pertences estão aqui na sala e tem banheiros no corredor que vocês podem usar; espero ver vocês novamente. -Nuria falou recebendo palmas quando os alunos iam saindo enquanto de despediam dela e dos colegas.

A morena não desperdiçou tempo e rapidamente arrumou a sala de ensaios assim dando pra ela quase meia hora de tempo livre antes da sua próxima aula, que era para crianças que já estavam a algum tempo na escola, assim ela teria um tempo para treinar e se manter em forma e com a mente saudável.

Nuria foi até a sua mala de ballet no canto da sala pegando a sua sapatilha de ponta e guardando a que usava para dar aulas, a sua sapatilha já não era mais nova o que fazia com que ela fosse ainda melhor para dançar. E cada vez que ela subia na ponta se sentia pronto para alcançar os céus, e cada vez que dava um gira seu coração acelerava e ela sentia que estava em seu próprio lugar, para ela dançar era como a sua própria versão em um lugar melhor onde ela podia ser ela mesmo e viver feliz.

Dançar era como se sentir feliz pouco a pouco, mesmo que depois ela se sentisse completamente cansada ainda sim ela fazia todos os dias.

 

As aulas naquele dia foram mais difíceis do que a Nuria esperava, durante todo o tempo em que ela ficou ali ela continuou sentindo aquela sensação estranha da primeira aula mas não era mais como se estivesse sendo observada, era mais como se ela tivesse se sentindo incompleta.

Já estava escuro quando a morena juntou as suas coisas e subiu lentamente as escadas para chegar em casa, como sempre acontecia a casa estava arrumada e o jantar já estava pronto mas no momento em que ela sentiu o cheiro forte de comida jogou as suas coisas no chão e correu até o banheiro vomitando as poucas coisas que tinha comido naquele dia.

— A quanto tempo você já ta assim? -Matiel falou baixo entrando no banheiro e fazendo carinho nas costas dela para depois ajudar a mesma a se levantar e lavar o rosto.

— Eu não venho sentindo muita fome mas essa é a primeira vez que o cheiro me faz mal. -a morena falou andando devagar com a ajuda do Matiel até a cama e se sentando nela.

Nuria parecia cansada, talvez por trabalhar demais, talvez por estar se alimentando ou talvez porque o seu corpo pedia por socorro; ela deitou na cama, desistindo de tentar lutar contra o que estava sentindo e se viu pronta para desistir já que ela não tinha mais arrependimentos. A morena adormeceu em meio a sua dor e confusão, sentindo que a sua cama confortável e quente parecia ser exatamente o jeito perfeito para descansar mas enquanto ela dormia Matiel viu muito mais.

O moreno abriu todas as janelas da casa deixando o cheiro da comida sair da casa e quando voltou para o quarto sentiu como se estivesse sendo observado mas ao olhar pra cama teve a certeza de que ela podia ser a sua protegida, e então naquele momento começou a se preocupar com o que estava acontecendo a sua volta; várias perguntas sem respostas começaram a invadir a sua mente de forma que nem ao menos fosse possível ter outros pensamentos.

Horas se passaram e durante todo aquele tempo Matiel ficou ao lado da morena observando ela com atenção procurando o que em toda aquela história parecia estranho, e foi em meio a esse momento de observação que ele viu a temperatura da mesma subir e o seu sono que parecia tranquilo se transformar em alucinações. O moreno desistindo de tentar acordar a Nuria pegou a chave do carro e a mochila que a garota estava usando no momento e pegando a mesma no colo desceu as escadas correndo somente batendo a porta do apartamento.

Ele já conhecia o caminho até o hospital da cidade, já que era uma cidade pequena o Anjo já tinha se encarregado de aprender muito da cidade para quando acontecesse algo parecia com o que acontecia naquele momento, ele já conhecia as rotas. No momento em que o moreno parou o carro em frente ao pronto socorro uma enfermeira se aproximou para ver o que estava acontecendo e logo voltou para dentro do hospital chamando por um médico, ao ver a mulher desacordada no banco de trás.

 

[...]

 

9 de Junho

Hospital Regional de Tybee Island

 

Nuria ficou mais de vinte e quatro horas desacordada, já era escuro quando ela finalmente começou a acordar, ela estava conectada a alguns fios que ela já entendia como algo ruim então somente fechou os olhos novamente querendo esquecer o que estava acontecendo ali e em sua vida mas no momento em que sentiu alguém apertando sua mão e reconheceu o calor do seu Anjo abriu os olhos novamente.

— Está tudo bem, pode abrir os olhos, você não está sozinha. -o moreno falou baixo se levantando e ficando onde ele podia ser visto - Não precisa falar ou sentar, vai ficar tudo bem, pode voltar a dormir se quiser.

A morena só concordou com a cabeça voltando a fechar os olhos enquanto que o Matiel voltou a sentar na poltrona ao lado da cama se concentrando mais uma vez no livro que estava lendo sobre Anjos, um dos livros que eles haviam roubado da biblioteca dos homens de letras; desde que ele soube sobre o fato da Nuria estar doente uma dúvida ficou em sua mente de forma tão profundo que um dia depois somente pensando nisso ele ainda não sabia o que fazer.

— Você é o responsável pela Senhorita Hickman, estou certo? Vamos conversar lá fora por um momento. -um senhor que o moreno já havia conhecido como o médico da Nuria falou baixando chamando o moreno para conversar do lado de fora do quarto mas de onde ainda podiam ver a garota.

— A situação dela é muito ruim? -Matiel perguntou baixo pensando em tudo que já havia lido no livro sobrenatural.

— O caso dela é muito sério, na verdade é o caso mais sério que eu já vi em toda a minha vida de médico; é como se tivesse algo brigando dentro do corpo dela, o caso é tão sério que ela já poderia estar morta a algum tempo mas tem alguma coisa mantendo ela viva e durante um tempo vivendo bem, eu vejo como um milagre. -o médico falou não conseguindo esconder o seu rosto surpreso com aquele caso que estava fazendo a sua cabeça rodar desde o dia anterior.

— Então você está me dizendo que tudo que eu posso fazer é esperar que esse milagre termine ou então cure ela? -o moreno perguntou abismado juntando as informações que havia recebido com as que tinha lido.

— Eu sou médico então preciso acreditar em ciências mas depois de ver a Senhorita Hickman eu já posso dizer que talvez exista alguma coisa a mais que do que somente o que podemos ver; mas ainda sim espero que tanto você quanto ela já comecem a viver como se fossem os últimos dias porque eles podem estar perto. Ela vai precisar de algumas coisas para fazer com que a sua vida fique mais confortável, entre elas eu sugiro a hemodiálise já que o rim dela já não está funcionando corretamente, não é necessário todos os dias porém remédio serão muitos e todos os dias. -o Doutor falou tudo com atenção lendo com cuidado a ficha que estava em sua mão.

— Então a vida dela não vai mais funcionar como antes? Aos poucos ela vai começar a ter mais complicações? -o ex Anjo perguntou com cuidado, com medo da resposta que iria receber.

— A parte confortavel acabou, a partir desse momento não vai ser fácil, ela vai precisar de muita atenção e cuidados principalmente psicológicos porque ela pode se sentir sozinha e com medo de ser abandonada então você precisa tomar conta disso; durante os dias ela pode vir a se sentir mal novamente e geralmente pessoas nessas situações não gostam de vir no hospital, então sugiro que em casos assim procure colocar ela no soro para poder hidratar e tomar os remédios que foram recomendados.

 

Não demorou muito pra Nuria ser liberada e depois de cuidados médicos e alguns exames ela realmente não só se sentia melhor como também estava aparentando melhor; Matiel havia tomado muitos cuidados enquanto esteve ao lado da morena no hospital mas ele já sabia que mais alguma coisa ainda iria acontecer, ele podia sentir que tinha alguma coisa circulando em volta deles porém ao mesmo tempo sentia que não era perigo.

A filha da escuridão usava as roupas que o seu Anjo havia preparado pra ela, e no momento em que se olhou no espelho sorriu se lembrando do que o Caladriel havia falado pra mesma mêses atrás “Seja mais como a sua Mãe, e menos como o seu pai, Mulheres como você tem o mundo aos seus pé.” ela podia se olhar no espelho naquele momento e ver o quanto parecia com a sua mãe, ela tinha tomado para si a realidade de que ela era filha da Escuridão e cada vez que usava vestidos como o que estava naquele momento podia ver no reflexo do espelho o sorriso de orgulho da Amara.

Os dois seguiram todo o caminho até a casa deles sorrindo relaxados por estarem aproveitando aquele momento. Mas quando chegaram em frente ao prédio onde moravam se surpreenderam por encontrar duas mulheres sentadas na calçada que se levantaram no mesmo momento em que a morena saiu do carro, Matiel foi rápido em se colocar entre as três mulheres mas antes mesmo que pudesse puxar uma arma foi impedido pela Nuria.

— Você é Nuria, já existe história sobre você circulando nos becos sobrenaturais principalmente por você ter feito pessoas como o Crowley temer o seu poder e por isso viemos atrás de você. -uma das mulheres falou sendo sincera e exatamente respeitosa como Antônio havia sido meses atrás.

— As duas são vampiras né? -a morena falou surpreendendo não só as pessoas a sua volta como até mesmo ela por não ter visto presas ou qualquer coisa do tipo, mas ainda sim saber o que ela eram.

— Você é realmente especial, nem ao menos falamos o que somos e foi exatamente por isso que estamos aqui, queremos implorar para que você salve o nosso grupo de ser escravizado pelos demônios ou então morto pelos caçadores, se você nos ajudar seremos eternamente gratos por sua bondade e ajuda, estaremos dispostos a fazer o que a Senhora mandar.


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Notas finais do capítulo

roupas Nuria: https://www.polyvore.com/cap26/set?id=233195961
https://www.polyvore.com/cap26/set?id=212806833
https://www.polyvore.com/cap26/set?id=235682616

Espero que tenham gostado, e que continuem acompanhando a fanfic agora que estamos mais próximos da reta final ♥



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