Mercy escrita por Jupiter


Capítulo 26
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Esse é um capítulo que pode trazer algumas surpresas pra quem está acompanhando os últimos capítulos mas espero que gostem ♥ Boa Leitura



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Você me pediu sinceridade e mentiu descaradamente, como se não soubesse fazer nada além de enganar. É como se você tivesse doutorado em brincar com os meus sentimentos e eu tivesse em ser feito de idiota por você.

— Descriar.

 

08 de Março

Lebanon, Kansas

 

O caminho de volta do Canadá para o Kansas foi ainda mais rápido do que na ida, e durante todo o caminho Dean foi concentrado na estrada e em observar pelo espelho a morena que estava no banco de trás que ficou durante toda as trinta e seis horas concentrada em ler o livro do Caladriel e escrever em um caderno que carregava em sua mochila.

No mesmo momento em que pararam em frente ao bunker Nuria juntou todas as suas coisas que estavam no carro colocando dentro da sua mochila e saindo de lá com o seu cajado, direto para o seu quarto onde trancou a porta e pode tentar respirar com calma; a morena parou em frente ao espelho com o cajado ainda em mãos vendo o quanto ela estava parecida com a sua mãe usando aquele vestido, a capa e as botas que eram diferente de todas que ela tinha e principalmente o cajado que parecia ter sido feito para ela.

— Eu tenho que ser mais como a minha mãe não é mesmo? E como eu faço isso? -a morena perguntou pra ela mesmo encostando o cajado na parede e tirando capa.

Nuria prendeu o cabelo em um coque alto mesmo sabendo que ele possivelmente estava sujo de sangue do Caladriel o que fez com que ela apressasse indo tomar um banho rápido e depois da mesma forma colocando roupas de inverno; ela enrolando uma toalha nos cabelos molhados pegou seu celular dando um toque no telefone do motel o que era um sinal que já havia sido combinado antes.

A morena começou a organizar as coisas que havia usado na viagem, o livro do Caladriel voltou para sua mochila enquanto que o caderno em que ela estava escrevendo ficou em cima do criado mudo, a capa junto com as roupas e a bota nova foram para dentro da mala que ela usava com as coisas do ballet mas que naquele momento estava vazia; foram quase vinte minutos desde que a garota ligou no motel e agora com tudo arrumado e tendo a certeza de que o Dean já estava em seu quarto dormindo, ela abriu o caderno em uma pagina que ela já havia marcado e tirando a toalha da cabeça saiu do quarto carregando a sua mochila e mala.

Do lado lado de fora do bunker, Matiel parou o carro saindo dele mesmo com o frio que fazia do lado de fora, ele ficou ali observando o céu até o momento em que viu a Nuria saindo de dentro do espaço dos homens de letra, ele deu alguns passos largos pra frente quando viu a morena soltando as coisas que carregava no chão.

— Você está bem né? Me diz que eu estou louca que tudo foi somente um sonho repleto de detalhes. -Nuria falou baixo pulando em seus braços em um abraço que pegou o mesmo de surpresa mesmo que fosse muito bom.

— Você está bem? Isso é o mais importante. -o moreno de olhos azuis falou se afastando para olhar para a sua líder que só sorriu e se agarrou mais uma vez nele, em outro abraço. - Eu estou bem e também estou orgulhoso de você, você conseguiu.

— Eu fiquei com tanto medo de perder você. -a morena falou baixo apertando ainda mais o abraço.

Eles ficaram daquela forma por um tempo e depois se separam mesmo que não quisessem, o ex anjo buscou as coisas que estavam jogadas no chão colocando as mesma no banco de trás do carro enquanto que a morena entrava no mesmo percebendo que mesmo com pouco tempo o seu carro já tinha perdido o cheiro característico do seu pai.

Como eles imaginavam a cidade estava cheia de pessoas que eles podiam reconhecer de longe como caçadores e alguns vampiros, o que depois de um tempo andando pela cidade eles viram que eram realmente poucos vampiros e que os caçadores estavam juntos o que significava que quando não achassem nenhuma pista iriam acabar procurando os Winchester o que iria gerar um problema.

— Precisamos comprar algumas coisa não é? -o moreno perguntou vendo uma placa de que logo eles iriam chegar no final da cidade.

— Vamos fazer uma parada, eu vou até a farmácia enquanto que você vai ao mercado comprar algumas coisas mas temos que ser bem rápido. -a morena falou fazendo o ex anjo encostar o carro bem em frente a farmacia que ela tinha ido na ultima vez que havia conhecido a Senhora com olhos encantadores.

Depois de estacionar o carro, cada um deles seguiu rapidamente para um lado indo atrás de resolver a missão que havia sido encarregado; Matiel entrou no mercado pegando uma cestinha e foi rapidamente andando por todos os corredores e pegando algumas coisas que eles fossem precisar mas não se esquecendo de pegar o shampoo que tinha cheiro específico do cabelo da morena.

Enquanto que a Nuria foi até farmacia levando a sua mochila onde estava guardada a sua receita que tinha recebido no hospital, mas no que ela realmente pensava era sobre os machucados que o Matiel ainda tinha que iriam precisar de curativos mas o deles já estavam acabando. No mesmo momento em que senhora que atendeu a morena na última vez olhou pra ela e reconheceu ela no exato momento,  e como da ultima vez ela soube que algo estava errado.

— Bom dia minha criança, não é muito cedo para estar em uma farmacia? -a senhora perguntou simpática se apoiando no balcão.

— Bom dia, esse pode não ser o melhor horário para estar em uma farmácia mas é um bom horário para fazer muitas outras coisas. -a morena falou sorrindo mesmo que seu coração batesse forte.

— Concordo, vai querer suprimentos pra guerra novamente? -a dona da farmácia perguntou olhando no fundo dos olhos da outra que somente concordou com a cabeça.

Não demorou muito para juntar todas as coisas que a Nuria iria precisar principalmente porque ainda estava fresco na mente da Senhora o pedido, porque mesmo ela sendo uma pessoa de idade não conseguia esquecer a garota não só pela pouca idade que ela tinha e já tomava muito remédios mas pela forma como ela tinha os ombros sobrecarregados.

— Você parece melhor que da ultima vez que eu te vi. -a senhora falou pegando o cartão que a morena estendia. - Me parece as melhoras que um novo amor faz.

— Acho que nem é tanto o novo amor, acredito que é pela liberdade. -a Nuria falou guardando o cartão e pegando a sua sacola mas antes que saísse da farmácia ela sabia que tinha que pedir um favor. - Preciso pedir algo e vou entender se você não quiser me ajudar.

— Pode falar criança.

— Preciso que você minta, talvez algumas pessoas venham procurar por mim e eu verdadeiramente não quero ser encontrada por nenhuma delas. -a morena falou sorrindo fraco, mas não era um sorriso triste ou de sofrimento era um sorriso de quem estava certa sobre a sua decisão e em paz pelo que iria fazer.

 

[...]

 

Dean acordou tarde, o céu já estava começando a ficar escuro novamente fazendo ele perceber que nem ao menos havia visto a luz do sol naquele dia e escutando barulhos na sala soube que tanto a sua mãe quanto o seu irmão haviam chegado no bunker. O loiro levantou da sua cama e depois de passar pelo banheiro seguiu até a biblioteca encontrando a sua mãe sentada em volta da mesa, e pelos rosto dela ele já soube para onde o seu irmão tinha ido.

— DEAN! ACHO QUE TEMOS UM PROBLEMA. -Sam gritou no corredor fazendo tanto o Dean quanto a Mary correrem até lá.

No momento em que o loiro chegou onde o morena estava se surpreendeu por encontrar o quarto onde a Nuria estava ficando completamente vazio, diferente dos últimos dias quando a morena sumia mas quando entravam no quarto as coisas dela estavam lá naquele momento não havia nada que indicassem que alguém usava aquele quarto.

As únicas coisas que tinham no quarto era um caderno que Dean havia visto ela escrever nele durante toda a viagem, três envelopes brancos com nomes escritos neles e o cajado do Caladriel; Sam pegou o caderno vendo que já estava aberto em uma determinada página e leu o que estava ali.

“Se vocês acharam esse caderno e estão lendo ele espero que os três estejam bem, porque o fato de vocês estarem lendo isso significa que eu não estou mais com vocês; eu sempre imaginei que deixaria algo assim pro meu pai porque eu acreditava que iria acabar morrendo antes dele mas não aconteceu e hoje eu entendo que tudo bem graças a vocês.

Eu sempre tive ótimas pessoas cuidando de mim, meu pai, o Bobby, vocês, minha mãe e agora eu achei outra pessoa então saibam que eu fui embora e vou ficar bem com isso, eu deixei uma carta pra cada pessoa separadamente. Neste caderno estão as primeiras páginas do livro do Caladriel, com o tempo vou mandar mais páginas por email mas não tentem me achar através dele.

obs: fiquem com o cajado, vocês vão saber usar ele melhor que eu. Obrigada por tudo”

Todos pararam por alguns segundos em silêncios se observando, tentando entender o porque eles haviam sido abandonados ou no caso da Mary que não se sentia confortável perto da morena, ela tentava entender o porque se sentia estranha em relação ao que estava acontecendo.

— Então ela foi mesmo embora? -a loira perguntou pegando o envelope que estava com o seu nome porém antes que tentasse pegar o cajado Castiel apareceu no quarto de um lado da cama enquanto que do outro lado apareceu a Escuridão.

Tanto o anjo quanto a Amara não traziam em seu rosto sinais claros de que o acontecimento que fez com que eles se juntassem no mesmo lugar não era algo que eles decidiram em consenso, cada um estava ali por um motivo que era completamente diferente da outra pessoa, e os Winchester que já sabiam que nos últimos tempos a morena somente ficava ao lado de sua filha começaram a imaginar o que estava acontecendo no céu para que o Castiel que sempre considerado como da família havia se transformado em inimigo.
— Me entreguem o cajado, ele pertence a Deus e aos Anjos. -o moreno de olhos azuis falou sério em sinal claro que não estava disposto a tentar explicar, ele tinha aquela mesma expressão de quando o loiro conheceu ele.
— Esse cajado é um artefato mágico, ele não pode ficar em mãos de qualquer um, não entreguem ele a Deus e aos anjos. -Amara falou calma mais em seu coração ela podia sentir como o mundo seria se aquele cajado caísse em mãos erradas, e sentiu medo pela sua filha.
— Esse cajado foi uma missão dada ao Dean, eu vou levar o cajado para o céu. -Castiel falou tentando se aproximar da cama mas tudo que a morena fez foi levantar a sua mão.
E o anjo já sabia o que aconteceria a seguir se ele não desistisse naquele momento, ele já tinha visto a Escuridão fazer isso com outro anjo quando ela ainda procurava pelo seu irmão enquanto destruía o mundo, ele se lembrava claramente de como o anjo havia virado cinzas sem o mínimo esforço.

— Se foi uma missão dada ao Dean, então pegue o cajado Dean, fique com ele e tente usar o poder do mesmo. -Escuridão falou mesmo sabendo que não iria funcionar, ela tinha que provar para aqueles que estavam ali de forma menos agressiva possível por alguém especial.

O loiro pegou o cajado na mão fazendo uma fazendo uma luz forte preencher o quarto em que estavam e o corredor do bunker enquanto que algumas palavras em latim foram ouvidas por todos “Iam et iam monuit, cum dominus maneant”; a mão do Dean começou a esquentar como se o que tivesse ali fosse algo que não pertencesse a ele, indo contra tudo o que o Castiel havia falado sobre a missão ser sua e o cajado deveria ficar com ele.

A peça mágica era poderosa e não permanecia e nem iria permanecer a ele, era um item mágico que não deveria cair nas mãos erradas, nem de humanos e principalmente de seres sobrenaturais porque eles não saberiam como o usar o poder como havia sido escrito a tanto tempo.
E então quando a luz diminuiu Dean não viu mais um cajado com cabo de madeira que parecia ter sido esculpido a mão e uma pedra mágica e preciosa na ponta, agora em sua mão estava um objeto que parecia mais com um lápis comprido, mas ainda lembrava o que momentos antes foi um cajado. Todos com exceção da Amara pareciam surpresos com o que havia acontecido ali, e nem ao menos conseguiam esconder isso em seus rosto.

— Aquela frase era em latim, o que significa? -Mary perguntou se aproximando do seu filho e tendo a certeza de que ele estava completamente bem mesmo depois de toda aquela luz forte e brilhante.

— “Já havia sido avisado, com o dono deve permanecer “ era o cajado avisando que não pode estar na mão de qualquer um, ele tem um dono desde o momento em as pessoas separadas se tornaram uma só. -a morena falou vendo que todos pareciam surpresos com exceção do Dean que parecia estar com mais medo do que outra coisa.

— Deus não vai ficar feliz com isso, ele queria o cajado para o céu. -Castiel falou vendo que não existia mais um cajado e também não existia mais o livro do Caladriel, era como se toda a sua missão tivesse sido destruída o que realmente aconteceu.

— Meu irmão vai entender, foi ele que criou a lenda e ordenou a criação do cajado e suas regras. -Amara falou tranquila como se agora todos os problemas tivessem sido resolvidos pelo menos por enquanto, ela apontou para as cartas em cima da cama e sorriu verdadeiramente - A Nuria vai ficar, ela foi embora não para fugir mas para poder começar a viver, não se preocupem, estou de olho nela.

 

Tanto a Escuridão quanto o Castiel sumiram do bunker da mesma forma como apareceram, deixando os Winchester em silêncio tentando entender o porque a vida deles sempre dava uma reviravolta e mesmo quando dava todas as pista de que iria melhorar ela parecia ainda sim querer mostrar que tudo podia dar errado.

Com o tempo passando Dean saiu daquele quarto com intenções de ir para o seu mas ao ao olhar para a sua cama onde já esteve com a Nuria e a carta que estava em sua mão desistiu de ficar naquele cômodo e saiu dali sentindo como se sua respiração fosse parar a qualquer momento, ele foi até onde seu carro estava parado e não se surpreendeu por ver o seu peneu estar furado e por um curto momento sorriu pela certeza de que a morena havia pensado em tudo.

O loiro se sentou na carro como forma de se esconder do frio e evitar olhares mesmo que não tivesse ninguém por ali como sempre, ele não tinha coragem de abrir o papel com seu nome e ainda menos para dar a certeza ao seu coração de que tudo estava se encaminhando para o fim; suas mãos tremiam e no primeiro momento em que olhou para o papel e viu as poucas palavras escritas ali, foi como ter o seu coração ferido sem nem ao menos ter sido tocado realmente.

 

“Dean,
Eu queria poder começar essa carta colocando um "Meu" antes do seu nome porém essa não é a nossa realidade nesse momento, eu já tinha uma carta escrita para você só que ela não dizia mais o que eu estou sentindo e você merece o meu melhor; a algum tempo estávamos tendo o que as pessoas chamam de Lua de mel o que foi maravilhoso já que era justamente como estávamos nos sentindo, só que essa fase passou, isso não quer dizer que eu não sinta mais aqueles sentimentos por você, só quer dizer que agora existem sentimentos mais fortes em meu coração.
Estou indo embora por um ato egoísta mas que talvez no futuro, eu veja como um ato que foi o melhor que eu podia fazer para mim no momento.
No momento eu não passo de uma mistura confusa de dor e mágoa, e não quero que você viva em meio à isso, quero que você continue com a sua vida de caçador se é o que quer mas se não for por favor tenha uma vida segura; nesse momento eu já deve estar até mesmo em outro país então não tente me procurar porque foi uma decisão minha, mesmo que eu já tenha a certeza de que já estou com saudade de você.
Nos primeiros dias que ficamos juntos, aposto que você não se lembra mas enquanto você dormia me disse que entendia de amor e agora depois de um pouco mais de um mês juntos eu acho que você estava certo, porque pela forma como eu me sentia não podia ser algo diferente de amar alguém.
Saiba que não foi por pouco amor teu que eu fui embora, eu fiquei com vocês o suficiente para aprender o que é ter uma família e a amar alguém e agora vou fazer a minha parte e amar outras pessoas; sinto muito que o nosso amor não pode viver por mais tempo, por favor, viva bem.”

 

Cada palavra escrita naquela carta, foi um sussurro sincero de um coração para outro coração e mesmo sabendo que as palavras carinhosas ainda sim machucariam, eram palavras que deveriam ser ditas; o loiro se manteve ali relendo cada palavra várias vezes tentando achar alguma coisa diferente do que tinha visto nas outras vezes mas nada mudou então tudo que ele pode fazer foi deitar a cabeça no volante e torcer para que aquele dia não passasse de um pesadelo ruim e que ele logo fosse acordar e encontrar a morena na casa.

No entanto Sam que estava dentro do bunker via de forma diferente o que acontecia ali, ele já imaginava que isso iria acabar acontecendo um dia e mesmo que torcesse para que não fosse logo ele conseguia entender os fatos que levaram eles até ali; o moreno entendia melhor o que acontecia na mente da Nuria do que seu irmão ou pelo menos entendia a parte que ela deixava ele entender, e estar ali naquele momento de volta para o seu quarto que agora só tinha as suas coisas não trazia somente pensamentos ruins, o cheiro da morena que ainda estava por todo quarto principalmente nos travesseiros fazia tudo parecer uma lembrança boa.

 

“Sammy,

Você se importa que eu te chame assim? Porque desde que eu cheguei chamei você assim algumas vezes e você nunca disse nada mas com o tempo eu percebi que nem mesmo sua mãe te chama assim, então estou feliz que por alguns momentos eu pude fazer isso.

Não tenho muito o que dizer pra você já que o pouco que eu revelava sobre mim você conseguia compreender, então você deve saber pelo menos uma fração do que sinto e penso.

Sammy, se lembre de que não importa o que aconteça ou com quem, você sempre tem que ser o melhor pra ela porque eu acredito que a palavra misericórdia vai transformar as nossas vidas. Obrigada por me amar. “

 

O moreno sorriu verdade, ele derramou uma única lágrima que pra ele foi como encerrar uma história que ele sabia desde o começo que não iria ganhar, aquela carta foi como a maneira dele de achar a sua libertação de um sentimento que no futuro só poderia fazer mal a ele mesmo; Samuel se sentou na cama, olhou para a carta uma ultima vez e então deitou trazendo um dos travesseiros pro seu rosto sentindo um cheiro gostoso mas que era diferente.

Aquele cheiro era uma mistura de flores e mar, e mesmo nunca tendo sentido aquele cheiro na Nuria ele sabia muito bem que aquele cheiro só podia ser dela, porque mais ninguém teria um cheiro tão gostoso como aquele. Não era algo que você somente sentia o cheiro, você podia ver aquela sensação nos olhos da morena.

 

Mary Winchester que não se importava com ninguém além dos seus filhos, observou os dois com atenção vendo como cada um tinha um jeito diferente de seguir com a sua vida depois de um momento em que pra ela não trazia mudanças mas que parecia estar afetando todos as suas voltas de formas diferentes porém ainda sim, de formas tristes.

Ela seguiu o seu filho mais velho até o lado de fora, e viu com dor no coração ele ler mais de uma vez aquela carta e então encostar a cabeça no volante e por um momento, a loira que não acreditava mais em Deus, rezou para que ele tirasse o sofrimento do Dean, porque no momento em que viu ele levantar a sua mão e limpar o que ela tinha certeza de que era uma lágrima, sentiu seu coração se partir.

Mas então quando entrou no bunker e passou pelo quarto do Samuel, ela viu uma reação diferente do outro filho mas ainda ela pode ver que ele também sofria, do seu jeito e com o seu sofrimento; Sammy somente estava deitado em silêncio sentindo a sua dor.

O bunker dos homens de letra era agora nada mais do que um lugar onde deveria morar caçadores, mas naquele momento somente tinha pessoas com a mente tão ocupada e cheia de pensamentos que se eles falassem não poderiam escutar a sua própria voz e então muito menos o que qualquer outra pessoa poderia falar.

 

A loira encostou a porta do quarto vendo que ele se parecia menos com um quarto de uma casa do que os dos moteis onde ela passava a noite quando estava caçando, ela olhou em volta observando que passou tanto tempo fugindo da sua realidade que nem ao menos se adaptou a sua casa.

Ela passou a sua última caçada mantendo em sua mente que o problema que estava tendo em sua família era culpa da Nuria mas agora olhando em volta, ela percebeu que tinha muito mais culpa do que qualquer outra pessoa; se sentou na cama olhando o envelope em sua mão tentando saber se iria ou não ler, se iria ou não enfrentar aquele problema.

Era uma grande decisão em sua vida, saber ou saber o que fazer de sua vida.

E Mary decidiu que naquele momento nada valia mais pra ela do que sua paz, então levantou de sua cama indo até o móvel onde guardava algumas roupas e abrindo a primeira gaveta colocou o envelope no fundo dela; onde ela saberia nos primeiros dias mas tinha planos de esquecer e talvez nunca lembrar dela e com certeza nunca saber o que estava escrito.

 

Porém se a Senhora Winchester tivesse tomado coragem naquele momento e em vez de ter se levantado e escondido a carta do seu campo de visão, se ela tivesse mantido a carta em sua mão por mais alguns momentos, se ela não tivesse guardado rancor por algo que a morena nem ao menos fez, se ela não fosse tão incapaz de mudar de ideia, ela poderia ter sido capaz de ler uma carta escrita com todo coração e que possivelmente teria mudado a sua mente.

Era questão de dar uma chance, e mudar nem que por alguns segundos o seu pensamento.

 

“Mary,

Eu sei que você não gosta e tem medo de mim, e também sei que possivelmente não vai ler esta carta mas eu sinto que preciso escrever para você pelo sentimento que possivelmente deve ser egoísmo e não por algo puro e honesto.

Eu cheguei em sua vida a pouco tempo sem que você quisesse ou permitisse, eu entrei de uma vez e me envolvi com os seus filhos de forma que eu em seu lugar jamais permitiria; eu os coloquei em perigo mais vezes do que você deve saber e com todo o meu coração sinto muito por isso.

Você já deve saber quem é a minha mãe e o quanto ela é poderosa e mesmo não querendo, sinto que estou me tornando a cada dia que passa mais parecida com ela por isso posso entender o porque sente medo de mim, eu também sinto medo as vezes então espero que agora que estou indo embora você possa fazer do bunker a sua casa como eu fiz durante esse tempo.

Sinto muito por feito mal a sua família, ter colocado eles em perigo e ter principalmente afastado vocês mas saiba que eu amei tanto o Dean quanto o Sammy, de formas diferentes mas ainda sim foi amor. Eu não tenho planos de voltar para a sua vida mas sei que não posso mandar no destino, então somente espero que não seja em situações ruins.

Viva uma longa e boa vida Mary Winchester.”


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Notas finais do capítulo

roupa Nuria: https://www.polyvore.com/cap25/set?id=217418817

Espero que tenham gostado e continuem acompanhando ♥



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