Mercy escrita por Jupiter


Capítulo 24
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei muito pra postar esse capítulo mas espero que tanto ele quanto o próximo sejam o suficiente para compensar... Boa leitura ♥

(Matiel é interpretado pelo David Giuntoli)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/721366/chapter/24

“A história só acaba, quando o último desiste.” ~Alguém aí.

 

FLASHBACK ON

Nuria estava sentada no chão de um dos vários quartos de hotel de beira de estrada em que ela já tinha passado em seus poucos anos de vida, ela estava naquele momento com treze anos e a cada dia que passava a sua curiosidade aumentava quase em proporções iguais aos seus poderes.

A morena estava concentrada em desenhar o pentagrama no chão do quarto em tinta preta enquanto o seu pai observava ela de longe ao lado do Bobby que parecia estar ali mas com a mente bem distante.

— O que você tanto pensa? -Jon perguntou cutucando o ruivo com o cotovelo, o que fez ele despertar e apontar sutilmente para a criança desenhando no chão.

— Sua filha, ela deve ser uma das pessoas mais poderosas que eu já conheci nessa minha vida de caçador e ela tem apenas treze anos, estou imaginando o que ela poderá fazer quando ficar mais velha. -Bobby falou baixo mas foi o suficiente para deixar o pai da menina com mais uma preocupação na cabeça, porque era uma realidade que ele preferia esquecer.

— Nuria, vem aqui meu amor. -Jon chamou a menina que no mesmo momento parou o que estava fazendo e se aproximou do seu pai e tio.

— O que foi? Eu fiz algo errado? Estou seguindo o desenho que sempre fazemos. -ela falou calma não entendo o que os dois queriam conversar naquele momento sendo que estava quase na hora dela ter a sua sobrecarga de poder.

— A gente precisa que você nos prometa uma coisa querida. -Bobby falou entrando na conversa já imaginando onde o seu amigo queria chegar.

— Prometer o que? Eu juro que não fiz nada de proibido, eu tenho seguido todas as regras que criamos. -a morena falou fazendo uma cara de assustada como se tivesse feito algo errado e agora teria que pagar pelo seu errado, como já tinha acontecido em outros momentos da sua vida.

— Precisamos que você prometa pra gente que sempre vai tomar cuidado com os seus poderes, você tem que prometer que nunca vai mexer com coisas que não conhece, você tem que prometer pra mim e pro seu pai que se um dia nenhum de nós dois estiver mais aqui pra cuidar de você, você nunca vai fazer principalmente viagens no tempo. -Bobby falou sério o que fez com que ela por um momento parasse tudo que passasse em sua mente.

— Por que? Qual o problema com viagens no tempo? -Nuria perguntou tranquila mas totalmente concentrada no que estava aprendendo no momento.

— Porque uma vez que você começa a viajar no tempo, você perde tudo que ficou no presente e começa a sempre querer mais poder.

FLASHBACK OFF

 

05 de Março

Em algum lugar, em outra época

 

Nuria abriu seus olhos vendo que estava parada em pé no meio de uma floresta que ela não conhecia enquanto Dean e Sam estavam jogados no chão perto dali, ela se manteve parada ali observando os dois que pareciam estar acordando naquele momento. Eles estavam perdidos, eles somente se lembravam que em um momento estavam na sala do bunker e no momento seguinte estavam acordando em uma floresta que nunca tinham conhecido.

Dean levantou antes e correu até o seu irmão ajudando o mesmo a levantar enquanto a morena se mantinha parada em seu lugar observando com cuidado tudo que acontecia à sua volta e para que caminho eles deveriam seguir naquele momento.

— Acho que está na hora de seguirmos ou não vamos conseguir encontrar o que estamos procurando antes de escurecer. -a morena falou tirando a touca da capa mas ainda mantendo ela no corpo até mesmo porque ela não estava com blusa de frio e o ar naquele lugar estava gelado e úmido.

— Antes de qualquer coisa, onde nós estamos? -Sam perguntou pegando a mala, cheia de armas e mais algumas coisas que eles talvez fossem precisar, que estava jogada ali perto dele.

— Estamos atrás da última peça que falta para termos o cajado completo, depois que conseguirmos essa parte estaremos prontos para montar ele e então nos livrarmos desse problema. -a morena respondeu olhando e apontando para o seu lado esquerdo justamente o lado onde a montanha parecia estar começando a demonstrar ser uma subida.

Dean foi na frente, subindo na direção que a Nuria havia apontado enquanto o Sam vinha atrás da mesma tendo a certeza de que nada iria acontecer com ela, aquela podia parecer de longe somente três pessoas seguindo um caminho mas na realidade a posição que eles estavam era para principalmente manter a filha da Escuridão em segurança. O caminho dava a impressão de que a cada momento ele estava ficando difícil, e mesmo que todos os três ali estivessem sentindo isso tinha uma pessoa que estava sentindo muito mais, todo o esforço que a morena estava fazendo depois de um tempo de sossego era algo novo para o seu corpo e ele estava começando a demonstrar isso de um jeito que para ela já estava começando a ser normal mas para os outros dois seria algo assustador e que iria acabar gerando pânico.

Nuria já estava quase desistindo quando finalmente chegou no alto da montanha, ela nem ao menos esperou eles realmente chegarem na clareira para descansar, somente se encostou em uma árvore se curvando com as mãos no joelho tentando respirar o que fez com que o Sam se aproximasse mais dela parando ao seu lado e alisando a sua costa.

— Dean, vem aqui, a Nuria não está respirando direito, já está começando a ficar com a boca clara. -o moreno falou alto chamando o seu irmão que correu até eles agachando na frente da garota.

— Sammy, vai olhar o que temos por aqui em volta enquanto eu cuido disso. -o loiro falou calmo observando a morena e somente depois que seu irmão foi que ele tocou nela.

Dean tirou a touca da capa que a Nuria usava forçando ela a olhar ele nos olhos, ele tirou os cabelos que estavam em seu rosto e devagar começou a respirar devagar para que ela observasse ele e fizesse a mesma coisa; mas depois de alguns segundos e a morena continuando sem respirar, o loiro colocou ela sentada no chão ficando mais alto que ela por estar ajoelhado, e fechando os olhos dela juntou os seus lábios fazendo uma respiração boca a boca.

Aos poucos a morena foi recuperando a sua consciência e mesmo que tivesse mais coisas para fazer naquele momento, ficar ali sendo o centro da atenção do Dean com a boca dele colada com a sua era algo que ela realmente queria.

— Se sente melhor? Você está voltando a sua cor natural. -o loiro falou sorrindo enquanto se afastava um pouco e colocava um fio de cabelo insistente atrás da orelha dela.

— Sinto como se pudesse respirar sozinha depois de quase morrer, muito obrigada. -ela respondeu se levantando e tomando distância para que pudesse escutar seus pensamentos.

— Não me agradeça, eu fiz isso e posso fazer muito mais, sou o seu protetor. -ele respondeu apontando com a cabeça para onde o Sam havia ido e então somente quando ela começou a andar ele foi atrás observando com atenção.

A clareira ficava a alguns metros a frente e foi justamente lá onde encontraram o Samuel que estava parado entre a entrada na clareira e a saída da floresta, e parecia tão concentrado em alguma coisa que nem notou o seu irmão e a morena se aproximando dele; parado os três lado a lado eles estavam abismados por verem o que havia exatamente no meio da clareira, era a grande árvore com diversos frutos que a garota havia visto em seus pensamentos.

— O que é isso? Eu nunca vi nada desse tipo. -Sam falou depois de um tempo em completo silêncio.

— Essa é a árvore dos frutos, e dela que vamos tirar o pau do cajado. -a morena respondeu começando a andar para mais perto da árvore vendo que os Winchester faziam o mesmo atrás dela.

A árvore dos frutos ficava exatamente no meio de toda a clareira e em um determinado momento Nuria que estava andando na frente sentiu batendo de frente com algo que lembrava uma parede mas ao seus olhos não havia nada, ela ficou parada ali e então quando percebeu que tanto o Sam quanto o Dean passaram. Por um momento ela sentiu que era somente coisa da sua cabeça mas então colocando a mão antes do corpo, sentiu que a parede realmente existia mas deveria ser somente para ela.

Os dois homens de olhos claros pararam mantendo uma certa distância da árvore e olharam para trás vendo que a morena permanecia parada no mesmo lugar olhando tudo de longe.

— Você não vai vir? Ta querendo que a gente faça o que com isso? -Dean perguntou alto não por estar longe mas sim porque aquela árvore causava arrepios nele.

— Eu não posso passar daqui, agora é com vocês. -a morena falou se apoiando na parede apenas observando eles se aproximarem mais da árvore.

Samuel que já havia lido muitos livros da biblioteca dos homens de letras mas ainda sim aquela era a primeira vez que ele via algo daquele jeito, nem mesmo em seus melhores sonhos de caçador ele já havia visto algo assim e estar ali naquele momento observando de perto mexia não só com o seu coração mas também a sua cabeça. Ele estava começando a ter sentimentos estranhos em sua mente.

E o mesmo estava acontecendo com o Dean, mas para ele só era diferente que ele não estava curioso sobre a árvore como o seu irmão estava, ele parecia mais preocupado em como algo daquele jeito não havia sido descoberto pelo mundo e destruído por não ser comum; em sua mente aqueles frutos juntos em um único tronco não foi feito por Deus então não precisava existir.

Mas enquanto os dois tinham as suas brigas internas sobre o que sua mente realmente queria dizer, Nuria observava eles vendo que os dois estavam mudando e pensava sobre o porque ela era uma das únicas que podiam chegar até ali mas não podia se aproximar da árvore. A morena estava concentrada em seus pensamentos até escutar o som do que parecia ser o de alguma pessoa caindo e justamente quando a morena começou a entender que as confusos na mente deles iria acabar levando eles a tentarem se matar.

— DEAN! Você ficou louco? Qual é o motivo disso? -Sam perguntou se levantando e empurrando o seu irmão que deu alguns passos pra trás.

— Você sabe muito bem o porque, você tá achando que essa coisa é incrível, já vi esse sentimento antes. -Dean respondeu de volta empurrando o mesmo.

A morena observava os dois sem poder se aproximar e agora sem conseguir sentir seus poderes direito, ela se sentiu como se a capa fosse a corrente que ela estava acostumada a usar em momentos de sobrecarga mas ainda sim de forma completamente diferente, enquanto era obrigada a ficar olhando para dois adultos brigando como duas crianças.

— VOCÊ TÁ QUERENDO BRIGAR POR CAUSA DESSA ÁRVORE MAS EU SEI MUITO BEM QUE TEM OUTRO MOTIVO PRA GENTE BRIGA! PORQUE SE VOCÊ QUER MOTIVO, AQUELE É UM MUITO BOM! -o moreno gritou deixando a Nuria sem entender nada do que eles estavam falando mas o Dean que entendeu exatamente sobre o que seu irmão estava falando somente deu um soco no rosto do mesmo.

O loiro deu o primeiro soco mas o mais novo não ficou para trás devolvendo mais dois, o que somente fez com que seu irmão fosse a loucura e eles começassem a se agredir sem medir esforços para machucar um ao outro. Era como se os Winchester estivessem em um ringue de luta livre onde a única pessoa que assisti não sabia o porque eles lutavam, mesmo ela sendo o motivo. A morena tentou usar os seus poderes para afastar os dois mas tudo que ela conseguiu foi fazer algumas folhas de grama à sua volta se mexerem, era como se ela estivesse completamente sem poderes, e mesmo que ela achasse que era por conta da capa ela se lembrava que sua mãe havia dito que iria protege-la então somente aguentou firme.

Aquele motivo muito bom que o Samuel havia dito, era a Nuria, ela era a única coisa, na verdade pessoa, que os dois irmãos realmente queriam e eles não estariam dispostos a brigar fisicamente por isso com a mente sã mas ali com os pensamentos bagunçados eles não viam o porque não terminar de uma vez com todos aqueles pensamentos de ciúmes e obsessão.

Em um momento de descontrole Dean empurrou seu irmão contra a árvore enforcando o mesmo, o que fez com que no mesmo momento o chão começasse a tremer e os dois serem jogados longe perto um do outro enquanto que do outro lado seres sobrenaturais começaram a aparecer o que fez com que os Winchester se esquecessem da briga entre eles e pegaram suas armas na cintura e na bolsa que estava perto dele.

E esse fato deles terem pegados armas começou a desesperar a Nuria sem ela nem saber ao certo o porque mas quando olhou novamente para os monstros tentou manter da sua mente que esse sentimento de desespero era somente por ter duas crianças entre os adultos; eles estavam de mãos dadas e pareciam ser gêmeos e faziam lembrar alguém que ela conhecia mas não sabia quem.

Sam e o loiro atacaram, começando novamente novamente a brigarem mas aquela briga com os seres sobrenaturais mexeu mais com o coração da morena do que quando os seus amigos estavam brigando entre eles; como se a cada vez que eles acertavam um monstro um pedaço do coração dela doía, como se estivesse se partindo em pequenos pedaços.

 

Nuria tentou gritar, ela batia no vidro pedindo por atenção e que em desespero eles parassem com tudo que acontecia ali mas ela nem ao menos conseguia ser ouvida ou pelo menos acreditava nisso até ver que as duas crianças encaravam ela e era possível ver nos olhos deles o medo. Os três estavam juntos, compartilhando o mesmo sentimento, eles compartilhavam medo do que podia acontecer em seguida e como se o Dean estivesse escutando os pensamentos deles, ele derrubou mais um vampiro e foi em direção as duas crianças.

— Não! PARE COM ISSO, DEAN! -a morena gritou batendo na parede até sentir suas mãos doerem e quando percebeu ela estava chorando como se sua vida dependesse disso.

E então se sentiu sobrecarregada, como se não conseguisse mais pensar sobre nada que acontecia do lado de fora dela, Nuria sentiu cada átomo do seu corpo explodindo como se todos os seus poderes estivessem escondidos ali e com o desespero eles queriam sair; o loiro estava pronto para fazer algo que nunca havia imaginado em toda a sua vida de caçador, que era matar uma uma criança.

No momento em que o Dean apontou a sua arma e as duas crianças se encolheram esperando o tiro a filha da Escuridão do lado de fora de toda a confusão, ela soltou a sua capa deixando a mesma cair no chão e soltou um grito fazendo não só seus olhos ficarem imediatamente cinzas mas todo o céu, o que fez com que todos que estavam perto da árvore parassem no mesmo lugar nem mesmo respirando.

Nuria abriu os braços recebendo um raio que caiu do céu e em vez de se machucar como teria acontecido com qualquer outra pessoa ela apenas jogou a sua cabeça para trás olhando para o céu e sorriu, ventos fortes começaram a atingir todos ali fazendo alguns se abaixarem e outros caírem no chão mas a morena apenas começou a flutuar e então nem mesmo as paredes em volta da árvore conseguiram prender ela.

Mais uma vez ela estava sendo ela mesmo e enquanto diversos raios caiam fazendo com que todos ali no chão se encolhessem assustados, por um momento a realidade veio à tona para todos fazendo Sam correr até onde a capa da morena estava mas no momento em que ele pegou a capa e olhou para cima se surpreendeu porque ela não estava somente voando.

A filha da Escuridão flutuava com os braços abertos como uma cruz e seus olhos se tornaram tão claros como um raio, ela parou em cima da árvore então uma luz azul forte se formou em volta dela fazendo ela parecer tão clara e majestosa como as pessoas esperavam que seria um anjo enquanto que tudo a sua volta era escuro. Quando ficou exatamente em cima da árvore e a luz azul ficou mais forte, uma voz doce porem sombria saiu de cada fruto ali.

— Vos elegit ut non ostenderet eis prodesse plus iuxta te, et placuit tibi ut adiuvent eos qui nesciunt quid sit optimum ad uti vires suas; qui beneficio salva vita et occidi ab hominibus te celare solebant. Propter hoc actus misericordiae liberorum meorum meritum ramos credo aliquid magni est. (Você escolheu não se mostrar para ajudar aqueles mais próximos de si, mas para ajudar aqueles que não conhecia você decidiu que era melhor usar os seus poderes; a sua bondade salvou a vida de pessoas que estão acostumadas a se esconderem e serem mortas por pessoas como você. Por conta desse seu seu ato de piedade por duas crianças, você merece um dos meus galhos e eu acredito que você vai fazer algo grandioso com ele.)

Os seres sobrenaturais e os humanos que estavam ali olharam para a árvore tentando entender o que estava acontecendo e o que exatamente eles estavam falando, tudo que eles tinham certeza é que era sobre a morena e que era em latim.

Nuria começou devagar a voltar para o chão e no momento que seus pés cobertos pelas suas botas tocaram a grama Samuel já estava lúcido depois de todo o seu momento de confusão mental, veio por trás dela jogando a sua capa em cima dela fazendo a mesma cair de joelhos no chão mas mesmo com a capa e o céu voltando a ficar claro, os olhos dela ainda permaneceram da mesma forma.

Como havia prometido um galho da árvore se soltou e foi flutuando até ficar bem na frente da morena fazendo a mesma pegar ele na mão segurando firme e então desmaiar, mesmo o moreno estando atrás dela ele não foi rápido o bastante para segurar ela mas diferente do que ele imaginava a Nuria não foi de encontro com o chão, o galho que estava em sua mão se acendeu e então ela somente foi deitando calmamente no chão. As duas crianças que haviam sido o motivo para a morena se libertar, correram para perto dela se sentando cada um de um lado dela e sorriram observando ela.

O Dean que estava acordando aos poucos olhou para a sua protegida deitada no chão teve o seu susto momentâneo mas não falou nada ao ver que o seu irmão parecia concentrado nela, ele somente se sentou um pouco mais distante de onde estava tentando entender tudo que tinha passado por sua mente e o que teria feito se não tivesse sido impedido. O loiro sabia que os seus seriam vistos como um momento em que ele estava sem controle da sua mente, mas também sabia que haveria alguém que não iria se importar com isso.

 

Foram quase vinte minutos para a Nuria acordar, e quando a mesma se sentou na grama colocando a touca da sua capa sem ainda desgrudar do galho que havia sido prometido para ela, no momento em que olhou para o lado vendo os gêmeos e olhou finalmente de perto pra eles que foi possível ver que eles eram vampiros, que todos ali eram vampiros.

A filha da Escuridão continuou sentada e sem saber o porquê ao certo, sorriu de forma verdadeira sentando em cima dos calcanhares igual as crianças que sorriram de volta pra ela inclinando a cabeça pro mesmo lado como se esperasse alguma coisa e ao fundo os adultos que também sorriam se aproximaram; Nuria estava sentada em cima dos calcanhares mas a sua capa que estava cobrindo a sua costas não permitia que as pessoas vissem, todos se sentando da mesma forma que ela em sua volta, fazendo dela o centro deles.

— A Senhora nos salvou, seremos gratos a você nesta vida e em todas as outras que a gente estiver; agora estamos libertos desse nosso sofrimento e tudo isso é graças a Senhora. -o Senhor que parecia ser o mais velho e estava sentado bem de frente pra morena falou diretamente pra ela, não se importando com os dois humanos que olhavam de longe.

— Como eu posso ter salvado vocês? Eu só quase destrui tudo por aqui, como eu pude libertar alguém? -a mesma perguntou olhando em volta sem entender sobre o que ele estava falando.

— Diversas pessoas já vieram parar aqui para conseguirem um galho da árvore dos frutos, mas cada vez que alguém se aproxima dela a mesma entra em sua mente e te força a revelar o que você tem de mais proibido e escondido, e então quando se usa violência contra ela não importa qual for ela faz com que a gente apareça e elimine as pessoas e somente alguém com as vontades puras como a sua conseguiram tirar eles do seu choque mental e libertar o meu povo para poder finalmente sair dessa prisão. -ele explicou devagar estendendo a sua mão pra filha da Escuridão.

Nuria também estendeu sua mão e quando as duas mãos se tocaram, em frente aos olhos de todos ali que observavam e escutavam a conversa dos dois se surpreenderam quando o senhor que estava sentado em frente a morena se transformou em uma luz azul e subiu em direção ao céu.

Dean e Sam que haviam sido deixados de lado de todo aquele momento apenas se afastaram alguns passos vendo todos os vampiros se levantando e um a um se aproximando da morena, e quando pegavam na mão dela eles se transformavam em uma luz brilhante e subiam até o céu deixando somente as duas crianças por último, os gêmeos se levantaram e de mãos dadas se aproximaram da Nuria mas em vez de somente dar a mão para ela eles abraçaram a mesma.

 

P.O.V Nuria Hickman

Senti os gêmeos me abraçando com força e depois somente os dois brilhos azuis que pareciam mais brilhantes que os demais, e mesmo que abraçar eles tivesse feito com que eu me sentisse preenchida ainda sim sentia que meu corpo estava cansado como se estar ali fosse cansativo pra mim e foi quando senti meus olhos voltando a cor normal deles.

Olhei para o lado vendo que estava sendo observada tanto pelo Dean quanto pelo Sam mas que eles ainda permaneciam em silêncio, então somente ignorei o olhar deles em cima de mim e me levantando, aproximei deles sem desgrudar do meu galho pronta para ir para o bunker mesmo que não tivesse planos de ficar lá depois do que aprendi sobre aquele lugar.

 

No mesmo momento que voltamos para a sala do bunker, juntei as minhas coisas que estavam na sala e segui até o meu quarto vendo que já estava quase escurecendo então deixando tanto a minha capa quando o galho da árvore dos frutos em cima da cama, fui correndo para o banheiro tentando fazer tudo o mais rápido que eu conseguia.

Lavei os meus cabelos fazendo uma anotação mental sobre passar no mercado e comprar tanto produtos pra mim quanto algumas coisas para o Matiel, vesti novamente a primeira roupa que encontrei nas caixas me certificando de pegar um casaco bem grosso e mais algumas roupas para colocar tanto na mochila que eu iria usar no momento quanto na mala que eu usava com os meus pertences do ballet.

Eu não tinha planos de usar as roupas da mala naquele momento mas em minha mente eu já estava planejando um novo passo na minha vida e seria importante já ter tudo pronto ou tudo o meu plano poderia ter sido jogado fora, e eu nem conseguia imaginar quando eu teria outra chance. Guardei a minha capa que estava em cima da cama dentro da mochila vendo que ela já estava ficando mais pesada, depois de ter colocado diversas coisas nela, guardei o galho na primeira gaveta do criado mudo onde já estava a pedra do cajado e fechei a gaveta usando um cadeado mágico que havia aprendido a muito tempo com o Bobby.

Aproveitando que o corredor dos quartos estava vazio e era possível escutar duas vozes masculinas na biblioteca, andei até o quarto do Dean pegando algumas roupas dele emprestadas para que o Matiel pudesse usar; carregando tanto a mochila nas costas quanto a mala em uma mão e a chave do carro na outra, passei pela biblioteca sendo o centro das atenções mas tendo que parar no momento em que chamaram o meu nome.

— Nuria! -Sam falou alto como se tivesse tentando me fazer de algo que eu havia esquecido, mas naquele caso era somente que eu não queria falar - Pra onde você está indo nesse horário? A gente acabou de chegar de uma missão onde você usou muitos poderes não seria melhor descansar?

— Agora você se preocupa com o que eu faço ou deixo de fazer? Porque você e o seu irmão não aproveitam pra resolver o problema que vocês tem entre vocês porque se eu tiver que resolver esse problema, não será bom pra ninguém. -falei parando no primeiro degrau da escada mas nem fazendo questão de olhar para trás.

— É perigoso você sair sozinha por ai, os vampiros que me atacaram nos últimos dias sabem o seu rosto e nesse momento a cidade está se enchendo de caçadores que estão atrás do motivo para as tempestades e os terremotos repentinos. -Dean falou e eu pude sentir que ele sorria como se o argumento dele fosse bom o bastante para me convencer a ficar no que eles chamavam de casa.

— Exatamente, quando vampiros sequestraram um caçador experiente quem salvou ele fui eu então eu acho que não tem porque eu me preocupar com eles e muito menos com os humanos. -respondi pra ele voltando a subir as escadas e saindo dali sem olhar para trás.

O caminho até o motel era bem rápido e depois de ter feito ele algumas vezes nos últimos dias sinto como se já pudesse fazer de olhos fechados, meus cabelos ainda estavam molhados pelo banho e mesmo que eu quisesse abrir as janelas para secar eles o frio não permitia. Entrei rápido pelas portas do motel para evitar o frio mas antes que pudesse passar pela recepção e subir as escadas fui parada pela mulher que sempre estava ali.

— Seu amigo está com visitas, não achei que ele fosse desse tipo de homem, dois homens chegaram não faz nem cinco minutos. -ela falou e no mesmo momento corri escadas acima tentando chegar o mais rápido que eu podia no altar, e depois correndo até o quarto.

Joguei tanto a minha mala quanto a mochila no chão deixando minhas mãos livres e no momento em que abri a porta encontrei dois homens como a mulher da recepção havia falado, e mesmo que eu não soubesse quem eles eram pela pose defensiva que o Matiel estava eu soube que era problema.

— Deve perguntar quem vocês são ou vocês vão se anunciarem e saírem sozinhos do quarto? Porque olha, esse quarto é de casal e eu vou ter que pagar uma multa se tiver mais que duas pessoas nele. -falei entrando no quarto mas deixando a porta aberta atrás de mim.

Quando eu virei o centro das atenções e pude notar que os dois já me conheciam a frase do Dean sobre as pessoas saberem o meu rosto passou pela minha mente me fazendo ter nem que por um momento pensamento sobre fazer uma cirurgia no rosto, o moreno de olhos claros estava do outro lado do quarto e mesmo estando sem a sua graça eu podia ver nele muito rancor e pouco medo.

— Só viemos falar Boa vindas a terra dos humanos pra ele filha da Escuridão, não precisa se preocupar a gente, não vamos fazer nada agora. -um dos homens falou me fazendo no mesmo momento entender claramente o que ele quis dizer.

Eles iriam embora agora para não ter que me enfrentar, mas ficariam de olho e no momento em que eu estivesse longe do Matiel, eles voltariam e iriam matar ele sem nem pensar em nada e possivel sem nem ser uma ordem do Chuck mas talvez uma ordem de alguém inferior. No momento em que o primeiro homem passou pela porta e ficou de costas pra mim eu coloquei cada mão de um lado da sua cabeça e fechando os meus olhos vaguei na mente dele até encontrar o que eu nem tinha noção do que estava procurando.

Tudo aconteceu bem rápido mas para mim parecia que o mundo a minha volta estava em câmera lenta enquanto que eu corria sozinha pelo mundo, vaguei por dentro do corpo dele vendo o quão bagunçada e caótica a sua mente era, mas só parei no momento em que encontrei um ponto azul brilhante e eu soube no mesmo momento que era a graça dele; toquei com as pontas dos dedos nela e quando abri meus olhos já estando novamente no quarto ele estava o chão e eu segurava a sua graça em uma das mãos. O outro Anjo que somente estava observando olhou pra mim de olhos arregalados e simplesmente sumiu levando o outro que estava desacordado junto, me encostei na parede sentindo que agora estava realmente cansada observando a graça de um anjo que estava em minha mão.

 

P.O.V TERCEIRA PESSOA

Matiel se aproximou da sua lider vendo que a mesma parecia completamente exausta, ao ponto de quase nem se aguentar em pé sozinha, ele colocou a mala e a mochila dela pra dentro do quarto fechando e trancando a porta, deixando as coisas dela no pé da cama ele se aproximou da mesma parando em sua frente.

— Eu podia lidar com eles, você não precisava ter feito isso. -o moreno falou entregando pra ela um vidro vazio onde a mesma colocou a graça e ajudando ela a tirar o casaco grosso que ela estava e jogando ele em cima de uma cadeira que ficava no canto do quarto.

— Eu falei que ia cuidar de você. -a morena respondeu respirando fundo sentindo tanto suas costelas quanto os machucados em suas costas doendo, fazendo a mesma se lembrar que já estava na hora de fazer novamente os curativos.

— Você já cuidou, agora é a minha vez de tomar conta de você Nuria. -Matiel falou pegando a morena no colo como se não fosse nada e levando ela até a cama, onde entregou uma toalha pra mesma secar o cabelo.

Eles ficaram sentados frente a frente se olhando enquanto a Nuria secava o cabelo com a toalha, concentrados nos olhos do outro, os castanhos mergulhados no azul; e no momento em que deitaram na cama da mesma forma que já haviam feito anteriormente e se olharam da mesma forma que fizeram momentos antes se sentiram em casa mesmo estando num quarto de motel barato.

— Se eu tiver um plano e ele me colocar em perigo ou for muito difícil, você vai estar aqui para me ajudar? -Nuria falou baixo caindo no sono mesmo não sendo muito tarde e nem escutando a resposta do Anjo.

— Eu vou estar sempre com você, vou entrar na frente de uma bala se for preciso para te salvar minha Lider.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

roupas Nuria: https://www.polyvore.com/cap22_23/set?id=229947570
https://www.polyvore.com/cap23/set?id=155852584

Espero que tenham gostado e que continuem me acompanhando não só nessa fanfic mas em todas as outras que eu escrever no decorrer desse ano que vai se iniciar, que a gente possa começar e ao decorrer desse novo ano fazer o nosso melhor ♥ FELIZ ANO NOVO!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mercy" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.