Mercy escrita por Jupiter


Capítulo 23
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Eu sinto muito por ter demorado muito pra postar esse episodio, mas eu espero que vocês gostem porque deu um pouco de trabalho ♥



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“Era como se eu estivesse flutuando cada vez mais longe no espaço, sem nada que me prendesse.” ~Alguém aí.

 

4 de Março

Lebanon, Kansas

 

Nuria que estava trancada em seu quarto no bunker desde que havia voltado para a terra na noite anterior sem dizer para ninguém que já estava de volta tanto na terra quanto no que eles chamavam de casa; ela se escondeu durante toda a noite depois de deixar o anjo no mesmo motel em que havia deixado a vampiro no dia anterior e naquela manhã antes de sair do quarto sentiu tudo ao seu redor balançar e seu corpo começando a ficar dolorido como tinha acontecido no hospital no dia em que teve alta.

O dia amanheceu frio como vinha sendo os últimos dias, mas diferentes dos dias anteriores a morena não sentia vontade de ficar deitada se escondendo do mundo, ela tinha acordado mesmo com os seus problemas com energia e cheia de coisas em sua mente que precisava contar para alguém.

Ela carregava a sacola com curativos que havia comprado na farmácia com a Senhora de olhos bonitos e simpáticos, Nuria tinha acabado de sair do banho mas não se deu ao trabalho de vestir mais do que suas roupas íntimas e uma camiseta de manga comprida do Sam que ela encontrou no quarto que antes pertencia a ele. A morena foi até o quarto onde o Sam estava dormindo durante os últimos dias e sem nem bater na porta ela entrou no quarto encontrando o mesmo já acordado e em pé na ponta da cama secando os cabelos enquanto parecia concentrado em um livro que estava aberto na cama.

— Acordou cedo, algum motivo específico? Estava esperando por alguém? -a morena perguntou se sentando na cama pegando o Sam de surpresa por ver que ela já estava ali.

Samuel olhou para ela querendo saber o porque ela havia entrado no bunker sem ninguém ver e o porque ela estava agora no quarto dele sem bater na porta ou anunciar a sua chegada, mas principalmente porque depois de ter contado para o seu irmão o que sentia no dia anterior ele se sentia pronto para talvez enlouquecer.

— DEAN! -Sam gritou da porta do quarto chamando pelo seu irmão que rapidamente apareceu na porta com uma arma em mãos como se estivesse pronto para atacar a qualquer momento.

— Por que toda essa gritaria logo… -o loiro começou a falar quando entrou no quarto mas parou quando viu quem estava sentada na cama de sua mãe mas principalmente pela roupa que vestia mesmo que não fosse algo que nenhum dois já tinha visto.

Ela estava mais uma vez somente vestindo uma camiseta, e mesmo que fosse algo que eles já tivessem visto ainda sim parece que algo na mente deles tinha mudado, e agora ela não era mais simples alguém entre eles, Nuria havia virado uma grande mulher que usava roupas que provocavam neles pensamentos intensos.

— Preciso de ajuda para trocar meus curativos, pode fazer isso por mim Sam? -a morena perguntou continuando sentada mesmo que os dois Winchester estivessem olhando para ela espantados.

— Eu posso mas vou precisar que você abra a camisa e senta na ponta da cama pra ficar mais fácil de limpar os ferimentos. -Sam falou lentamente como se ainda estivesse em choque.

— Eu sou o único que está curioso em saber como que ela apareceu do nada aqui dentro? Porque não vimos ela chegar e desde ontem quando você saiu sempre tinha alguém na biblioteca, não tinha como você ter entrado por lá sem ninguém ver. -Dean falou se encostando na porta tentando entender o que estava acontecendo e porque havia tantos segredos dentro daquele bunker nos últimos tempos.

— Eu falei que voltaria, nunca disse que iria contar para onde eu fui ou o que fui fazer lá, não é assim que vai funcionar, os meus segredos são somente meus. -a morena respondeu de forma grossa criando mais segredos.

A resposta grossa da Nuria pegou o Dean de surpresa mas no momento em que ela começou a abrir os botões da camisa xadrez que vestia, ele não conseguiu esconder a sua reação de surpresa mesmo que ele já tivesse visto ela naquelas situações ou já tivesse tocado em seu corpo mesmo que não tivesse possuído ele. O simples gesto fez ele perder o foco do que dizia ou do que pensava e Sam que estava ao seu lado da mesma forma tentava se concentrar para somente conseguir cuidar dos ferimentos da morena sem demonstrar o que realmente desejava.

Nuria viu a reação dos irmãos e sabia que era egoísmo da sua parte fazer isso com os dois mas não conseguia parar, não era a primeira vez que ela era o centro da atenção daqueles dois homens mas ela tinha nela o desejo de sempre querer mais como alguém que sempre busca mais poder; aquele poder que ia além das habilidades que herdou de sua mãe.

— Se vocês tem planos para hoje, eu sugiro que vocês cancelem, porque eu vou precisar dos dois. -a frase da morena poderia conter um duplo sentido principalmente por ela ter no mesmo momento jogado todo o seu cabelo comprido para um lado deixando suas costas amostras.
As marcas das correntes ainda estavam ali e possivelmente nunca iriam sair e mesmo que no momento em que acordou do coma ela sentiu que aquilo era mais uma das coisas que iriam para a sua lista de coisas que ela queria tirar da sua vida, agora, depois do dia anterior quando sua mãe olhou para aquelas marcas com admiração em sua mente ouve mais coisas para se orgulhar do que para reclamar.

 

Depois dos ferimentos já limpos e de ter voltado a sua blusa, Nuria foi até a sala se sentando em cima da mesa igual índio como já era de costume desde que chegou ali; Sam entregou pra ela o livro do Caladriel e algumas folhas em branco e um giz preto para desenho, enquanto que Dean colocava em volta dela alguns saquinhos de magia feito por bruxas.

Ela tinha a certeza de algumas coisas sobre o que iria acontecer em sequência mas ainda sim havia coisas que Caladriel não tinha liberado em sua mente e ela iria precisar encontrar sozinha as respostas, depois de se sentar ali e olhar tudo à sua volta a morena começou a desenhar a mesma árvore que havia visto em sua mente.

Começou com um desenho de uma árvore feito por uma garota mas logo se tornou uma mulher poderosa com olhos igual tempestades que fazia os objetos mágicos brilharem enquanto que com uma das mãos ela lia o livro como se fosse braille e com a outra desenha na folha mais detalhes sobre o que o Caladriel queria daquela vez. Nuria conseguiu ver mais do que somente a casa e a árvore com muitos frutos, ela agora podia ver com clareza um homem vestido com roupas de outra época das que a mulher que ela já tinha visto vestia; algo no rosto da mulher dizia que ela não era somente humana enquanto que ao olhar para o homem a morena via um rosto conhecido.

Aquela foi a vez onde a Nuria passou mais tempo mergulhada em sua mente vendo algo que somente faria sentido para ela, Sam e Dean observavam ela de perto mas conforme ela começou a fazer os saquinhos de feitiço flutuarem em volta dela, eles tomaram uma distância segura.

— Você já viu ela fazendo algo assim? -Sam perguntou baixo pro Dean como se tivesse medo de desconcentrar a morena.

— Sem ser dentro do pentagrama essa é a primeira vez sem contar aquela vez no campo, mas eu acho que o Crowley deve ter visto algo pior quando sequestrou ela, afinal ela voltou sozinha e ele ainda nem fez questão de aparecer novamente. Ela nunca esteve tão no controle dos seus poderes quanto hoje. -o loiro respondeu baixo também mas concentrado em observar tudo mesmo que não fosse falar para ela depois sobre o que aconteceu.

Foram quase dez minutos observando alguns objetos que estavam na sala flutuando e a filha da Escuridão desenhando em diversas folhas mas diferente das outras vezes que aconteciam tempestade do lado de fora do bunker, tudo aconteceu de forma controlada como se ela estivesse no controle dos seus poderes mesmo estando distante da realidade, e somente quando tudo começou a se acalmar e os dois homens se aproximaram que eles puderam ver que a mão da morena estava toda preta por causa do giz.

— E agora, o que você pode nos contar? -Dean perguntou pra Nuria quando seus olhos voltaram ao normal e ela fechou o livro em uma página diferente como se já tivesse lido mais algumas páginas.

— Ontem recebi mais informações sobre o Caladriel, ele é um Anjo que a muito tempo serviu ao senhor mas agora todos procuram por ele porque ele tem diversas informações, somente outros anjos que têm ou tiveram grandes posições no exército do Senhor sabe sobre ele além de lendas. -a morena falou saindo de cima da mesa e começando a colocar os desenhos em ordem em que ela via em sua mente, sem se importar com a sua mão que estava toda preta pelo giz.

— Que tipo de segredos? Algo dizendo como matar Deus e a Escuridão? -o loiro perguntou mais rápido do que deveria demonstrando interesse fazendo a Nuria no mesmo momento olhar para ele e o mesmo soube que agora ele deveria ficar em silêncio.

— Não sei se ele tem essas informações e você deveria saber quando manter sua boca fechada, as únicas coisas que eu sei sobre ele é que ele tem profundos olhos azuis como a sua aura, o livro foi escrito por ele mesmo e que o cajado que estávamos procurando para ler o livro tem alguma relação com ele. -a única mulher dali falou com a voz já não tão tranquila quanto antes deixando claro que aquela resposta não seria esquecida naquele momento.

— Então precisamos terminar o cajado para poder ler o livro e encontrar o Caladriel? -Sam perguntou tentando descontrair a tensão que estava na sala.

— É nesse momento em que começam os problemas, eu ainda não sei o suficiente sobre ele para saber se devemos encontrar com ele ou não. Tudo que eu sei é que através destas três coisas vamos conseguir terminar o cajado mas que talvez dê mais trabalho do que era esperado.

A resposta rápida da Nuria chocou os dois ali presentes, eles esperavam por mais porém aquilo foi tudo o que conseguiram de primeiro momento mesmo que ao ver ela passear pelas estantes de livros procurando algum específico fazendo com que eles ficassem em estado de alerta para algo maior que iria acontecer em seguida.

 

05 de Março

Lebanon, Kansas

 

Já era bem tarde, o dia já tinha virado e a Nuria continuava olhando alguns livros na biblioteca dos homens de letra procurando por um feitiço específico que estava em sua mente mas sem poder contar com a ajuda dos Winchester era bem mais difícil do que ela se imaginava. A morena tinha certeza de que aquele feitiço tinha a chave para o lugar do seu desenho, ela sabia pouco sobre ele mas sabia que se precisasse sua mãe estaria ali para ajudar.

— O que você tanto procura? Tem certeza que não quer comer? -Sam perguntou colocando mais café na xícara da morena e mesmo que ao lado dela tivesse um prato de comida intocado ele perguntou novamente.

— Não tenho fome, e eu preciso primeiro achar para somente depois conseguir explicar. -Nuria falou virando mais alguma páginas até que finalmente em uma das páginas entrou o que procurou por tantas horas.

O corpo da Nuria estava cansado e ela já sentia que os primeiros sinais de iria passar mal por conta dos problemas de saúde que estava tendo, a morena já sentia o seu corpo doendo mas com tanto o Dean quanto o Sam observando, ela não podia ir até o quarto onde sua mochila com os remédios estavam.

— Eu achei. -ela falou chamando a atenção dos dois irmãos que se aproximaram vendo finalmente o que ela procurou por quase todo o dia.

— Por que você estava procurando um feitiço de viagem para outro lugar, ainda mais sendo um tão difícil quanto esse? -Dean perguntou mesmo sabendo que ela ainda estava brava com ele pela pergunta feita mais cedo.

— Para que a gente possa completar o cajado é preciso que a gente vá para outro lugar onde podemos encontrar a madeira de uma árvore específica para poder fazer o pau do cajado, mas sem saber o local exato para onde vamos não podemos usar qualquer feitiço, precisamos desse feitiço porque mesmo sendo mais complicado é a melhor opção.

Quase no mesmo momento em que a Nuria terminou de explicar o porque daquele feitiço, o seu celular que estava perdido entre os livros tocou fazendo ela parar tudo que estava fazendo e indo até ele e atendendo no mesmo momento.

 

TELEFONEMA ON

— Senhora, sei que só deveria ligar para você em casos de emergência, e eu acho que essa talvez seja uma. -Matiel falou no mesmo momento que a morena atendeu mas sem perder todo o respeito que ele tinha por ela.

— O que aconteceu? -Nuria perguntou passando a andar de maneira rápida até o seu quarto.

— Eu me sinto estranho, e acho que sei qual é o problema mas não sei como resolver ele então estou com medo. -a resposta sincera e assustada do Matiel assustou a morena que pegou as primeiras roupas de inverno que achou dentro da caixa.

— Eu estou indo até você. -a morena falou desligando o telefone e rapidamente vestindo a roupa que havia tirado da caixa e calçando botas que facilitaram correr caso fosse preciso.

TELEFONEMA OFF

 

Nuria pegou seu celular jogando dentro de uma mochila, a mesma em que estavam escondidos os seus remédios e o dinheiro de fuga, ela correu até a sala sentindo o seu corpo quente pelo nervosismo que até mesmo fez ela esquecer nem que por aquele momento que seu corpo estava dolorido; na sala ela pegou a sacola que tinha os medicamentos que o Sam usou nela na manhã anterior, e mesmo sendo observada pelo moreno e pelo Dean ela se manteve concentrada em recolher o que achou que iria precisar jogando tudo dentro da bolsa inclusive o livro que estava lendo e saindo em direção ao lado de fora do bunker onde o seu carro estava estacionado.

A morena foi rápido até o motel onde agora estava hospedado o Anjo e a alguns dias estava o vampiro, a mulher que trabalhava na recepção olhou para ela com um sorriso diferente na cara e mesmo que naquele momento ela estivesse sentindo vergonha ela nem se deu ao trabalho de parar para responder.

O quarto do Anjo ficava no segundo andar então nem foi preciso esperar pelo elevador, através das escadas foi mais rápido; e no mesmo momento que a Nuria bateu na porta o Matiel abriu a porta deixando que ela entrasse, ela entendeu o porque ele estava tão preocupado. Os machucados que ele tinha ganhado sendo mantido refém no céu que naquele momento depois de quase vinte e quatro horas fora da cela, os seus machucados ainda não tinham cicatrizados, ele se mantinha sangrando o que significado que algo pior estava acontecendo.

— Temos alguns problemas, mas eu vou dar um jeito neles mas pra isso eu preciso que você me ajude. Você deve estar sentindo algumas coisas estranhas, entra no chuveiro pra tirar todo esse sangue enquanto eu vou fazer algumas ligações. -a morena falou indo até o banheiro e ligando o chuveiro na água gelado.

Nuria encostou a porta vendo que o Matiel havia tirado a camiseta e estava ainda de calça quando entrou no chuveiro, fazendo a água que escorria pelo seu corpo estava vermelha pelo sangue; a morena foi até o telefone do motel pedindo tudo que tinha no cardápio de comida porque ela sabia exatamente o que ele iria precisar e até mesmo para ela que ainda não tinha comido nada naquele dia além do café que o Samuel havia feito para ela ao longo do dia.
Nuria colocou sua mochila em cima da cama de casal que havia no meio do quarto tirando tudo que tinha lá dentro ela achou que iria precisar para cuidar dos machucados, ela se sentou por um momento na cama pensando no que mais ela poderia fazer com um Anjo que não tinha mais os seus poderes, ela já havia passado por isso no túnel onde foi encontrado a pedra e ela se lembrava claramente de como se sentia vazia e desesperada; Matiel era um grande Anjo, ele serviu durante muitos anos ao exército do Senhor como um grande guerreiro mas agora sem os poderes principalmente sem o seu poder de cura, o que ele seria?
A filha da escuridão tirou a sua blusa de frio sentindo que estar naquele ambiente fechado onde não entrava o vento gelado que estava do lado de fora, e com a cabeça cheia de problema ela não sentia a necessidade de continuar com toda aquela roupa para se proteger do inverno.  Ela pegou seu celular na mochila discando para um número que mesmo só tendo sido adicionado à pouco tempo ainda sim era talvez o número em que ela tinha a total certeza de que a pessoa estava disposta a fazer qualquer coisa por ela.

 

TELEFONEMA ON

— Eu preciso que você faça mais documentos falsos, em nome de Matiel. -a morena falou no mesmo momento em que a outra pessoa atendeu o telefone.

— Pra quem é agora? Eu devo me preocupar? -Sam respondeu sem pensar muito sobre assunto, somente fez o que seu coração dizia ser o certo que era fazer o que pudesse para ajudar.
— Somente faça isso pra mim, eu não vou demorar pra voltar pro Bunker eu acho. -a morena falou indo até a janela do quarto e ainda falando no telefone ela parou ali observando o que acontecia do lado de fora.
— Não demore ou o Dean vai enlouquecer se não ver você voltar para casa de novo, e tome cuidado. -o moreno respondeu simples mas a Nuria soube que mesmo com o fim daquela conversa rápida, ela ainda estaria no pensamento daqueles que estavam no bunker.
TELEFONEMA OFF

 

Matiel saiu secando o seu cabelo de maneira que fez a morena perceber que ele não estava acostumado com o cabelo daquele tamanho, sem a camisa cheia de sangue era possível ver melhor não só o bom físico dele mas também deixava os olhos dele tão claros quanto o oceano. O moreno se sentou na ponta da cama e quando a Nuria ficou atrás dele viu que mesmo ele tendo diversas marcas nas costas igual a ela, as dele não iriam precisar de pontos o que era muito bom pra ela, porque a única pessoa que ela já tinha dado pontos em toda a sua vida havia sido em seu pai.

— Isso doeu né, eu sei como é e por mais que agora pareça muito ruim, amanhã o dia vai ser melhor. -a morena falou começando a aplicar uma pomada para cicatrização rápida, com as pontas dos dedos.

— Só amanhã vai ser melhor? -ele perguntou sincero e simples, como se não importasse a conversa o importante era falar com a sua líder.

— Amanhã vai ser melhor, e depois de amanhã vai ser ainda melhor, era o que meu pai me dizia todas as manhãs e como me ajudava se precisar eu vou falar isso para você todos os dias. -Nuria falou saindo de trás e se encaixando entre as pernas longas dele, começou a desinfetar um corte que ele tinha na testa.

Aquele não era o comportamento normal da Nuria para uma pessoa que ela só tinha visto duas vezes e nas duas vezes ela entrou em problemas por causa dele, mas algo nele fazia com que ela sentisse paz, a morena queria acreditar que era o fato de que ele já havia sido um anjo porque se não fosse por esse motivo os dois entrariam em problemas em breve.

— Você vem sendo boa pra mim e eu espero poder fazer o mesmo por você, Nuria. -Matiel falou baixo por estar bem perto dela.

E naquele momento quando ele olhou nos olhos castanhos dela, ele viajou para dentro não só da alma dele mas também da alma dela; eles se conectaram e lá dentro num lugar escuro onde só estavam os dois ele achou através da morena uma imagem do Castiel pendurando um cordão que brilhava por ter a graça de outro anjo no pescoço e escondia dentro da roupa.

— O que foi isso? -Matiel perguntou quando voltou para o quarto e a morena deu um passo para trás se afastando dele.

— Não sei, foi a primeira vez que eu vi ou fiz algo assim. -Nuria respondeu e no mesmo momento alguém bateu na porta.

A morena esperava que fosse o serviço de quarto mas depois de andar pela cidade ela viu alguns caçadores circulando por ela então no mesmo momento pegou a arma que carregava, e apontando para a porta andou devagar até ela e somente quando olhou pela olhou mágico e viu a mesma mulher que estava na recepção abriu a porta e ainda em silêncio pegou o carrinho de comida fechando a porta logo em seguida.

Enquanto Matiel se mantinha concentrado em comer, Nuria foi até a sua mochila tirando de lá os medicamentos que mantinha escondido dos Winchester, o moreno olhou para ela observando que não era a primeira vez que ela colocava a mão nas costelas e fazia uma cara estranha; a morena tomou o remédio com um pouco da vodka que tinha pedido pro moreno.

Já estava claro quando o Anjo que mesmo que naquele momento estava sem a sua graça, se deitou de um lado da cama de casal enquanto que a morena se sentou ao seu lado lendo o livro que havia pego no bunker; ele já estava com os ferimentos limpos e tanto havia comido quanto havia tomado remédios para dor e infecção, ele estava deitado por ordem da Nuria mas se mantinha tão concentrado em observar ela concentrada no livro que nem notou o momento em que caiu no sono.

 

[...]

 

A filha da Escuridão voltou para o bunker deixando um bilhete pro Matiel que ainda estava dormindo quando ela saiu do motel, o sol estava brilhando em todo o Lebanon mesmo que ainda estivesse mais frio do que na hora que a morena saiu de casa de madrugada; no momento em que ela entrou na sala do bunker encontrou no só o Dean e o Sam mas também sua mãe ali.

— Você tem visita, que aliás, mesmo sabendo onde você estava e com quem se recusava a dizer pra gente. -o loiro falou chamando a atenção da morena mais nova que foi impedida de responder pela sua mãe.

— Minha filha não tem que te dar satisfações Dean, da mesma forma que eu não obrigada a dizer onde ela esta, se mantenha no seu lugar como humano e mantenha respeito. -Amara falou e naquele momento ficou claro para todos ali que a ligação que eles tinham mesmo sendo forte jamais seria tão forte quanto o laço de mãe e filha delas mesmo que elas só tivessem se conhecido a pouco tempo.

Nuria sorriu mesmo que sua mãe tivesse sido um pouco rude, porque ela tinha a certeza de que sua mãe estava disposta a fazer muito mais por ela do que ela imaginava; as duas foram até o quarto da morena mais nova onde se sentaram lado a lado na cama.

— Sua mente está confusa não é? Eu pude sentir o seu pedido de socorro silencioso. -Amara falou baixo e com a voz tão compreensiva que por um momento a sua filha até mesmo esqueceu dos seus problemas.

— Eu tenho alguém que precisa de mim agora e mesmo que eu deveria achar que é um fardo, eu só consigo pensar que é algo bom; mas eu não posso continuar fazendo muitas coisas ao mesmo tempo, acho que está na hora de decidir o que vou fazer da minha vida. -Nuria falou se referindo ao Matiel, o que trouxe surpresa pra sua mãe porque no que ela sabia a maior ligação que a sua filha tinha era com os Winchester.

Mas ela via a grande importância que Matiel tinha conquistado para a Nuria era algo realmente bom, eles eram dois seres sobrenaturais e a ligação deles seria mais profunda do que ela jamais poderia ter com o Dean mesmo se os dois se esforçar muito.

— Não importa a sua decisão, se essa escolha for feita por você ela nunca estará errada. E se lembre, não importa onde você estiver é perigoso ter tantos poderes, a capa que eu te dei junto com o seu colar vai te manter segura. -Escuridão falou e por um breve momento pegou na mão da Nuria antes de sumir do quarto da mesma forma que ela deveria ter feito para aparecer.

A filha da Escuridão se levantou da cama indo até a pilha de caixas que estavam no canto do quarto onde ela mesmo havia jogado a capa, e agora com ela em mãos olhando de perto viu que na barra alguns símbolos estavam marcados ali com um feitiço; carregando a capa e o livro que estava em sua mochila ela foi até a sala encontrando Dean e Sam sentados em volta da mesa, cada um concentrado em um livro.

— Se apressem, vou levar vocês para um lugar. -a morena falou abrindo o livro na página do feitiço que estava aprendendo mais cedo no motel.

— Para que lugar? Por que deveríamos fazer isso justamente agora? -o loiro perguntou tentando ir contra a morena nem que seja somente para perturbar ela, porque no final ele iria fazer o que ela mandasse.

— Vou levar vocês para outro país, em outro tempo. -Nuria respondeu vestindo sua capa e então com a cabeça baixa colocou a touca sendo impossível de ver seu rosto, mas quando olhou para os meninos e então para o céu seus olhos ficaram escuros como a tempestade em sinal claro de que algo maior iria acontecer.


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Notas finais do capítulo

roupas da Nuria: https://www.polyvore.com/cap22/set?id=230438046
https://www.polyvore.com/cap22_23/set?id=229947570

Espero que tenham gostado e que continuem acompanhando, porque ela está entrando na melhor parte da fanfic ♥



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