Mercy escrita por Jupiter


Capítulo 18
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo saiu mais tarde do que eu queria, e eu sinto muito por isso, realmente espero que vocês gostem e que tenha valido a pena esperar por ele.



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“Eu te amo e prezo por você
Eu te amo e estou aqui, eu vou sempre estar
Eu te amo, e escolho estar por você
Eu te amo, e você me ama?” ~Alguém aí.

 

21 de Fevereiro

Lebanon, Kansas

 

O hospital era um lugar triste e a cada minutos que os Winchester passavam ali naquele prédio eles sentiam a sua vida ou pelo menos a parte boa dela estava indo embora sem que eles pudessem mudar alguma coisa; mas para um deles em especial era ainda mais prejudicial, Dean sentia seu coração parando, ele não conseguia se concentrar em manter a sua paz e ficar ali somente esperando, o loiro queria saber mais ao mesmo tempo que tentava evitar a verdade porque tinha medo.
O hospital nunca foi o lugar que as pessoas tinham preferência em ir, não importava se eles iam até lá para passarem por acompanhamento médico ou se apenas iam até lá ajudar alguém que estava com problemas e se sentia sozinho.
— Vocês que estão aqui com a Senhorita Hickman? -um médico falou se aproximando do Samuel que estava sentado à duas cadeiras de distância do loiro junto com a sua mãe.
— Somos amigos dela, como ela está? -Mary falou tomando a frente dos seus filhos enquanto todos se aproximavam para tentar saber mais.
— Eu sou o Doutor Bradley Cooper e sou o responsável pela Nuria enquanto ela estiver nesse hospital, o caso dela é bem complicado mas agora ela está estável. -o médico falou indicando com a cabeça para que seguissem ele para fora da sala de espera em direção ao elevador.
— Se ela está estável, por que não está no primeiro andar como os casos mais simples? -Sam perguntou vendo que eles estavam subindo para o último andar onde ficava somente os casos críticos.
— Eu avisei que o caso dela era complicado, ela está em estado crítico agora depois de ter uma parada cardíaca. -Bradley falou parando em frente ao último quarto.
Era o quarto mais afastado de todos e em frente a porta tinha um segurança que impedia a entrada e saída de qualquer pessoa que não fosse permitida, e uma janela que permitia ver tudo que acontecia dentro do quarto; Nuria estava deitada na cama, estava pálida e com diversos tubos e fios ligada à ela mas o que mais chamava atenção de todos que observavam era a máquina que marcava os batimentos cardíacos.
— Ontem ela teve uma parada cardíaca e então ficou morta por quase três minutos, e quando voltou ficou acordada durante sete minutos, e nesses sete minutos estava completamente agitada e sussurrava algo que não fomos capaz de entender mas quando falávamos com ela dizendo que o Senhor Samuel estava preocupado e estava esperando por ela na recepção junto com a mãe dela, automaticamente seus batimentos pareciam normalizar. -o médico continuou a falar vendo que todos ali pareciam ser parentes o que significava que a mãe da morena não estava mais ali.
— Se ela estava normalizando o que aconteceu para ela ainda estar entubada? O que aconteceu com ela? -Dean perguntou sem desviar o olhar da morena.
— Uma das enfermeiras aplicou um calmamente nela, e ela entrou em um coma, ainda não sabemos qual foi o medicamento ou que enfermeira foi mas desde então ela não dá mais nenhum sinal. -o Doutor Cooper explicou e parecia verdadeiramente intrigado e magoado pelo que tinha acontecido sob sua supervisão. - O segurança na porta é para impedir que aconteça mais alguma coisa com ela.
Dean que a um tempo havia sido o mais ligado a morena, agora era justamente aquele que menos sabia o que estava acontecendo com ela, ele não tinha a noção do quão machucada ela estava tanto fisicamente quanto psicologicamente.
— Podemos entrar? -Mary que mesmo sendo a que menos tinha ligação com a Nuria foi a primeira a perguntar.
— Eu só posso liberar a entrada do Samuel como acompanhante, o restante de vocês só podem ver ela pela janela no horário de visitas. -o Doutor Cooper explicou entregando dois colantes para os loiros que estava escrito "visita" enquanto que para o Sam entregava um crachá escrito "acompanhante".

22 de Fevereiro
Lebanon, Kansas, Hospital Público Estadual


Já fazia mais de um dia que a Nuria havia entrado em coma, seu corpo não respondia, sua pele estava gelada e somente com o toque de outra mão ela demonstrava calor e mostrava que ainda estava viva e por mais que não parecesse estava ali. Sam passava todas as horas do seu dia sentado em uma poltrona ao lado da cama da morena segurando em sua mão e esperando que ela acordasse, o que acabou fazendo com que o seu relacionamento com o seu próprio irmão ficasse abalado mais do que ele esperava.

Amara ainda não havia aparecido desde que Nuria havia sido internada, ela estava preocupada mas não podia abandonar o seu posto no céu porém ao mesmo tempo queria passar todas as horas que podia ao lado da sua filha.

 

No céu, Chuck notava a diferença que estava acontecendo com a sua irmã e com os anjos que viviam ali, mas mesmo percebendo tudo que acontecia naquele momento não sabia como resolver.

Amara estava mais reclusa do que Deus já tinha visto, nem mesmo quando ela saiu de sua prisão querendo vingança, a morena estava triste e toda a sua triste era sentida pelos humanos na terra. Cada vez que ela se prendia em seu quarto para chorar, em algum lugar na terra acontecia uma tempestade e todos os morados sentiam a sua angústia.

Ela não fazia apenas chover ou cair raios, não chegava a matar as pessoas, mas fazia com que todos naquele lugar sentissem o mesmo que ela estava sentindo; se Amara estava com medo, o sol continuava ali mas chovia, se ela estava com raiva, alguma cidade recebia um furacão e se ela estava triste tudo ficava escuro e chovia durante horas mas quando ela estava feliz o mundo via o céu de maneira que jamais foi visto.

Deus notava a diferença mas não sabia como ajudar, ao mesmo tempo que junto com o Castiel tentava de diversas formas tirar algo do seu mais novo prisioneiro e a cada tentativa mal sucedida de descobrir mais informações ele se sentia mais impotente; como se depois de tanto tempo se escondendo ele tivesse realmente deixado de ser Deus Todo poderoso.
Amara estava saindo de seu quarto quanto praticamente bateu de frente com o Castiel que sempre escondia bem o que sentia errava agora prestes a sorrir para todos.
— Algo de bom anda acontecendo Castiel? -Amara falou sentindo sua raiva querendo ser posta pra fora de forma que ninguém ali iria gostar, e que com toda certeza Deus iria reprovar.
— Por que diz isso Amara? -Castiel falou tentando não demonstrar que estava em paz, e mesmo que não fosse por conta de tudo que estava acontecendo na terra, ainda sim a felicidade dele incomodava ela.
— Nada, somente olhe por onde anda e tente esconder a sua felicidade. -Escuridão falou passando por ele e seguindo até onde aconteciam as reuniões, mas parou no meio do caminho na sala de reuniões privadas encontrando a porta aberta e seu irmão sentado sozinho ali.
— Procurando algo onde não vai encontrar? -Deus falou vendo ela parada na porta observando ele em silêncio.
— Acho que sou eu que deveria te perguntar isso. -Amara falou entrando na sala e sentando na outra ponta da mesa exatamente como acontecia nas reuniões.
— Eu sei que você esteve na terra durante um tempo nos últimos dias, e também sei que tem se relacionado com a garota dos Winchester, e agora estou te dizendo que você tem que se afastar dela. -Chuck falou se encostando na cadeira e colocando os pés em cima da mesa em sinal de poder.
— Eu sei que você sabe das minhas saídas, e espero que saiba que não vou me afastar dela. -Amara que já a alguns momentos estava em paz se viu dispostas a entrar em guerra novamente.
— Ficar perto dela pode ser perigoso.
— Você estar falando assim dela pode ser perigoso. -ela falou disposta a fazer tudo e qualquer coisa para manter sua filha em segurança, e aquilo ficou óbvio quando ela saiu da sala em silêncio fechando a porta.

[...]

No hospital, o horário de visita era diferente para cada andar e no último como era esperado, era somente uma vez ao dia com acesso durante pouco tempo e ainda somente pela janela de vidro que a cada momento parecia estar mais longe.
Dean chegou junto no hospital junto com o Samuel depois que os dois levaram Mary até a rodoviária, onde ela pegaria um ônibus até o próximo destino de sua próxima caçada; os dois subiram em silêncio no elevador, o mesmo silêncio que fizeram no carro e o mesmo que foi feito no bunker quando o moreno foi até lá.
Sam sabia que era importante para o Dean ser o protetor da Nuria e exatamente por ele fazer tanta questão disso, que ela vinha mantendo ele afastado; a morena era a pessoa mais especial que eles conheceram em toda a vida de caçadores e não era somente pelos poderes eram principalmente pela alma que já foi muito boa.
Ela ainda estava na mesma mas a cada hora que se passava as pessoas que acompanhavam o caso dela perdiam mais a esperança, o Doutor Bradley aparecia no quarto a cada três horas checando os batimentos e se ela estava dando um sinal de que iria adorar.

 

23 de Fevereiro

Lebanon, Kansas, Hospital Público Estadual

 

Já era o terceiro dia em que a Nuria estava em coma, e talvez aquele foi o dia em que todos na volta dela se sentiam mais concentrados com o que estava acontecendo a volta da morena; Sam já estava conseguindo ler a segunda página no livro do Caladriel depois de muito pesquisar sobre o assunto em diversos livros, e mesmo que pra ele não parecesse ser importante ele ainda achava que para a Nuria que estava escutando deveria fazer sentido e era o que realmente importava.

Naquela manhã quando o Doutor Bradley chegou ao quarto e foi diferente dos outros, foi como se estivesse mais esperançoso com todo o problema que estavam tendo, como se tivesse acordado naquela manhã com mais esperança; seus olhos transmitiam paz e quando olhou as máquinas com os batimentos viu que talvez aquele fosse o dia que a morena iria acordar.
— Podemos conversar por um momento Senhor Samuel? -o médico falou chamando a atenção do moreno que foram até mais perto da porta como se a conversa deles fosse um problema.
— Algum problema Doutor? Achei que nesse momento ela já estaria melhor. -Sam falou olhando a morena e vendo que ela ainda permanecia na mesma situação pelo menos aos seus olhos.

— Os batimentos dela estão melhores e depois de três dias eu consigo ver que ela está perto de acordar só não posso dizer ainda em que momento vai ser, os remédios parecem estar fazendo efeito mas mesmo assim quando ela acordar possivelmente vai estar sentindo muita dor e talvez até alguns problemas mais sérios. -o Doutor falou e ao ver o silêncio que recebeu, saiu do quarto deixando o moreno sozinho pensando o quanto ruim poderia ser aqueles problemas mais sérios.

Ainda era cedo e o horário de visita ainda iria demorar para começar o que faria com que ficassem só os dois no quarto até dar o horário de uma enfermeira trazer os remédios da manhã, era sempre a mesma enfermeira que estava encarregada de mexer com isso depois do problema que tiveram na chegada ao hospital. Depois que Sam foi até onde havia encontrada com a Nuria e com a Amara com o carro da morena, como eles foram até o hospital com os poderes da Escuridão, ele só voltou no outro dia para buscar o carro.

Sam hoje não estava com o livro do Caladriel mas a pedra do cajado que tinha ficado no bunker durante o tempo em que a Nuria estava no hospital, começou novamente a esquentar como nos primeiros momentos que eles estavam com a pedra o que fez com que o Sam tivesse a ideia de fazer um colar com a pedra mesmo Dean achando que era loucura manter uma pedra poderosa junto a morena com ela no hospital.

 

[...]

 

No Bunker, Dean tentava de todas as maneiras achar algo em um dos diversos livros que eles tinham nas prateleiras da grande sala, um feitiço ou ajuda para tirar a Nuria da situação em que ela estava mas parecia que a cada hora que ele passava ali, era uma hora jogada fora porque nada acontecia.

O loiro já não estava mais empolgado com o rumo que as coisas estavam acontecendo na sua vida, desde que  Nuria entrou em sua vida ela começou a ter um nova sentido; ele não era mais só um caçador que não tinha um futuro depois do hoje mas ao receber a missão do Castiel de proteger a morena, ele se viu pronto para começar a pensar em um futuro mais longe do que só o amanhã. Ele tinha outra pessoa para cuidar além do seu irmão e de sua mãe que já estava desde que voltou estava caçando sem dar tempo para descanso.
Quando Dean estava pronto para sair dali e ir mais uma vez ao hospital ver a morena, foi surpreendido pela Escuridão encostada em uma das mesas que ficavam na sala e diferente de todas as outras vezes em que a morena apareceu, ela parecia diferente, como se tudo estivesse mudando.
— Não achei que fosse te encontrar aqui, achei que você estaria no hospital com a Nuria. -ela falou chamando a atenção para o fato de que ela parecia a cada dia mais humana mas ainda continuava com a sua elegância de quem era importante.
— E eu não achei que fosse voltar a te ver tão cedo depois que você deixou a Nuria quase morrer, mesmo tendo me ameaçado por não ter cuidado bem dela. -Dean falou querendo magoar alguém para que não fosse o único que não estava feliz.
— Você não sabe o que fala, e espero não ter que escutar isso novamente. -não foi pensando em ter essa conversa que a Amara foi até o Bunker e silenciosa do jeito que chegou, ela foi embora.
Mas acabou que os dois acabaram se encontrando novamente no hospital porém dessa vez o Dean ainda estava do lado de fora do quarto enquanto que a Amara estava dentro do quarto segurando a mão que ele queria estar segurando. E ao ver tudo que estava perdendo por conta de não ser a pessoa que esteve com ela no momento em que mais precisou foi mais difícil do que tantas outras coisas que o loiro já tinha passado.

No quarto, Samuel e Amara pareciam que estavam começando a se dar bem na medida que era possível, o moreno tinha passado a ser a pessoa em que a Escuridão mais confia para cuidar de sua filha sem esperar que fosse preciso dar algo em troca.

— O médico disse que ela pode acordar nos próximos dias, mas ele parece esperançoso para que seja amanhã. -Sam falou se sentando na poltrona enquanto que a Amara se sentava na lateral da cama arrumando os cabelos da morena mesmo com todos os tubos e fios ligados a ela.

— Eu gostaria de estar aqui quando ela acordar, mas não vou conseguir e espero que ela realmente entenda isso. -ela falou pegando na mão da Nuria e vendo que diferente da ultima vez que esteve ali a sua mão estava quente, e aquela simples diferença era suficiente para fazer ela sorrir.

— Se ela não entender, eu faço um esforço para tentar convencer ela por você. -Samuel falou sorrindo e aquela foi uma das trocas de sorrisos mais verdadeiras que eles já tiveram.

Era a primeira vez que eles ficavam sozinhos em um lugar sem ter uma batalha para travar ou preocupados com alguém que já estava a beira da morte e eles se importavam com ela, era um momento de paz enquanto esperavam pelo real felicidade que era a Nuria acordar de forma natural e ainda continuar sendo ela. A mulher incrivelmente bonita, bondosa e cheia de vida que era completamente apaixonada por ballet e com o sonho de ser livre.

A Nuria tinha que acordar para resolver tudo que tinha deixado para trás e encontrar o seu real caminho que, mesmo que ela não soubesse significava que muita coisa iria acontecer com ela e que muitas vidas pessoas esperavam por ela para ter a vida mudada talvez para sempre; ela era a esperança na vida de outras pessoas além de ser somente a do Dean.
Já estava escurecendo e depois de se trocar para passar a noite no hospital com a morena mais uma noite, Samuel se sentou na poltrona encostando a cabeça perto das mãos da Nuria e fechando os olhos começou a cantarolar uma música que Dean cantava pra ele quando ele era mais novo e estava doente; e foi cantando Hey Jude dos Beatles que Sammy sentiu dedos passando por entre seus cabelos e mesmo que fosse fraco ainda parecia que estava ali e soube que a morena estava acordando e voltando para a vida tanto dele quanto do seu irmão, e não foi possível para o moreno esconder o lindo sorriso com lindas covinhas que tinha em seu rosto.


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