Mercy escrita por Jupiter


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, esse é um dos capítulos mais importantes e vem com algo bem grande...



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É sério que você chama isso de amor? É dependência, insanidade, burrice.

— Crystine, Adoecia.

15 de fevereiro

Kansas, Lebanon

Era como o universo se mostrando bondoso e ao mesmo tempo vingativo, como se quisesse dar uma lição na Nuria e ao mesmo tempo ajudar ela com alguma coisa que ainda iria piorar no futuro; Dean no quarto devagar mas ao ver os sapatos da Nuria cheio de lama e as roupas ensopadas no chão traziam um desespero em seu coração, mas ao olhar para a cama e ver a morena ali se sentiu melhor mas ao observar ela mais uma vez com poucas roupas fazia mais do que somente seu coração pulsar.

Ele se aproximou dela vendo que a mesma estava deitada na cama molhada o que claramente não iria fazer bem pra ela então sem nem pensar duas vezes começou a fazer carinho nos cabelos escuros dela que ainda estavam molhados e com nó como se ela tivesse passado por uma tempestade.

— Vamos Nuria, acorde por favor. -o loiro falou baixinho somente para que ela escutasse mesmo que já tivesse começando a entrar em desespero.

— Por que tão cedo? -ela perguntou abrindo aqueles grandes e lindos olhos castanhos mesmo estando com sono de uma única vez.

— Porque eu sei que tem algo que você não quer falar, então temos que fazer tudo antes do Sam acordar ou vamos ter problemas que não chegaram no momento certo, então por favor, vamos começar rápido. -Dean tinha o desespero óbvio em seus lindos olhos verdes, e sem saber mais o que dizer a morena apenas se sentou na cama prendendo o cabelo bem no alto da cabeça.

Dean sorriu pra ela e saiu de perto da cama juntando as roupas e o sapato sujos de terra e saiu com eles do quarto dando tempo da Nuria levantar da cama sentindo seu corpo doer e seguir até o banho tomando um banho rápido o suficiente para conseguir voltar pro quarto antes do loiro.

Se vestiu com pressa, colocando uma roupa que escondesse as marcas que estavam começando a aparecer em seu corpo depois da madrugada e sabia que a viagem seria longa mas não podia somente esquecer ela, os meninos precisavam dela e para isso ela iria precisar de ajuda.

Nuria sabia que não iria conseguir ajudar sem poderes mas também sabia que não dava pra explicar o porque estava sem ele, então tinha que ser rápida em achar uma solução para todos os seus problemas. Quando Dean voltou para o quarto ela já estava vestida mas ainda descalça e o chão que estava com uma pequena mancha de sangue já tinha sido limpo, e agora parecia concentrada em tentar arrumar o cabelo e o loiro sentiu a sua necessidade por ajudar e naquele momento o seu lado irmão mais velho falou mais alto.

— O que foi? Samuel já acordou? -ela perguntou se sentando na cama já se sentindo cansada pelo que já tinha feito naquela manhã.

— Ainda não, estamos só eu e você. -ele falou se aproximando dela e retirando a escova de cabelo de suas mãos e começando com carinho a pentear da melhor forma que podia os fios morenos, da mesma forma que fazia com o Sammy quando os dois eram pequenos.

Diante daquele carinho, mesmo que ela estivesse tentando esconder o que vinha acontecendo nos últimos dias nada ou força nenhuma conseguia fazer com que ela mantivesse as lágrimas escondidas por trás da sua armadura de cavaleiro brilhante.

Dean se colocou em frente a ela, olhando em seus olhos ele se manteve em silêncio vendo ela derramar cada lágrima que estava guardada dentro de si a tantos dias, vendo cada dor saindo daquela pequena pessoa em forma de choro; não foi preciso um abraço porque o loiro sabia que não era o que ela queria, ele teria que seguir os sentimentos dela.

Então ali penteando o cabelo da Nuria de frente pra ela, em algum momento mesmo quando já tinha acabado Dean continuou ali vendo ela chorar e quando ela a morena se sentiu pronta encostou a sua cabeça entre a barriga e o peito do outro, sentindo o coração dele batendo e mais uma vez se sentiu em casa ali apenas encostada em alguém.

O quarto estava limpo e nem ao menos parecia que algo tinha acontecido alguma coisa ali, Sam já estava acordado mas fazia tão pouco tempo que ainda estava acordado que nem veria o que tinha acontecido nem se colocassem um vídeo dentro da sua xícara de café. Enquanto que Nuria estava tensa sentada ali tomando seu café mesmo que não sentisse fome ou vontade de comer, de canto de olho ela podia sentir Dean observando ela apenas brincar com a comida em vez de aproveitar o momento.

Os cabelos compridos do Sam estavam bagunçados e no seu rosto estava claro que ele tinha passado a madrugada em claro lendo algo que deveria servir para ajudar na caçada de hoje, e ao pensar na possibilidade dele saber que ela não estava no quarto como alegava, causava um certo desespero.

— Sam o que aconteceu com o seu cabelo? eu já falei pra você deixar eu cortar ele. -Dean falou entendendo o desespero da Nuria e resolveu perguntar mais para entender o que aconteceu e deixá ela mais tranquila.

— Você não vai cortar o meu cabelo, eu só fiquei tentando entender o livro do Caladriel e acabei dormindo pouco. -Samuel respondeu escorregando e encostando a cabeça na mesa como se fosse dormir ali mesmo, e saber que ele não sabia de nada deixou a morena tranquila ao ponto de até rir.

Nuris se sentiu mais tranquila a ponto de terminar o seu café e conseguir mordiscar um pouco do ovo que Dean estava servindo para ele e para o Sam que comeu tudo sem nem ao menos pensar em responder ou agradecer.

— Você acorda com a fome de um dragão. -a morena falou fazendo uma careta e se aproximando mais do Dean quando ele se sentou ao seu lado na mesa, ele estava com o prato cheio de ovos e algumas fatias de bacon.

Ela sorriu pra ele mostrando o quanto se sentia melhor e então sem nem ao menos pensar duas vezes pegou o garfo de sua mão e roubou uma fatia de bacon e antes que o Dean pudesse responder algo sobre isso ela colocou todo ele na boca deixando ele com uma careta no rosto e fazendo Samuel rir pelos dois.

— Vocês ficam bem fofos juntos. -Sam falou quando Nuria se levantou para sair da cozinha, fazendo ela apenas sorrir e seguir seu caminho até o quarto que no momento era seu.

Suas roupas estavam espalhadas em cima da cama e nos pés dela as sua inseparáveis botas, que mesmo sendo de salto ela podia ser usada todos os dias, Nuria se sentou ali calçando as botas mas quando foi se levantar sentiu uma tontura que a fez cambalear pelo quarto e se não fosse pelo Sam que passava pela porta e correu para ajudar, mais uma vez ela iria de encontro com o chão.

— Tenho certeza que não é a primeira vez que isso acontece, eu vou chamar o Dean. -ele falou pegando ela no colo o colocando sentada na cama encostada na cabeceira, em cima de todas as roupas mesmo.

— Não! Você tem que me prometer que não vai contar nada pra ele, por favor. -era óbvio o desespero naquela frase e mesmo que Sam não gostasse de esconder coisas do seu irmão, ele não podia perder a sua confiança.

E ao ficar sozinha Nuria se deu conta de que estava com dores que pareciam estar levando ela até o fim, e agora mentindo para os dois irmãos; para um que estava tudo bem e que o paradeiro da sua mãe ainda era um mistério, e sua saúde estava ótima, enquanto que para o outro que nada tinha acontecido na madrugada passada e a morena apenas ficou ali em seu quarto. Ela sabia que era errado mentir para os irmãos, mas não podia deixar que os dois descobrirem toda a verdade sobre ela porque ela agora era mais mentiras que verdade.

A viagem até Evanston era mais longa do que Nuria e qualquer outro dentro do carro podia imaginar, e quando ela começou a ansiedade para chegar na primeira pista talvez impedia que eles vissem o que estava fazendo naquele momento, que não era a coisa mais normal que eles podiam fazer.

Era bem cedo quando eles saíram do bunker e mesmo Dean estando com pressa e parecia não se importar com as outras pessoa na estrada, ainda era um viagem longa e a média de tempo era de longas onze horas trancados dentro de um carro que mesmo sendo lindo não era o mais confortável; para ficar tantas horas dentro dele. Somente estar dentro do carro não era o suficiente para a Nuria, ela se sentia inquieta como se algo estivesse faltando e algo a mais estivesse ali mesmo que não pudesse ver ou colocar a mão.

Ela estava com aquela mesma sensação que sentia quando estava próxima a Amara, aquele misto de terror por estar se aproximando de uma pista que iria levar a outras duas e então chegar finalmente no anjo. Então somente naquele momento ela se deu conta de que eles descobriram sobre o cajado no diário de Jonh Winchester mas dias mais tarde eles também conseguiram informações sobre ele no livro do Caladriel.

— Vocês perceberam que no inicio estavamos atras do cajado seguindo a pisto do Jonh, e então Caladriel começou a nos dar dicas que está nos levando atrás desse cajado? -Nuria falou chamando a atenção para ela.

— O que você está querendo dizer com isso? -Dean perguntou olhando ela pelo espelho retrovisor.

— Não é estranho o fato de tinhamos uma pista e então através do livro termos conseguido encontrar muito mais sobre isso? -Nuria falou e no mesmo momento Sam olhou pra trás vendo que ela podia estar certa.

— Você tá querendo dizer que Caladriel está nos usando para achar o cajado? -o moreno perguntou entendendo a onde ela queria chegar e começando a sentir a mesma sensação estranha que ela estava sentindo.

— E se for exatamente isso, por que ele quer o cajado e por que ele mesmo não vai atrás dele? -Dean perguntou ultrapassando diversos carros e acelerando ainda mais.

Não era preciso de uma resposta para aquela pergunta, eles não sabiam o porquê Caladriel não ia atrás do cajado ou se ele já estava com o cajado mas agora estava esperando os três irem atrás para matar eles; eram muitas possibilidades para serem pensadas, mas o caminho era longo iria dar tempo para muitas paranoicas.

Amara estava andando tanto por aqueles corredores do castelo de forma que tentava entender tudo que estava entender tudo que estava passando em sua mente e em seu coração nos últimos dias. Em como tudo estava acontecendo em sua vida; todos os dias que ela saia de seu quarto sentia a ira dos outros anjos contra ela mesmo que naquele momento ela não estivesse fazendo nada contra eles.

A todo momento mesmo quando não estava andando pelo castelo ou pelo céu, ela não conseguia se manter parada, até mesmo quando tinha que aguardar o seu irmão acabar as milhares de reuniões com os anjos.

— Você já pensou em resolver isso que está te fazendo andar o suficiente para uma maratona? Ou vamos esperar você fazer um buraco no céu? -Chuck falou saindo do salão de reuniões e assustando a sua irmã.

— Sinto muito, mas não sei se já estou pronta para resolver esses problemas ou se existe uma solução. -ela falou parando por um momento e respirando fundo.

Por mais que era bom manter o seu sofrimento somente para si, ela queria contar para a pessoa que ela mais confiava sobre o que estava acontecendo mas se nem ela sabia o que estava acontecendo o que poderia dizer? Ela poderia começar dizendo a verdade e entregando aquela que parecia ser sua filha para sofrer as consequências de ter tanto poder mas algo no mais profundo dos seus sentimentos dizia que era errado fazer qualquer coisa contra a garota.

— Se o problema é muito grande, me fale ele, e eu resolvo. -Deus falou se aproximando dela e começando a andar ao seu lado, seguindo em direção a um céu que dali era um dos seus favoritos.

Eles andavam devagar e em silêncio por cada caminho dali, tentando achar um jeito de como se resolveram os problemas e por mais que aquele caminho desse a impressão de nunca ter fim quando ele chegasse iria valer a pena.

Quando chegou em frente aquela porta, Amara estava sentindo seu estômago estranho como se a ansiedade que sentia esta fazendo ela sentir aquela sensação tão humana que era a ansiedade; Ela se via ali sentindo que os humanos estavam mais do que somente a sua volta, dentro dela ela estava começando a se sentir como humana.

Amara, Irmã de Deus, Escuridão estava com os sentimentos daquilo que ela havia jurado destruir.

Era um cômodo escuro e repleto de livros jogados por todos os lados e quando Amara entrou ali se sentindo levada para um lugar onde amor era o principal sentimento, ela conseguiu imaginar a sua filha crescendo em um lugar como aquele.

— Onde estamos? -ela perguntou olhando em volta e tentando achar algo até que seus olhos são levados até uma foto em cima de alguns livros.

— Esse aqui é o céu particular do Bobby Singer, ele é o pai adotivo do Sam e do Dean Winchester e durante um tempo foi tio de uma garotinha adorável que só tinha o pai e ele. -Chuck falou olhando no fundo dos olhos dela, esperando que ela contasse o que ela escondia.

Amara viu aquela que dizia ser sua filha sentada naquele tapete velho em meio aqueles diversos livros antigos tentando entender o porque a sua vida era assim, ou porque algumas coisas aconteciam antes mesmo que ela quisesse.

— Por que você me trouxe aqui? -ela perguntou tocando nos livros sentindo seus olhos enchendo de lágrimas e seu coração enchendo de desespero.

Então ali sentindo todos aqueles sentimentos ela soube o que ela tinha que fazer para que tudo começasse a dar certo, ou que pelo menos ela pudesse se sentar no céu e não sentir como se uma parte dela estivesse perdida.

19:43 Evanston, Northwestern University

Depois de longas onze horas dentro daquele carro Nuria já não estava mais sentindo suas pernas e muito menos o seu pé, o seu corpo ainda estava cansado mesmo que durante a viagem ela tivesse conseguido dormir finalmente.

Evanston era uma cidade típica beira mar, quente o suficiente para todos que estavam dentro do carro sentirem a necessidade de se livrar das roupas de frio e sentirem que ir a praia era a melhor opção.

— Por que escolher um lugar tão quente como o inferno para esconder uma pedra que diz ser tão poderosa? -Sam perguntou tirando o casaco pesado e ficando só com uma camiseta simples que estava por baixo.

— Acho que logo vamos descobrir. -Dean falou encostando o carro na lateral da igreja que era justamente próximo a faculdade, onde Nuria sabia que tinha um museu muito importante.

Eles saíram todos do carro tirando as roupas pesadas que naquele momento só podia ser usado no Kansas que estava a horas de distância dali, mas naquele exato momento era desnecessário todo tipo de roupa. Dean pegou uma mochila e entregou outra para o Sam, eles carregavam aquilo que achavam que seria importante enquanto que a morena apenas ia seguindo eles.

A igreja ainda estava aberta e pelas informações que estavam na entrada dela, ela se manteria aberta durante dois dias inteiros começando naquela noite e no mesmo momento em que entraram ali em silêncio vendo tantas pessoas ajoelhadas orando Dean sentiu novamente aquele raiva que a muito estava guardada.

Era a raiva que sentiu que soude de Chuck, aquela raiva por ver tantas pessoas ajoelhadas ali em frente a sua maior fé fazendo pedidos, orando para que ele pudesse salvar a vida deles mas tudo que “Deus” conseguia fazer era ficar lá onde quer que fosse fazendo absolutamente nada.

O loiro tentava não olhar para as pessoas a sua volta e sentir novamente aquela raiva, ele se concentrou em chegas na parte de trás da igreja com os outros dois ao seu lado, aquela era uma parte mais antiga onde estavam poucas pessoas então foi o primeiro lugar que eles acharam bom para começar a procurar mais pistas.

Nuria sabia em sua mente o que fazer mas não conseguiria colocar tudo pra fora, ela passou pelo Dean seguindo pela parede sempre mantendo pelo menos uma mão nela, e enquanto sentia as paredes de pedra fria e em meio aquela alta temperatura ela se viu se sentindo em paz. A morena conseguiu pela primeira vez no dia pensar com clareza sobre o que estava acontecendo e o que ela estava procurando ali, quanto mais perto do que parecia ser um arco de pedra mais forte ficava aquela sensação.

Não foi preciso muito mais do que parar em frente daquele arco que parecia ser o caminho, para que os Winchester notassem que seria ali que eles iriam começar com aquela caçada mas antes que Dean conseguisse se aproximar Amara surgiu entre ele Nuria e Sam que já estava mais perto dela.

O loiro se aproximou dela vendo que a mesma não estava em sua melhor condição, nem lembrava aquele ser poderoso que ele tinha visto a pouco tempo, ela lembrava muito mais uma mulher humana agora.

— O que faz aqui? -ele perguntou baixo fazendo uma troca de olhar rápida com o seu irmão e com a Nuria que parecia não muito feliz em ver ela.

— Preciso falar com um de vocês. -ela falou tentando se aproximar da Nuria tentando um contato maior mas a morena apenas virou de costas em sinal claro de que não queria contato nenhum com ela que deveria ser sua mãe.

— Vamos lá fora. -Dean falou assumindo a responsabilidade e seguindo ela até o lado de fora da igreja, e só quando se aproximaram do carro que pertencia ao loiro pararam de andar.

Dean encarou aquela pessoa ali parada em sua frente com um daqueles vestidos que parecia ser feito para ela, Amara ali na sua frente com aquela brisa do mar era como ver um anjo.

— O que você… -Amara não deu tempo dele perguntar, ela estava com o pensamento em somente uma pessoa e em nada mais.

— Eu quero tudo que você sabe sobre a garota. -ela foi direto ao ponto sem enrolar e sentindo novamente aquela sensação na boca do estômago, ela queria informações, queria saber a verdade por trás de tudo; e Dean não sabia o por que ela estava atrás da sua protegida mas talvez a sua curiosidade em em ver o quanto a Escuridão estava ansiosa pelas informações fez com que ele respondesse.

— A garota chama Nuria, e tudo que eu sei sobre ela é que sempre viveu somente com o pai viagem pelos EUA mas ele morreu a pouco tempo deixando ela sozinha. -e aquilo não deixava de ser verdade, mas somente ao ouvir o nome da morena Amara já sabia que algo estava para acontecer em sua vida.

— Ela se chama Nuria? -Escuridão perguntou sentindo seu coração batendo mais rápido dentro do seu peito e seus olhos querendo demonstrar o quanto era importante.

— É um lindo nome né? -Dean falou estranhando a reação da Amara ter mudado tanto, e logo procurando olhar em seu celular o horário vendo que já estava a um tempo ali fora com ela.

— Significa sempre pura, inocente. -ela falou baixo virando de costas mas logo se virou novamente para o loiro encarando ele direto nos profundos olhos verdes. - Eu preciso que você cuide dela Dean, e me prometa que se qualquer coisa acontecer e você não conseguir controlar vai me chamar no mesmo momento.

O Winchester mais velho ainda não conseguia entender o porquê tanto interesse mas aceitou confirmando com a cabeça em forma de que tinha entendido tudo e virou de costas voltando com pressa para dentro da igreja deixando ela ali sozinha.

Nuria estava sentada no fundo da sala sentada em um daqueles vários bancos velhos e vazios que tinha ali, onde ele tinha deixado os dois, e diferente do Sam que estava próximo à janela tentando ver o que acontecia do lado de fora, ela não se importava o que Escuridão estava fazendo desde que fosse longe dela.

— Você demorou, o que ela queria? -Sam perguntou quando os três se juntaram novamente perto do arco, mas o olhar que Nuria lançou para eles foi o suficiente para Dean e o moreno saberem que tinham que se concentrar na caçada e não nos assuntos de fora.

— O que vocês já descobriram? -Dean perguntou se aproximando do arco e encostando a mão como a Nuria tinha feito tempo atrás mas não sentiu nada apenas viu ali algumas símbolos de um lado e do outro algumas palavras em latim.

— Está escrito na língua dos anjos e no outro lado em latim. -a morena falou apontando onde estava um e o outro mas sem encostar na parede porque diferente dos meninos ela sentia algo diferente ali.

— Vamos tirar as pessoas daqui, para que possamos começar a trabalhar. -Sam falou e então saiu até as poucas senhoras que estavam ali pedindo para que elas saíssem, e depois trancou a porta com somente os três ali.

Eles se encaram e respiraram fundo, aquele realmente era o início de tudo e naquele momento eles se deram conta de que quando abrisse aquela passagem talvez Caladriel tivesse uma surpresa para eles.

— Somente quem merece saber, pode entrar. -Nuria leu o que estava escrito na língua dos anjos apontando para a escrita e como se falasse um feitiço seus olhos ficaram em tempestade.

Com as palavras profanadas uma parte do arco começou a se iluminar em tom de azul Dean e Sam vendo aquilo lembraram de quando um anjo se mostra para humanos, uma luz forte que mostrava a paz.

— Tum quasi tempestate atque indigna pati inde donec dissolvatur. (então como uma tempestade você invadiu, e se não merecer vai sofrer com isso até que tudo seja destruído) -a morena falou a última parte escondendo o que as palavras em latim dizia, fazendo as pedras do arco caírem para trás revelando uma passagem fria e antiga.

Estava escuro lá dentro mas mesmo estando surpresos Dean e Samuel conseguiram pegar as suas lanternas e começaram a seguir aquele caminho e logo que os três passaram pela porta os olhos da Nuria voltaram a ficar castanhos e a porta se fechou atrás deles sem que nem pudessem tentar mantê la aberta.

Daquela forma não teriam como abandonar a caçada, a única maneira de sair dali seria seguindo em frente, eles não podiam mais desistir; para os garotos ali estava o melhor clima que eles podiam esperar era frio diante de uma cidade ironicamente quente demais então estar naquele túnel era como uma calmaria naquele momento. Uma escada surgiu obrigando eles a seguirem por ela, e quanto mais desciam parecia mais longe de chegar no final dela mas o que mais mantinha os Winchester tensos era o silêncio que Nuria estava fazendo desde que abriu a porta e não revelou o que estava escrito na segunda parte.

— Por que você não nos conta o que estava escrito em latim? -Sam perguntou saindo daquele silêncio e continuando a seguir a escada até que ela termina em mais uma parede mas assim que a Nuria se aproximou sentiu que aquele corredor e principalmente a porta estava mais quente mas Dean e o moreno não sentiam a diferença que estava tão claro para a garota.

— Iluminem a porta, quero acabar logo com isso e ir embora. -ao falar aquela frase ela sentiu um arrepio no corpo, e por mais que Dean esperava que ela estivesse falando de voltar pro Bunker, algo no mais profundo dele sabia que ela queria ir embora de tudo que tinha haver com esse mundo até mesmo deles.

Diferente da outra porta só tinha uma descrição que estava na lingua dos anjos e em embaixo o local que se encaixava uma mão e mesmo antes da morena ler o que estava escrito ela já sabia que iria iniciar os desafios para saber quem era o merecido entre os três.

— Isso é a escrita dos anjos? -Sam perguntou se virando pro seu irmão e pra Nuria que parecia ser a única que entendia o que estava escrito e tinha a mínima noção do que ia acontecer a seguir.

— Aquele que fez por amor. -Nuria falou baixo com um certo receio do que iria acontecer com na sequência se manteve em silêncio, apenas se encolheu perto da porta vendo que os dois se olhavam como se conversassem apenas com o olhar.

Até o momento que Dean deu um passo para frente e Sam se manteve no seu lugar com o olhar baixo apenas observando o que iria acontecer, o loiro colocou a mão onde estava a marca e nada aconteceu e então ao olhar pra Nuria confirmando de que estava pronto a morena colocou sua mão em cima da dele.

— Aquele que fez por amor. -com os olhos em tempestade a porta se abriu revelando mais escadas e para os meninos continuava a mesma temperatura agradável mas para a morena estava cada vez mais quente como se a proteção da pedra não quisesse ela ali.

Ela já estava começando a se sentir tonta com a temperatura tão quente mas seguiu atrás dos meninos que pareciam ainda pensando sobre as duas primeiras portas e se mantendo em silêncio até que ela sentiu algo diferente fazendo a mesma parar e se encostar na parede.

Ela sentia sua cabeça rodando e assim que parou de andar e Dean se deu conta de que não escutava mais os passos da sua protegida, se virou e voltou rapidamente para perto dela vendo que a mesma estava quente como se fosse ferver algo com o próprio corpo.

— Você não está bem né? -o loiro não fez exatamente uma pergunta, porque ele já sabia a resposta assim que colocou os olhos nela e sentiu sua pulsação.

— Vamos continuar, eu vou ficar bem, não vai ser esse lugar fechado que vai me matar. -ela falou se desencostando da parede e continuando a descer a escada, mas na sua mente passava o pensamento de que talvez sua vida fosse acabar ali.

Foram quase uma hora descendo a escada e seguindo o corredor escuros que ecoava o som de ondas batendo nas paredes como se estivessem cada vez mais perto do mar.

Aquele barulho mesmo que não alto, já estava a mais tempo do que Nuria gostaria na sua vontade e agora na sua mente quando fechava os olhos ela conseguia sentir que estava se afogando em água salgada e gelada.
E quando a morena se deu conta de que já não iria conseguir mais ficar ali andando por aqueles corredores viu que que não estava mais sentindo os poderes da mesma forma que havia acontecido na casa da fazendo com o Castiel, ela seus poderes estavam tão fracos que quase não podiam ser sentidos.
Nuria se viu em desespero quando mais uma porta chegou ela se viu em desespero por ver que ali tinha diversos corpos, mostrando que aquele era um ponto onde não conseguiam passar e acabavam abandonados, e sem ter como pedir socorro acabavam morrendo sozinhos.
— Essa eu conheço, é a escrita dos demônios. -Sam falou passando a mão pela pedra e logo direcionando a luz da sua lanterna quando a morena se aproximou e se apoiou na porta e se concentrando para se manter firme e ler o que estava escrito ali.

— Aquele que fez sem pensar em ninguém. -Nuria falou se sentindo mais fraca ao ponto de sentir a necessidade de se encostar na parede mas antes que caísse, Dean se aproximou dela obrigando a mesma a sentar ali mesmo no chão mas ficando entre ela e os corpos.

Os dois irmãos conversavam com o olhar mas não era preciso saber muito sobre eles para saber qual dos dois já havia feito algo por si mesmo, estava óbvio na relação dos dois que Dean sempre faria tudo pela caçula enquanto que Sam apenas queria se ver livre.

Samuel fez um sinal com a cabeça e Dean entendeu que ele estava pronto para o que iria acontecer, então os dois juntos levantaram a morena; Sam colocou a mão na pedra e Dean se manteve atrás da garota segurando a mesma pela cintura.

Nuria colocou sua mão em cima da mão grande do Samuel e precisou se concentrar, precisou pensar nas palavras que a voz interior sempre repetia para ela, para finalmente conseguir deixar seus olhos em tempestade.

— Aquele que fez sem pensar em ninguém. -ela profanou baixo com o um pouco de sangue saindo de seu nariz, e suas mãos tremendo.

Quando a segunda porta se abriu Nuria sabia que não tinha mais forças para continuar ali de pé, o seu corpo pedia por descanso um descanso que ela não podia ter agora mas só foi preciso piscar de forma mais longa para seu corpo ceder.

Dean foi rápido em pegar ela no colo e carregar pela porta junto com Sam que seguia os dois de perto, o loiro colocou a moreno no chão, que por mais que não estivesse desmaiada não tinha forças para andar mais mesmo que já não tivesse tanto eco o que dizia que estava acabando ou somente estava chegando na pior parte.

Sam fez uma troca de olhares com o irmão e saiu corredor a fora tentando achar uma saída daquele lugar para os três, enquanto que Dean tentava manter a morena acordada pelo menos por mais alguns minutos; ela tentava de todas as formas se manter ali mas sem algo que pudesse dar a ela a certeza de que continuar viva era bom, não tinha mais motivos para continuar ali sofrendo, com a morte ela poderia se libertar dessa vida.

— Está tudo bem Nu, eu vou tirar a gente daqui, o Sam vai voltar logo não tem com o que se preocupar. -Dean falou tirando uma mecha de cabelo da Nuria que estava solta em frente ao seu rosto, e ao colocar a mão em sua testa foi impossível impedir sua cara de surpreso pela temperatura que a morena estava.

Samuel voltou correndo e o ato quase de desespero dele fez com que a morena abrisse os olhos em um salto olhando tudo atentamente sentindo novamente as dores em seu corpo mais fortes e as pontadas em sua costela pareciam querer furar ela de dentro para fora.
— A última porta não está muito longe, é como se desse para sentir alguma coisa perto daquela porta. -Sam falou tentando não sorrir mas estava feliz por ter achado a última porta, e isso significava que era hora de ir para casa.
O loiro olhou para a Nuria sentada ali prestes a entrar em combustão interna e se perguntou o que era mais importante ficarem e esperar ela melhorar, ou seguir e talvez ver a morena morrer nos braços de quem naquele momento era a pessoa mais importante do mundo pra ela mesmo que seus pensamentos ainda insistissem em voltar para a Amara. Ela olhou para aquela imensidão de verde incomparável e se viu pensando se conseguiria viver sem ele, ou se mesmo se conseguisse, se ela iria querer.

A mesma se levantou apoiando na parede e com ajuda do Dean seguiu o resto do corredor sentindo seu corpo tremendo e doendo, para ela era como uma tortura que ia pouco a pouco se tornando pior; o loiro segurava firme na cintura da sua protegido por medo dela cair e ao mesmo tempo sentia que seu corpo estava rejeitando aquela proximidade.

Assim que chegaram na última porta a preocupação estava mais no rosto da Nuria no que dos dois garotos, ela já sabia que aquela era a última porta e também sabia que talvez não tivesse forças para abrir aquela porta ou não fosse a merecedora e acabaria destruindo tudo. Ela não precisou contar para os meninos em que língua estava, ou o que estava escrito ela sabia que aquele era o momento em que ela teria que se revelar e mostrar aquilo que nem mesmo ela conhecia mas precisava, a morena iria precisar de muito mais.

A frase poderia servir para os três ali mas era em especial para a Nuria, ela não havia matado para salvar outras pessoas, ela tinha segredos tão obscuros que somente de pensar neles ela sentia que não merecia.

— Qui testimonium Etruscis Vmbri adiecti sunt morte. (Aquele que carrega o peso de mortes) -a morena falou lembrando de tudo aquilo que sempre quis esquecer, e vendo que tinha que ser ela, mesmo que os outros dois ali já tivessem matado.

Colocou com cuidado suas duas mãos ali fechando os seus olhos e naquele momento tentando se desconectar com o mundo a sua volta mas as mãos firmes do loiro em sua cintura ainda mantinham ela ali, ela sentia que deveria pedir para que ele tirasse o seu corpo de perto do dela mas não iria fazer isso.

— Qui testimonium Etruscis Vmbri adiecti sunt morte, Qui testimonium Etruscis Vmbri adiecti sunt morte, Qui testimonium Etruscis Vmbri adiecti sunt morte, Qui testimonium Etruscis Vmbri adiecti sunt morte… -Nuria repetia diversas vezes a frase até que se deu conta de que era preciso mais do que desespero para sair dali, ela tinha que usar o que era mais importante pra ela agora e pensar no Dean e em não deixar ele morrer era o que mais importava agora.

Seus olhos ficaram nublados, aquelas lindas tempestades e sangue começou a sair do seu nariz, mas quando a porta se abriu tudo ocorreu de maneira rápida; seu corpo sentia a necessidade de um descanso e pela firmeza do aperto do Dean não foi de encontro com o chão, enquanto que Sam ficava congelado no lugar o observando o quanto a pedra era linda; ela ficou sentada no chão encostada na parede com Dean ao seu lado limpando o sangue que escorria do nariz com uma das camisetas que estava dentro da sua mochila.

Era uma sala toda de pedra e era ainda mais gelada do que os outros corredores e escadas, mas para a Nuria era como estar dentro de um forno e ela conhecia bem aquela sensação, até mesmo seus ossos doíam porém acima de tudo ela sentia a vontade de tocar na pedra mas o seu corpo pedia por outra coisa. Assim que Sam acordou e se aproximou da pedra, as paredes e o chão começaram a tremer fazendo com que tudo ocorresse com rapidez mesmo que nos olhos da morena tudo acontecia em câmera lenta.

Dean foi rápido em usar o seu corpo como um escudo para proteger a Nuria que apenas se encolheu no momento que Sam tirou a pedra e uma luz forte preencheu a sala, e então poucas coisas foram vistas pela morena quando seus olhos castanhos se fecharam pela última vez naquela noite.


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Notas finais do capítulo

roupa da Nuria: https://www.polyvore.com/cap13/set?id=208188951
Não foi prometer quando vai sair o outro, mas temos a certeza de que ele vai sair, no máximo em 15 dias.
Espero que tenham gostado, e que não me abandonem



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