Mercy escrita por Jupiter


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Sei que ainda não é dia de postar capítulo mas se não fosse agora, não iria ser tão cedo... Não tenho muito a dizer sobre esse capítulo... Então espero que gostem ♥



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“Você vive

Pensando demais

Sofrendo demais

Chorando demais

E dormido de menos…” — laminas-suicidas

14 de fevereiro

Lebanon, Kansas

Amara andava mais uma vez pelo castelo que chamava de casa com aquele colar que a muito estava perdido mas que ainda estava bem gravado na sua mente, ela tentava entender o que iria acontecer a seguir e o que tinha acontecido para chegar naquela situação.

Ela não sabia o que fazer ou se o que tinha feito na noite anterior era o certo, ela estava confusa, com os seus sentimentos prestes a explodir e em nada que pensasse conseguia fazer ela relaxar; antes os seus pensamentos para manter a calma era pensar no nascimento da sua filha mas ela iria fazer agora que alguém ameaçava estragar aquele último pensamento feliz?

Chuck não estava no céu, ela estava sozinha naquele lugar enorme que se nem em dias normais conseguia suprir a sua falta de um lar, em um momento como aquele nada como alguém que amasse ela seria melhor.

— Porque tudo está acontecendo agora? -ela perguntou para ela mesmo.

Amara tentava entender como tantas coisas podiam acontecer de uma única vez em sua vida, naquela semana já havia acontecido outra reunião de portas fechadas e mais uma uma vez Castiel estava ali com mais informações para ser feito uma nova reunião que pelo silêncio e cara fechada de Chuck depois que todos foram embora ela sabia que não eram boas notícias.

Dois dias após as reuniões se passaram e foram necessárias quarenta e oito horas para que Deus conseguisse seguir com a sua rotina no céu e com os anjos mas ainda se manteve em silêncio com a irmã, como se assim fosse a melhor opção porque mentir para ela iria ser difícil para ele.

Amara sentia falta do seu irmão durante toda semana e depois do que aconteceu na noite anterior sentia ainda mais, ela queria fugir para os braços dele e nunca mais sair mas no fundo dela ela sabia que na verdade ela queria voltar anos atrás quando estava com a sua filha nos braços e o seu amor ao seu lado; ela queria voltar naquele momento onde o mais simples dos gestos era o importante.

Ela só queria fugir e se esconder, ficar sozinha como acontecia exatamente na prisão feita pela marca de Caim e ela nunca pensou tanto que aquele lugar solitário fosse melhor que estar ali.

Dean estava na cozinha mais uma vez enchendo a caneca de café do Sam, aquela já deveria ser a oitava xícara que o moreno tomava e aproveitou para pegar uma cerveja na geladeira e tentando se manter concentrado para não dormir ali em pé na cozinha; tanto ele quanto o seu irmão estavam acordados desde o momento em que Sam chegou em casa com a Nuria desacordada nos braços.

O dia já tinha amanhecido e Dean não estava mais bravo pelo que tinha acontecido depois de horas em silêncio mas ainda estava revoltado pelo silêncio que o seu irmão estava fazendo desde que chegou em casa; e esse fato deixava ele bravo porque se não tinha dedo dele porque ele estava tão preocupado, mas quando essa pergunta passava pela sua mente ele se lembrava do momento que Castiel havia anunciado que a morena era sua protegida.

— Nada ainda? -Dean perguntou bocejando e entregando a xícara pro irmão assim que entrou no quarto que pertencia ao Sam.

— Continua igual e eu sei que você está cansado, vai dormir que eu fico aqui com ela e quando a Nuria acordar eu corro atrás de você. -Sam falou baixo e Dean concordou saindo em direção a porta do quarto depois de encarar a morena.

— Se ela não acordar em três horas, você me chama que vamos levar para um hospital. -Dean falou quando chegou na porta e olhou mais uma vez para Nuria.

Samuel sabia que o irmão não estava feliz por tudo que tinha acontecido mas aquilo não era algo que os dois poderiam se envolver, a única pessoa que podia responder aqueles problemas era a Nuria e a Amara e ele compreendia isso.

A morena estava tão cansada, e os seus problemas a cansava, os seus poderes a cansava, segurar o mundo em suas costas cansava ela;ela estava cansada de tantas coisas que não sabia o que fazer, ela estava de novo presa em um ponto em que nada mais fluia.

Nuria parecia dormir serena mas somente ela estava vivendo com os seus demônios dentro da sua mente, sem saber como se livrar deles; e aquela não seria a primeira vez que algo iria tirar o seu sono ou transbordar aquilo que ela sentia.

Sam via ela abrindo os olhos de uma única vez como se saísse de algo que estava a matando por dentro, e quando ela tentou se sentar sem ajuda não era preciso nem escutar o barulho que ela fez porque somente olhando para o rosto dela era possível ver que ela não estava bem.

— Ei, vai com calma, eu estou aqui com você. -o moreno falou se aproximando da cama e ajudando ela a se sentar e conferindo se a mesma estava com febre.

— Sammy, cadê o meu colar? -Nuria perguntou com a voz entre cortada levando a mão até o seu pescoço sentindo que ele estava sem nada.

Samuel já sabia que uma hora aquela pergunta iria ser feita e que ele teria que contar a verdade mas não esperava que fosse ser naquele momento, porque ele não estava pronto para responder essa pergunta; e ao ver o silêncio da parte dele Nuria não precisou de resposta porque já sabia que talvez nunca mais iria ver ele, então naquele momento quando chorou foi de saudade.

Ele não disse nada, porque não tinha nada que ele pudesse fazer além de estar ali com ela; um simples toque abriu as portas para que ela se escondesse em seu corpo grande e forte tentando deixar as suas mágoas saírem.

— Tá tudo bem Nuria, eu estou aqui com você. -ele falou baixo afagando o seu cabelo com carinho como seu irmão fazia com ele, quando os dois eram mais novos e sempre trazia muita confiança.

O abraço era bom e não estar sozinha era o que ela precisava mas não era o que ela realmente queria, a morena não queria ficar sozinha porém sentia que precisava ou iria explodir como tinha acontecido dias atrás no motel. Era reconfortante estar dentro daquele abraço mas se não saísse de lá ela poderia machucar alguém que estava começando a ser importante para ela.

Quando ela se afastou do Samuel já não chorava mais e enquanto ela parecia tentar entender o porque estava usando uma roupa masculina mas que não parecia ser do Dean, Sam mandava uma mensagem pelo celular mesmo que seu irmão estivesse naquele mesmo corredor.

— Eu preciso ir até o porão. -Nuria falou se virando na cama como se fosse tentar se levantar sozinha mas Sam foi mais rápido pegando ela no colo, no mesmo momento em que seu irmão apareceu na porta do quarto.

Samuel saiu andando com cuidado pelo corredor tentando não ferir ainda mais a pequena Nuria enquanto seu irmão seguia atrás tentando entender a onde aqueles dois malucos estavam indo.

— Fala pro Dean pegar minhas correntes. -Nuria sussurrou pro moreno que logo passou o recado para o seu irmão que só entendeu o que iria acontecer quando chegou na porta do porão e deparou com ele aberto e o pentagrama desenhado no chão, então saiu correndo atrás do que iria precisar.

A morena sentou no meio do pentagrama tentando achar a posição mais confortável mas sentindo seu corpo responder pela nova posição e sentindo que seu pescoço estava vazio e ela não tinha a certeza de que iria conseguir sem o seu amuleto.

Dean voltou rápido trazendo as duas malas que estavam no seu quarto e que guardavam as correntes tão especiais, o mesmo prendeu as pernas da garota enquanto Sam levantava ela deixando de pé bem no meio e prendia seus braços a cima de sua cabeça.

O loiro não iria deixar ela ali e o seu Sammy não iria deixar ele sozinho, eles iriam passar seja lá pelo que fosse acontecer ali naquele porão juntos, os três lado a lado como uma família deveria fazer; no começo tudo parecia normal, não tinha gritos e nem tempestade dentro do pentagrama.

Mas como um vagalume sozinho em meio a escuridão silenciosa, tudo começou devagar e então quando se pode perceber se tornou um grande urso prestes a destruir tudo; ela flutuava, seus olhos estavam cinza como tempestade, a chuva fina que caía do lado de fora foi transformada em tempestade e raios caiam.

A cidade de Lebanon estava entrando para a história como aquela que tinha recordes de tempestades não previstas, e de maior intensidade.

Na mente da Nuria gritos de dor eram ouvidos mas por trás de tudo aquilo que fazia ela se sentir confusa e sem escutar os próprios pensamentos, aquilo que perturbava as suas noites de sono, estava no fundo uma voz já reconhecida por ela e que mesmo sendo estranha trazia um certo conforto por ela não estar sozinha.

“ Você sabe o que fazer, do que tem medo garota burra?” a voz falou debochada e sem surpresa, como se já esperasse que isso iria acontecer.

“ Estou sem o meu colar, e se eu perder o controle? O controle é tudo que eu tenho.”

“ Você não precisa do colar, e muito menos do controle; qual o problema de ser quem você é? Você acha que esses idiotas que te cercam vão te abandonar como a sua mãe fez? Os Winchester não são como a Amara, pra eles você é como um anjo e eles já esperam para ver o seu lado caído então mostre para eles, tire as suas correntes, congele o seu medo, me mostre tudo o que eu te dei! “

Aquela voz era como escutar o seu mais profundo, ela conhecia a voz e mesmo que antes significasse medo agora significava poder; e Nuria queria poder, ela queria ser egoísta uma vez na vida, e se importar somente com o que ela queria e ela queria ser ela mesmo. Não importando se Amara era sua mãe e havia abandonado ela, se o seu pai estava morto levando com ele muitos segredos, se o seu protetor tinha tanto medo dela que carregava balas especiais, se o anjo que deveria ajudar faria ela matar alguém; naquele momento ela seria apenas ela.

Se fosse possível ver aquela voz dentro dela poderiam ver ela sorrindo; Nuria também sorriu e então todo aquele sentimento que ela estava guardando para ela saiu como um grito que liberou uma luz azul que envolvia a morena como se ela sempre estivesse ali e as duas fossem apenas uma.

[...]

Nuria já estava deitada no sofá da sala apoiando seu pé no encosto de braços ainda com a mesma roupa que pertencia ao Sam, depois de tudo que tinha acontecido no porão aquela era a primeira vez que tudo seguia como se fosse normal, como se nada tivesse acontecido.

A morena estava ali deitada descansando enquanto que Sam e Dean tentavam entender o que era aqueles quatro desenhos, mas tudo que eles entendiam até aquele momento era que o cajado estava separado e que para juntarem eles iriam precisar de algo ainda maior.

— Eu consigo ver daqui a cabeça de vocês pegando fogo, por quê não conseguem pedir ajuda? É mal de Winchester? -Nuria falou chamando a atenção dos dois mas Dean apenas bufou enquanto que Sam riu.

— Já está pronta para mexer com o livro? -o loiro perguntou vendo que a morena estava se aproximando da mesa e começando a olhar tudo de cima tentando encaixar de um jeito que eles ainda não tinham tentado mas acabou juntando eles e entregando para o Dean.

Nuria conhecia cada desenho em um conjunto e cada um sozinho, eles estavam na sua cabeça e depois do sonho que teve naquele dia ela sabia mais do que podia ou queria contar; em sua mente ela via o cajado completo e os mapas mas eles se misturavam como se quisessem confundir a sua mente.

— Eu preciso do livro e de alguns objetos sobrenaturais que possam ser destruídos. -Nuria falou fazendo os irmãos se olharem e conversarem somente com o olhar e então saindo atrás do que ela precisava.

Ela não tinha certeza do que iria fazer, ela sabia que podia mas não tinha certeza de como iria acontecer e o que iria conseguir sem ter grande poder para sugar.

Sam e Dean estavam atrás de um objeto mas mesmo que quisessem sabiam que não era uma coisa fácil dentro de um Bunker feito para proteger o mundo de coisas sobrenaturais, tudo que eles tinham eram feitiços guardados para emergências; e naquele momento eles até pensaram em rezar para Deus como ajuda mas jamais dariam o prazer de Chuck descobrir sobre o que estavam procurando.

Nuria estava mais uma vez sentada no centro da mesa com aquele livro que já tanto parecia ser parte dela e com as imagens e sentimentos que Caladriel estava proporcionando em sua mente, estava cercada por objetos mágicos que não iriam ser suficientes para muitas informações mas que ela esperava ajudar na localização.

“Por favor, não me deixe passar por isso para não conseguir nada”

A morena somente conseguiu se manter conectada lendo aquele livro por exatos doze minutos, e foram os doze minutos mais longo na vida do Dean que precisou ficar ali observando a sua protegido com os olhos em tempestade tentando decifrar o que ela estava sentindo e como poderia ajudar.

Com um grito Nuria soltou o livro na mesa e os sacos de feitiços de bruxas que estavam à sua volta acesos como velas, se apagaram de uma única vez como quem desliga o interruptor; a morena avançou engatinhando em cima da mesa até o computador e os desenhos fazendo com que Sam e Dean se aproximem para ver o que ela estava fazendo.

— Eu fui muito idiota por não ter notado isso antes, a própria pedra nos diz onde ela está, o mapa não fala onde ela está, ele mostra diversas possibilidades por isso não conseguia entender o que estava acontecendo. -ela falou rápido sendo difícil para os dois irmãos entenderem enquanto se mantinha concentrada em achar algo no computador.

— Isso tá confuso, vai direto ao ponto Nuria, você tá parecendo o Sam. -Dean resmungou fazendo seu irmão olhar feio pra ele.

— É bem mais simples do que a gente esperava, esse é o mapa de Evanston e colocando o desenho da pedra em cima temos várias rotas e essas rotas nos levam ao centro da cidade, e como eu tenho certeza que Caladriel não faria algo tão fácil então eu acredito que esse mapa vai nos ajudar a quebrar o feitiço que deve estar protegendo a igreja mas outra coisa que eu descobri é que não somos os únicos atrás desse cajado.

Nuria falou mostrando como os desenhos se encaixam e apontando para explicar como tinha chegado naquele ponto, então guardando para o final virou o computador para eles mostrando a igreja de que tinha falado.

— Parece que já sabemos para onde vamos, não vejo a hora de conhecer Evanston e a igreja enfeitiçada e enfrentar algo que deve querer nos matar. -Sam falou irônico piscando para a Nuria.

Os Winchester estavam sempre prontos para viajar e mesmo agora quando estavam cansados e com tantas coisas na cabeça eles ainda sim iriam continuar até o fim sem desistir, mas Nuria não estava acostumada e estava ainda mais cansada que eles; o seu corpo não estava acostumado com tanto uso de magia e ir contra o que era melhor para ela, iria vir com um preso alto demais que talvez ela ainda não estivesse pronta para sofrer.


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Notas finais do capítulo

roupa Nuria: http://www.polyvore.com/cap11/set?id=220576880
Foi curto, mas ele dá inicio a algo que já estava previsto a algum tempo...



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