Mercy escrita por Jupiter


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas postei no dia...
É um capítulo não muito grande mas acredito que vocês podem gostar o mesmo tanto que eu gosto dele ♥
Ele é bem profundo, e com muitas emoções, então eu espero que tenha conseguido deixar da mesma forma que eu pensei desde o começo da fanfic.



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“Eu não soube fazer você ficar, ou você não quis?”

— But, I’ll stay here.

 

13 de fevereiro

Lebanon, Kansas

Já era quase de manhã quando chegaram ao Bunker, estava tudo escuro mas quando entraram no hall principal encontraram ele vazio como deveria estar pelo horário e em cima da primeira mesa pendurado em um abajur estava um bilhete da Mary dizendo que estava em uma caçada e só voltaria em uma semana.

O tempo no Kansas estava surpreendentemente bom, não estava frio como eles esperavam e não estava quente como acontecia no verão e não chovia, era a temperatura perfeita para aqueles que tinham planos mas para os três que haviam acabado de chegar os únicos planos que eles tinham era o de deitar e dormir pelo resto do dia.

Sam sabia que Nuria estava precisando de espaço depois de ter revelado algo que os dois estavam escondendo dela, Dean ainda não sabia e pensava que tudo estava bem mas cada vez que seus olhos verdes se prendiam nos castanhos dela não existia mais magia ali.

— Fica com o meu quarto Nuria, eu fico com o quarto da mãe. -Sam falou deixando a mala da morena em cima da sua cama quando passaram pelo corredor, e mesmo quando Dean fez cara de que não entendia o porquê de tudo aquilo seu irmão nem se esforçou para explicar.

— Obrigada Sam. -a morena falou ignorando Dean na porta do quarto e sorrindo fechou a porta enquanto Sam ia até o quarto ao lado.

 

Horas se passaram e Nuria acordou mais uma vez em desespero mas conseguiu se manter no controle para não acordar quem estava nos quartos próximos, e ela se sentiu feliz com ela mesmo por não estar perdendo o controle ou por não precisar de ajuda para se manter ali. Aquele banho em um banheiro que ela não estava acostumada foi o melhor que tomou nos últimos dias e no tempo que ficou lá se deixou levar pelo pensamento que não se sentia mais sozinha, mesmo sem ter o seu pai que era o seu único parente vivo até poucas semanas; ela se sentia como se estivesse bem novamente.

Ela saiu do quarto indo em direção a cozinha e mesmo que não sentisse fome sentia a necessidade que seu corpo tinha de se alimentar regularmente, assim que chegou na cozinha encontrou Sam dividido entre se concentrar em ler um livro e fazer o que parecia ser café preto; Nuria se aproximou dele tirando o livro de suas mãos e escondendo atrás de seu corpo.

— Que tal você largar esse livro e comer alguma coisa comigo? -ela perguntou mas não dando muito opção de escolha para o moreno.

— Só se você fazer bacon. -ele falou indo até a geladeira e tirando de lá um pacote de bacon enquanto sorria de forma amável e tinha até mesmo covinhas.

— Só se for com ovo, panqueca e café. -Nuria falou fazendo os olhos do Sam brilharem por imaginar comer algo caseiro e feito por alguém que se importava com ele.

 

Nuria não levou mais do que vinte minutos para fazer a comida que Sam tanto queria e quando terminou, os olhos do moreno brilhavam e ele fazia questão de demonstrar o quanto estava feliz e sentia prazer em comer aquela comida.

— Por favor case comigo, eu prometo fazer você a pessoa mais feliz do mundo. -ele falou enchendo a boca de panqueca e suspirando.

Aquela simples frase fez a morena sorrir, porque era aquilo que ela sempre tinha imaginado escutar e viver no seu futuro; não que ela desejasse ser escrava de casa vivendo em um mundo machista, ela queria ser livre para poder ter a sua família ser uma grande bailarina e quando chegasse o seu momento de deixar os palcos ela iria virar professora. Aquele era o seu plano de vida perfeita, casar ser professora de ballet e ter filhos; um sonho que não iria virar realidade porque a sua realidade hoje era outra.

Só quando a Nuria se afundou naquele pensamento que percebeu que todos os seus sonhos estavam sendo deixados de lados, ela naquele momento vivia para ajudar os Winchester e não mais para os seus sonhos e a morena iria mudar isso.

— Que horas são Sam? -ela perguntou colocando seu celular que estava esquecido com ela desde que tinha chegado ali no seu bolso e puxando o computador que já estava aberto.

— Passou um pouco da hora do almoço, uma hora talvez; por que? -ele perguntou levando o seu prato na pia e se encostando do lado dela vendo que ela pesquisava sobre estúdios particulares que estavam abandonados perto de onde eles estavam.

— Quer sair pra dar um passeio? -ela perguntou sorrindo pra ele forma doce, tentando convencer ele de que seria um passeio legal.

— Por que quer minha companhia? -ele perguntou se fazendo de dificil mesmo já sendo claro que ele iria com ela.

— Porque eu vou invadir um lugar privado para fazer uma coisa incrível, mas tenho medo de fazer isso sozinha então preciso de alguém forte e alto para me sentir segura. -ela falou piscando os olhos de forma doce que conquistava qualquer um.

Piscar os olhos nunca foi tão doce e lindo quanto Samuel via naquele momento, para ele a Nuria fazendo todo aquele charme era adorável; principalmente por ela estar atrás de algo que interessava ela.

Nuria sentia falta de dançar e quando pegou a mala, a mesma mala que chegou com ela na primeira vez que entrou ali, ela se sentiu se reconectando com o mundo que antes era tudo pra ela; não era todas as suas coisas de ballet não estava ali mas com o pouco que ela tinha conseguiria fazer bem feito.

Foram mais de vinte minutos para chegarem até o centro de Lebanon e de lá foi mais fácil do que Sam conseguia imaginar, mas o percurso até lá foi divertido o que fez com que o passasse rápido e fizesse ele esquecer que iria invadir um lugar sem ser para caçar alguma coisa.

O plano da Nuria era ótimo e iria funcionar com perfeição, a sala era como estava na internet e quando chegou seus olhos brilhavam de emoção por estar ali; ela se trocou em uma sala ao lado da que Sam esperava ela, ela não estava de salto e agradeceu por isso, porque sabia que depois não iria ser confortável para ir embora e para dirigir o seu carro.

Samuel via nos olhos da morena que ela estava feliz por estar ali e quando ela começou a dançar mesmo sem ter música ela estava sorrindo, a cada rodopio era uma emoção diferente, a cada passo seu coração batia de um jeito diferente; cadê vez que se conectava com a sua bailarina interior seu corpo entrava em êxtase e não importava cansaço ou a sede, aquele era o sua intimidade sendo exposta de forma doce e clara.

Aquela pessoa ali dançando enquanto sorria era a verdadeira Nuria, aquela garota com sonhos e segredos que confiava demais nas pessoas e mesmo quando toda essa confiança se mostrava sendo um problema ela ainda continuava ali pelas pessoas que amava.

— Eu pesquisei sobre você e quando descobri que era bailarina, eu nunca acreditei que era realmente um talento seu mas você acaba de me mostrar que eu estava muito errado. -Sam falou entregando a garrafa de água que estava ao seu lado pra morena quando ela se aproximou dele.

— Obrigada, o ballet sempre foi um jeito de esquecer dos meus problemas e problemas a minha volta para poder focar somente em mim; mesmo que no começo eu só fazia porque meu pai dizia que lembrava minha mãe. -ela falou se sentando ao seu lado no chão sentindo seu corpo cansado e soube que iria sentir dores mais tarde.

— Você fala muito pouco da sua mãe. -Sam comentou olhando para a janela que mostrava que não teriam muito tempo de sol, e ele nem ao menos tinha percebido quanto tempo tinha ficado ali apenas vendo ela dançar.

— Eu sei muito pouco sobre ela, mas qualquer dia te conto o pouco que eu sei. -ela respondeu sorrindo e se levantando para voltar a dançar.

Não tinha música mas Samuel já havia assistido ballet algumas vezes quando estava na faculdade junto com a sua namorada Jessica que era uma grande admiradora das artes, ele reconheceu alguns passos da apresentação mais bonita que já tinha visto: O lago dos cisnes, mas Nuria dançava com mais violência e rispidez mostrando que ela era a Odette.

E toda aquela fúria e desejo por poder e ser a melhor, mesmo não sendo a personalidade da morena combinava com ela; mostrava aquele lado que amedrontava as pessoas, mostrava o poder que ela tem mesmo sem revelar o seu lado sobrenatural. Ela dançava com paixão e quando o sol se mostrou dando os últimos feixes de luz que entrava pela janela, com tons laranja e rosa ela finalizou a dança, e foi inevitável para o Samuel bater palmas porque aquilo foi a coisa mais bonita que ele tinha visto em muito tempo.

— Obrigada, sempre foi o meu favorito; eu vou trocar de roupa pra gente poder ir embora ou vai ficar muito tarde para você comprar uma pizza bem grande pra mim. -ela falou rindo e jogando o seu colar pra ele que pegou no ar, e então saiu até a sala ao lado para trocar de roupa.

O estúdio de ballet estava pronto para aluguel então estava completo, em um dos banheiro Nuria encontrou um chuveiro e mesmo a água não estando quente, ela se sentiu grato por poder tomar um banho e já sair dali com uma roupa limpa e não estar mais cheirando a suor; era uma ótima sensação aquela de se estar em paz e poder dizer que fez algo somente por você aquela semana, principalmente sendo algo tão importante pra ela.

— Estou pronta e exausta então se formos direto pra casa para que eu possa dormir, eu iria adorar. -Nuria falou se apoiando em uma barra enquanto Sam se aproximava pegando a mala que estava em sua mão.

— Vocês realmente tem que ir pra casa, Dean não está feliz por vocês terem saído sem avisar; então sugiro que parem de namorar escondido e vão para aquilo que chamam de casa. -Amara falou aparecendo no centro do estúdio em um vestido preto que lembrava ao da realeza.

— Quem é você? -Nuria falou olhando pra ela e depois olhando para o Sam e estendendo a mão para o moreno que tirou o seu colar do bolso mas antes que conseguisse encostar nele ele brilhou e um grito alto foi ouvido na sala.

— O QUE VOCÊ FAZ COM ESSE COLAR, VOCÊ NÃO É DIGNO DELE, VOCÊ ESTÁ ME FAZENDO SOFRER A MINHA DOR MAIS UMA VEZ. POR QUE ESTÁ COM O COLAR DA MINHA FILHA?  -Amara gritou chorando e ver ela chorando em desespero fez com que Nuria congelasse no lugar e sentisse um aperto no seu peito.

O céu do lado de fora estava escuro e uma tempestade estava começando a se formar do lado de fora e mesmo que já estava ficando escuro pelo horário, a cada momento ficava mais escuro e o vento mais forte, raios começaram a cair e trovões a iluminar o céu; o barulho do lado de fora era alto mas o choro da Nuria naquele momento e o desespero fez com que algo ali matasse o Sam por dentro, porque ele sabia o que era se agarrar a uma ideia que poderia não ser real então apenas encostou a sua mão que estava livre na cintura da morena.

Os poderes das duas juntos poderia destruir todo o Kansas sem muito esforço e era o que iria em pouco tempo se algo ali não acontecesse logo, porque de partido já estava o coração delas e era uma dor que não poderia ser curada daquela maneira, ali elas se olhando olhos nos olhos elas viam que toda a sua vida não estava certa.

— Esse colar pertencia a minha mãe. -Nuria falou baixo deixando as primeiras lágrimas caírem mas Amara pareceu não escutar e jogou a sua fúria para aquela que dizia ser sua filha, jogando a mesma na parede que caiu desacordada no chão e antes que Samuel pudesse fazer algo contra a escuridão a mesma desapareceu deixando ali um rastro de destruição.

A pequena morena poderosa estava desacordada no chão e mesmo que com o esforço do Sam para acordar a mesma, ela se mantinha ali desacordada e com feições serenas mas o seu coração estava partido e um rastro de lágrimas confirmavam mas acima de tudo aquela lágrima solitária que contornou o seu rosto e somente parou quando chegou no lugar onde costumava ficar o seu colar.

 

Porque amar alguém é como ser um girassol e a pessoa o seu sol, você quer viver somente para ela e só ser bonito e reluzente quando ela está por perto mas um dia não vai haver o sol, vai ser um dia nublado onde nem os raios de sol mais fortes conseguiram passar as nuvens; e quando esse dia chegar você vai se dar conta de que não precisa ser um girassol, que você pode ser uma linda rosa do deserto que mesmo em condições difíceis é a mais bela de todas.


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Notas finais do capítulo

roupa Nuria: http://www.polyvore.com/cap9_10/set?id=130061893
http://www.polyvore.com/cap10/set?id=126777706
http://www.polyvore.com/cap10/set?id=220357163

Espero que tenham gostado, até daqui 15 dias



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