POV Annabeth:

Acordei com os raios de sol iluminando o meu rosto.

O quê? Eu dormi aqui?

Acordei Percy, desesperada.

— A gente tem que ir pra escola! Vamos logo se não não chegaremos a tempo!

Ele acordou com os olhos quase saltando da órbita.

Corremos para o carro e chegamos no condomínio na maior pressa do mundo.

Ai meus deuses! Se meus pais souberem que dormi fora de casa iriam me matar!

Ele correu para a sua casa e eu corri para minha. Sorte que deixei a minha varanda aberta e entrei no quarto sem fazer barulho.

Tomei um banho muito rápido, me arrumei e peguei uma maçã para comer no caminho. Em seguida corri para fora de casa.

Ele estava lá me esperando, eu entrei no carro e dei um beijinho rápido. Seguimos em direção à escola e por muita sorte não chegamos atrasados.

Entramos de mãos dadas na escola, atraindo alguns olhares.

Quando estávamos entrando na sala avistei uma garota ruiva vindo em nossa direção. Senti o aperto da mão de Percy ficar mais forte.

Por onde ela passava todos os garotos assoviavam. Ela parou na nossa frente, agarou Percy e o beijou.

— O que diabos?! - perguntei incrédula.

Percy se afastou rapidamente, mas antes que pudesse falar algo, a ridícula se pronunciou:

— Então você é a famosa Annabeth?

— Quem é você? E como sabe meu nome?

— Rachel Dare, namorada do Percy.

— Você quer dizer ex-namorada - ele disse dando ênfase no ex.

— Mas você falou para ela quando terminou comigo? - ela perguntou com um sorriso sínico no rosto.

Ela ficou me encarando, esperando uma resposta.

— Pelo visto você nem sabia da minha existência. É uma pena... Mas saiba que Percy só terminou comigo ontem! E já faz quanto tempo que vocês estão saindo? 2 semanas? Que namorado exemplar você foi arrumar! - disse por fim e se afastou de nós, já que havia conseguido causar o estrago que queria.

Eu não estava acreditando no que estava ouvindo.

O que significou esse relacionamento afinal? Ele estava me usando o tempo todo? Como eu fui uma idiota por acreditar nele...

— Annie, não é o que você está pensando... E-eu posso explicar!

— Você não tem mais o direito de me chamar assim. Como eu pude ser tão estúpida em acreditar em você?

— Annabeth...

— Quer saber? A melhor coisa que você pode fazer é nunca mais falar comigo.

Não queria mais ouvir suas desculpas, por isso saí dali o mais rápido que pude.

Corri em direção ao banheiro, com medo de que as lágrimas não aguentassem a pressão e caíssem sem o meu controle. Estava tão distraída que no caminho esbarrei com Luke.

— Annabeth, está tudo bem?

— Não estou a fim de conversar agora, mas obrigada pela preocupação...

— Quando estiver melhor e quiser conversar, sinta-se a vontade para me procurar.

— Obrigada, mas eu preciso ir...

Entrei numa cabine do banheiro e comecei a chorar. As lágrimas quentes caíam sem parar, molhando meu rosto e minha blusa.

Fiquei pensando no tempo em que passamos juntos, no nosso primeiro beijo e em suas doces palavras ecoando em meu ouvido. Foi tudo mentira? Será que não teve nenhum significado para ele?

Eu realmente acreditei que Percy gostasse de mim, mas naquele momento, a única coisa que me restava era questionar a nossa relação.

Eu só gostaria de poder esquecer tudo, mas eu sabia que era tarde. Eu já havia me apaixonado por ele.

Sequei meus olhos e saí da cabine.

Não iria desperdiçar minhas lágrimas com um traidor.

Quando estava criando forças para enfrentar o restante do dia, ouvi a porta do banheiro abrindo e uma das últimas pessoas que eu queria ver apareceu.

— Eu estou me sentindo tão bem! Que dia maravilhoso não é, Annabeth? Esqueci de comentar que irei estudar aqui a partir de hoje! Não é ótimo? - ela se aproximou mais de mim.

— Nós até poderíamos ter sido amigas, mas você decidiu roubar meu namorado, então... bem, somos inimigas agora. - ela falou com uma expressão sombria - Saiba queridinha, que enquanto eu estiver aqui sua vida será um inferno. Acho que deixei isso bem claro naquela mensagem, mas não custa nada reforçar: irei acabar com a sua felicidade!

— Eu não tenho medo das suas ameaças, vadia. - falei encarrando-a - Não me subestime Rachel, porque eu cheguei aqui primeiro. Quanto ao Jackson, pode ficar com ele, vocês se merecem. Isso é, se ele ainda quiser alguma coisa com você. - falei esbarrando nela e saindo do banheiro.

Embora eu aparentasse estar bem, eu não estava. Por fora eu parecia forte, mas por dentro eu estava desmoronando. Tudo ainda era muito confuso para mim.

O sinal tocou e contra a minha vontade, tive que voltar pra sala.

Era aula de historia, o que significava que Percy estaria nessa aula. Então, busquei sentar o mais longe possível dele.

Quando avistei Thalia, e ela viu que eu não estava bem, logo mudou de lugar, para sentar na minha frente.

Sinceramente, não prestei atenção na aula.

Quando Rachel chegou e se apresentou saí do meu transe, mas logo desviei o olhar porque já bastava todos os meninos olhando para ela.

Percebi que Thalia, de cara, a odiou.

Como eu amava a minha melhor amiga.

Na hora do intervalo, sentei com Thalia e já fui contando tudo o que havia acontecido.

Expliquei que Percy tinha uma namorada, que estava com nós duas ao mesmo tempo, que ela havia me ameaçado e agora iria fazer de tudo para infernizar a minha vida.

— Cara... eu vou matar o Jackson e essa vadia!

— Sabe, ficaria muito agradecida se fizesse isso, mas não vale a pena... eu não vou perder meu tempo com esses dois.

— E quem já sabe disso?

— Eu só contei para você, mas não duvido que outras pessoas tenham ouvido nossas discussões.

— E as meninas?

— Você pode falar, eu confio nelas. Mas o que eu quero mesmo é sumir daqui... - falei cobrindo o rosto com as mãos - Vou inventar uma desculpa para ir para casa mais cedo...

— É uma boa. Se quiser, eu passo na sua casa mais tarde para te passar o assunto - ela propôs.

— Valeu Thals, não sei o que seria de mim sem você - disse levantando e abrançando-a.

— Thau, amiga. E se você mudar de ideia é só me ligar que eu dou uma surra no Jackson!

Comecei a rir. Só a Thalia mesmo para me alegrar em momentos como aquele.

Quando estava saindo do refeitório, avistei a mesa em que Percy se encontrava. Ele estava sentado com os meninos e dentre eles, também avistei Luke. A medida que passava percebi que os dois me acompanhavam com o olhar.

Desviei a minha atenção para a frente, e continuei minha caminhada até a secretaria.

Chegando lá, disse que não estava me sentindo bem. Falei com o diretor, Sr. D, e como ele  conhecia minha reputação como uma boa aluna, permitiu a minha saída.

Agora vejo vantagens de ser a nerd da sala.

Quando já estava saindo, senti alguém tocar meu ombro.

Me virei rapidamente e me surpreendi com quem encontrei na minha frente.

— Luke? - perguntei.

— Eu sei que você deve achar que eu estou te seguindo, mas o Percy pediu para eu ver como você...

Nesse momento, o interrompi:

— Eu não devo satisfações para ele! - respondi furiosa - Se era só isso você pode ir embora!

— Você não me deixou terminar. Ele pediu para eu vir aqui, mas eu vim porque eu me preocupo com você!

— Bom, eu percebi, você foi um dos únicos que veio ver como eu estava... - falei diminuindo o tom de voz.

— E ai? Você está de saída?

— Sim, eu consegui autorização.

— Aceita uma carona?

— E você tem autorização para sair?

— Isso não é problema! - ele disse com um sorriso malicioso.

— Não acho que seja necessário, eu vim de...

E foi ai que percebi que eu não estava de carro, porque eu tinha vindo com Percy para a escola...

Só de lembrar da noite anterior meus olhos começaram a marejar.

Droga. Porque ele tinha que estragar tudo?

— Annie?

— Desculpa, eu estou meio avoada hoje...

— Voltando ao assunto, você vai querer a carona?

— Acho que irei aceitar... - falei com um pequeno sorriso.

Fomos até o estacionamento e vi que Luke não tinha um carro e sim uma bela moto.

— E ai, o que achou?

— Bem legal!

— É a primeira vez que anda de moto?

— É... - falei sorrindo.

— Não se preocupe, vai ser divertido!

Ele subiu na moto e me deu um capacete.

Na porta, avistei Percy me olhando com uma expressão de dúvida, com certeza não entendendo o que eu estava fazendo.

Quando subi na moto, seu rosto mudou completamente.

Ele com certeza estava com ciúmes.

Eu comecei a adorar a ideia daquela carona. Para finalizar, coloquei o capacete e fiz questão de colocar minhas mãos na cintura de Luke e abraça-lo por trás.

Ele iria se arrepender de ter feito aquilo comigo...

A viagem até casa foi bem divertida e rápida. Luke era meu amigo desde criança, e sempre foi muito atencioso.

— Bom, chegamos...

— Muito obrigada Luke, sério, você me ajudou bastante hoje.

— Quê isso, é sempre um prazer ajudar uma garota tão linda como você - respondeu com um sorriso encantador - Mas você ainda não me disse o motivo de estar assim...

Eu gostava muito de Luke, e como sabia que poderia confiar nele, lhe contei a história.

Ele ficou bem surpreso, mas logo depois adquiriu uma expressão indecifrável.

— Nossa, quem diria que o Jackson seria desses. Infelizmente, eu preciso ir agora. Mas se precisar de mim, estou à disposição. - ele sorriu e me deu um beijo na bochecha.

— Certo. Obrigada mais uma vez. - acenei enquanto ele se distanciava.

Depois que entrei em casa, resolvi assistir um filme de comédia, para ver se me alegrava um pouco. Infelizmente, depois das risadas me dava vontade de chorar.

Quando já haviam se passado umas duas horas, a campainha tocou.

Deveria ser a Thalia...

Abri a porta e me surpreendi com o que vi:

— O que você está fazendo aqui?!