Neighbors or Lovers? escrita por RafaChase


Capítulo 15
Guerra de Água


Notas iniciais do capítulo

Esse é um dos meus capítulos preferidos. Espero que gostem!



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POV Annabeth:

— Pai?

Ele me encarava com os braços cruzados e com uma expressão séria no rosto.

— Você não respondeu minha pergunta, filha.

— Eu...

Sinceramente, não sabia o que fazer naquele momento. Ele era meu pai, mas eu não sabia se deveria omitir ou não as informações da minha noite.

— Eu fugi de casa para ir num encontro. -confessei, libertando as palavras antes presas em minha garganta.

— Um encontro? - perguntou pensativo, com a mão apoiada no queixo.

— Sim... - falei me aproximando e me sentando ao seu lado na cama - Com meu amigo, Luke. Acho que você se lembra dele. - suspirei cansada.

— Sim, me recordo... Mas, por que tenho a impressão que apesar de ter você ter ido, não está feliz?

— Porque eu não estou pai, tantas coisas ainda passam por minha cabeça...

— Annabeth, quando sua mãe chegou, a primeira coisa que ela queria era vir aqui. Você sabe como ela é, queria se certificar que suas ordens foram cumpridas. Mas eu consegui convencê-la a dormir e disse que eu mesmo cuidaria disso. Eu suspeitava que você tentaria alguma coisa.

— Sério? - perguntei surpresa - E por que não tentou me impedir?

— Bom, eu achei que você precisava dessa experiência para tomar suas própias decisões. - ele disse passando um dos braços por minhas costas - Você sabe que eu vou sempre estar aqui para te ajudar e eu sei que agora você está precisando de mim, então desembucha logo.

Comecei a rir.

Meu pai me conhecia mesmo.

Eu percebi que realmente podia confiar nele, embora fosse meu pai, também era meu amigo e sempre fazia de tudo para me defender da minha mãe.

Então, lhe contei toda a verdade, isso mesmo, tudo que aconteceu desde que conheci Percy Jackson.

A medida que falava, Frederick ficava bem surpreso e estava bem atento às minhas palavras, algumas vezes até sorria. No final, disse:

— Embora a situação pareça complicada, meu conselho para você é muito simples: siga seu coração, filha. Ele sempre sabe o que é melhor para você. Agora, - ele disse se levantando - eu realmente preciso voltar para meu quarto, antes que sua mãe estranhe a demora. Você sabe... ela é uma mulher bem inteligente. Ah, e lembre-se de uma coisa: eu nunca soube dessa fuga. - ele sorriu e me deu um beijo na cabeça.

Depois que saiu do quarto, me troquei e deitei na cama, ainda pensando sobre alguns acontecimentos recentes.

Como é possível alguém surgir na sua vida e conseguir virá-la de cabeça pra baixo?

E, apesar de todas as confusões que já passaram, você sente que ainda precisa dele, sabe que nunca vai esquecê-lo e que está sendo injusta com ele...

Não, não! O que eu estou pensando?

Ele te decepcionou, mentiu pra você... ele tinha namorada!

Mas lembre-se de tudo o que ele disse: "você é especial sabidinha", "eu não posso deixar de reparar em como você é linda", "você tem conteúdo, ela é superficial", "eu quero você do meu lado".

Tantas declarações!

— Argh, porque a minha vida tinha que ser uma confusão?! - lamentei cobrindo o rosto com as mãos.

Quando o sono finalmente venceu a mente, adormeci.

[...]

Seis e meia.

Quem acorda 6:30 da manhã em plena terça-feira?

Eu! Por quê? Porque um barulho de um motor infernal não queria cessar!

O que diabos estava acontecendo?

Descobri que o barulho vinha lá de fora, da minha varanda. Levantei com raiva, coloquei um robe e me dirigi até ela. Abri as portas de vidro, fazendo com que a luz entrasse em meu quarto e ofuscasse a minha visão. Mas, quando essa voltou, admirei a cena em minha frente:

— Meus deuses... - sussurei, impressionada.

Percy estava no jardim de sua casa cortando a grama. E o melhor de tudo: sem camisa. Seu corpo brilhava ao sol, porque estava molhado de suor. Ele pegou uma garrafa de água que estava por perto e bebeu, mas no final jogou o resto que havia sobrado na cabeça para se refrescar, e depois a chacoalhou.

Sim, aquilo foi extremamente sexy.

Despertei do meu devaneiro quando tropecei no pequeno degrau que ligava a porta com a varanda. Ainda bem que ele não percebeu minha presença, devido ao barulho do cortador de grama, o que me deixou de certa forma aliviada.

Mas o que eu estava fazendo? Não fui ali para ficar admirando seu corpo sarado, embora, claro, fosse muito tentador.

Quando ia reclamar com ele sobre o barulho, avistei uma garota que parecia ter a nossa idade se aproximando, já que estava fazendo caminhada pelo condomínio.

Devia ser mais uma das vizinhas...

Mas, ela fez algo que me surpreendeu, diminuiu a sua corrida e encostou na frente da casa dele.

Ela era até bonitinha, mas o que ela queria com Percy?

A garota começou a falar com ele, e quando botou a mão no seu ombro, explodi.

Que descarada! E ele burro, dando corda! Não era óbvio que ela estava dando em cima dele? Aposto que colocou essa roupa curta de propósito! Argh, eu odeio isso...

No final da conversa, ela entregou um papel pra ele e eu obviamente sabia que era o número do seu celular, e depois continuou a caminhada, mas dessa vez rebolando.

Assim que saiu, Percy voltou a ligar o cortador. Resolvi me manifestar. Eu não ia ficar ali de boba só assistindo tudo!

— Ei! Será que dá pra fazer menos barulho? Eu estava tentando dormir! - gritei a ele, que olhou para trás surpreso, percebendo finalmente a minha presença.

— O que você disse? Eu não estou conseguindo ouvir! - ele gritou de volta, colocando uma das mãos na orelha, justamente para me provocar.

— Desliga isso! Agora! - gritei mais alto.

Ele começou a rir, mas acabou desligando a maldita máquina.

Então, começou a se aproximar da minha casa e parou na frente da minha varanda.

— Bom dia pra você também, Annabeth! - ele me cumprimentou com um sorriso brincalhão.

— Bom dia nada! Meu dia já começou mal porque você me acordou! - disse irritada.

— Quê isso... não é qualquer uma que tem a oportunidade de acordar com uma visão dessas. - Percy apontou para o seu abdômen definido e foi impossível não encara-lo.

Argh, porque ele tinha que ser tão gostoso?!

Desviei o olhar rapidamente e falei:

— Ta, até parece. Eu nem reparei... Só não  posso dizer o mesmo daquela vizinha que estava falando com você. Ela pareceu bem interessada... Por que você não investe nela? - perguntei cinicamente.

— Ah, você está falando da Natalie... Mas, por que você se importaria? Está com ciúmes, sabidinha? - ele me encarou com um sorrisinho de lado.

— Quem? Eu? Haha, porque eu sentiria ciúmes de você? - perguntei cruzando os braços.

— Ora, por vários motivos, mas o principal, todo mundo sabe: você é obcecada por mim! - Percy declarou, convencido.

— Isso é uma piada, não é? - indaguei, rindo.

— Vai Annabeth, admite que você ainda me quer. Aposto que está ai me admirando a muito tempo, porque não aguenta ficar longe de mim.

Eu queria poder negar meus sentimentos por aquele cabeça de alga, mas não estava dando muito certo. Ah, como eu odeiava quando ele ficava se gabando por ter a razão.

Mas o que custava entrar na onda dele? Posso me divertir com isso...

— É você está certo. - falei enfatizando a última palavra.

— Sério? - ele perguntou com expectativa.

— É... e eu preciso te mostrar o quanto senti a sua falta.

— E como você vai fazer isso? - ele perguntou curioso, mas com um sorrisinho de lado.

— Você vai já descobrir!

Dei as costas para ele e corri para o andar de baixo, onde encontrei um balde pequeno. Enchi de água gelada e me dirigi novamente para a porta. Abri devagar e andei cuidadosamente até ele, que estava de costas.

— Percy? - chamei-o e imediatamente escondi as mãos atrás das costas.

— Sim? - o garoto falou se virando para mim.

— Surpresa! - falei retirando as mãos das costas e joguei a água fria em sua cabeça.

Ele deu pulo, diante do meu ato, e agora todo encharcado, me encarava com raiva:

— Qual o seu problema?!

— Ah, você estava tão suado... achei que precisava se refrescar um pouco. O dia está tãão quente! - disse gargalhando - Pelo menos agora você não tem mais que tomar banho!

— Haha, muito engraçada! - ele riu sem humor, mas depois ficou com uma expressão pensativa.

— Mas, já que você está achando tão quente por aqui... por que não se refresca também? - dito isso, se dirigiu até a mangueira da minha casa e a apontou para mim.

Ah não! Não era isso que eu queria.

Sai correndo o mais rápido que pude, mas já era tarde, porque um jato me encharcou em questão de segundos.

— Percy!! Para! - gritei correndo mais ainda.

Ele começou a rir de mim e foi inevitável não sorrir também da situação.

— Vai dizer que você também não ama água! - ele falou se molhando um pouco.

— Eu gosto, mas não precisava me encharcar!

— Nada mais justo! - falou desligando a torneira e começou a correr atrás de mim, até me alcançar.

— Sai daqui! - gritei rindo enquanto ele fazia cócegas na minha barriga.

— Haha, então esse é seu ponto fraco?

— É! Agora me soooolta! - falei desesperada para me livrar daquelas cócegas.

Quando minha barriga já doía de tanto rir, criei forças pra me soltar de Percy, mas fracassei ao sair correndo, porque ele conseguiu segurar meu braço, me puxando de volta para si.

O empurrei para trás, e ele acabou tropeçando, mas não antes de me puxar, fazendo com que ambos caíssemos no chão. O problema foi que cai por cima dele.

Começamos a rir muito um do outro: ele de mim, porque não consegui me soltar e eu dele porque consegui derrubá-lo.

No final estávamos sem fôlego, e foi nesse momento em que nossos olhares se encontraram. Paramos de rir no mesmo instante; estava perdida na profundidade dos seus lindos olhos verdes.

— Fazia tempo que eu não admirava sua beleza de tão de perto, sabidinha.

— Percy... eu... eu preciso ser sincera com você.

— Eu estou ouvindo, Annie. - ele me encarava com muita expectativa.

De repente, ouvi um barulho. Alguém pigarreou atrás de nós:

— O diabos está acontecendo aqui?!

Me levantei as presas e me deparei com a dona daquela voz:

— Mãe?!


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Notas finais do capítulo

Um pouquinho de Percabeth pra quem sentiu falta!
Comentem!



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