Neighbors or Lovers? escrita por RafaChase


Capítulo 14
Cinderella Moderna


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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POV Annabeth:

Cheguei em casa exausta.

Eram exatamente cinco horas da tarde, o que significava que tinha 4 horas para planejar toda a minha fuga.

Belisquei uns biscoitos na cozinha e subi rapidamente para meu quarto.

Parece loucura, mas eu realmente queria ir naquele encontro. Eu precisava ter realmente certeza do que sentia por Luke.

O que eu sentia por ele era apenas amizade ou poderia ser algo mais? Isso eu só iria descobrir mais tarde naquele dia.

Porém, o mais importante era que eu fosse muito cuidadosa. Meus pais não poderiam me ver saindo, afinal, eu estava de castigo!

Fui ao meu closet e comecei a revirar minhas roupas, em busca de um look aceitável. Remexendo as peças, muitas ainda intocadas, acabei encontrando uma blusa listrada preta e branca e uma legging preta de couro.

— É... vai ser essa aqui mesmo. - pensei em voz alta.

Depois peguei meu vans vermelho e guardei as peças no meu banheiro para não arriscar que fossem vistas por ninguém. Aproveitei e tomei um banho relaxante, para me livrar das aflições do dia. Se havia um coisa que eu queria hoje era me manter tranquila.

Enquanto secava meus cabelos, pude ouvir vozes do andar de baixo. Olhei o relógio que marcava 7 horas.

Mas que estranho... será que são eles? Meus pais só deveriam chegar mais tarde. Por que chegaram tão cedo?

Coloquei um macacão verde e desci as escadas para confirmar minhas suspeitas. Chegando lá em baixo, dei de cara com Frederick.

— Oi, filha! Como foi seu dia? - ele perguntou sorridente.

— Foi normal... Mas por que vocês chegaram tão cedo?

— Ah querida, hoje é nosso aniversário de casamento!

— Sério? Eu tinha esquecido completamente! Parabéns! - disse o abraçando.

— Obrigada. Bom, hoje nós estamos planejando sair para jantar no Eleven Madison Park, como você sabe, é nosso restaurante preferido.

— Sim, eu sei. - respondi.

Mas, meus pensamentos estavam no primeiro encontro que tive com Percy, que por um acaso foi naquele restaurante.

— Ótimo, daqui a pouco nós vamos sair, então se comporte: ordens da sua mãe.

— Claro, o que mais eu faria? - perguntei com um sorriso de lado.

— Nós vamos sair daqui a pouco, eu só tenho que terminar de organizar alguns papéis no meu escritório - papai disse enquanto subia as escadas.

— Ok...

Fui na cozinha rapidamente e tomei um suco, para não ficar com muita fome mais tarde, e depois fui de novo ao quarto. No corredor, minha mãe passou por mim com uma cara séria, provavelmente ainda chateada pela nossa discussão.

Entrei e decidi me vestir logo, colocando um roupão por cima da roupa. Deitei na cama, me embrulhei e comecei a ler um livro.

Em pouco tempo eles passariam pelo meu quarto para avisar que estavam saindo...

Foi só pensar nisso, que minutos depois eles já estavam na minha porta, ambos muito elegantes: Atena usava um vestido cinza muito bonito, estava com os cabelos marrons presos num coque sofisticado e Frederick usava um terno da mesma cor do vestido.

— Nós já estamos indo Annabeth, espero que você se comporte. Nada de sair e nem trazer aquela sua amiguinha gótica para cá. Lembre-se que está de castigo. - Atena disse irradiando poder na voz.

— Na verdade, o estilo dela é Punk... - dito isso, ela me encarou friamente.

— Você me entendeu. E ah, as câmeras estão ligadas, então nada de graçinhas.

— Pode deixar mamãe... pelo visto eu virei um cachorrinho que precisa ser vigiado 24h por dia - resmunguei.

— Nós voltaremos à meia noite, filha. Até lá. - meu pai se despediu e fechou a porta.

Da janela, pude avista-los entrando no carro e saindo do condomínio.

Hora de agir!

Pulei da cama rapidamente e tirei o roupão, ficando com a roupa que iria sair.

Enchi minha cama de travesseiros e cobri-os com o lençol, era uma tática antiga, mas sempre funcionava. Depois corri até o quarto deles e comecei a procurar a central das câmaras. Foi difícil, mas eu encontrei, e coloquei a senha, que Atena nem sonhava que eu sabia. Logo, as câmeras estavam desligadas.

Enquanto calçava os tênis, olhei de novo as horas.

Meus deuses, como o tempo voava! Já eram 8:30! Só tinha meia hora para ficar pronta!

Fiz uma maquiagem básica, peguei uma bolsa e desci correndo, pois já pude escutar uma buzina lá fora.

Guardei as chaves e corri até a moto:

— Oi, Luke. - cumprimentei o garoto, que estava em pé me esperando.

Ele me encarava boquiaberto e quando percebeu que eu estava incomodada com a situação, se desculpou:

— Desculpa agir assim, mas uau... você está linda! Na verdade, sempre foi. - ele afirmou sorrindo.

— Obrigada. - respondi corada. - Então... para onde vamos?

— Estava pensando em ir no cinema, mas claro, se você concordar...

— Por mim tudo bem!

— Ótimo.

Logo em seguida, subimos na moto dele e começou a pilotar.

Luke escolheu um cinema antigo da cidade, aqueles que passavam filmes em preto e branco. Chegando lá, compramos dois ingressos para Frankenstein.

— Por incrível que pareça eu nunca assisti esse filme.

— As pessoas sempre julgam os filmes preto e branco, mas eu posso te assegurar que esse é muito bom.

Sentamos na sala, que estava um pouco vazia e ficamos esperando o filme começar:

— Eu preciso te avisar uma coisa. - disse enquanto pegava a pipoca. - Como você já sabe, eu estava muito bêbada aquela noite e eu acabei voltando muito tarde para casa, então, eu estou de castigo...

— Pera ai, você está me dizendo que fugiu de casa só para vir nesse encontro?

— Aham.

— Isso quer dizer que eu sou importante pra você?

—Claro, Luke! Olha há quanto tempo nos conhecemos! Você é meu amigo de infância!

Ele perdeu o brilho no olhar quando eu disse a palavra "amigos" , mas até aquele momento era a verdade.

Naquela hora o filme começou, e ele estava certo, era facinante!

Como não queria desgrudar a cara da tela, nem olhei para o pote de pipoca, só levei minha mão em direção a ele e foi naquele momento que as nossas mãos se encontraram.

Me assustei com o contato, mas depois permiti que ele a segurasse.

Eu tinha que me esforçar para que o encontro desse certo.

Quando o filme acabou, as luzes acenderam e eu nem lembrava que ainda estávamos de mãos dadas. Saimos da sala e resolvemos tomar um sorvete no parque, já que ficava próximo ao cinema.

Eu estava me divertindo muito naquele dia. Passamos um bom tempo conversando e rindo, lembrando das travessuras que fazíamos quando éramos crianças.

Estávamos caminhando no Central Park e comendo nossas casquinhas, quando de repente Luke apontou para o restaurante que ficava em frente ao parque:

— Annie, aqueles ali não são os seus pais?

— O que?! - gritei me escondendo atrás dele, mas imediatamente tampei a boca. Tudo que eu não queria era chamar atenção.

Droga! Eles já estão voltando pra casa!

— Luke, você precisa me levar pra casa agora! - sussurrei desesperada.

— Calma, vai dar tudo certo. - ele disse segurando meus ombros.

Saímos correndo em direção à sua moto, e eu me assustei quando ele acelerou, porque juro que nunca vi alguém pilotar tão rápido quanto ele. Mas infelizmente, tivemos que parar em um sinal.

Olhei para o lado e vi exatamente o que eu não queria ter visto: o carro dos meus pais. No exato momento eles olharam para o lado e imediatamente virei a cabeça para me esconder.

Meus deuses! Eu estava tão lascada!

Sorte que estava de capacete e eles não puderam ver o meu rosto.

— Luke acelera! - gritei assim que o sinal abriu e me agarrei a ele, quando aumentou a velocidade.

Quando já estávamos chegando perto do condomínio e havíamos conseguido passar dos meus pais, minhas esperanças aumentaram.

Sim, eu vou conseguir chegar primeiro! A esperança é a última que morre.

Mas a sorte não estava ao meu favor.

— Droga... - Luke resmungou enquanto a velocidade da moto diminuia até pararmos.

— O que foi? Ah, não vai me dizer que...

— A gasolina acabou.

Sério? Logo agora?

— Desculpa, mas eu esqueci de abastecer e...

— Deixa pra lá! A culpa não é sua, eu que fugi de casa! - falei descendo da moto e tirando o capacete, balançando meus cachos loiros em seguida.

— Você vai a pé? - ele perguntou, estranhando o meu ato.

— Eu tenho que tentar chegar antes deles! Mas obrigada por tudo, hoje foi ótimo! - falei lhe abraçando rapidamente e quando ia sair correndo, Luke me impediu:

— Espera! - ele puxou meu braço, fazendo com que ficássemos frente a frente, a uma distância muito pequena.

— Eu também preciso te agradecer por hoje. - falou levando suas mãos ao meu rosto.

E feito isso, me beijou.

Fiquei sem reação e se correspondi, foi muito pouco. Lembrei imediatamente que tinha que ir embora e me libertei dos seus braços, saindo correndo pela calçada.

— Desculpa, mas eu realmente preciso ir!

Nossa, hoje foi com certeza meu dia de Cinderella: eu sai de casa sem permissão, tinha que voltar antes da meia-noite e acabei de fugir do "principe encantado"!

Consegui entrar no condomínio e corri até a minha casa, mas me desesperei mais ainda quando vi o carro dos meus pais estacionado na garagem.

Droga! Só me restava uma opção pra entrar na casa sem vista: isso mesmo, a janela.

Corri até a escadinha que dava para a varanda do meu quarto e com passos de gato, consegui chegar lá em cima.

Abri devagar as portas, que havia deixado destrancadas, e adentrei o cômodo de costas.

— Ufa! - sussurrei ao fechar a porta, mas quando me virei, levei um baita de um susto com a pessoa que encontrei sentada na minha cama.

— Aonde você estava, mocinha?


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Notas finais do capítulo

E esse encontro Lukabeth? O que acharam?
Comentem!



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