Marinette não tinha tido tempo de se sentir confusa quando saiu correndo do hotel ao lado de Adrien e Kyoko, estava ocupada demais vivendo o momento, rindo e se divertindo tanto com eles que seus ciúmes foram ficando cada vez mais e mais esquecidos.
Então os três desabaram cansados naquele banco de praça e logo ouviram a cantoria de André. O sorveteiro dos apaixonados sempre estava mudando sua carrocinha de lugar e muitos casais precisavam procurá-lo por horas até acha-lo, mas ali estava ele apenas a alguns metros de onde os três pararam. E mesmo quando explicou para Kyoko quem era André e o mito que o cercava, Marinette não se preocupou em seguir Adrien junto a ela.
— Que sabores para esses dois? Hmmm. Laranja e menta! Um par perfeito que sempre agrada. O que estraga os dois? Nada. — o sorveteiro rimou para Adrien e Kyoko, depois apontou o boleador de sorvete para Adrien e Marinette e deu outra sugestão sabores. — E para vocês dois amora preta e menta. Mistura explosiva com certeza, mas juntar opostos é sempre uma beleza. — e com um sorriso se dirigiu por fim à Kyoko e Marinette. — Laranja e amora preta. Incomum na amizade. Não é o óbvio, mas é a mais pura verdade.
Só quando a responsabilidade de escolher os sabores foi colorada sobre seus ombros a jovem Dupain-Cheng parou para pensar no que eles estavam fazendo ali juntos e, como sempre, sua cabeça mais atrapalhou do que ajudou, suas inseguranças explodiram em seu coração e ela achou melhor desistir e deixar os dois livres para aproveitar a companhia um do outro.
Kyoko disse para voltarem juntos, mas quando Marinette negou e se virou para ir sem eles pareceu tão errado. Era como se o passeio só... Não fosse mais estar completo sem aquela garota linda, atrapalhada e adorável.
— Espera! — pediu, não conseguindo se segurar depois de observá-la descer alguns degraus. — Fica. André, você disse que misturar sabores demais pode “estragar o equilíbrio”. Só que aqui não tem sabores demais, só tem o suficiente.
— Tem certeza? — o sorveteiro perguntou, franzindo as sobrancelhas.
— Absoluta.
— Eu concordo com ela. — Adrien se pronunciou com seu sorrisinho fofo e gentil. — Eu acho que você devia ficar e provar essa mistura com a gente, Marinette.