Os Voos de Madison escrita por Yasmin, Cristabel Fraser, Paulinha


Capítulo 2
Capítulo 2 - Formalmente


Notas iniciais do capítulo

Heyyyyy olha quem retornou até antes do prazo kkkkk, pois bem queridos leitores, Yaya e eu iríamos postar amanhã, mas eu não estarei em casa então vim cá rapidão postar e agradecer as lindas que comentaram no capítulo passado e agradecer as 12 favoritações. Valeu pessoal você são demais e continuem aqui conosco embarcando com esse grupo de comissários de bordo... boa leitura.



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Faltava apenas mais um voo para que finalmente nossa equipe pudesse descansar das longas horas que passamos no ar. Viajamos por quatro cidades importantes, tais como: Minneapolis, St. Paul, Detroit e nossa última parada era em Atlanta, onde iremos pernoitar.

 E, mesmo rezando para que em cada escala, cada parada surgisse algum problema gravíssimo que apenas o piloto pudesse ser o responsável, por incrível que pareça, nada aconteceu. Nem mesmo na primeira classe escutei algum piti de madame reclamando do quão a champanhe estava quente ou a marca que oferecíamos não condizia com o valor altíssimo das passagens.  Num dia normal eu estaria feliz, muito feliz por sinal.  No entanto, não era dessa maneira que me sentia e sim frustrada, por não ter colocado em pratica a promessa que havia feito a Boogs.

— Ainda está emburrada comigo? — perguntou Annie enquanto terminávamos a arrumação da pequena cozinha acoplada na parte traseira do avião.

— Não.

— Então, por que está emburrada?

— Não estou... Só um pouco cansada. — Com agilidade colocava cada objeto nos suportes, realmente não via a hora de me estabelecer no chão firme. — Talvez seja a mudança, vai demorar um pouco para me acostumar a voar sem o Boogs. Senti muitas turbulências, não sentiu? — Apesar do que a maioria pensa, um voo com muitas turbulências, não é sinal de que o avião irá cair ou algo do tipo, mas evitá-las é sinônimo de não se aborrecer, pois para nós que viajamos constantemente é o mesmo que dirigir numa estrada esburacada o dia todo. É perturbador.

— Entendo, mas o voo foi tranquilo — ela observou com a verdade, mas eu jamais admitiria que Merevick, quer dizer o tal Mellark era um ótimo piloto. Nem sequer sentimos a freada brusca que geralmente acontece quando chegamos ao solo.

— Mas, eu sim, o novato é muito ruim. — quando eu disse ela sorriu com escarnio.

— Está implicando com ele. Nem o conheceu e já está implicando ... O que te deu? — Queria dizer o porquê da minha antipatia, mas com certeza me recriminaria e ainda iria defendê-lo só para me contrariar e provar o quanto estou errada em julgar quem não conheço.

— Impressão sua... — Terminei o que fazia e por impulsividade atendi ao telefone que dava acesso a cabine dos pilotos. — Sim, senhor. — Ainda estava acostumada com Boogs

Me arrependi quando já havia feito.

— Não é a voz da Srta. Cresta. — Observou o comandante, pois Annie havia ficado responsável por atendê-lo, desde que escutei sua voz, me responsabilizei apenas com os passageiros da parte traseira, me limitando a não passar para parte dianteira, pois mesmo querendo vingança, ouvi-lo fazia com que tudo dentro de mim formigasse, como o que está acontecendo agora, precisei lutar comigo mesma para me recompor.

Achei que fosse...

— Sou a Katniss, senhor...

Hum, a outra que faltou em minha recepção...

— Posso ajudar? — ignorei seu comentário, pois eu não poderia dizer que preferi assistir a dois episódios do MasterChef a saudá-lo como havia feito os demais. Mas a verdade é que eu não precisava me justificar em nada. Não cometi nenhuma infração, só me neguei a perpetuar com a bajulação desses pilotos. — Precisa de alguma coisa, senhor? — perguntei de forma solene, não quero que ele pense que serei sua amiguinha, dentro e fora do avião. Annie me reprovou com o olhar.

— Vamos iniciar o pouso. — Pelo tom de sua voz entendeu que não quero nem um pouco ficar batendo papo com ele.

— Ok. — desliguei sem dar chance para ele continuar a falar.

— Nesse angu tem caroço. — Annie me observou, como se quisesse me enxergar por dentro. Invadir meus pensamentos.

— Ah, não começa. Vem, está na hora do pouso.

Me afastei e escutei apenas o resmungo dela, mas não insistiu no assunto. Então caminhamos por entre os corredores fiscalizando se os passageiros obedeceram aos avisos de segurança e diligentemente, posicionaram seus acentos na direção vertical, afivelaram os cintos e principalmente, desligaram seus eletrônicos.

— Enfim, descansar.

Annie e eu sentamos em nossos assentos e afivelamos os cintos. Logo quando mais uma vez pousamos de forma segura, novamente Cinna e Cato fizeram as honras da casa. Nem sinal dos dois pilotos em dar sequer um aceno na direção dos passageiros. Definitivamente, eu estava furiosa com os dois, por isso, por Boogs ou todas as oito vezes que escutei a voz do maldito piloto, eu fazia uma força tarefa para controlar as ondas magnéticas que tomavam conta do meu corpo. Sensações as quais eu não conseguia dar significado. Era como se eu já tivesse ouvido seu timbre em outra vida. Irritantemente ele me tirava de orbita e mesmo querendo me vingar fiquei o máximo que pude longe dele.    

Desviei minha atenção por um momento da aglomeração que os passageiros faziam no corredor e iniciei minha fiscalização nas poltronas. Queria me certificar nos acentos que haviam crianças se seus pais desesperados e cansados não tinham esquecido nenhum brinquedo, ou qualquer outro objeto de estima pra eles.

— Ainda bem que encontrou. — levantei rapidamente para ver quem era dono da voz e quando seu corpo entrou em minha visão, avistei o copiloto, tão bonito quanto Annie havia dito segurando uma criança no colo. A menina tinha aproximadamente três anos e seus olhos brilhavam como imãs na direção do pato que eu havia encontrado debaixo das poltronas. — Finnick Odair. — se apresentou sorrindo, então faço uma anotação mental de dizer a Annie que olhando assim pela primeira vez, confesso que, até eu burlaria as regras da empresa para passar uma tarde com ele.

— Katniss. — Pisquei mais do que deveria, mas logo voltei em mim.

— Obrigado, essa garotinha veio correndo em direção ao corredor de desembarque dizendo que tinha esquecido do Senhor Pato. — ele riu acompanhando a menina que ficou estonteante por rever seu amigo de pelúcia.

— Tome. — entreguei a ela, que me agradeceu com sua vozinha fina, envergonhada. — É bem comum alguns passageiros acabarem se esquecendo de algo. — eu disse.

Um pequeno momento de silêncio se fez entre nós e logo ele mesmo o quebrou.

— Digo de novo, que bom que o encontrou. — ele olhou para porta, onde um casal que suspeito ser os pais da menina a aguardavam. — Com licença vou leva-la para a mãe. — apontou para a garotinha que alegremente dava total atenção ao pato e assim que se foi me dirigi até o bagageiro onde se encontrava minha mala.

— Estou exausta. — Annie surgiu atrás de mim segurando a sua mala de rodinha. — Hoje eu quero um vinho — Ela massageava o pescoço de olhos fechados. — Muito vinho — repetiu...

— Você tinha razão. — resolvi sair da retaguarda ao menos para confirmar que ela não era tão culpada por ficar interessada no copiloto — Ele é encantador. — A ruiva me encarou confusa com seus olhos verdes e redondos. Tenho que confessar, olhando para os dois, eles formam um belo casal.

— Quem é encantador? — pergunta como se não entendesse nada do que estava falando.

— O copiloto, realmente ele é um colírio para os olhos.

— Ah, sim... mas como voc...

— Acabamos de nos esbarrar enquanto verificava se haviam objetos pessoais nos assentos. Ele se apresentou e pareceu ser até gentil. — ela alargou seu típico sorriso e antes que alguma esperança se alimentasse, banquei a chata, cumpridora de regras novamente. Alguém precisava colocar juízo na cabeça maluca dela. — Mas... se meter com ele ainda pode fazer você perder seu emprego. — Ela fechou a cara instantaneamente. — Não se esqueça disso.

— Estraga prazeres!!!

Com uma Annie ainda emburrada, caminhamos em silêncio até o ônibus que nos levaria para o hotel credenciado à companhia. Não era um hotel de luxo, mas de todos que os hospedávamos, ele era um dos meus preferidos. As camas macias, com cheiro de lavanda e algumas flores no quarto. Para o inverno tinha uma lareira - não artificial -, mas como fogo de verdade dando aquela sensação de lar, conforto, parecido com aquilo que sentimos quando estamos em casa. Eu adorava me hospedar no Atlanta Hotel.

Dentro do ônibus, optei pelas poltronas do fundo. Estava tão cansada, que nem notei o resto da equipe entrar. Quando chegamos ao hotel me joguei na cama macia, cheirosinha, que me puxava para deitar, fechar os olhos e dormir naquele mesmo instante - o que eu realmente queria fazer - caso meu estômago não estivesse roncando de fome.

— Vou tomar uma ducha antes de descermos para jantar, me disseram que a comida do restaurante do hotel é excelente. — comenta enquanto tira peça por peça de seu uniforme.

— Pode por favor me poupar do strip-tease?

Diferente de mim, Annie é tão desinibida.

— Está tão rabugenta, isso é falta de sexo, sabia? — Sem dúvidas, ela era desinibida para todos os assuntos, até mesmo para o mais constrangedor deles.

Olhando para o teto sei das caretas que provavelmente está fazendo, por isso me apoio sobre os cotovelos para encará-la.

— Isso não tem a ver com sexo, Cresta. Estou entediada, apenas isso. – bufo antes de me levantar e ir até minha mala procurar por algo confortável para vestir.

(...)

— Hum... não disse que a comida daqui era divina. — Annie admite saboreando mais um pedaço de carne assada com molho.

— Sim, realmente isso aqui está maravilhoso. — digo olhando para Cato que sentou-se conosco e noto seu rosto se contorcer em diversas caretas.

—— Babacas. — resmungou, cortando a carne violentamente e antes de levar um pedaço a boca acrescentou o pensamento: — Se acham os donos do mundo, metidos a besta. — Como estou de frente para o loiro, não sei de quem está falando, mas presumo quem deva ser, então não me dou o trabalho de virar meu pescoço para trás.

— Pare de agir assim. — Annie intervém — Que feio você fazendo isso. Se tem tanto medo de perder seu pódio para os dois, vire homem de verdade e junte-se a eles. Acho que conhece bem aquele ditado, que diz: “Se não pode vencê-los junte-se a eles”. — encaro a ruiva de sobrancelhas erguidas tendo apenas dois pensamentos, ou ela é gentil com todos e não vê maldade em ninguém, ou é tão ingênua que não é capaz de enxergar metidos a Mavericks quando existe um.

— Eu jamais me juntaria a eles que... — retrucou ele ficando nervoso e quando íamos aprofundar o assunto, me assusto com uma voz próximo a nossa mesa.

— Boa noite. — Olhei para cima, era apenas Finnick, então soltei o ar dos meus pulmões, e Cato parou sua frase no meio. Porém, sorria falsamente enquanto eu me limitei a menear levemente minha cabeça em um quase comprimento.

Dei graças aos céus, por apenas ele ter se dirigido a nós, e comemorei mais ainda por não querer sentar-se conosco. Mas, não pude deixar de notar o sorriso dançante nos lábios da minha amiga direcionado ao copiloto e com isso dei um leve chute em sua canela por baixo da mesa, recebendo logo em seguida um olhar de desgosto.

Os dois sentaram-se em uma mesa próxima a nossa o piloto de costas para mim e Finnick de frente para ele e logo o olhar de Annie foi de encontro com o dele. Minha amiga parecia uma boba, parecia não ter mais apetite ou o que tinha era por outro tipo de fome.

— Annie, você está me escutando? — Cato a chamou várias vezes até que ela o atendeu.

— Pois não, o que dizia?

— Perguntei se não vai comer o outro pedaço de carne. – disse ele apontando para a travessa entre nossos pratos.

— Pode comer, já me sinto satisfeita.

— Por gentileza. — faço sinal ao garçom que prontamente me atende — Poderia me trazer mais uma garrafa de vinho.

— Sim, senhorita. — quando se afasta os dois na mesa me encaram.

— Qual é gente, depois de um voo cheio de escalas, acho que mereço isso. — olho de esgueira e vejo o piloto falar ao telefone. Não consigo ver seu rosto, somente seu porte atlético, costas largas e seus fios loiros. Pela forma calma e carinhosa que fala, deduzo que seja com a namoradinha rica. Pensar nisso me irrita, me irrita muito o fato deles terem descartado Boogs do nada. Como se ele não tivesse mais serventia. A namorada patricinha deve ter pedido ao papai para contratar o namorado e obviamente que seu pedido foi atendido e como brinde veio o copiloto que parece ser amigo de longa data.

— Aqui está, senhorita. — A chegada do garçom me faz retornar à realidade. Gentilmente ele enche minha taça em seguida a dos meus companheiros, ao mesmo tempo que converso com ele a origem do vinho e ele me diz que é produzida na própria vinícola dos donos do hotel - o que me deixa completamente interessada no assunto -, mas paro quando vejo meus amigos, me olhando com uma feição entediada.

— Que tal, darmos uma volta. — Cato sugeri, assim que o garçom se vai. — Sei lá, uma casa noturna.  Nosso voo amanhã será às dez e depois trabalharemos como escravos novamente. Preciso me divertir.

— Vão vocês, eu fora. — levo à boca minha última azeitona e Annie também nega dizendo que não quer ir, pois da última vez que ela embarcou nessa com ele, não fazia ideia de como chegou em casa.

— Certo e que tal, um cineminha no quarto de vocês? Podemos assistir alguma série ou filme na TV a cabo.

— Não vai rolar, Cato. Sei bem onde quer chegar com isso.

— Poxa, Katniss, você tem que afrouxar a cinta e relaxar vez em quando. Não estou tentando tirar proveito de nada, só quero me divertir. Pesando bem, vocês duas é que mais tenho próximas de parente, já que raramente vejo minha família. — analisando seus olhos vejo que fala a verdade, mas é que ele já tentou tantas vezes sair comigo que como dizem por aí “fiquei com a pulga atrás da orelha”.

— Tudo bem, mas se tentar alguma coisa, te expulso do quarto. — digo vencida então, encerramos a conta pagando apenas os vinhos, já que nosso consumo é custeado pela Everlines, exceto as bebidas alcoólicas.

— Vou na frente. — Caminho na direção da saída, carregando meu celular comigo.

— Já vai? — De longe Finnick pergunta, o restaurante está vazio, mas mesmo assim olho para trás, para me certificar se sua pergunta não foi direcionada a Annie. Vejo que não, ela está distraída, decidindo o que vai querer de sobremesa.

— Sim. — dou uma paradinha, olhando de relance para mesa dele, mas cesso meus passos, quando pela primeira vez o piloto concentra seu olhar no meu.

Assustada.

Paralisada.

É assim que me sinto, quando finalmente o piloto se levanta e caminha na minha direção.

— Peeta Mellark. — ele se apresenta formalmente. E tudo que minha mente faz é voltar para o passado, ou melhor no exato momento que me apaixonei por aqueles olhos, que um dia estava reluzindo azul escuro como as profundezas do oceano e no outro uma tonalidade clara, calma, como as águas mornas do caribe.


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Notas finais do capítulo

E o que acharam? Bem, meninas é bom sabermos a opinião de cada um e não fiqyem acanhados pode nos criticar também, pra nós é bom sabermos onde temos que nos acertar, né? Obrigada pelo carinho e atenção, assim que der responderemos a todos os comentários e ah, esse FDS não deu para atualizar nada nem SOB, BH, ou OY, mas prometo na semana fazer isso um forte abraço a todos vocês, fiquem na paz e um ótimo FDS. :*



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