Os Voos de Madison escrita por Yasmin, Cristabel Fraser, Paulinha


Capítulo 10
Capítulo 10 - Invisível


Notas iniciais do capítulo

Boa noite galerinha, pois é demoramos, mas estamos de volta e segundo a Ysa não pretendemos abandonar a fic, é só que muitas vezes imprevistos surgem e ficamos à mercê deles e queremos citar aqui o carinho de muitas e em especial Anny Evellark que nos enviou MP para ressuscitar OVDM. Acho que muitas irão adorar o capítulo, então façam uma boa viagem aos Voos de Madison...



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— Eu ... — Recuo até estar próximo a porta e coloco as mãos nos meus lábios, olho para Peeta, sua expressão é um pouco aturdida. – Preciso ir – Não espero sua resposta, lhe dou as costas, mas antes de deixar a cabine, o examino pela última vez, esperava encontrar um semblante confuso como de início, mas, pelo contrário, tudo que vejo é um lampejo de sorriso; bobo, não o sorriso safado que ele reserva as passageiras, loiras, emperiquitas, ou sorriso que presenciei aquele dia ao lado da namorada.

Suspiro...

Mas, eu não devo!!!!

Digo isso à mim mesma antes de ultrapassar a cortina que me leva de volta a realidade. Realidade que Peeta não faz parte.

— Onde estava? — Cinna sussurra bem perto de mim antes de entregar agua a um passageiro, carrancudo, que passa imagem de ser uma pessoa azeda. E ao esquadrinhar as poltronas, de imediato consigo localizar outros com tão iguais quanto ele.  O dia será daqueles. Pressinto.

  O voo possui quase trezentos passageiros, o trabalho é árduo, Cinna informa que Cato estava a minha procura.  Penso em procura-lo, porém, estamos prestes a levantar voo, assim, começo a conferir e instruir a tripulação. Tudo corre tranquilo, então logo levantamos voo, e diferente das outras vezes, quem me faz companhia da área econômica é Cato que pelo semblante, detecto que tem algo errado. No entanto, não faço ideia do que pode ter acontecido, aproveito que ficamos sozinhos e pergunto:

— Aconteceu alguma coisa?

Ele me fita por um tempo. Um olhar solene, implacável.

— Você é uma fingida — Diz, por fim, sem desviar os olhos de mim.

 Estávamos abastecendo o carrinho com as minis bebidas, mas interrompe o que estava fazendo e continua me insultando.

— Toda aquela história, “Ai, cato não vou ficar com você porque prezo por meu emprego, isso, isso e aquilo... — ele repete as justificativas que dei sempre que tentou algo comigo, mas não entendo, sempre recebeu minha recusa com um pouco de humor, e mesmo assim, sempre que estávamos sozinhos tentava me agarrar, no entanto, o colocava para longe de mim, não sei o motivo do surto, dessas cobranças sem fundamento.

— Qual seu problema? — Não economizo em empregar rispidez em minha voz. Quem ele pensa que é para falar assim comigo?

— O meu problema? — Retruca ligeiro e com ignorância. — é que sempre acreditei em você, respeitei sua posição, nunca insisti em nosso envolvimento, e você sabe que sou afim de você desde que entrou para equipe e agora. E agora...eu pego você agarrada com o piloto — Eu segurava inúmeras garrafinhas de whisky e quando escutei a parte dele ter me visto com Peeta deixo três ou quatro deslizar de minha mão e quebrar.

— Não é nada disso que está pensando – Me apresso a explicar, não quero que pense que tenho um caso com esse maldito piloto.

— Você não precisa explicar nada para mim. — Ele suspira — só não precisava ter mentido esse tempo todo, eu entenderia se tivesse dito que só arriscaria essa merda de emprego pelo piloto.

— Não é nada disso, Cato... — Ele não espera minha explicação, pois um passageiro aciona a campainha, com isso ele me deixa falando sozinha e vai atende-lo e não retorna mais.

 Dessa forma passamos o voo todo, fala comigo apenas quando necessário, e me sinto mal por não ter sido honesta desde o princípio, embora usar o trabalho como justificativa, fosse saída mais fácil, nunca quis magoa-lo e perder a amizade dele, sempre foi gentil comigo, mas achava que era apenas uma estratégia para me conquistar.

Mas, a verdade é que o motivo para não nos envolvermos é porque eu sabia que não daria certo, eu arrumaria outra desculpa, ele é bonito, engraçado, mas com certeza eu encontraria algum defeito. O defeito era que, ele não é o Peeta.

Peeta... não paro nem um segundo de pensar no beijo da cabine, fico distraída a maior parte do tempo, consigo organizar meus pensamentos  apenas quando pousamos em nosso destino e diferente das outras vezes, não fico trancafiada no quarto do hotel, decido perambular e aproveitar para conhecer a cidade, durante o percurso até o hotel, notei que  há algumas quadras daqui acontecia um festival de rua, um bom motivo para sair, vou caminhando até o determinado local,  me deparo  com um festival Folclórico, uma festa vibrante, há um grande número de pessoas se aglomerando nas dezenas barraquinhas de comida, outras em torno de um casal impecável e sensual dançando ao som latino, quente como a perceptível química emanando dos corpos deles.

Mais à frente, encontro saxofonistas, bailarinas, todos a fins de expor seu talento, mas dentre todas as atrações, o que toma minha atenção é o espaço reservado a cultura Chinesa.

Fico um tempo ali, experimentando alguns pratos exóticos, depois, observo uma modesta queima de fogos e a passagem do dragão chinês que cobre quase toda a avenida.

Estava fazendo a meia volta quando avistei uma linda chinesa, com seu traje típico, cabelos com dois palitinhos vermelhos, abordando e depois amarrando um fio vermelho no tornozelo de alguns casais que se aproximavam. Fico curiosa para saber o significado daquele rito, já que o casal sorri e se olham com admiração quando o escutam.

  Absurdamente curiosa, me aproximo mais um pouco, então ouço ela dizendo que Akai Ito ou “Fio vermelho do destino” é uma lenda de origem chinesa e, de acordo com este mito, os deuses amarram uma corda vermelha invisível, no momento do nascimento, nos tornozelos dos homens e mulheres que estão predestinados a ser alma gêmea. Deste modo, aconteça o que acontecer, passe o tempo que passar, essas duas pessoas que estiverem interligadas fatalmente irão se encontrar!

“Um fio invisível conecta os que estão destinados a conhecer-se…

 

Independentemente do tempo, lugar ou circunstância…

 

O fio pode esticar ou emaranhar-se,

 

Mas nunca irá partir.”

É o que ela diz, olhando para mim.

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 Já passava das 22hrs quando decidi retornar para o hotel, me arrependi, as ruas estavam tumultuadas, parecia, que, Nova York inteira estava fora de casa, já havia muita gente fora de si, o dia seguinte seria feriado municipal, muitos estavam comemorando isso.

Quando estou me aproximando do hotel, sinto alguém me puxar, de imediato sei quem é, reconheço o seu perfume de aroma amadeirado.

— Te procuramos em toda parte — Peeta me segura, com semblante preocupado.

— Fui dar uma volta — Justifico sem me livrar do seu contato.

Ele suspira, e indica com a localização dos nossos amigos que enfrentam a fila de um bar/restaurante que ficava do outro lado da rua.

— Deveria ter avisado.

De fato. Eu não avisei nem mesmo a Annie.

— Acho que sou crescida o suficiente para sair quando eu bem entender.

— Não, quando sou o capitão do voo. — retruca, ligeiramente irritado.

— O que? — Minhas sobrancelhas formam um v e ele bufa, porém não consegue responder. Alguém me empurra.

 A calçada é estreita, estamos parados no centro dela, isso impede as pessoas de circular, por isso algumas esbarram em mim, nas minhas costas, meu braço, quase sou levada por um homem grande e mal educado, no entanto, Peeta me puxa a ponto de eu ficar apoiado em seu peito, e enquanto ele me segura, sinto seus dedos acariciando minha cintura. A outra mão se elevando próximo a minha nuca, seu rosto fica tão próximo ao meu que tenho a impressão que vai me beijar, eu gostaria disso, conhecer seus lábios, sua fúria, com mais propriedade, com afinco. Meu coração vibra! Quase rasga meu peito. Meus Deus! O que eu estou pensando... Desejando. Essa não sou eu. Eu não deveria ter exagerado na bebida desconhecida que entornei no festival. Ela é culpada dos desejos que estou tendo. Sim. Sim. Não tem nada a ver com o fato dele ter sido o garoto dos meus sonhos. Aquele que um dia prometeu ser para sempre meu...

• ✿ •

Eu ainda não conseguia acostumar com o sapato apertado, o vestido novo e o penteado. O meu cabelo está preso num coque, rodeado de uma coroa de flores, mas, esses pormenores não são o centro da minha aflição. Eu estava pela primeira vez em uma festa, e isso graças a Sra. Trace e Peeta.

Peeta, quando soube que teria de ir ao casamento da tia, implorou para senhorita Trace me trouxesse também, seria nosso último fim de semanas juntos nas férias de verão, no próximo ele já estaria num acampamento para garotos e ficaria muito tempo longe, e como as atividades extra curriculares no orfanato nunca cessam, nosso tempo ao ar livre estava ficando cada dia mais escasso.

Era minha primeira vez em um casamento, tudo absurdamente lindo, a cerimonia ocorreria no clube da cidade, já tinha vindo aqui em um evento do orfanato, mas conhecia apenas a área das piscinas, e fiquei deslumbrada quando cheguei no espaço que foi reservado para a festa.

Havia bandeiras da força aérea, o noivo era oficial e uma dúzia de outros oficiais que formaram teto de aço depois que ela disse sim, em meio ao pôr do sol, e dezenas de andorinhas voavam no céu, eram mais de trinta, eu tentei contar antes que elas desaparecem entre as parcas nuvens que cobriam aquele fim de tarde. Tive a impressão que até esse detalhe fora planejado, assim como as lâmpadas que rodeavam o lago, o pequeno palanque onde o pastor consagrou a união do casal e uma confortável cadeira que fora adicionada ao lado das madrinhas, para que Srtª.  Trace pudesse descansar, enquanto o cerimonial ocorria.

Eu era uma menina, estar em meio a enorme família de Peeta me deixava um pouco nervosa, mesmo com ele ao meu lado o e senhorita Trace me fitando de longe, não conseguia deixar de sentir que era uma intrusa, que não fazia parte daquilo. Que eu nunca, com certeza teria algo parecido, primos, avós, uma família para encher o saco e essas coisas.

Acho que meus olhos demonstravam isso, pois Peeta tentava me distrair com alguma brincadeira. Ele era incrível...Eu me sentia protegida quando estava ao lado dele. Eu não era mais tão invisível no mundo. Era assim que eu me sentia, dia após dia.

Ao final da cerimônia, fui apresentada a cada um deles, finalmente conheci o pai de Peeta, ele era um homem grande e usava uma roupa pomposa como do noivo, Peeta parecia ter uma grande admiração por ele, e ele, pelo filho que, ficou bastante desconfortável quando o senhor Mellark fez um comentário com relação à nossa amizade.  Algo sobre, depois de me conhecer pessoalmente, entender os motivos por ele não estar mais interessado no acampamento para garotos.

— Você não quer mais ir ao acampamento? — Pergunto com certo ar de curiosidade.

— Acho que não vai estar tão legal esse ano.

Olhamos para o centro do salão, algumas crianças começam a fazer uma brincadeira de rodas.

— Por que não?

— Meu melhor amigo não irá esse ano — Ele tinha um amigo na escola, não cheguei a conhece-lo, antes disso acontecer ele foi transferido para outra cidade. — E porque não quero deixa-la sozinha. — Conclui.

— Eu vou ficar bem — o encorajo, apesar de não querer que ele vá, não quero que desista das oportunidades que tem. — Eu não vou há lugar nenhum — eu disse firme.

— E se...

— Alguém me adotar? — Completei o que ele ia falar.

— É — Ele me olhou, mordendo os lábios, ganhando um rubor no rosto.

— Isso não vai acontecer, se alguém aparecer, usarei a estratégia de sempre.

— FFF?

Fingir que sou mal educada.

Forjar algum plano para que eles me mandem de volta e caso não desse certo 

Fugiria, espero alguns dias e retornaria para o orfanato.

Esse era o significado do meus três F`s.

— FFF . — então confirmo.

— A mamãe não vai gostar nada disso.

Eu sei — Dou de ombros, olhando para ela que acabara de se levantar e estava conduzida pelo pai de Peeta até o centro do salão. Com delicadeza, iniciaram uma dança.

— Você quer? — diz de repente.

— O que? — não tenho certeza do que quer dizer.

— Dançar... — pareceu encabulado.

Olhei em volta, só os adultos faziam isso, eu era uma garota, ele também, seria constrangedor, mas, por algum motivo eu não neguei.

— Se prometer não estragar os meus sapatos.

Determinado ele se levantou e me puxou para o meio do salão. Agradeci mentalmente quando a luz daquela bola presa ao teto diminuiu, deixando apenas as luzes coloridas dando vida ao salão. No orfanato não escutávamos músicas, desconhecia muitas delas, porém, Peeta parecia estar familiarizado com o som que a banda contratada cantava.

A música era lenta, vi através da parca luz, senhorita Trace, apoiando o rosto no ombro do marido, fiz o mesmo, porque encarar os olhos de Peeta estavam me dando náuseas no estomago.

• ✿ •

Então como se Deus estivesse me ouvindo, alguém me empurra, minhas mãos pressionam mais ainda seu peito, mesmo com o tecido, sinto a firmeza deles. Parecem rochas! Chego à conclusão que preciso me afastar ou então não vou resistir, Merevich!

Parecendo ler meus pensamentos, ele abriu um sorriso, perfeito, branco, luminoso, tão luminoso quanto a claridade da lua que enfeita o céus.

 Não sou a única que está aproveitando a nossa insignificante distancia — que é de um palmo —, apenas, longe do rosto um do outro.

— Vamos nos machucar se continuarmos aqui. — Sinto o aperto se intensificar

— É a primeira vez que vou concordar com você. — Respondo desviando meu olhar do seu e localizo Annie suspensa em uma cadeira, ela acena feito alguém que está em uma praia deserta e clama por socorro. — Melhor irmos — é minha vez de guia-lo.

— Achei que iam ser pisoteados. Esmagados. — Minha amiga diz, me lançando um olhar estranho.  Um olhar estanho direcionado a nossas mãos que ainda estavam envolvidas. Eu o solto e começo a esfregar meus dedos que formigavam. — Eu pensei que tinha caído nas garras de Cato. Afinal, cadê ele, não estava com você? — Olha por cima dos meus ombros.

— Eu não estava com ele — expliquei bem rápido. — Fui dar uma volta.

— Foi aonde? — Indaga desconfiada, porém sem me dar chance para responder, pois logo a atendente que controlava a entrada no bar, diz que já podemos entrar. — Vai me explicar lá dentro, por sua culpa, não comi nada. Ficamos horas a sua procura, Peeta então... Ela olha para ele — Estava entrando em parafuso.

Quando busquei seus olhos, ele desviou, mas não se justificou. Se manteve incólume. Neutro. Depois sussurrou algo no ouvido de Finnick que fez o mesmo no ouvido de Annie que assentiu sorrindo e o beijou. Logo após isso estavam caminhando entre a aglomeração de gente na calçada.

— Estou faminta — Diz quando já estamos dentro do bar e moça nos conduzia ao fim do balcão.

        Cinna fica com a gente, cinco minutos depois sentamos no banco em frente ao balcão.  Meus amigos, pedem algo para comer, eu para beber, meia hora depois estou falando mais que uma matraca.

         Sempre quando juntávamos, fazíamos um quadro dos funcionários mais gatos da companhia, na ultima vez, Simon, um piloto que atualmente faz a rota internacional ocupava a primeira posição do ranking, entretanto a disputa ficou acirradíssima com a chegada de Finnick e Peeta, mas como Annie votou em Finnick e Cinna em Peeta (que Cato não ouça isso) querem que eu dê o voto de minerva e decida qual dos dois é o mais bonito. Mas, faço o contrário, invento defeitos e digo que Simon ainda é o mais bonito de todos eles.

— Na verdade eu não sei o que você viu nele. — digo essa besteira em relação a Finnick. — Se ele é amigo daquele metido, deve ser insuportável, eu o odeio, odeio com todas as forças, promete para mim que não vai casar com o amigo dele, — seguro a mão dela, chego a apertar por demorar a responder, ela apenas ri do meu desespero.

— Você bebeu demais — ela está bem mais lucida que eu. — Sério, não consigo entender esse ódio gratuito pelo Peeta. Ele é um cara, tão... — morde os lábios enquanto pensa na palavra.

— Cretino? — Sugiro.

— Eu ia dizer: Bonito, inteligente e carismático.

Eu bufo e jogo as mães para o céu.

— Annie, por favor — quase me debruço sobre o balcão. — Por favor, diga que não serei obrigada a conviver com aquele ser humano com defeito de fábrica — Imploro — Diz que Finick é só mais um, assim como todos os outros.

— Eu sinto muito, Katniss, mas eu amo aquele loiro – ela belisca a comida, seu sorriso é cintilante, provocante até, posso mensurar. — E vai ter que se acostumar — olha para Cinna de um jeito cumplice, coloca a mão sobre a minha e gira um anel simples que estava em seu anelar, porém, agora revelando uma pedra valiosa. — Eu vou me casar — anuncia — E você vai ser minha madrinha — diz de repente, fico mudinha.

— Como assim? — É tudo que consigo dizer, eu imaginei que isso iria acontecer, porém não imaginei que aconteceria tão precocemente.

— Ela vai se casar e.... — Agora Cinna emite a notícia — E você, e, o bonitão ficarão ao lado deles no altar.

— Não! — eu quase grito — Eu não quero ficar no mesmo lugar que aquele prepotente, presunçoso, galinha, idiota. — tampo o rosto tentando recuperar os sentidos, eu havia bebido quando estive na rua, cheguei aqui, pedi uma gin tônica, essa mistura estava bagunçando meus sentidos, estava fazendo meus olhos arderem. E eu estava ficando sem ar.

— Eu não estou te entendendo — ela corta meu choramingo, leva o copo de bebida a boca e diz: — Pareciam ser amigos agora pouco, agarradinhos em meio aquele povo todo — Despeja os cotovelos sobre a mesa, apoiando   o queixo sobre os pulsos. — Amigos, não é mesmo, Cinna?

— Sim — o outro ri, fazendo o mesmo que minha amiga, então eu me senti quase devassada com dois pares de olhos em cima de mim. — Superamigos. — Cinna que não deveria concordar com o que ela diz, faz isso rapidamente.

Cinna traidor.

— Vocês estão loucos ou bêbados? — Eles não respondem, apenas se olham.— Nunca, ok? — Espero que a discordância de um deles, mas não veem.

   Eles me lançam um olhar duvidoso.

  — Eu não sei o que tu tem na cabeça em imaginar que eu possa ter relação com aquele asqueroso, — asseguro — Minha vontade mesmo é de dizer tudo que penso na cara dele.

  — Eu acho melhor não.

  — Por que não? — continuei bravejando— É o meu sonho dizer que ele é o pior piloto com que já voei. Que ele é um piloto de meia tigela.  Babaca e ordinário.

 Meus amigos continuam em silencio, Annie reprimi um sorriso, Cinna também, ao mesmo tempo que olham por cima dos meus ombros, e então o aroma de hoje cedo, de agora pouco invade minhas narinas e, eu me retraio sentindo um hálito quente desencarrilhar um arrepio em meu pescoço.

 — Ele está aqui, sim?

Ninguém responde.

   — Que tal realizar seu sonho agora? — Peeta se anuncia.

Engulo em seco e, continuo olhando para frente.

— Não perca sua chance, Katniss!

Olho para os lados, depois para Annie que arqueia as finas e ruivas sobrancelhas.

—Bela amiga que é você —Resmungo jogando um caroço de azeitona em sua direção.

— Eu tentei avisar — Ela dá de ombros e beija Finnick que aproxima dela. Ele está se divertindo da situação. Na verdade todos estão. Tenho uma bela plateia.

— Então? — Peeta pigarreia chamando minha atenção — Não vai realizar seu sonho? — Sinto um tom desafiador em sua voz. Isso me estimula.

— Pelo jeito você já ouviu o suficiente.

Encorajada pela bebida olho para ele.

— Não foi o suficiente. A música atrapalhou boa parte do discurso que reserva à mim.

Seus lábios se curvam. Daquele jeito. Diferente de agora pouco, quando me cercava diante da multidão.

— Já que quer saber — Giro meu corpo. Estou bem próxima dele. — Vou repetir tudo para você.

Ele dá um passo à frente, suas pernas encostam em meus joelhos.

— Estou esperando — cruza os braços em cima do peito, mantem um sorriso vitorioso nos lábios.


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Notas finais do capítulo

Hum... interessante, agora Peeta sabe o quanto a morena escondia ter tanta repulsa por ele... hummm... onde isso tudo vai dar? Fiquem ligadinhos e cruzem os dedinhos para retornarmos em breve, quem sabe tais milagres aconteçam, né? Uma ótima noite e boa semana a todos. Nos vemos nos comentários.



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