Go Rogue! escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 5
Capítulo 5 - Stardust




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Capítulo 5 - Stardust

— Missão de reconhecimento em curso.

— Não ataquem ou façam contato a menos que seja extremamente necessário. Façam o possível pra coletar dados sem necessidade de pouso.

— Entendido.

— Se há uma nave do Império pode ter sido roubada ou ser uma tentativa de conquista ou dominação. Talvez uma nova base. Que a força esteja com vocês – Jyn disse ao piloto enquanto seus dedos deslizavam pelo cristal kyber no colar em seu pescoço.

Junto a vários aliados, ajudantes, pilotos, droids, Jyn e Cassian passaram quase três horas na base da Aliança Rebelde que Jyn comandava, em contato com um grupo de pilotos que tentava reconhecer um planeta onde havia sido avistada a silhueta de uma nave do Império. O planeta parecia ter uma pequena população, facilmente dominável, ou que em segundos o Império poderia dizimar e tomar o planeta para si, preocupações em torno da criação de uma nova Estrela da Morte também não eram descartadas. Felizmente a nave era apenas similar a uma das naves do Império e fora confundida a longa distância. Ainda assim a Aliança manteria o planeta sob observação o mais constantemente possível. Jyn e Cassian, mentalmente cansados, deixaram a base e caminharam pelos corredores que levaria ao final da base, onde havia pequenas casas onde os membros da Aliança viviam, incluindo eles. Estavam sozinhos. Cassian segurou a mão da esposa, que apertou a mão dele de volta e abriu um sorriso quando ele soltou sua mão para abraçá-la pela cintura e beijar seus cabelos.

— Eu te amo.

— Eu sei – ele respondeu.

Jyn riu com a reposta, quando ele soou divertidamente convencido. Cassian era muito mais carinhoso do que Jyn poderia pensar quando o conheceu. Naquele momento ela só sentia raiva, pensava no quanto ele era idiota e que tipo de arma seria suficientemente forte para destruir K-2SO. Sentia saudades do droid, aprendera a gostar dele. E sabia o quanto aquela saudade também machucava Cassian. K-2SO fora um dos amigos que perderam em Scarif, e provavelmente o melhor amigo de Cassian em toda sua vida, sem o qual teriam morrido sem dar nenhum passo em direção aos planos da Estrela da Morte. Os dois caminharam em silêncio até chegar ao fim do corredor e à porta que levaria para o exterior da base, onde as pequenas casas estavam distribuídas aleatoriamente pelo enorme campo de grama verde. Cassian abriu a porta e alguns droids que cuidavam da segurança e de vistoriar toda a área da base, tanto na terra quanto no céu, tanto dentro quando fora, andavam por ali. Estrelas cintilavam no céu daquela noite. Era diferente de vê-las das janelas das naves, parecia ainda mais mágico e belo. O planeta tinha uma lua. Quando ela estava cheia podia ficar tão claro que de dentro de casa qualquer um pensaria que já estava amanhecendo. Os dois se dirigiram até uma das casas mais próximas e Jyn entrou primeiro, rindo e quase caindo com a colisão do pequeno ser que correu para abraçá-la.

— Mamãe! – Hope falou com alegria.

— Estamos em casa, amor – Jyn beijou os cabelos da filha, castanho escuros como os de Cassian.

— Papai!

Cassian sorriu para a menina, pegando-a dos braços de Jyn e fitando seus olhinhos verdes.

— Por que não está na cama, sua travessa?

— Não conseguia dormir.

— Acho que ela ficou muito agitada esperando por vocês. Nem aquelas histórias malucas que vocês humanos contam às crianças pra que durmam funcionaram – disse o droid que apareceu na sala de estar de repente.

Jyn fechou a porta e os dois sentaram-se no sofá com Hope entre eles. A pequena completara seis anos alguns meses atrás. Por sinal ela havia nascido no mesmo dia em que a catástrofe em Scarif completava três anos. Até hoje Jyn e Cassian não entendiam como haviam sobrevivido, apesar dos flashs de memória com a nave abandonada que encontraram no último segundo e de memórias de quando aterrissaram em Yavin 4 e foram socorridos e levados para um hospital da Aliança, ambos muito feridos e fracos, por muito pouco Cassian não tinha morrido. Quando os dois sentiam sua filha pular na cama deles rindo e os chamando toda manhã a vida parecia brilhar dentro deles e a cada dia percebiam novamente que não haviam morrido naquele dia, que nem tudo fora destruído em Scarif. O casal tinha ficado alguns anos escondido, recuperando suas feridas e se protegendo de serem identificados e encontrados pelo Império. Então Hope nasceu, e algum tempo depois disso Jyn se tornara uma das líderes da Aliança junto com Cassian e viviam em um planeta distante que estava sob o controle da Aliança Rebelde. O droid que tinham em casa era um droid tomado e reprogramado do Império, como K-2SO, na verdade era exatamente igual a ele. Lhes fora dado por Mon Mothma. O droid era muito útil ajudando na base e também sabia cuidar muito bem de Hope quando ela estava dormindo e os pais não queriam acordá-la quando precisavam ir trabalhar na base. Felizmente com os anos que haviam se passado a reprogramação surtira um efeito melhor do que em K-2SO e o droid era mais suave em suas respostas, embora ainda desse sem cerimônia as probabilidades numéricas de tudo, fossem boas ou ruins. Às vezes Jyn e Cassian riam se lembrando do amigo robô, às vezes o coração doía, Cassian chegara a chorar uma vez, mas ficara tão amigo do novo droid quanto de K-2.

— Mamãe, vamos ver as estrelas lá fora.

— O que acha, capitão Andor? – Jyn perguntou ao marido.

— Não é tão tarde, há droids fazendo a segurança lá fora e acho que ainda nos resta forças, nós podemos ir.

Hope emitiu um gritinho de alegria e Jyn lhe vestiu com um sobretudo quentinho por cima do pijama antes de saírem, sendo seguidos pelo droid. Deitaram-se na grama e Cassian abraçou as duas, enquanto o robô observava o céu. Ele costumava dizer que nunca iria entender porque os humanos ficavam tão encantados com coisas naturais, mas sempre observava as estrelas junto com os três quando o faziam.

— Papai...

— O que, princesa?

— Por que chama a mamãe e eu de Estrelinha?

— É como o seu avô chamava a sua mãe, querida – Cassian respondeu – Ela fica feliz com isso. E vocês duas são tão lindas quanto as estrelas.

Jyn sorriu com aquela afirmação, apesar de ele já ter dito antes, enquanto Cassian ria e beijava os cabelos da filha que rira e lhe dera um beijo na bochecha.

— Por que vovô não aparece?

                - Ele mora muito longe, amor – Jyn lhe disse.

                - Onde?

                - Nas estrelas.

                - Mas dá pra ele viajar?

                Jyn e Cassian trocaram um olhar, percebendo que haviam se deparado com uma situação delicada. Mesmo sendo tão pequena, Hope era muito inteligente e não era incomum ela quase deixar o droid maluco perguntando milhões de coisas de vez em quando.

                - Estrelinha – Cassian olhou para a filha – Às vezes as pessoas se machucam muito, se machucam tanto que nem o hospital consegue consertá-las, então elas não conseguem mais viver aqui, e precisam viajar entre as estrelas pra encontrar um novo lugar onde possam se curar e viver. E esse lugar é tão longe que elas acabam ficando lá mesmo, esperando que um dia, quando estivermos mais velhos e formos mais sábios, possamos nos ver de novo. Mas onde quer que ele esteja, eu tenho certeza que ele está muito feliz, e ele quer que sejamos felizes. Então não fique chateada porque não pode vê-lo.

                Hope não disse nada. Seus olhos denunciavam que ela estava tentando refletir sobre o que Cassian dissera. Com sua pouca idade ainda não tinha um conceito formado sobre a morte e o casal havia decidido que a deixariam descobrir isso da maneira mais natural e suave possível, tentando ser mais verdadeiros em suas respostas conforme ela crescesse. Ser uma família da Aliança Rebelde não os ajudava a ficar longe da violência, da tristeza e da morte, mas por enquanto estava tudo bem e queriam que Hope tivesse uma infância feliz, um lar, uma família e felicidade, tudo que o Império arrancara deles. Quando ela crescesse lhe contariam sobre o que tinha acontecido em Scarif, sobre os amigos que perderam, e como o Império os havia lenta e dolorosamente os arrastado para aquela batalha desde que eram crianças, mas por hora apenas continuariam observando as estrelas.

                - Hope? – Cassian chamou, preocupado com o silêncio da filha.

                - Ãh... – ela disse apenas, distraída olhando os pontos brilhantes no céu.

                - Espero que isso não te faça perder o encanto pelas estrelas, Hope – Jyn falou.

                - Não, mamãe. Elas são lindas! – A pequena falou com um sorriso sincero.


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