Go Rogue! escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 44
Capítulo 44 – O melhor marido, a melhor esposa




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Capítulo 44 – O melhor marido, a melhor esposa

                - Não, não! Dormir não – Cassian pediu gentilmente, segurando seu rosto com as mãos e a encarando.

                Jyn estava sentada no chão da nave, sendo apoiada por Bodhi e observada por Chirrut e Baze, enquanto Cassian e K-2 pilotavam. A rebelde abriu os olhos para ver o marido e assentiu devagar com um aceno de cabeça.

                - Você vai ficar bem? – O capitão perguntou a Chirrut.

                - Eu posso suportar – ele respondeu com um leve sorriso segurando o braço esquerdo enfaixado, embora parecesse um pouco mais pálido que de costume.

Cassian beijou a testa de sua amada rebelde, voltou a pilotar e pegou o rádio para contatar Yavin 4.

                - Sargento Erso e guardião Îwme. Ferimento na perna direita e tiro de raspão no braço esquerdo. Precisamos de uma equipe médica à disposição. O tempo de retorno restante à base é de cerca de duas horas.

                - Jyn, está doendo? – Bodhi perguntou.

                - Sim. Menos com o bacta, mas ainda arde – ela respondeu fitando a perna enfaixada onde Cassian rasgara a parte inferior de sua calça para tratar o local.

                Estava difícil ficar acordada. Jyn estava cansada da missão de cinco dias. E a perda de sangue e o impacto de escorregar e se ferir numa pedra a estavam atordoando. Conseguiram acabar com os stormtroopers que combatiam com os rebeldes do planeta em que estavam, mas não antes de se depararem com uma cena de batalha similar a de Jedha. O disparo que atingira Chirrut viera de longe, nem sendo possível saber exatamente de onde. E Jyn caíra na pressa ao escalar algumas pedras altas demais para se esconder dos stormtroopers restantes.

                - Só mais um pouco, irmãzinha. Você também – Baze disse a Chirrut – Só até termos certeza que passou tempo o suficiente pra ser seguro cochilarem até a base.

                - Se suportarem por mais meia hora acordados, a probabilidade de haver alguma complicação de saúde cai para 32% - K-2 informou sem tirar a atenção do painel da nave.

******

                Cassian fechou a porta e Jyn sentiu-se ser repousada delicadamente na cama. Ela só queria dormir, não se importava em trocar de roupa agora. A única coisa que estava faltando era o corpo dele de volta perto dela. Acabara tomando banho no medbay, Cassian buscara roupas para ela no quarto, então isso também não era um problema.

                - Cass... – murmurou de olhos fechados, tão baixo que achou que ele não tivesse ouvido.

                - Volto logo – ele sussurrou de volta, beijando suavemente sua testa.

                Jyn não teve forças para protestar ou abrir os olhos, ela apagou. Acordou por breves segundos, provavelmente horas depois, porque estava mais escuro, se vendo deitada no peito de Cassian enquanto ele a abraçava e afagava seus cabelos. Jyn tentou falar com ele, mas seu cansaço a fez emitir um gemido.

                - Shhh... – uma mão protetora em sua cabeça, outra em suas costas, e um beijo em sua testa.

                Jyn acabou voltando a dormir.

                Uma mão em sua testa, Jyn virou a cabeça para o lado e se mexeu, percebendo que Cassian não estava deitado com ela.

                - Sem febre – ele disse baixinho.

                - Bom sinal. A perna dela deve estar em perfeitas condições em dois ou três dias se continuar usando o bacta da forma correta – K-2.

                Cassian cuidadosamente sentou-se ao seu lado e pôs a cabeça dela no colo. Jyn não fez objeções. Apenas virou-se para o lado para se acomodar melhor. As mãos de Cassian passaram a acariciar seu cabelo, e logo ela estava dormindo de novo.

                Haviam ganhado semanas de folga após essa missão e um dia depois Jyn se sentia um pouco melhor. Cassian se revezava entre coisas aleatórias e cuidar dela. Na manhã do dia seguinte ao retorno à base ela acordou sentindo-se muito mais disposta. Cassian estava sentado ao seu lado na cama, lendo um manual sobre Y-wings. Jyn arrastou-se para deitar em sua coxa e na mesma hora Cassian fechou o manual, o deixando de lado e sorrindo largamente para ela.

                - Bom dia, amor da minha vida.

                - Bom dia, querido.

                - Melhor? Menos sono?

                - Sim pras duas coisas. A missão...

                - O relatório já foi entregue e está tudo bem. Mon Mothma nos deu boas notícias. O informante comunicou que o planeta está livre de força Imperial, o assentamento de stormtroopers que destruímos junto com os anarquistas era o último. Estão verificando cada lugar mais uma vez por garantia. Ela também disse que o número de planetas dominados está diminuindo, mas nenhum novo está aparecendo. Não acho seguro, nem quero, contar vantagem antes da hora, mas talvez o fim disso não esteja longe, Jyn.

                - Se isso acabar, ainda teremos muito trabalho... Muita destruição deixada pra trás. Mas como vão ser as coisas?

                - A guerra terá terminado... Não acho que ninguém vai ser obrigado a continuar, mas duvido que alguém queira sair depois de tantos anos lutando cara a cara com os inimigos. Reconstruir e ajudar é algo que todos querem.

                - Se um dia não precisarmos mais fazer nada disso... O que vai ser?

                Cassian pensou por um momento.

                - Podemos continuar aqui. Sempre haverá algo em que possamos ser úteis. Ou Podemos mudar de atmosfera se quisermos. Mas na verdade, essa é uma resposta que eu não tenho, Jyn. Há infinitas possibilidades diferentes de como poderia ser.

                - Eu sei.

                - Por que não vamos ao refeitório? Quer tomar banho antes?

                - Boas ideias.

                Jyn sentou-se e Cassian desapareceu na porta que levava ao banheiro. Ela ouviu água enchendo a banheira e depois Cassian levou mudas de roupa para os dois, em seguida vindo até ela e a carregando no colo. No banheiro, Cassian a sentou num banco e removeu as bandagens de sua perna com cuidado.

                - Bem melhor que ontem. Kay estava certo – ele falou.

                - Você está me acostumando mal – a rebelde falou apoiando as costas no peito do marido quando os dois já estavam na banheira.

                Sua perna ferida estava apoiada na beirada, não queria lidar com a dor de colocar na água ainda, embora talvez com o bacta nem doesse mais. Cassian envolveu sua cintura e beijou sua bochecha.

                - Culpa sua – ele falou em seu ouvido – Por ser tão linda e adorável.

                Jyn riu, e virou-se o suficiente para beijar o rosto do capitão e abraçá-lo.

— Melhor marido do universo – falou para ele.

                Cassian emitiu um risinho e beijou seus lábios.

                - Também te amo – ele respondeu.

******

                - Que tédio... – Cassian falou lentamente de olhos fechados, quase dormindo de novo.

                - Acontece com os melhores soldados – Jyn falou divertidamente – E você não vai ficar entediado, está quase dormindo de novo.

                - Culpa das drogas do medbay.

                Como previsto, mesmo depois de oito meses após a derrota do Império, havia muitos planetas e pessoas para serem reconstruídos e ajudados. Os Rogue One haviam acabado de voltar de uma missão de ajuda para levar suprimentos e ajudar habitantes de uma lua.  Levantar construções e remover escombros pesados do lugar não era o forte dos rebeldes de Yavin, e dessa vez Bodhi acabou com hematomas nos braços e pernas e Cassian com um ferimento no ombro.

                - Temos que repensar a estratégia pra planetas e luas com esse tipo de missão – Jyn comentou.

                - Verdade.

                - Doendo?

                - Dormente. Bodhi vai ficar bem?

                - Eu o vi há alguns minutos com Chirrut, Baze e Kay no refeitório, ele já está bem. Vieram aqui ver você e me ajudar com algumas coisas, mas você estava no mundo dos sonhos – Jyn riu baixinho, brincando com os cabelos escuros do capitão entre seus dedos e repousando a outra mão na pele nua do peito, enquanto observava o ombro esquerdo enfaixado.

                - Você não colabora pra me deixar acordado, Jyn.

                Ela riu mais uma vez.

                - Não dá pra aguentar, ver você desse jeito e não te mimar como um bebê.

                - Essa categoria não me pertence – Cassian sorriu, levando uma mão à barriga de quatro meses de Jyn, a acariciando ali, e finalmente abrindo os olhos – Ele vai nascer livre... – o capitão falou como se não acreditasse nas próprias palavras.

                - Vai – Jyn pôs as mãos sobre a dele em seu ventre e lhe ofereceu um enorme sorriso.

                - Você é a melhor esposa do universo.

                - Também te amo – ela respondeu, acariciando o rosto dele.

                - Pare de me torturar, Estrelinha. Venha aqui.

                Jyn removeu suas botas e deitou-se ao lado dele, o abraçando. Cassian envolveu sua cintura e a encarou. Após a doce troca de olhares, Cassian a beijou e se manteve de olhos fechados outra vez.

                - Papai e mamãe me contavam histórias pra dormir.

                - Os meus também – ele respondeu.

                - Não acho que estamos velhos demais pra isso. E nosso bebê logo vai ouvir sons, é um bom momento pra treinar.

                Cassian sorriu.

                - Conte-me – pediu baixinho.

                - Uma vez me contaram sobre os Jedi. E como em suas jornadas eles podiam observar o céu de madrugada, com milhões de estrelas...


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